Michael Winetzki
ESCRITOR - PALESTRANTE - CONSULTOR (61.9.8199.5133)
novembro 11, 2025
ARLS ATHAMARIL SALDANHA 3119 - Campo Grande MS
A VERDADEIRA FORÇA DA MAÇONARIA - Brian Ribin
*A verdadeira força da Maçonaria não está na perfeição, mas na superação*.
Conor Moorman, que convive com tetraplegia desde a infância, é a prova viva disso. Ao completar 18 anos, ele bateu à porta da fraternidade ciente dos desafios, mas determinado a fazer parte de algo maior. 13 anos depois, não apenas venceu essas barreiras como se tornou um líder atuante, servindo em comitês e sendo eleito Venerável Mestre por quatro mandatos consecutivos. Sua trajetória inspira outros maçons com deficiência, mostrando que as qualificações internas prevalecem sobre as limitações físicas. Pertence à Grande Loja da Califórnia nos Estados Unidos.
Historicamente, a Maçonaria exige que os candidatos estivessem em "sã consciência e pleno gozo de suas faculdades mentais", o que excluía muitas pessoas com deficiência. Foi após a Primeira Guerra Mundial, com o retorno de irmãos mutilados, que a fraternidade começou a revisar seus conceitos. Um grão-mestre de Rhode Island declarou em 1918 que as qualidades mentais e emocionais deveriam ser primárias, enquanto as físicas seriam secundárias, um princípio que abriu as portas para uma nova compreensão de inclusão.
Conor Moorman foi iniciado em 2011 na Loja Atascadero nº 493. Ele atuou como presidente do Comitê de Caridade de sua Loja e foi membro do Comitê de Construção. Quando sua Loja-Mãe fez uma fusão com a Loja "Thaddeus Sherman nº 196" em 2021, Moorman foi eleito o primeiro Venerável-Mestre da nova Loja.
Não que tenha sido fácil para Moorman, que usa cadeira de rodas e fala através de um aparelho, mas com muito carisma ele disse: "Não consigo imaginar o quão difícil foi para mim receber os graus", diz ele. "Gostaria de ter estado na sala quando discutiram como me conceder o Terceiro Grau. Eles têm sorte de eu ser um bom motorista, porque me guiar pela sala de olhos vendados em uma cadeira de rodas grande seria difícil se eu não fosse."
Apesar da mobilidade limitada, Moorman se tornou um dos ritualistas mais proeminentes do Estado. Em 2022 e 2023, ele ganhou o Prêmio de Ritual Maçônico da Califórnia e conquistou o prêmio máximo da divisão diversas outras vezes
.
Fonte: CURIOSIDADES DA MAÇONARIA #maconariaeinclusão
ELA NASCEU PROPRIEDADE - SUAS PALAVRAS ECOAM LIBERDADE
Ela nasceu propriedade. Morreu com suas palavras impressas em milhões de passaportes — e a maioria das pessoas que as carrega não faz ideia de quem ela foi.
Raleigh, Carolina do Norte, 1858.
Uma menina veio ao mundo sem direitos, sem nome próprio, sem futuro.
Sua mãe, Hannah Stanley Haywood, era escravizada. Seu pai, quase certamente, o homem branco que a possuía: George Washington Haywood.
Chamaram a criança de Anna Julia. Por lei, ela não era uma pessoa — era uma posse.
Mas Anna Julia Cooper passaria a vida inteira provando que a lei estava errada. Catastroficamente errada.
Quando a liberdade chegou em 1865, ela tinha sete anos — e um desejo imenso: aprender.
Em 1868, matriculou-se na Escola Normal de St. Augustine, criada para formar professores negros. Aprendeu com fome de mundo, mas descobriu logo um limite imposto: os cursos avançados eram exclusivos para os homens.
As mulheres, diziam, só precisavam saber o suficiente para ensinar crianças ou agradar aos maridos.
Anna achou isso ridículo.
Exigiu o direito de estudar ao mais alto nível.
Eles recusaram. Ela insistiu.
Cederam — e ela superou todos os estudantes homens da escola.
Aos 23 anos, ingressou no Oberlin College, em Ohio — uma das poucas instituições que aceitavam mulheres negras.
Em 1884, formou-se em Matemática.
Três anos depois, conquistou o mestrado.
Num tempo em que o país acreditava que mulheres negras não tinham lugar na ciência, Anna provava o contrário com cada página que escrevia, com cada cálculo que resolvia.
Mudou-se para Washington, D.C., e tornou-se professora.
Em 1902, assumiu a direção da M Street High School (hoje Dunbar High School) e transformou-a numa lenda.
Sob sua liderança, os alunos estudavam latim, grego, matemática avançada e literatura clássica — enquanto o país dizia que eles só serviam para o trabalho braçal.
Seus estudantes entraram em Harvard, Yale e Oberlin, demolindo o racismo com cada diploma conquistado.
Os racistas do conselho escolar não suportaram.
Em 1906, fabricaram acusações e a forçaram a renunciar.
Mas Anna não desistiu. Continuou a ensinar. Continuou a escrever. Continuou a lutar.
Em 1892, publicou A Voice from the South, um dos primeiros livros de uma mulher negra a discutir raça e gênero na América.
Nele, escreveu:
“A causa da liberdade não é de uma raça, de um partido ou de uma classe — é a causa da humanidade.”
Décadas depois, aos 60 anos, enquanto muitos pensavam em aposentadoria, Anna decidiu conquistar um doutorado.
As universidades americanas lhe fecharam as portas. Então, ela atravessou o Atlântico.
Em 1911, começou seus estudos na Sorbonne, em Paris — enquanto trabalhava em tempo integral e criava filhos adotivos.
Em 1925, aos 67 anos, defendeu sua tese e tornou-se a quarta mulher negra da história a obter um Ph.D.
Aos 84 anos, fundou a Universidade Frelinghuysen, uma escola noturna para adultos negros em Washington.
Ensinou até quase o fim da vida. Viveu 105 anos — uma existência que atravessou a escravidão, a Guerra Civil, Jim Crow, o Renascimento do Harlem, as duas Guerras Mundiais e o nascimento do Movimento dos Direitos Civis.
Quando a Dra. Anna Julia Cooper morreu, em 27 de fevereiro de 1964, havia passado mais de um século provando algo simples e imortal:
que a mente de uma mulher negra é ilimitada,
que a educação é um direito,
que a liberdade é para todos. Se
Hoje, suas palavras viajam o mundo — impressas nos passaportes dos Estados Unidos, nas mãos de milhões que nunca ouviram seu nome.
Mas o esquecimento da história não apaga a força de uma vida.
Ela nasceu propriedade.
Morreu uma das mulheres mais educadas e inspiradoras da América.
E cada linha que escreveu, cada aluno que formou, cada barreira que rompeu — foi um ato silencioso de revolução.
Em memória de Anna Julia Cooper (1858–1964): nasceu escravizada, morreu impossível de ignorar — embora o mundo ainda tente.
Fonte: Sobre literatura: Facebook
novembro 10, 2025
O FUZILANENTO DE FREI CANECA - Maurílio Cesar de Lima
Fuzilamento de Frei Caneca nos arredores do Forte de São Tiago das Cinco Pontas, Recife, em 1825. Ilustração de Ivan Wasth Rodrigues, 1959
Frei Joaquim do Amor Divino Caneca (1779-1825), esteve envolvido em várias revoltas no Nordeste do Brasil durante o início do século XIX. Atuou como principal líder da Revolta de Pernambuco . Como jornalista, fundou e editou o Typhis Pernambucano , jornal semanal utilizado na Confederação do Equador.
A Maçonaria e suas ideias marcaram esses acontecimentos políticos. Por estranho que possa parecer, semelhantes idéias se implantaram em Pernambuco através do Seminário de Nossa Senhora da Graça de Olinda, pelo seu fundador, o bispo e maçom fluminense Dom José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, de cultura incomum para sua época. Este seminário, inaugurado em 16/02/1800 e fechado em 1817, formou além de Frei Caneca, vários sacerdotes que aderiram à revolução daquele ano contra o sistema monárquico e o governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro.
O Frei Caneca, da ordem carmelita, exerceu o posto de capitão de guerrilhas participou ativamente na revolta de 1817 contra Dom João VI e na revolta de 1824 contra Dom Pedro I. Em 1824 foi detido nas funções de Secretário das tropas sublevadas e Orientador espiritual, foi preso pelas tropas Imperiais e executado por fuzilamento em 1825.
Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, já ordenado em 1801, foi iniciado maçom, conforme registro do padre Dias Martins, em seu livro Mártires Pernambucanos, publicado inicialmente em 1853. Nessa obra, o autor acrescenta terem ingressado na Ordem, na mesma Loja Maçônica, os senhores Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, irmão de José Bonifácio, e o padre Miguelinho.
Percebe na correspondência de Frei Caneca a defesa dos ideais maçônicos e liberdade política, com a valorização da defesa da independência e liberdade política, que a maçonaria cultua ao indivíduo:
"A franco-maçonaria está mais adiantada [ ... ] porque está aqui [em Pernambuco] há mais tempo estabelecida e mais acreditada pela sua antiguidade no universo, universalidade na Europa, grandes personagens que nela têm figurado, pelos bens que há feito à humanidade, mormente no tempo da Revolução Francesa, e de presente da nossa independência e liberdade política."
Dirigindo o jornal O Typhis Pernambucano, Frei Caneca fazia sua pregação republicana, denunciando o "autoritarismo imperial" e conclamando a população à luta.
Em seu primeiro número, lançado em 25 de dezembro de 1823, o Typhis anunciava que o país parecia "uma nau destroçada pela fúria oceânica, ameaçando soçobro, carecendo da ajuda decidida e abnegada de todos os seus filhos".
Nas páginas de seu jornal, Frei Caneca, que tivera participação ativa na Revolução Pernambucana de 1817 e que, segundo o Conde dos Arcos, fora um dos que haviam transformado Pernambuco num "covil de monstros infiéis", considerava a Constituição Outorgada "iliberal e contrária à liberdade, à Independência e direitos do Brasil". Entendia ser o Poder Moderador "a chave mestra da opressão da nação brasileira".
Suas claras posições políticas também chamaram a atenção de Maria Graham, que, passando por Recife e observando o espírito de rebeldia que contagiava os pernambucanos, comentou sobre "um padre" lá existente, Frei Caneca, nele identificando, como em todo pernambucano, um sentido de independência.
Membro da Academia do Paraíso, uma das lojas maçônicas da época, em março de 1817, circula entre os revoltosos incentivando-os. No mês de maio, as tropas portuguesas ocupam Recife. Frei Caneca é preso e junto com outros líderes é remetido aos cárceres da Cadeia da Relação, na Bahia, onde fica até 1821.
As idéias de 1817 ainda estão bem vivas quando D. Pedro 1 dissolve a Constituinte em 1823 e decreta a Constituição de 1824, numa clara demonstração de seu poder Escuta-se a voz de Frei Caneca:
"Sim, é verdade que a Revolução de 1817 não arraigou, nem deu frutos maiores, porém podes negar que causou bens que não são para ser desprezados? (...) As sementes do liberalismo, que ela semeou, se têm desenvolvido de um modo incompreensível"
Frei Caneca apoiou a formação da primeira Junta Governativa de Pernambuco, presidida por um comerciante, Gervásio Pires Ferreira, que o nomeou para a cadeira pública de geometria da vila do Recife.
Em 1824, quando D. Pedro I dissolveu a assembléia nacional constituinte, passando a ter-se uma nova constituição outorgada no Brasil. As lutas políticas que opunham o poder local ao Império tomavam vulto cada vez maior em Pernambuco. No dia 2 de julho de 1824, os líderes pernambucanos romperam definitivamente com o poder central. Anunciaram a formação de uma nova república - a Confederação do Equador - e pediram a adesão das outras províncias do Norte e Nordeste.
Para Frei Caneca e o Partido Autonomista, escarmentados pelo fracasso republicano em 1817, "a autonomia provincial tinha prioridade sobre a forma de governo". Estariam prontos a entrarem num compromisso com o Rio, o qual, em troca da aceitação do regime monárquico, daria amplas franquias às províncias. Não haveria porque rejeitar a monarquia, desde que autenticamente constitucional e desde que preservasse as franquias.
Foi detido no exercício de suas funções de Secretário das tropas sublevadas, das quais era também orientador espiritual, pelas tropas imperiais a 29 de novembro, sendo conduzido para o Recife.
Foi preso e levado para um calabouço. No dia de Natal do mesmo ano, foi transferido de sua cela a uma sala incomunicável, para receber a sentença. Muito foi feito para que Caneca não fosse executado. Houve petições, manifestações de ordens religiosas, pedidos de clemência. Em vão.
Em 18 de Dezembro de 1824 ali foi instalada uma comissão militar sob a presidência do coronel Francisco de Lima e Silva (pai do futuro Duque de Caxias) para proceder ao seu julgamento sob a acusação do crime de sedição e rebelião contra as imperiais ordens de sua Majestade Imperial. Com plenos poderes para julgar e condenar sumariamente, o acusado foi condenado à morte por enforcamento.
Nos autos do processo, Frei Caneca é indiciado como um dos chefes da rebelião, "escritor de papéis incendiários", sendo os dois outros chefes, Agostinho Bezerra Cavalcanti, capitão de granadeiros e comandante do 4º Batalhão de Artilheiros Henriques, e Francisco de Souza Rangel, por ser do corpo de guerrilha e achado com os dois primeiros.
Ao todo foram executados onze confederados, dos quais três no Rio de Janeiro. O primeiro deles foi frei Caneca.
A 13 de janeiro de 1825, foi armado o espetáculo do enforcamento diante dos muros do Forte das Cinco Pontas. Despojado do hábito religioso, ou seja, "desautorado das ordens" na igreja do Terço, na forma dos sagrados cânones", ainda assim tendo três carrascos que se recusaram a enforcá-lo. A Comissão Militar ordenou seu arcabuzamento (Ação ou efeito de assassinar ou machucar através de tiros), ("visto não poder ser enforcado pela desobediência dos carrascos"), atado a uma das hastes da forca, por um pelotão sob o comando do mesmo oficial.
Seu corpo foi colocado junto a uma das portas do templo carmelita, no centro do Recife, Seu corpo foi deixado num caixão de pinho em frente ao Convento das Carmelitas, de onde os padres o recolheram e enterraram em um local até hoje não identificado.
O muro contra o qual o religioso foi fuzilado, vizinho ao Forte das Cinco Pontas, continua de pé. O local está marcado por um busto e por uma placa alusiva, colocada pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano em 1917.
Fonte: Breve história da Igreja no Brasil. Por Maurilio Cesar de Lima
E O VERBO? - Heitor Rodrigues Freire
Verbo é a classe de palavras que compõe a ideia de um fato, localizando-o no tempo. Geralmente, exprime uma ação, ativa ou passiva, um estado ou fenômeno, mas também pode expressar outros tipos de fatos.
As flexões verbais são variações que os verbos sofrem para concordar com o sujeito da oração em termos de pessoa, número, tempo, modo, voz e aspecto. Compreender essas flexões é crucial para a conjugação correta dos verbos em diferentes contextos.
Enquanto na gramática o verbo indica ação ou estado no tempo presente, passado ou futuro, no sentido filosófico-metafísico, o Verbo (Logos) representa a razão fundamental da existência, a ordem do ser e, em termos teológicos, o princípio divino criador e a manifestação de Deus no mundo, transcendendo a definição gramatical, e representa a razão, a ordem universal e o princípio criativo.
Linguagem e verdade são dois temas muito presentes nas obras de filósofos e teólogos da Idade Média. Quanto à linguagem, vale ressaltar o modelo de educação que esses pensadores receberam. Começava-se o estudo pelo *Trivium*, que inclui aqueles aspectos das artes liberais pertinentes à mente (lógica, gramática e retórica), e o *Quadrivium*, (aritmética, música, geometria e astronomia), pertinentes à matéria, constituindo assim o conjunto das artes liberais. É como hoje chamamos genericamente as ciências humanas e as ciências exatas.
E quanto à verdade? Na filosofia e na teologia, o Verbo possui duas vertentes principais:
Na tradição greco-romana (filosofia): O *logos* era visto como um princípio impessoal e abstrato de razão e ordem no universo. Era a lógica subjacente que garantia que o cosmos fosse harmonioso, estruturado e compreensível. Os seres humanos também possuíam *logos*, que era a capacidade de raciocinar e articular a essência do universo em palavras.
Já segundo a Bíblia, por meio do Verbo, Deus criou o universo e tudo o que existe.
Numa rápida consulta à IA do Google, podemos encontrar o seguinte:
“Embora a palavra portuguesa *verbo* não seja comum nas traduções do Antigo Testamento, o conceito de uma Palavra de Deus ativa, poderosa e criadora está centralmente presente através do termo *davar*. No pensamento hebraico, a davar de Deus é inseparável da ação. A palavra de Deus é criadora e realizadora; o que Ele diz, acontece. Por exemplo, no relato da Criação em Gênesis, Deus *fala* (‘E disse Deus...’) e a criação se realiza.”
Já a expressão "Verbo" (Logos) pode ser encontrada no início do Evangelho de João, no Novo Testamento. A frase "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1) estabelece o Verbo como eterno e consubstancial a Deus: "Todas as coisas foram feitas por meio dele; e sem ele nada do que foi feito se fez". O Verbo é apresentado como o agente da criação.
Mais adiante, João também descreve que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14), identificando o Verbo com Jesus Cristo, como a Palavra de Deus encarnada.
Nesse contexto, o Verbo é a expressão personificada do poder e da ação criativa de Deus, por intermédio do qual o mundo foi criado. Para Tomás de Aquino, o verbo manifesta não apenas uma estrutura frasal, mas também uma dimensão ética e a relação entre o homem e Deus.
Na Linguística filosófica e metafísica, além do *Logos*, a categoria gramatical do verbo também tem implicações filosóficas:
Ação e existência: Na gramática, o verbo é a classe de palavras que indica ação, estado, acontecimento ou fenômeno, e é o núcleo do predicado. Isso sugere uma ligação fundamental entre o verbo e a existência no tempo e a ação no mundo real.
Ser e linguagem: Filósofos como Heidegger exploraram a relação entre o ser (objeto, mundo) e a linguagem (palavra), sugerindo que o "dizer-se do ser" pode se identificar com o próprio ser, destacando a importância da linguagem e, implicitamente, do verbo na ontologia.
Em suma, o significado filosófico do verbo transcende sua função gramatical, abrangendo conceitos de razão universal, criação divina, ação humana e a própria natureza da existência e da linguagem.
Trazendo a ideia de trabalhar com a palavra (o “verbo”) para o tempo presente, a inteligência artificial, para mim, se constituiu numa fonte permanente de pesquisa e de estudo, proporcionando-me a oportunidade de expressar meu pensamento de uma forma mais precisa e adequada. Viva o verbo!
*Dixit!*
novembro 09, 2025
ALÉM DA GALÁXIA - Cesar Augusto Garcia
De olhos vendados, numa cegueira
De tudo que se refere à matéria
Sentindo a pura sensação etérea
Na brisa akáshica alvissareira
Poucos viajam entre os planetas
Ou entre os astros das emoções
Materialistas dos tolos padrões
Sazonais como fugazes cometas
Só a gêmea alma o amor pressente
Sentindo o calor da paixão presente
Para viver passado e futuro
Só quem nasce bem além da nascente
E vence a dor que deveras sente
Viverá o amor do modo mais puro
PRIMO–CUIDADO COM ELE - Waldemar Coelho
Ah, os Primos de Loja.
Quanta tinta tem sido gasta em favor de mais uma chance, afinal somos todos Irmãos...
Quanta saliva desperdiçada em favor de mais uma oportunidade para que um fulano que não está nem aí para qualquer coisa que não são suas próprias conveniências.
E lá vão eles, de chance em chance,
sempre motivo de discórdia e aborrecimento, mas, de um modo ou de outro, sempre desculpados por quem tem como princípios primeiros a tolerância e o respeito.
Vai ser sempre assim, um sempre dando de si, sempre pronto a socorrer e auxiliar, e outros de corpo mole, se é que de corpo presente...
Como ainda não existe vacina contra ele, pelo menos vale a pena identificá-lo e aí, a Ter coragem de dar uma sarrafada caridosa, senão para ele, com certeza, para a paciência e o bolso dos Irmãos...
Não é difícil reconhecer um Primo, ele tem pelo menos 10 características muito marcantes.
Vejam só:
1. Primo pouco comparece, não precisa motivo para faltar – pretexto basta.
E nas poucas vezes em que der o ar da sua graça, chega atrasado, esquece o Avental e nunca está convenientemente vestido ou calçado.
2. Primo não trabalha – Ora, ele não entrou para a Ordem para se cansar.
Além do mais nunca vai faltar quem faça, não é mesmo?
Por isso, em dia de
Boca-livre, Primo chega tarde, bota a barriga em dia "a custa dos Irmãos " e sai de fininho para não Ter de ajudar.
E, se duvidar, ainda leva um monte de penetras, porque a Loja é rica – e ele faz presença com o bolso alheio...
3. Primo não contribui – o tronco quando passa por ele, tilinta ( e isso quando ele está generoso e bota duas moedas).
Qual é?
Tão querendo enriquecer a Loja às custas dele?
E que negócio é esse de cobrar atualizado o que ele deixou de pagar, isso não é Maçônico.
4. Primo não colabora – mas critica.
Não levanta um alfinete, mas vê defeito em absolutamente tudo o que os outros fazem.
E bota sempre o que pensa para fora, sem escolher hora ou lugar, mesmo que quebre a harmonia da Sessão ou estrague a festa.
Mas quando é com ele, sua excelência, o "desmancha prazeres ", exige paciência de Jó, tolerância Divina e linguagem impecavelmente maçônica.
5. Primo não move uma palha por ninguém – mas sempre acha que o Venerável, a Loja, o Grão-Mestre ou a Maçonaria Universal tem de se posicionar ou fazer algo a respeito de alguma coisa.
Ele mesmo, não faz, Já fez muito em falar sobre o problema...
6. Primo não serve ninguém – e por que?
A Loja está cheia desses Caxias para isso.
Mas se ele não for servido, Ah, se ele não for servido, vai falar cobras e lagartos de tudo e de todos.
7. Primo não estuda - mas pontifica.
Não lê o Ritual e, se bobear, nem saber fazer os Sinais.
Mas fala como se catedrático fosse.
Entretanto, se nos exames para aumento de salário tiver de perguntar aos candidatos sem colar do Ritual, vai ficar caladinho, caladinho...
8. Primo não aceita nenhuma responsabilidade – nunca vai aceitar a secretaria, mas vai achar uma injustiça não ser escolhido Vigilante ou Orador.
Comissões só se tiverem mordomias e honrarias sem obrigações...
9. Primo não participa – mas fica uma fera com essa panelinha (!) que toca o barco.
Detesta estes pretensiosos que agem como donos da Loja.
A cada eleição ele esperneia e diz que é por isso que se afasta da Loja.
10. Primo não liga para ninguém – mas acha antimaçônico não ligarem para ele.
Não se lembra de ninguém, mas não consegue, do alto de sua importância, aceitar que o esqueçam.
No fundo, acha que deveria receber Jeton quando aparece.
Esse é a Primo, figura indigesta, rei do "vem a mim”.
Embora aos outros nada.
Maçom por conveniência, não se incomoda em ser inconveniente.
Verdadeiro "pé no saco" que se aproveita da tolerância dos Irmãos sabendo que estes quase sempre cederão para evitar rupturas.
E assim viceja essa erva daninha, a expressão viva a lei de "Gerson", cujo jeton deveria ser um vidro de óleo de peroba para que ele polisse a sua baita cara de pau.
Mas ele tem seu lado útil.
Por mais belo que seja o sentimento de tolerância, ele não poder ser ilimitado.
Como já disseram, é tênue a linha entre a tolerância e a conivência.
Quando a paciência se esgota, quando mais ninguém tolera e vê a desarmonia que ele provoca, o tempo que ele nos desperdiça, as Sessões que ele azeda, aí então vem o basta.
E neste basta o microcosmo da Loja se recompõe, reexamina seus valores e cresce como sociedade.
Por isso não há porque não evitar tão badalada e tão deformada pela conveniência de grupelhos tem de ser compreendida como uma inter-relação de direitos e deveres.
E essa relação pressupõe uma vida de mão dupla, pavimentada com respeito e educação.
Quando assim não ocorre, nós temos o direito, sem o temor de parecermos intolerantes, de recorrer a solução extrema.
*..."Mais vale ficar vermelho alguns instantes que amarelo o resto da vida"...*
OCIDENTE - Adilson Zotovici
Fito lá do Sol nascente
Onde tenho assento agora
O bendito Ocidente
Donde vi a Luz outrora
Sob abóboda envolvente
Do livre pedreiro aurora
Brota lá nova semente
Onde o talento aflora
Partilhado igualmente
Há um lado que decora
Outro abrilhanta luzente
Tem o livro onde se ora
Ao Pai Onipotente
D’Arte Real a escora !
*ARLS Chequer Nassif-169*
_Jubileu de Ouro_
novembro 08, 2025
HOMENAGEM DA ARLS CHEQUER NASSIF 169
ARLS CHEQUER NASSIF 169 - S. Bernardo do Campo
Para a sessão de comemoração do Jubileu de Ouro da ARLS CHEQUER NASSIF n. 169 em S. Bernardo do Campo cerca de cem irmãos e muitas autoridades maçônicas lotaram o templo na noite desta sexta feira.
O Venerável Mestre Adilson Zotovici que havia sido o Venerável quando a Loja comemorou 25 anos, agora aos 50 e na belíssima sessão contou a história da loja e prestou homenagem a irmãos e outras oficinas que ao longo deste meio século de trabalho estiveram ao lado da aniversariante. Foram entregues comendas de gratidão e reconhecimento acompanhados de diplomas reconhecendo o mérito.
Entre as inúmeras autoridades presentes esteve o Eminente Grão Mestre Adjunto, Cesar Augusto Garcia representando a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, o past Grão Mestre Salim Zugaib que teve importante participação na montagem do templo quando de sua conclusão e inúmeros delegados e secretários da GLESP, do GOB e GOP.
Um requintado jantar culminou a inesquecível sessão.
TEM UM TRABALHINHO AÍ, SOBRANDO ? - Newton Agrella
(reminder)
Não raro, observa-se na Maçonaria, Irmãos pleiteando de outros, possíveis Trabalhos, para que possam se valer dos mesmos, com o intuito de apresentá-los em Loja, ou mesmo como instrumentos para poderem galgar graus superiores na Ordem.
Como se fosse uma mera escolinha, sem qualquer cerimônia, estes Irmãos contatam e consultam outros para saber se teriam alguma Peça de Arquitetura, sobre determinado tema.
Essa é uma demonstração cabal do despreparo e do frágil comprometimento que o suposto Obreiro tem para com a Ordem.
Cabe registrar, que por outro lado, ironicamente, há também anúncios nas mídias sociais, de ofertas de Trabalhos Maçônicos, para aqueles que demonstrarem interesse.
Embora pareça inacreditável, mas estes procedimentos "surreais", vem se tornando cada vez mais frequentes.
O descompromisso e a aleatoriedade, revelam o nível de inconsciência, daqueles que se pressupõem vinculados aos princípios éticos e morais de uma instituição filosófica única.
A desfaçatez não tem limites.
Em nome de prosaicas e infames alegações e de inócuas justificativas , tais como:
falta de tempo, dificuldades para pesquisa, carência de fontes bibliográficas e até mesmo como meio de facilitação, os supostos Obreiros, optam pela "lei do menor esforço".
Esse procedimento, que tem se tornado cada vez mais comum, impõe que se indague:
Por que quis ser Iniciado ?
Qual seu real objetivo na Maçonaria ?
Quais as suas expectativas ?
Enfim, não há qualquer lógica, para alguém que pretende se inteirar e percorrer um caminho cheio de desafios na busca de um aprimoramento interior, abster-se de estudar, pesquisar, esforçar-se, ler e especular como meios legítimos para alcançar um nível de consciência humana mais elevado.
A preguiça mental e o desprezo na busca da própria evolução intelectual e espiritual, são provas irrefutáveis, de que um imenso contingente de maçons, permanecerá "ad aeternum" para serem reconhecidos como tais.
De nada valem, tapinhas nas costas, elogios fáceis, copos d'água intermináveis, e um mundo de medalhas ostentadas no peito, tal qual uma "égua de cigano", se seu interior é oco e vazio, desprovido de toda gama de lições filosóficas que a dialética maçônica pode oferecer, àquele que dela pretende se valer, como instrumento de apoio e base para a verdadeira evolução humana.
A frasezinha funesta "quem não cola, não sai da escola", é tudo, menos consistente, e a insistência em se inspirar nela como mecanismo prático e eficaz, só contribui para que o nível de compreensão e desenvolvimento pessoal maçônico se mantenha estagnado.
Pensar não dói e nem cansa, e é o exercício mais completo para a alma, o espírito e o intelecto.
LIBERDADE, FILOSOFIA E MAÇONARIA - Arnaldo Gonçalves
NA FILOSOFIA
A liberdade é um dos temas centrais do pensamento filosófico e ocupa lugar de destaque nas obras de Immanuel Kant e Rudolf Steiner.
Embora ambos a considerem fundamental para a existência humana e para a vida moral, as abordagens de ambos diferem tanto do ponto de vista dos fundamentos como das consequências práticas.
Enquanto Kant compreendia a liberdade como uma condição necessária da razão moral, Steiner vi-a como um ideal de desenvolvimento interior e espiritual.
Analisar essas duas perspectivas oferece-nos um panorama ilustrativo sobre o papel da liberdade na construção ética do ser humano.
Para Kant, a liberdade é essencialmente a autonomia da vontade.
Ser livre significa agir não de acordo com impulsos sensoriais ou inclinações externas, mas conforme as leis que a razão impõe a si mesma.
No âmbito da filosofia moral kantiana, a liberdade manifesta-se quando o indivíduo age segundo o imperativo categórico.
“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal” escreve Kant na Fundamentação da Metafísica dos Costumes de 1785.
Embora a natureza humana esteja submetida às leis causais do mundo fenoménico, Kant afirma que, enquanto seres racionais, pertencemos também ao mundo nouménico (mundo das coisas em si), onde a liberdade é possível e real além, da nossa percepção.
Essa dupla cidadania fundamenta a responsabilidade moral e a dignidade humana.
*Rudolf Steiner*, por sua vez, propõe uma concepção mais dinâmica da liberdade.
Na sua obra A Filosofia da Liberdade, ele defende que o ser humano alcança a verdadeira liberdade à medida que desenvolve a sua capacidade de pensar de forma consciente e individualizada.
Ele diz nesse texto “somente quem, através do amor ao agir, é impelido a agir, é verdadeiramente livre.
Quem age apenas porque reconhece um dever, é, na verdade, não-livre.”
Para Steiner, a liberdade não é simplesmente um dado da razão, mas o fruto de um processo de amadurecimento interior.
Agir livremente é agir a partir de intuições morais próprias, concebidas através de um pensar vivo e autônomo, e não apenas por obedecer a mandamentos externos ou impulsos inconscientes.
Assim, a liberdade é tanto uma meta como uma tarefa, que exige contínuo esforço de autoconhecimento.
Comparando essas perspectivas, vemos que Kant e Steiner convergem na valorização da razão e da autonomia, mas divergem no modo como a liberdade se alcança.
Kant concebe-a como submissão da vontade a princípios universais da razão prática, enquanto Steiner enfatiza a expressão criativa do indivíduo, guiado por intuições morais personalizadas.
Para Kant, a liberdade é o princípio incondicional da moralidade; para Steiner, ela é a expressão singular de um Eu em constante formação e evolução espiritual.
Concluindo, a reflexão sobre a liberdade em Kant e Steiner nos revela a profundidade e a complexidade desse conceito.
Ambos nos mostram que a liberdade é inseparável da vida moral, seja como fundamento racional, seja como realização do ser espiritual.
Em tempos em que a autonomia individual e a responsabilidade ética se tornam cada vez mais desafiadoras, o diálogo entre essas duas visões pode nos inspirar a buscar uma liberdade que seja, ao mesmo tempo, racionalmente consciente e espiritualmente viva.
NO PENSAMENTO MAÇÓNICO
A liberdade é um dos princípios fundamentais da Maçonaria, sendo celebrada tanto como condição necessária para a busca da verdade quanto como um ideal moral que o maçom deve cultivar.
Desde o primeiro grau de aprendiz, o iniciado é lembrado de que a verdadeira liberdade não consiste em fazer tudo o que se deseja, mas em agir com responsabilidade, guiado pela razão e pela consciência.
Nos rituais, frequentemente se afirma:
• “A Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, não teria mais liberdade.”
Esta frase, de inspiração iluminista, é apresentada para reforçar que a liberdade, para o maçom, está sempre em harmonia com a ordem, a moral e a justiça.
Nos trabalhos simbólicos, a liberdade também é associada à libertação interior.
O maçom é convidado a libertar-se das paixões desordenadas, dos preconceitos e da ignorância, buscando o autodomínio e a iluminação intelectual e espiritual.
Como diz um trecho do ritual do grau de Aprendiz:
• “A liberdade verdadeira só pode ser alcançada pelo conhecimento de si mesmo e pelo aperfeiçoamento das virtudes.”
Assim, a Maçonaria entende que a liberdade exterior só tem valor pleno quando é reflexo de uma liberdade interior conquistada através do esforço pessoal e da disciplina.
Dizem os rituais dos graus filosóficos “que a liberdade de consciência, a liberdade de pensamento e a liberdade de palavra sejam para nós direitos sagrados, que jamais consentiremos sejam violados ou desprezados.”
Além disso, a liberdade é constantemente apresentada como um bem sagrado a ser defendido.
Em muitos rituais, especialmente no Rito Escocês Antigo e Aceito, os maçons juram defender a liberdade de consciência e de pensamento.
Um exemplo simbólico forte aparece quando se afirma:
• “Que a liberdade de pensar e de crer, dom supremo da Razão e da Consciência, seja preservada contra toda tirania.”
Nesse sentido, a Maçonaria vê na liberdade não apenas um direito pessoal, mas um dever coletivo, comprometendo seus membros a lutar contra a opressão, a ignorância e o fanatismo, sempre em nome da dignidade humana e do progresso da humanidade.
Já noutro rito – o francês – diz-se “a Maçonaria proclama a liberdade como direito inalienável do homem e ensina que somente o conhecimento e a virtude podem libertá-lo verdadeiramente.”
A visão passada no rito francês é que o homem livre é aquele que domina as suas paixões, conhece-a si mesmo e se orienta pela luz da razão — valores herdados diretamente do espírito do Iluminismo que inspirou a Maçonaria Moderna, especialmente a francesa.
No Rito Memphis-Misraïm, a liberdade é um princípio essencial que transcende a liberdade política ou social, sendo vista como um direito sagrado do ser humano, mas também uma responsabilidade moral.
O maçom deste rito é constantemente chamado a ser um defensor da liberdade de consciência, atuando como um guerreiro contra a ignorância, a superstição e a tirania.
Em um dos trechos ritualísticos, afirma-se: “o maçom de Memphis-Misraïm deve ser o apóstolo da liberdade, da razão e da verdade.
Quebre as cadeias da ignorância e da tirania, e ilumine-se na luz da Sabedoria”.
Aqui, a liberdade não é apenas um ideal político, mas também um processo interior de libertação do espírito e do despertar da consciência.
CONCLUSÃO
Em conclusão, a liberdade, tanto na filosofia quanto na Maçonaria moderna, surge como um princípio essencial, mas de compreensão profunda e multifacetada.
Para filósofos como Kant e Steiner, a liberdade é o alicerce da moralidade e do autoconhecimento, exigindo uma constante luta pela autonomia da vontade e pela consciência ética.
Na Maçonaria, especialmente no contexto dos ritos mais elevados, a liberdade não se restringe ao simples direito de ação, mas se expande para o domínio da liberdade interior, da liberdade de pensamento e do despertar espiritual.
A Maçonaria moderna, inspirada pelos ideais iluministas e filosóficos, propõe ao maçom a missão de buscar a verdade, a justiça e a razão, libertando-se das cadeias da ignorância e da tirania.
Assim, a liberdade, em sua mais pura forma, é compreendida como a capacidade do ser humano de agir com plena consciência, de trabalhar pela transformação interior e de construir uma sociedade mais justa e iluminada.
Tanto na filosofia quanto na Maçonaria, a liberdade não é um fim, mas um processo contínuo, que exige coragem, reflexão e compromisso com os princípios universais de verdade e fraternidade.















