abril 02, 2025

QUEM FOI LÉO TAXIL - Alfério Di Giaimo Neto


Quem era a Leo Taxil e qual era sua ligação com a Maçonaria, na Europa?

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria. Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.

De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros anti-maçônicos e durante esse período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades anti-maçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.

Além de seus livros anti-maçônicos, conseguiu ser recebido em audiência solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil, era rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da Igreja.

Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre assuntos anti-maçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados dos chefes da Igreja Católica. 

Esse assunto foi questionado no Congresso anti-maçônico realizada em Trient em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo de uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss Vaughan na Conferência.

Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxil informou diante de um imenso público, que ele havia conseguido perpetrar o maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia existido e que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da maneira mais flagrante. Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia local.

 De tempos em tempos, aparecem livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele. Na Maçonaria norte americana, igrejas fundamentalistas encontram, nesses livros, material para suas campanhas..

Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e vale a pena ser lida em detalhes.


Fonte: PILULA MAÇÔNICA Nº 99






DOGMATISMO / DOGMA, MAÇONARIA ADOGMÁTICA - Newton Agrella



O Dogmatismo constitui-se num pressuposto teórico comum a diversas doutrinas e sobretudo religiões. 

Esse pressuposto afirma a capacidade humana de atingir o Conhecimento e a Verdade de maneira absoluta.

 "Dogma" é uma palavra grega que originalmente significa "opinião".

Sua etimologia advém de DOGMA-ATOS que se refere a qualquer doutrina de caráter inquestionável, ou seja; "aquilo que se pensa que é verdade".

O substantivo DOGMA é um derivativo do verbo "DOKEIN" que significa "parecer bom".

Feito este breve preâmbulo ilustrativo, cabe registrar que no que respeita à MAÇONARIA, a mesma não professa nem impõe dogmas.

A Maçonaria não se considera nem tampouco se intitula depositária de nenhuma "revelação".

Ela se reveste apenas de "Princípios".

Numa instituição os "princípios" são o conjunto de normas ou padrões. 

São fundamentos que servem como base e sustentação para sua existência.

Esses princípios se constituem, naquilo que os Maçons, quase que em consenso e em sua imensa maioria denominam Landmarks, ou seja; marcos regulatórios da Sublime Ordem.

Cabe registrar que a Maçonaria não condena o pensamento dogmático em sí, cabendo a cada maçom se arvorar no Dogmatismo como um um exercicio de liberdade de Pensamento, porém fora da Maçonaria, uma vez que se trata de uma instituição  de âmbito nomeadamente filosófico.

A Maçonaria Especulativa, que é o que se pratica em todo o mundo, dispõe de vários ritos, (conjuntos de cerimônias  e  procedimentos), porém não possui um caráter dogmático. 

Tratam-se de meios para se executarem ações cerimoniais baseadas em  influências e circunstâncias culturais, históricas, lendárias, geográficas e sociais.

O Dogma é uma afirmação categórica.

Trata-se na verdade de um conjunto de idéias e posturas irrefutáveis, que não permitem contestação ou outra interpretação, e por isso, se manifesta, sobretudo através das Religiões, Seitas e Credos.

Exemplos de DOGMAS:

*Para os Católicos:*

- A Santíssima Trindade

- A Imaculada Conceição

  (Virgem Maria)

- O Pecado Original (associado à culpa herdada pelo gênero humano que diz respeito à desobediência a Deus, o cometimento do mal simbolizado nas figuras de Adão e Eva)

*Para os Protestantes/Evangélicos*

- A única Autoridade é a Palavra de Deu

*Para os Judeus*

Os 13 fundamentos do Judaísmo

- A crença no Messias

*Para os Muçulmanos*

- a crença nos anjos criados por Alá

- a crença no Alcorão

- a crença no profeta Maomé 

- a crença na Predestinação 

Dá-se o nome de "Dogmatismo Moral" o conceito que entende como legítima a certeza pela Ação.

Em geral impõe a afirmação de doutrinas que não admitem em si mesmas, nada de imperfeito ou errado

O "Dogmatismo Moral" se opõe ao "Dogmatismo Intelectual".

O "Dogmatismo Intelectual" afirma a independência do nosso conhecimento quanto aos nossos interesses e sob o nosso viés pessoal.

Chama-se 'Dogmatismo Intelectual", as doutrinas que afirmam a capacidade de nossa mente e de nossa intelectualidade para alcançar a verdade no problema crítico. Uma forma semântica, mas principalmente eufemística de conceituá-la

Considerando que a Maçonaria é composta por "livres pensadores" que buscam a Verdade, obviamente ela não pode ser dogmática, visto que o caráter especulativo da Ordem estimula o exercício do pensamento e o fortalecimento da análise crítica como formas de aprimoramento da própria consciência, através da busca irrefreável e contínua de todas as questões que envolvem o desenvolvimento intelectual.

O Dogmatismo, de um modo ou de outro, impõe verdades e estabelece uma narrativa que impede questionamentos e inibe o exercício do raciocínio e da especulação.

A Maçonaria como instituição Iniciática, não impõe qualquer censura no que diz respeito às Crenças, Formas de Fé ou de Religião de seus membros.

Isto por si só, já demonstra e evidencia o caráter adogmático de sua essência.

Indispensável registrar que no que diz respeito à crença num Princípio Criador e Incriado do Universo a que os maçons se referem como G.'.A.' D.'.U .'.  isto é um legítimo atestado de inteligência que explica a nossa própria Existência e a tudo o que nos cerca bem como a essência da Filosofia Maçônica. 

É uma referência de Origem.

Lembrando que a Maçonaria é a Arte da construção que exalta o trabalho pelo aperfeiçoamento interior humano; combatendo a Ignorância, Vícios, Fanatismo e Preconceitos fazendo da virtude e do raciocínio instrumentos para despertar a Sabedoria, conquistar o Conhecimento e elaborar o aprimoramento da Consciência.



abril 01, 2025

ABRIL MOSTRA SUA CARA - Newton Agrella


Ainda que a origem deste nome seja relativamente obscura, ensejando algumas diferentes interpretações, fato é, que ABRIL, o quarto mês do calendário gregoriano, possui duas vertentes principais quanto a sua etimologia e significado.

Uma corrente de etimólogos é partidária do entendimento de que o nome  advenha do Latim  "APRILIS"  que significa "abrir" numa referência à germinação das culturas no Hemisfério Norte, pois lá, a estação do ano  é a Primavera.

Outra porém, entende que o vocábulo advenha de "Aprus", termo relacionado a "Afroditis", nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril".

Independentemente destas especulações etimológicas, ABRIL é a abertura do Outono aquí no hemisfério sul.

Já que a abordagem dá conta sobre a abertura do mês de ABRIL neste ano corrente de *2025* da era vulgar, não custa lembrar que a origem do chamado 1o. de Abril, com Dia da Mentira, tem um componente histórico, cujas tradicões orais traduzem a seguinte narrativa:

Segundo relatos de alguns historiadores,  com a instituição do Calendário Gregoriano na França em 1582, em lugar  do Juliano, isso acabou causando um certa confusão entre as pessoas.  

Muitas, nem tinham sido informadas quanto à mudança, sem contar as limitações e dificuldades à época, para que as notícias ganhassem alcance.

Assim, o primeiro dia do ano, deixou de ser em Abril e passou para Janeiro.

Diante desta significativa mudança, a data passou a ser chamada pelos europeus como 1o. de Abril , Dia da Mentira. 

O fato alastrou-se por todo o continente e ganhando influência em todo o Ocidente.

Daí a analogia com a Mentira, e por conseguinte, as brincadeiras que surgiram baseados na referida data.

No Brasil, especificamente o mês da Abril registra as seguintes datas mais marcantes do ponto de vista histórico-cultural:

19/04  Dia do Índio

21/04  Tiradentes (herói nacional) e a data de fundação de Brasília, capital federal.

22/04  Descobrimento do Brasil

Ainda aqui no Brasil, em termos de Celebrações Religiosas, apesar do caráter móvel, habitualmente no mês de Abril comemoram-se a Páscoa (festa cristã) e o Pessach (festa judaica).

Apenas a título de curiosidade para fechar esse breve capítulo, vale lembrar que o calendário que hoje utilizamos trata-se de uma evolução do antigo calendário romano, em que vários meses ostentavam nomes de deuses pagãos. 


Que o majestoso azul celeste, tão típico de Abril, aqui em nosso hemisfério, bem como a leve queda de temperaturas, possam propiciar-nos dias melhores e mais felizes, estimulando nossas  disposições da alma a devotar nossos propósitos na busca incansável pela prática do bem.



DOS OPERATIVOS AOS ESPECULATIVOS: UM ELO PERDIDO - Rui Bandeira



Das várias teses sobre as origens da Maçonaria, a mais consensualmente aceite é que esta, na sua forma atual, geralmente referida como Maçonaria Especulativa, deriva das associações profissionais de construtores criadas na Idade Média. A essas associações designamos hoje por Lojas Operativas e ao conjunto de todas elas e regulamentos da profissão então instituídos referimo-nos por Maçonaria Operativa..

A forma como a transição ocorreu é normalmente referida como tendo decorrido da progressiva aceitação nas Lojas Operativas de elementos alheios ao ofício de construtor (proprietários, intelectuais), os chamados Maçons Aceites, que progressivamente foram aumentando de número até dominarem as Lojas Operativas e as transformarem nos centros de debate, estudo, fraternidade e aperfeiçoamento que hoje associamos ao conceito de moderna Loja maçônica.

Não colocando em causa, genericamente, este entendimento, sempre mantive algumas perplexidades sobre a forma de evolução e, sobretudo, sobre a forma como a realidade antiga veio a gerar precisamente a nova realidade, tal como a conhecemos. Desde logo, esta hipótese da evolução dos fatos, sendo possível para uma Loja, torna-se muito mais improvável para um conjunto de Lojas, geograficamente dispersas. Quais as probabilidades de o lento processo de integração de Maçons Aceites originar, mais ou menos ao mesmo tempo, o domínio por estes de todas as Lojas Operativas geograficamente dispersas? E de lhes ser conferidas, a todas, precisamente as mesmas características evolutivas? Parece óbvio que a resposta deve ser um número muito próximo do zero… Algo falta. Falta, seguramente, um elo na cadeia factual, algo que veio a possibilitar e a favorecer a mudança.

As associações profissionais medievais, após o fim da Idade Média, o advento da imprensa e  aumento da possibilidade de circulação e aquisição de conhecimentos, estavam em franco declínio. No início do século XVII, as Lojas Operativas estavam em processo de enfraquecimento, que, normalmente, levaria à sua extinção. As técnicas de construção e os conhecimentos geométricos a elas subjacentes não eram já  monopólio dos construtores associados. Muitos outros sabiam construir e construíam e competiam pela obtenção de contratos com os profissionais associados. Nesse clima, afigurasse-me que a aceitação de proprietários locais, de burgueses de outros ofícios ou intelectuais com prestígio local foi uma tentativa desesperada de procurar manter a máxima quota de mercado possível na órbita das Lojas Operativas. Mas tal dificilmente travaria o declínio e o inexorável caminho para o baú que a História reserva para o que perdeu a sua razão de existir. Com ou sem Aceites, as Lojas Operativas estavam condenadas.

Em toda a primeira metade do século XVII não há mudanças significativas da situação. Em cada região, a respetiva Loja Operativa lutava pela sobrevivência e procurava juntar a si elementos estranhos ao ofício. Era através da convivialidade, da integração social que os Operativos procuravam manter o seu mercado, sempre acossados por construtores não associados, capazes e competitivos, designadamente, em matéria de preço.

Até que, na segunda metade do século XVII, algo muda! O que declinava, passou a florescer. Não só as Lojas Operativas, agora essencialmente conviviais, não desapareceram, como surgiram outras novas e os seus objetivos mudaram: de meras organizações profissionais, passaram a, com a marca distintiva da união e da fraternidade, centros de debate, estudo e auxílio mútuo no aperfeiçoamento (desde logo cultural e, genericamente, em matéria de aquisição de conhecimentos e competências). 

Mais: florescem nas zonas urbanas mais desenvolvidas. As quatro Lojas de Londres que decidiram unir-se na Grande Loja de Londres em 24 de junho de 1717 não eram as únicas de Londres e Westminster. Em 1722, aquando da aprovação das Constituições de Anderson publicadas em 1723, a Grande Loja de Londres agregava já vinte Lojas. Era manifestamente impossível que quatro Lojas lograssem quintuplicar o seu número em escassos cinco anos. Logo, o que sucedeu foi a junção de outras Lojas, já existentes, ao projeto iniciado pelas quatro pioneiras. O que nos conduz à conclusão de que, seguramente, mais de uma dezena de Lojas existiam só na zona de Londres, no início do século XVIII.

Em meio século, em duas gerações, a vereda do declínio transforma-se na ampla estrada do crescimento. No entanto, o ambiente social era tudo menos propício! Entre 1640 e 1650, trava-se em Inglaterra uma dura guerra civil e religiosa, entre os católicos partidários dos Stuarts e os parlamentares, maioritariamente protestantes, liderados por Oliver Cromwell, no âmbito da qual Carlos I perde, literalmente, a cabeça e o seu filho, Carlos II, é obrigado a exilar-se, para que não sofra idêntica, e certamente inconveniente, perda. Em 1660, Carlos II logra retomar o poder para os Stuarts, o qual mantém até à sua morte, em 1685, mas sempre em confronto com os parlamentares. Em 1688-1689, dá-se a chamada Revolução Gloriosa, pela qual o sucessor de Carlos II, o católico Jaime II, é apeado do poder, em benefício de sua filha, Maria II e do seu genro, o holandês e protestante Guilherme, príncipe de Orange. São cinquenta anos de lutas, de tensão, de derramamento de sangue e de destruição, nada propícios a uma pausada e lenta transformação de estruturas vindas da idade Média!

Qual foi então o catalisador, o fator que transformou mais do mesmo – o progressivo declínio das Lojas Operativas, afetadas do mal da irrelevância pelo progresso e evolução sociais – numa nova e pujante realidade, como se veio a revelar a Maçonaria, no meio de convulsão social, guerras e revoluções?



março 31, 2025

UMA TÊNUE E SINGELA PERGUNTA - Newton Agrella




Para nós maçons, independentemente de Rito, Obediência ou Potência, será que é possível tornarmo-nos uma versão melhorada de nós mesmos ?

Talvez isso seja possível, a partir do momento que nos dermos conta de que fazemos parte de uma instituição humanística, nomeadamente filosófica e de caráter eminentemente "especulativo", ou seja; que insta-nos a buscar o Conhecimento e a Verdade através de um processo contínuo do exercício do Pensamento e da Investigação ontológica permanente.

Isto, de algum modo,  significa cuidar da mente, como a propriedade mais preciosa que a vida nos faculta.

Somado a isto, despertar para o fato de que a Maçonaria oferece-nos caminhos inteligentes para que possamos percorrer uma jornada de graus, que paulatinamente, força-nos a nos superarmos como seres humanos.

Sermos gentis conosco ǰá se constitui num bom exercício.

Perceber que ser autêntico, respeitando a sí mesmo e aos outros é um enorme passo para a evolução.

E além disso tudo, ter a humildade de aprender com os próprios erros.

Quem sabe ainda, que para tornarmo-nos uma versão melhorada de nós mesmos, tenhamos que nos esmerar em manter uma atitude positiva diante da vida, pois só assim abrimos espaço para construir de maneira profícua e consistente o nosso próprio templo.

O maçom, como o próprio significado da palavra traduz, é um construtor social, e o alicerce tem sua base de sustentação em sí mesmo.

A construção impõe cálculos geométricos, raciocínio, segurança, estabilidade, arte e estilo.

É claro que a inspiração é uma disposição da alma que não pode ser desprezada. 

Porém, para tornar a construção do próprio templo cada vez melhor é necessário abdicar de dogmas e reafirmar a capacidade do Pensamento e da Lógica como fatores determinantes para a própria evolução e aprimoramento consciencial.

Afinal, nem só da Fé vive o homem.



SIMBOLISMO DAS ROMÃS





A importância da romã é milenar – aparece nos textos bíblicos e está associada às paixões e à fecundidade. Os gregos consideravam-na como símbolo do amor e da fecundidade. A árvore da romã foi consagrada à deusa Afrodite, pois acreditava-se nos seus poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo.

Quando os judeus chegaram à terra prometida, após abandonarem o Egito, aqueles que foram enviados voltaram carregando romãs e outros frutos como amostras da fertilidade da terra prometida. Ela estava presente nos jardins do Rei Salomão. Foi cultivada na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. Em Roma, a romã era considerada nas cerimónias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.

A bebida extraída da romã entrou para a história durante o reinado de Salomão, em Israel. Ele mandou esculpir a fruta no alto das colunas de seu templo, onde hoje se encontra o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Era para lá que os judeus levavam as romãs e outros alimentos sagrados na Festa de Pentecostes. Há ainda a crença de que uma romã possui 613 sementes, o mesmo número de mandamentos escritos da “Torá”.

Entre os plebeus, a romã ganhou outros significados, como amor, união, casamento e fertilidade, todos relacionados com a grande quantidade de sementes que a fruta contém e à forma harmoniosa como se entrelaçam na sua polpa – na Grécia, por exemplo, era comum as mulheres consumirem romã em eventos religiosos para evocar a fertilidade.

A relação das Romãs com a Ordem Maçônica está na adopção, pela Ordem, do Templo de Salomão como modelo dos seus Templos. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons o Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico.

Todo o templo maçônico, incluindo o soalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel, tendo na sua composição duas colunas, sobre as quais estão plantadas Romãs.

Na maçonaria as romãs são mostradas através de três romãs entreabertas, no topo das colunas J e B. As “romãs da amizade” representam a prosperidade e a solidariedade da família maçônica. Ela é também vista como a unidade que existe entre todos os maçons do universo, da mesma forma que as suas sementes, sempre juntas e proporcionando uma acomodação ímpar, acolhendo todos. A sua simbologia é muito semelhante à Corda de Oitenta e Um Nós.

O grande número de grãos que a romã possui e a sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este talvez seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto também são simbolizadas como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.

Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho. Os grãos da romã simbolizam a união dos maçons nos seus vários aspectos: o fisiológico, porque cada grão possui “carne”, “sangue” (o suco) e “ossos”, (as sementes).

Os grãos crescem unidos de tal forma que perdem o formato natural, que seria redondo; espremidos uns aos outros, são semelhantes a polígonos geométricos, com várias facetas; são lustrosos e belos, lembrando os favos de uma colmeia de abelhas; as abelhas trabalham sem descanso e assim lutam os maçons.

A Romã expressa, na sua coloração, a realidade. A coroa de triângulos ou coroa da virtude, do sacrifício, da ciência, da fraternidade, do amor ao próximo, está colocada numa extremidade da esfera. Simboliza o coroamento da obra da Arte Real. A flor rubra representa a chama do entusiasmo que conduz o aprendiz ao seu destino, iluminando a sua jornada.

As cores da Romã simbolizam: o verde, o reino vegetal; a amarela, o reino mineral; e a vermelha, o reino animal. As membranas brancas, que não constituem cor, mas a mistura de todas as cores como as obtidas quando o raio transpassa o cristal formando o arco-íris, simboliza a paz e o amor fraterno.

Em suma, a romã simboliza a própria Loja.

A romã é um dos símbolos mais autênticos e tradicionais da nossa Ordem. Nos nossos templos em que Colunas simbolicamente unem a terra com o céu, onde, ostentam as frutas da união – como uma dádiva, como favos de mel das abelhas, cheias de pureza e de beleza, sadias e como uma das mais perfeitas criações da natureza.

Cada romã passou a ser a representação de uma Loja e da sua universalidade. As suas sementes, como vimos, representam os Irmãos unidos pelo que é bom, pelo que é sábio, pelo que tem força e beleza, e pelo ideal comum.

A principal lição que devemos levar sobre as romãs está na forma como as sementes se mantêm unidas “ombro a ombro”. Apesar de seus formatos e tamanhos diferentes, as sementes apoiam-se em perfeita união. São inúmeras e, como nós, espalham-se pelo planeta.

Cada Maçom deve zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, e a união deve reinar no nosso meio, visando o bem comum.

Fonte: Arte Real – Trabalhos Maçônicos

março 30, 2025

INFLUÊNCIA JUDAICA NA MAÇONARIA - Michael Winetzki

NOS FARÓIS DA SABEDORIA - Adilson Zotovici




Para servir aos navegantes

Nos faustos mares da mestria

Em verdade pares pujantes

Na efêmera travessia


Companheiros edificantes !...

Que com a mesma primazia

Iluminam aos viajantes

Se mar revolto ou calmaria


Aos obreiros, que seus talantes,

De conhecimentos à porfia

Quais marinheiros, almirantes,

Juntos seguem a mesma guia


Firmes, igualmente brilhantes,

Atenção...luz anuncia

Aos livres pedreiros buscantes

À água mansa ou bravia


Em lives, aos palestrantes,

Qual “ práticos “ assessoria

Levando a luz aos mais distantes

Enfáticos na serventia


Em canteiros os mais constantes

*“Faroleiros”* em tutoria

Nas “virtuais” operantes

Nos *“Faróis da Sabedoria” !* 


Reconhecimento, homenagem e gratidão aos criadores, administradores , promotores das palestras Virtuais e mediadores como  *“Faroleiros”*,  Ednilson Silva, Izautonio Machado, Airton Carvalho, Márcio Gomes, Silvério Ribeiro, Marcio Silva, Cledson Cardoso, Julio Nahuz, que mantém acesos os *FARÓIS DA SABEDORIA*... Grupo Virtual de Estudos Maçônicos, Epaminondas Online, Luz e Conhecimento, Lux In Tenebris, Liceu, Urânia...

O FUTURO DA MAÇONARIA – DESAFIOS E RESPOSTAS - Leon Zeldis



Esta é uma matéria que nos remete à reflexão. Atualíssima, o autor só se engana quando pensa que o que está acontecendo nos EUA, Inglaterra e Israel não acontece no Brasil, por exemplo.

O ponto interessante é que a solução apresentada passa pela retomada dos valores filosóficos e esotéricos. O problema é o mesmo de sempre: geriatrificação da Ordem, recrutamento ruim e evasão.

O Tradutor: Ranvier Feitosa Aragão


Nos círculos maçônicos através do mundo, particularmente nos países de língua inglesa, a questão do futuro da Ordem tornou-se um assunto urgente. Os últimos quinze anos foram marcados por uma gradual erosão do número de maçons no mundo. Nos Estados Unidos, para dar um exemplo, dos anos 50 até o fim do século passado, os membros das 50 Grandes Lojas diminuíram mais do que quinze por cento. Esses números são motivos para uma séria reflexão. Algumas lojas tiveram que fechar, outras desapareceram e, em todos os lugares, a manutenção dos bonitos templos maçônicos, que eram nossa janela de orgulho para o mundo, tornou-se um peso, uma carga quase insuportável.

Têm sido feito tentativas para se encontrar a causa dessa situação. Obviamente, há uma combinação de fatores. Alguns observadores, nos Estados Unidos, alegam que isso é o retorno à dimensão normal da Fraternidade depois da incomum expansão que teve lugar após a Segunda Guerra Mundial; outros pontos são as mudanças experimentadas pela sociedade no último século, e particularmente nas últimas décadas. Percebemos a crescente auto preocupação das gerações mais jovens, a síndrome de “tampa de metal de motor de avião”[4], a influência da televisão e agora da internet, fazendo com que as pessoas fiquem mais sedentárias e menos gregárias.

Esta situação, que também é sentida no nosso país, não parece ter o mesmo efeito em outras regiões do mundo, tais como a América Latina, França e Turquia, para dar alguns exemplos onde a Maçonaria segue as regras tradicionais de rigorosa seleção dos candidatos, lenta progressão nos graus – um ou dois anos entre um grau e o próximo – pequenas lojas, exigência da presença de cada irmão em loja.

Se quisermos mudar o curso da presente tendência, acredito que nosso problema tem que ser analisado porque ele é composto de dois fatores igualmente importantes: aquisição e retenção.

A primeira questão é como fazer nossas lojas atrativas para as gerações jovens. Aquisição, este é o primeiro passo fundamental. Vamos pensar um pouco. O que podemos oferecer para um jovem com seus trinta ou quarenta, o que faria ele querer participar de uma loja? Naturalmente, um amigo ou um parente. Talvez esta seja a mais comum fonte de recrutamento. Entretanto, está longe de ser a coisa certa. Quanto dos familiares na sua própria loja tem sido bem sucedido com a prole? Eu me pergunto se você precisa das duas mãos para contar os dedos.

Somos uma associação voluntária. Não fazemos publicidade e geralmente não pedimos as pessoas para se tornarem maçons, o que seria contra uma de nossas regras. “De você possuir livre arbítrio e vontade própria”[5], e assim por diante. Então, ao contrário do comerciante vendedor de rosquinhas ou roupas, que pode fazer propaganda e ofertas especiais, liquidações e queima de estoque, devemos oferecer alguma coisa que nossos “cliente” – aquele inocente provável candidato – será enfeitiçado para comprar por sua própria vontade. Pela sua própria vontade e escolha.

Permitam-me divagar. Alguns de vós podeis estar tentando segurar seus cavalos com todas as forças para não pular prá cima é gritar: “Mas isso vem sendo feito nos Estados Unidos”. Sim, é verdade, mestre maçom de um dia – chamam isso de Grande Classe de Mestres: Iniciação, Passagem e Elevação[6] de umas poucas centenas de candidatos em um dia. Certamente, esta linha de montagem maçônica tem divergido das barganhas de vendas de porão. Mas, no comércio, liquidações geralmente terminam com o fechamento do negócio. Vamos torcer para que isso não ocorra conosco.

Alguns críticos, ironicamente, chamam esses “maçons formados no atacado” de McMasons[7], duvidando que eles possam perceber o real significado das cerimônias das quais participam como mero espectador. Ainda não mensuraram a eficiência desse procedimento. Alguns observadores alegam que não há diferenças entre os mestres tradicionais e aqueles promovidos em dois meses. Essas diferenças não emergem com muita ênfase nas lojas hemorrágicas, as quais continuam perdendo dois ou três por centro de seus membros a cada ano.

Então, pergunto novamente, o que podemos oferecer? Alguma coisa que é única em nossa organização, a qual não se pode encontrar no Rotary ou no Lyons ou num London Club.

Fraternidade? Sim, certamente. Mas similar conexão de irmandade existe entre graduados de uma mesma universidade, membros de uma mesma sinagoga, entre veteranos de uma organização militar.

O que nós temos diferentes dos outros é uma tradição esotérica. Uma filosofia, não uma religião, mais tolerante que todas as religiões. Uma tradição de ensinamentos por símbolos. Somos uma academia como nenhuma outra, com um currículo que traz junto a essência das melhores idéias filosóficas que orientaram a educação da civilização ocidental.

E nos temos um segredo. Sim, o segredo da Maçonaria. Acordem, confrades, porque agora eu vou revelar nosso segredo para que todos possam ouvir! Nosso segredo é – tamborilhar dando voltas no quintal – nos podemos melhorar as palavras, por favor.

Grande segredo! Grandes palavras! E agora, como propomos alcançar esta monumental tarefa? Vencendo o mundo com aço e fogo? Encontrando um meio de converter água em óleo? Fazendo o mundo inteiro falar hebreu?

De jeito nenhum. Simplesmente isso: melhorando a nos próprios.

Todo ser humano é capaz de polir as suas imperfeições, conter os seus impulsos, desenvolver inclinações positivas, que nós chamamos polir a pedra bruta. Se nós realmente quisermos, poderemos ser melhores.

Podemos fazer isso e ninguém pode fazê-lo por nós. Nem mesmo a Maçonaria. Recebemos ferramentas simbólicas: o malho e o cinzel, e talvez uma régua de 24 polegadas. Ferramentas que devemos manusear sozinhos.

E nossa esperança é que se nós próprios nos tornarmos homens melhores, nossa família se torna melhor, o ambiente a nosso volta melhora e, eventualmente, a sociedade em geral se torna mais tolerante, um lugar mais iluminado para viver.

Outra coisa, única na nossa organização, é que somos uma grande família, razão pela qual nos chamamos uns aos outros de irmãos, não é mesmo? Como em toda família, algumas vezes temos as nossas discordâncias. Vamos encarar isso, não é incomum os irmãos não se amarem uns aos outros, mas o sentimento básico é que os laços de irmandade permanecem fortes. São incontáveis as histórias de como um maçom socorreu outro. Homens que se encontraram pela primeira vez nas mais adversas circunstâncias, e que nunca mais vão se encontrar, tais quais velhos amigos, ligaram-se através dos laços fraternos da Maçonaria.

Então, vamos supor que tivemos sucesso na aquisição de um novo irmão para a Ordem. Ele é jovem, inteligente e bem educado. Como posso mantê-lo em loja? Este é nosso segundo problema. Retenção.

Camaradas, tenho visitado bastante poucas lojas americanas e também algumas na Inglaterra, não muitas, admito. Sempre, em todos esses lugares, eu fui muito bem recebido, mas, para ser honesto, repito-lhes o que senti, frequentemente, fiquei aborrecido.

Abertura ritualística, minutas, boas-vindas ao visitante, relatório do tesoureiro, informações sobre doença de irmãos, aprovação de despesas (que é uma contra-senha americana) e, então, do lado de fora, vamos comer. Alguns lugares que visitei, pararam a cerimônia no meio para jantar e depois continuavam. Em algumas lojas, a “comida” foi uma xícara de café e um pedaço de bolo.

E então, se queixam dos membros que não vêm para a reunião. Penso que aqueles que vêm deveriam receber uma medalha pela persistência no cumprimento do dever[8].

Mas não vamos discutir o que eles fazem no exterior. Vamos pensar no que podemos fazer aqui, na nossa casa.

Primeiro que tudo, vir para a loja deveria ser divertido. Deveria ser uma experiência prazerosa que você gostasse de repetir para que se deliciasse novamente.

Afora a convivialidade[9], deveria ser uma estimulação mental. Faça disso uma ocasião para pensar, para trocar idéias, para ensinar e aprender. Há um velho ditado que diz que se duas pessoas têm um dólar cada uma, se elas os trocarem, cada um deles ainda terá um dólar. Mas, se cada uma delas tem uma idéia e se as trocarem, agora cada uma delas terá duas ideias.

Alguns dirão, não somos autores ou estudantes, não temos tempo para fazer pesquisa ou para escrever artigos. Verdade, em parte. Tenho visto jovens muito ocupados em suas vidas profissionais que encontram tempo para fazem alguma coisa que gostam, como visitar livrarias e pesquisar material na internet. Eles produziram maravilhosos artigos, alguns dos quais fiquei feliz por ter publicado enquanto era editor do Haboneh Hahofshi.

E se a loja não for capaz de produzir seu próprio material para discussão, há um mundo de literatura maçônica disponível para formulação de perguntas. Pegue um jornal ou um livro e peça a alguém para ler algumas páginas. Depois discuta. Converse com cada um. A conversa é a argamassa da amizade.

Outra ideia é envolver a loja com uma sociedade de pesquisa, como o Quatuor Coronati Correspondence Circle, o Philalethes ou a Southern California Research Lodge. São centenas de fontes de onde você pode receber interessantes materiais, próprios para leitura e discussão.

Por favor, não me interprete mal; não estou alegando que a loja deveria ser uma sociedade de debates. Mas ela deveria ser um lugar para nos afastarmos das preocupações diárias, onde pudéssemos se afastar dos negócios, preocupações, ansiedades e devotar duas horas ao prazer, ao entretenimento e ao diálogo estimulante.

Alguns de vós podeis estar perguntando por que eu não falei uma palavra sequer sobre ritual? Como você pode acreditar, o ritual é o coração da Maçonaria. Bem, não exatamente. Eu diria que o ritual é o esqueleto, a espinha dorsal da loja, sem a qual esta poderia desmoronar. Mas não é suficiente. Precisa de corpo e de sangue de participação ativa. Deixe-me perguntar, porque temos rituais em loja? Por que o mestre não pode apenas bater o martelo e anunciar que a loja está aberta para os assuntos[10]?

Porque o tempo perdido na ritualística da loja tem dois propósitos: o primeiro é nos lembrar de que a nossa loja não é simplesmente outro clube ou uma reunião de conselho. Reunimo-nos num local consagrado, o templo maçônico, que simboliza o centro do universo. Abrindo a loja, também abrimos uma extensão de intervalo de tempo[11]. Em outras cerimônias destacamos que a loja abre ao meio dia e fecha à meia noite. Símbolos, símbolos.

O segundo propósito para o ritual é termos um tempo para sossegar, para pararmos de pensar na desordem e nas batalhas sem fim do mundo lá fora. A loja é uma ilha de paz, de reflexão e de relaxamento. A repetição exaustiva das palavras do ritual permite libertar nossa mente dos problemas diários, deixando-a pronta para o trabalho maçônico.

Agora, o ritual é importante, sendo recomendável que a iniciação[12] maçônica seja levada a efeito com o coração e sem erros. Também nos lembramos que a iniciação não é para nós, é para o candidato. E se um dos oficiantes[13] esqueceu uma palavra ou, ao invés, proferiu outra, não causa nenhum prejuízo. O candidato não a conhece. Então, só haverá prejuízo se um intrometido se apresentar “corrigindo” o erro.

A iniciação bem apresentada é como um jogo. Depois que tiver terminado, se todos foram bem sentiremos a satisfação pela perfeição dos trabalhos. Mas, então, depois da cerimônia, começa a segunda tarefa, não menos importante, que é explicar aos candidatos o que foi feito, porque foi feito e o seu significado simbólico[14].

As instruções maçônicas não são, ou não só, rotina de aprendizagem de uma série de perguntas e respostas, ou repetição do ritual até a perfeita expressão das palavras. Pretendem conscientizar o aprendiz ou do novo artesão da profundidade dos nossos símbolos, da nossa história, nossas tradições, nossos inimigos e vitórias. Assim, eles sentirão orgulho de serem maçons.

É como ir à ópera pela primeira vez cantando em húngaro. Gostamos da música mas não captamos muito coisa do libreto[15]. Somente se viermos por uma segunda vez e havermos lido a tradução conseguiremos entender completamente o drama musical. E os nossos dramas são mais velhos do que todas as óperas do mundo.

Agora venho com um assunto que até não muito tempo atrás foi um tabu em nossas lojas: a participação das mulheres na maçonaria. Nesse momento, o assunto está fora de questão[16]. Não podemos ignorar que nossas mulheres não são aquelas senhoras da literatura do século XIX, prontas para desmaiar na primeira onda do ventilador. Elas são bem educadas, bem informadas[17], muitas seguem carreiras de sucesso e grande parte delas ganham mais dinheiro do que nós! Se elas estão interessadas em Maçonaria, encoraje-as por todos os meios, conte a elas o que nos fazemos, consintamos que leiam nossa literatura. O que quer que tenha sido impresso não é mais segredo.

O mais importante, as lojas, como um conjunto, devem incorporar as mulheres, nossas esposas, na vida da loja. As esposas dos maçons não devem se sentir do lado de fora.

Deixem-me-lhes contar um exemplo de sucesso: com frequência, na minha própria loja realizamos jantares (os chamamos de “mesas brancas”) juntamente com nossas esposas. Especialmente, depois de cada iniciação, nos asseguramos de que a esposa do candidato seja calorosamente recebida e isso a faz sentir-se bem-vinda. Há, naturalmente, o banquete anual de instalação. E, comumente, a loja tem muitos encontros festivos antes do pesar, e no dia da independência. Uma vez por ano, apresentamos a cerimônia do dia das rosas, seguindo o ritual oficial da Grande Loja. Uma vez por ano promovemos um fraternal fim de semana num hotel de estação[18] para a família inteira, incluindo um Seminário Maçônico na manhã de sábado, o qual tem melhorado ano após ano.

Camaradas, temos conseguido fazer da loja um assunto de família e o resultado é que temos perdido muito poucos obreiros.

É esta a fórmula válida para todas as lojas? Provavelmente não. Talvez em uma loja os membros estejam mais interessados em arte, em música ou teatro. O princípio é o mesmo, manterem-se juntos, não somente dentro do templo mas fora dele, onde toda a família possa participar.

A nossa não é a única experiência. Há duas semanas, recebi uma carta da Grand Lodge of South Australia. Eles fizeram um detalhado artigo intitulado “O Novo Milênio, Maçonaria e Mulher”[19]. E quais foram as conclusões: certo, exatamente o que descrevi, acrescentando outras recomendações interessantes, como a dispensa dos discursos maçônicos e brindes de sempre num festival de pranchas, e minimizar as horas em loja a fim de que os homens não cheguem muito tarde em casa.

Entretanto, o mais interessante aspecto do artigo é a atitude positiva, refletindo na direção da Maçonaria Feminina, incluindo a recomendação de desenvolver políticas de relações com as mulheres, e formar o “Programa de Relações da Mulher com a Maçonaria”[20]. Uma Sugestão posterior é permitir a Ordem das Mulheres utilizar o nosso templo e desenvolver conjuntamente atividades sociais, cerimoniais e intelectuais.

A nossa organização é singular. Forma uma assembleia de homens que se encontram regularmente, não para ganhar dinheiro, não para promover seus negócios, mas para aprender a se tornar melhores homens e melhores irmãos um para o outro.

Comecei com um comentário que pode ter soado pessimista. Esta não é minha crença. Acredito que a Maçonaria, uma sociedade que existe há centenas de anos, sobreviverá por muito mais séculos porque preenche uma necessidade. Talvez nossas lojas sejam poucas, talvez sejam pequenas, mas haverá Maçonaria em todos os países onde os homens são livres para pensar sobre eles mesmos, livres para se reunirem pacificamente para suas próprias alegrias e a melhoria da sociedade na qual vivem.

Isso me traz para o último assunto que eu quero abordar nessa oportunidade, a ação do maçom e da Maçonaria como um corpo, nos assuntos mundanos.

Nos últimos séculos, os maçons foram os lideres dos movimentos de libertação contra o colonialismo no século XIX. Foram os líderes contra a intolerância religiosa e o controle clerical em muitos países ao longo do século XX. Lutou contra os males da escravidão e do colonialismo. Com a separação da igreja do estado, levantamos bandeiras a favor de muitas coisas que hoje acreditamos sejam parte integrante de uma nação iluminada.

Foi o que fizemos? Vamos nós, os maçons do mundo de hoje, descansar sobre nossos lauréis, regozijar-se repetidas vezes com as glórias do passado? Quantos homens como Washington, Bolívar, Marti e Garibaldi lutaram pela liberdade dos seus países? Somos uma geração de folgazões, de homens com os olhos no passado, ou estamos olhando para a frente na direção do nosso futuro, rivalizando-se com os nossos predecessores, mas de outra forma, apropriada para o mundo no qual vivemos agora?

Há muito o que nós podemos fazer. O mundo está assediado pela moral perigosa do fanatismo, intolerância religiosa, superstição, assolado pela superpopulação, esgotamento de recursos naturais, poluição, doenças e fome.

Se nós procurarmos encontrar um denominador comum para todos esses males, acredito que o que chama a atenção, entre todas as possibilidades, é esta: ignorância!

E é contra ela que nossa futura contribuição deve ser focalizada: educação. E isso já está sendo feito. Foi feito no passado, deve ser feito agora e no futuro. Os maçons foram e são envolvidos com educação em todos os níveis. Criaram universidades: Girard College nos Estados Unidos, a Free University of Brussels, Universid de La República de Chile, são alguns exemplos. Filantropia é louvável, mas a mais alta forma de filantropia é a educação.

Se nós como maçons pudermos inculcar nas nossas instituições educacionais nosso espírito de tolerância, democracia e respeito à pessoa, estaremos fazendo agora o equivalente ao que nossos libertadores fizeram dois séculos atrás.

Acredito que os maçons têm coragem e encontrarão vontade para se levantar e mostrar o caminho da luta contra a ignorância, a base de todos os males que ameaçam o futuro da raça humana.

Podemos começar agora, podemos começar aqui.


Fonte:  MASONIC PAPER[1] de R.W.Bro. Leon Zeldis

[1] HTTP://www.freemasons-freemasonry.com/zeldis05.html

[2] Past Master

[3] perito.ranvier@gmail.com

[4] Bowling alone syndrome

[5] “Of you own free Will and accord”

[6] “Initiation, Passing and Raising”. Salvo melhor juízo, são os graus simbólicos no Rito de York e no de Schröder.

[7] Sem equivalência no nosso idioma, o termo, na opinião do tradutor, parece designar um “meio-maçom”, e não um maçom propriamente dito.

[8] I think those who do come should get a medal, for endurance beyond the call of duty.

[9] conviviality

[10] For business

[11] ... we also open a stretch of time out of time.

[12] Masonic ceremony

[13] officer

[14] It is supposed to accomplish.

[15] Texto da ópera

[16] Now It’s out in the open.

[17] well read

[18] Holliday resort

[19] “The New Millennium, Freemasonry and Womem”.

[20] “Freemasonry and Women Relations Program”


FONTE:  conhecendomaconaria.

março 29, 2025

PROPRIEDADES HUMANAS E MAÇONARIA - Newton Agrella






Viver é rigorosamente um ato de dignidade.

E ao ser humano cabe-lhe preservar a Vida como o seu bem mais precioso.

Nesse aspecto a Maçonaria, cuja essência se condensa através das mais diversas correntes do pensamento, é por si só, um instrumento de orientação e uma verdadeira Oficina para que o Homem possa construir seu templo com o seu coração voltado à Virtude e seu Raciocínio na busca da Evolução.

Razão e Emoção caminham de mãos dadas desde sempre, posto que são atributos humanos e disposições  indissociáveis da alma.

Por isso, quando o Obreiro encontra-se em seu canteiro, buscando dar forma, beleza e sustentação à sua pedra bruta, ele se depara com os mais antagônicos pensamentos e inúmeros percalços que fazem parte de um processo de aprimoramento ético e moral de sua complexa Existência.

É a permanente busca da estabilidade que se constrói através das Artes, das Ciências e da Filosofia.

A recompensa não está em "ser"  ou  "vir a ser".  

Ela está sim,  em "ser reconhecido".

Quando se diz que  "viver é um ato de dignidade" , isso significa ter respeito e "consciência" de si mesmo, sem que isso se transforme em orgulho ou soberba.

O trabalho de construção do templo exige do Maçom:

Humildade para ouvir; 

Observação  para perceber tudo aquilo que se passa a seu redor;

Comprometimento para ser o executor de suas atribuições;

Intensidade para tornar o trabalho profícuo;

E  sobretudo devoção aos princípios da Ordem, no seu legítimo significado filosófico, que se constitui na obediência, respeito e cumprimento dos postulados universais maçônicos.

Só se constrói aquilo que a emoção incentiva e a razão estabelece.

Assim é a Vida. 

Um retrato da universalidade de nossa "Consciência" e um documento virtual de nosso Pensamento.



março 28, 2025

ALBERT PIKE: BREVE RELATO DE SUA VIDA E OBRA - Cloves Gregorio











Quando se fala em personalidade do Rito Escocês Antigo e Aceito, quase todo maçom pensa automaticamente em Albert Pike. O nome deste Maçom é citado tanto por estudiosos da história e filosofia da fraternidade, quanto por seus detratores, que por sinal não são poucos. Albert Pike, nasceu em Boston, Massachusetts, no ano de 1809. Segundo uma pequena biografia, na versão em português de Moral e Dogma da Livraria Maçônica Paulo Fuchs:

Recebeu sua educação inicial em Newburyport e em Framingham, e em 1825 ingressou no Harvard College, sustentando-se e ao mesmo tempo ensinando. Tinha chegado apenas ao ginásio quando suas finanças o compeliram a continuar seus estudos sozinho, ensinando enquanto estava em Fairhaven e Newburyport, onde era professor efetivo do curso de gramática e depois teve uma escola particular. Anos mais tarde, alcançou tal distinção na literatura, que recebeu o grau de Mestre Honorário em Artes na Universidade de Harvard, da qual ele tinha sido excluído no colégio por falta de possibilidade de pagar seus estudos.

Pike era como qualquer erudito de seu tempo e atuou em diversas áreas. Desde um nômade viajante pelas terras do Oeste, de onde lhe rendeu até mesmo um Livro (Prose sketches and poems written in the western country), a jornalista para o Little Rock Advocate. Em 1835 foi autorizado a advogar no Arkansas, e o fez até a guerra do México, quando se juntou as tropas em 1846. Depois de atuar como advogado até na suprema corte dos EUA, escreveu o livro “As máximas da legislação Romana e Francesa” em três volumes. Pike tinha uma proximidade grande com os povos indígenas, e atuou representando a defesa dos mesmos, chegou a ganhar uma causa milionária em conjunto com sua equipe em favor dos índios Choctaw. A pequena biografia ainda diz que Albert Pike “Foi indicado Comissário para as tribos do Território Indígena. Como tal, conseguiu a aliança dos índios Creek, Seminole, Choctaw, Chickasaw e parte dos Cherokee com a Confederação. ”.

Em agosto de 1861 recebeu o posto de General Brigadeiro dos Estados confederados e comandou destacamentos de indígenas, mas sua carreira de militar não foi tão espetacular quanto foi a de advogado e escritor, perdeu batalhas e foi preso. Após o término da guerra Pike morou em Memphis no Tennesse e depois fixou residência em Washington D.C. Foi advogado atuante na corte até 1880 e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Jurisdição Sul dos EUA por 32 anos.

A pequena biografia termina descrevendo os dizeres da estátua de Pike, do qual reproduzirei agora:

“Pioneiro, um cruzado da justiça para os índios americanos, brincalhão, reformador, jornalista, filósofo, advogado proeminente……general da Guerra Civil, violinista, cantor, compositor; realmente, um homem da Renascença”.

Algumas Curiosidades sobre a vida Maçônica de Pike e suas Obras

Maçônicamente Albert Pike é um expoente no Rito Escocês, tendo sido Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Jurisdição Sul dos EUA do ano de 1859 até sua morte em 1891. Além de ter contribuído com a reformulação dos graus, diversas obras são utilizadas até hoje na educação maçônica dos irmãos filiados aquele Supremo Conselho, como por exemplo o programa Mastercraftsman (mestre artesão), que compreende ensinamentos complementares do Rito Escocês e que utiliza o Esoterika, que é um livro de apoio do Módulo I – Loja simbólica, e o Moral e Dogma, versão comentada por Arturo de Hoyos no Módulo III – A filosofia do Rito Escocês.

O Moral e Dogma, considerado sua obra prima, compreende ensaios filosóficos utilizando os símbolos do Grau 1 ao 32 do REAA, com o intuito de melhorar o entendimento dos irmãos que galgam aos graus superiores. O livro também é alvo de conspiracionistas e antimaçons, do qual até inventaram um capítulo contendo o “segredo” do Grau 33 que basicamente se resume em atingir a iluminação através de Lúcifer, sendo que conforme dito anteriormente, o Livro só vai até ao Grau 32. Talvez o mais famoso antimaçom detrator do sábio maçom seja Léo Taxil, que atribuiu a figura de Pike um título equivalente a “Papa da Maçonaria” e que em suas palavras em uma conferência realizada em 19 de abril de 1897, confessa suas mentiras:

Outro motivo era que tínhamos situado nos Estados Unidos, em Charleston, o centro do Paladismo, dando-lhe como fundador o defunto General Albert Pike, Grão-Mestre do rito escocês na Carolina do Sul. Este maçom célebre, dotado de grande erudição, havia sido uma das altas luzes da Ordem; nós o convertemos no primeiro papa luciferiano, chefe supremo de todos os
francos-maçons do globo, conferenciando regularmente, toda sexta-feira, As três da tarde, com o Senhor Lúcifer em pessoa.

 Ou seja, Léo Taxil só não passava de um embusteiro aproveitador.

Aos que pretendem ler a famosa obra, é importante salientar que a parte que aborda o simbolismo no Moral e Dogma é referente ao trabalho Litúrgico realizado nas Blue Lodges americanas, ou seja, o Rito de York, e não ao Rito Escocês como conhecemos no Brasil. Um exemplo disso são as ferramentas apresentadas para o Grau de Aprendiz, que são o Maço e a régua de 24 polegadas, conforme imagem de apoio. Uma curiosidade a ser apresentada é que quando Falamos Rito Escocês Antigo e Aceito ou Rito de York nos EUA, refere-se aos sistemas de graus superiores.

Ainda Hoje existe uma estátua de Albert Pike que foi erigida pelo Supremo Conselho do Grau 33 do REAA para jurisdição Sul dos EUA, logo após sua morte em 1891. Segundo o site do “The El Paso Scottish Rite”, Pike é o único oficial militar confederado que tem uma estátua ao ar Livre em Washington, DC. Em 2017, o monumento foi alvo de protestos e vandalismos como denunciou Edgar Freitas em seu maravilhoso “York Blog”. Os protestos se devem ao Maçom ter sido General do exército confederado, mas como aponta o próprio autor do Blog, já aconteceu antes só que por fundamentalistas religiosos, além de ser um prato cheio para políticos aproveitadores.

Outra curiosidade sobre Pike trazida pelo site do “The El Paso Scottish Rite”, é que o mesmo em 1883 foi recebido em El Paso para instalar a primeira Loja do Rito Escocês na região e na ocasião ele próprio supervisionou e ajudou um carpinteiro local chamado John J. Stewart (Mais escocês que isso impossível) na confecção da mobília para a sala da Loja, que incluía desde o altar em redwood (Sequóia) com chifres em cobre a colunas, corrimões e candelabros de madeira. Esse mobiliário foi utilizado pela Loja de Perfeição no vale de El Paso até 1952, quando perceberam que o material se deterioraria e o separaram em uma sala para preservação e exibição dos itens. Hoje essa sala é conhecida como a “Sala de Pike”.

Referências

PIKE, Albert. Moral e Dogma. Tradução de Ladislau Fuchs.

NETO, Edgard Costa Freitas Neto. Estátua de Albert Pike no centro de controvérsia nos EUA. Disponível em: https://york.blog.br/estatua-de-albert-pike-no-centro-de-controversia-nos-eua/. Acesso em maio de 2019.

TAXIL, Leo. A conferência de Leo Taxil. Tradução de L P Baçan.

El Paso Scottish Rite. Albert Pike Room. Disponível em: http://www.elpasoscottishrite.org/albert-pike-room.html. Acesso em maio de 2019.

março 27, 2025

OS DEZ TIPOS DE MAÇONS


*1. Aqueles que ingressam para tirar proveito*

• Entram na Ordem esperando benefícios rápidos.

• Quando não conseguem, abandonam.

• Retornam apenas quando precisam de algo.

• Gabam-se da condição de maçom para fins pessoais.


*2. Os curiosos*

• Entram apenas por curiosidade.

• Não se entusiasmam e desaparecem rapidamente.


*3. Os que cedem à insistência de padrinhos*

• Entram sem interesse genuíno.

Aos poucos, vão se afastando.


*4. Os vaidosos*

• Gostam da filosofia maçônica, mas são consumidos pela vaidade.

• Se não são escolhidos para cargos importantes, criam outras lojas para obter destaque.


*5. Os que tratam a Maçonaria como um clube recreativo*

• São assíduos, mas não levam os princípios a sério.

• Conversam nas colunas, se irritam com reuniões longas e priorizam apenas o ágape.


*6. Os questionadores sem humildade*

• Logo no início, fazem perguntas não para aprender, mas para constranger irmãos mais experientes.

• Depois, como Mestres, se arrependem da postura inicial.


*7. Os críticos constantes*

• Observam falhas da administração e dos irmãos apenas para criticar.

• Não reconhecem os acertos nem contribuem com palavras de apoio.


*8. Os impacientes*

• Irritam-se com irmãos que falam demais.

• Desconsideram a mensagem quando acham o discurso longo.


*9. Os prolixos*

• Excedem-se no uso da palavra, repetem ideias já ditas e divagam.

• Pouco acrescentam ao conhecimento dos irmãos.

• Devem aprender a ser objetivos e úteis em seus discursos.


*10. Os verdadeiros maçons*

• São a maioria.

• Já possuíam o espírito maçônico antes mesmo de serem iniciados.

• Compreendem que a Maçonaria exige doação, humildade e comprometimento.

• Buscam elevação moral, intelectual e espiritual.

março 26, 2025

AS COLUNAS NA ARTE REAL




À entrada de um Templo ou Loja Maçônica encontram-se em permanência duas colunas que simbolizam as colunas do pórtico de entrada do Templo do Rei Salomão, na Antiga Israel. As colunas Boaz e Jackhim.

Boaz era avô do bíblico Rei David, e Salomão, seu bisneto, o glorificou nomeando a coluna da esquerda com o seu nome. Boaz é por sua vez também, a palavra hebraica que significa “força”.

Jackhim, a coluna da direita, tem a sua origem numa pequena corruptela que deriva da junção da letra “Iod”, simbolizando Deus (“Jah/Yahvé”) com a palavra hebraica “Ahkin” que significa “estabelecer”.

Cuja interpretação da leitura das colunas se poderá entender como “Deus estabelecerá (o seu reino) na força”. Existindo aqui a clara impressão da presença do deus (Yahvé) do Antigo Testamento, um deus todo-poderoso, implacável e pouco tolerante com os erros dos seus seguidores, contrastando com o mesmo deus do Novo Testamento, este já, um Deus do Amor e da Paz.

Todavia, existe também uma lenda enoquiana (pré-diluviana) que aborda a criação de duas colunas preparadas cada uma de um material específico de tal forma que uma resistisse à água (em argila) e outra ao fogo (em pedra) e que dessa forma não se perdessem através dos tempos…; e que no seu interior oco foram guardados vários textos que continham a sabedoria existente à época. Essas colunas designam-se por “Colunas de Seth”. O próprio reverendo James Anderson, nas suas “Constituições dos Franco-Mações” as tinha relembrado no contexto da “Lenda do Ofício”, em particular no Canto dos Mestres. E a Maçonaria atribui-lhes também uma particular importância.

Diz-se que os maçons encerram nas suas concavidades interiores, todos os seus segredos e sabedoria. Logo, eles não estarão à vista de qualquer um, mas somente de quem os saiba corretamente interpretar.

São essas as colunas que sustentam a nossa Ordem, pois ao “guardarem dentro de si” a sabedoria e conhecimento maçônico, obrigam a que os obreiros ao partirem a sua pedra (estudar/trabalhar), possam atingir essa sabedoria oculta no seu interior.

Quem ao entrar numa catedral, nunca reparou nos belos entalhes na pedra, símbolos esses do legado maçônico dos artificies pedreiros que na pedra, gravaram os seus conhecimentos e símbolos e que até hoje persistem nessas construções.

Mas, ultrapassando a questão da existência simbólica e da simbologia da nomenclatura das colunas, no Templo Maçônico elas se encontram também tal como no Templo de Salomão, na sua entrada. Sendo por entre elas que os Obreiros efetuam a sua entrada em Loja. Admitindo-se desta forma, que elas formam uma espécie de portal imaginário para outra dimensão. Quando um Obreiro as ultrapassa, entra num novo mundo, a sua Loja Maçônica.

Em Loja, existem também outras colunas:

1. As colunas humanas, a Coluna do Norte e a Coluna do Sul, onde têm assento os irmãos Aprendizes (N) e os irmãos Companheiros (S). (os irmãos Mestres têm assento em ambas as colunas, ficando apenas localizados à frente dos restantes irmãos). E cada uma delas, depende de um Vigilante. A coluna do Norte tem como seu oficial o “Segundo Vigilante”, e a coluna do Sul, o “Primeiro Vigilante”.

2. As colunetas de Ordem Grega (Jónica, Dórica e Coríntia) que se encontram sobre o Pavimento Mosaico, e que representam as três Luzes da Maçonaria, a “Sabedoria”, a “Força” e a “Beleza”.

3. As colunas zodiacais, que simbolizam os doze signos do Zodíaco e que se encontram espalhadas em partes iguais nas colunas do Norte e do Sul.

4. E finalmente, a Coluna da Harmonia, onde tem assento o Mestre da Harmonia. Irmão esse, que se encontra encarregado de “iluminar” o Templo com a sua arte musical.

E assim ficaram descritas as colunas maçônicas, cada uma no seu gênero, mas todas ligadas entre si…