novembro 27, 2025

MAÇONARIA: TEMPO x EXPERIÊNCIA - Kennyo Irmail

 


Já dizia Einstein que o tempo é relativo. Isso não se aplica apenas à ciência, mas na vida também. E sendo o tempo relativo, não é indício de experiência, pois enquanto o tempo é relativo, a experiência é absoluta.

A dependência entre o tempo e a experiência é de que o tempo não garante experiência, enquanto que para se ganhar experiência precisa-se de tempo. Isso porque a experiência depende de atividades, trabalhos, esforços, e esses gastam tempo para serem realizados. A verdade é que você pode ver os anos se passarem e não ganhar experiência alguma, ou pode agir e ganhar experiência a cada dia.

Na Maçonaria isso não é diferente. Você pode ter 40 anos de Maçonaria e não ter experiência alguma. Basta você não visitar outras Lojas, não conhecer outros Ritos, não visitar Obediências amigas, não participar dos mais diversos eventos maçônicos, não ingressar nos Altos Graus, não ler e estudar. Você terá muito tempo de Maçonaria, mas não terá experiência alguma além daquela obtida em sua própria Loja. Em contrapartida, a realização de tais atividades é diretamente proporcional à experiência maçônica, o que significa que um maçom atuante e estudioso, com o passar dos anos, poderá acumular bagagem o bastante para ser uma boa referência em seu meio e colaborar para o desenvolvimento de seus irmãos.

Em outras palavras, tempo está relacionado a sobreviver, enquanto que experiência está relacionada a viver. Se você viver a Maçonaria, você ganhará experiência, e se você apenas sobreviver na Maçonaria, apenas acumulará tempo. É uma questão de escolha e de vontade. Tempo só é sinal de experiência quando bem aproveitado. Então faça a escolha certa e aproveite o tempo, e assim você viverá experiências maravilhosas na Maçonaria.



O PERIGO MORA AO LADO - Sidnei Godinho


 

O texto que inspira é do Pastor e Palestrante Júlio César Franco e aborda o conflito ideológico e sentimental que aflige todo ser humano, à começar em sua própria casa. 

Desde que o arquétipo da primeira pessoa, (Adão), Instituída por Deus no Éden, da pureza das boas intenções em uma vida no paraíso, bastou acrescer uma segunda opinião, (Eva), e o conflito foi gerado, revelando a fragilidade do ser criado em interagir com seu próprio semelhante. 

E bastou formar a primeira família com seus filhos (Caim e Abel) e logo as mazelas da relação social, a vaidade e a inveja, manifestaram-se no primeiro crime da humanidade, um fraticidio.

Assim se sucederam diversos exemplos desta falha comportamental que aflora em alguns e cega a razão, levando um irmão a agredir seu semelhante pela incompreensão e não aceitação de ser preterido por Deus, por seus Pais, por seu Chefe, por seus Amigos, por alguns ditos irmãos em loja... 

É o desespero dos despreparados que apelam para a agressão ao invés de focar em suas debilidades e tentar melhorar. 

Atacar um inocente é mais fácil que se olhar no espelho e se deparar com o fracasso, porque para mudar é preciso coragem para se perdoar e principalmente HUMILDADE para se reconhecer mais falho do que a quem acusa. 

Aproveite o dia de hoje, vá ao seu quarto, olhe-se no espelho e responda para si mesmo o quê vê. 

Aliás, vá além e pergunte para si *QUEM* você vê??? 🤔 🤔 🤔 

..."Quem matou Abel?

 - Seu irmão.

Quem vendeu José?

 - Seus irmãos.

Quem expulsou Jefté?

 - Seus irmãos.

Quem tinha inveja de Davi?

 - Seus irmãos.

Quem não ficou feliz com o retorno do filho pródigo?

 - Seu irmão.

Quem tenta abalar sua desenvoltura no seu trabalho em Loja? 

- Um dito irmão. 

Dentre tantos exemplos da Bíblia e da vida em sociedade, percebemos que todos os traídos e maltratados por seus próprios irmãos foram muito abençoados e os mais protegidos por Deus.

Portanto, não pare de frequentar sua Loja e jamais pare de buscar por seu crescimento porque alguém o feriu ou tentou desacreditar seu trabalho por pura inveja ou incapacidade de compreensão. 

Lembre-se que no final quem vai te julgar, te dar a salvação e reconhecer o trabalho sincero e correto que está fazendo é Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e não o dito Irmão invejoso sentado ao seu lado!!!"...

novembro 26, 2025

DENIS - 50 ANOS DE MAÇONARIA







 

Na noite de ontem, terça feira, a minha querida ARLS Tríplice 341 de Mongaguá comemorou os 50 anos de maçonaria do irmão Geraldo José Denis, dentista, piloto, pescador, amado por todos por seu caráter, temperamento e dedicação a Ordem. 

Cada cadeira da belíssima Loja tem uma placa com o nome gravado, do irmão do quadro ou do doador, e esta é apenas uma das muitas contribuições deste irmão para a Loja.

Foi um momento de plena felicidade compartilhado com todos os irmãos e simbolizado por um delicioso bolo.


Primeiras mulheres vão ser iniciadas em Portugal - Catarina Guerreiro




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As novas "irmãs" vão ser integradas na Loja Delta, em Lisboa que passou a ser mista, pondo fim a uma regra de séculos que proibia a entrada do sexo feminino

 Grande Oriente Lusitano (GOL), a obediência mais antiga e influente do país, vai esta terça-feira, dia 25 novembro, pela primeira vez na história, passar a ter mulheres entre os seus membros. A iniciação – ritual maçónico em que os novos membros são apresentados aos restantes – vai decorrer no templo José Estevão, que existe no Palácio maçónico, no Bairro Alto, em Lisboa, segundo documentos internos a que a CNN Portugal teve acesso.

As duas primeiras mulheres maçons do GOL vão pertencer à Loja Delta, liderada por Leonel Gonçalves, que é assim a primeira loja da obediência a deixar de ser exclusiva para homens.  Mas não será a única, uma vez que já outras lojas iniciaram o processo para também terem “irmãs” entre os seus elementos, de acordo com fontes da maçonaria. Estão em processo de entrada várias "irmãs". 

A entrada de mulheres, aprovada no parlamento maçónico em maio deste ano e promulgada em junho pelo grão-mestre Fernando Cabecinha, gerou grande polémica interna e levou a que, pelo menos, 40 maçons saíssem do GOL por não concordarem com a decisão. 

A EXPRESSÃO DO RESPEITO - Newton Agrella



Sempre interessante lembrar que o Respeito se constitui num dos principais valores da civilização humana para que se viva uma relação de harmonia e equilíbrio numa sociedade. 

Sejam nas relações interpessoais, ou naquelas que implicam em regras, normas ou princípios éticos, morais ou filosóficos.

Relevante registrar a etimologia da palavra "respeito" em Português, cuja origem, advém do Latim "respectus".

Em Latim "respectus" é a flexão na forma do tempo particípio passado do verbo *"respicere"*.

Este verbo significa:

 "olhar para trás" ou "olhar de novo". 

O referido verbo compõe-se da partícula *"re"*(de novo) e de *"specere"* (olhar). 

O que vale dizer que a ideia original de "respeito" remete a um olhar mais atento, uma segunda análise, bem como uma consideração mais profunda sobre algo ou alguém.

Deste conceito preliminar de "olhar para trás ou considerar alguma coisa mais detidamente e com maior atenção", evoluiu-se  para o significado atual de "respeito"  que remete a admiração, consideração e deferência por algo ou alguém. 

Assim sendo, este imprescindível substantivo abstrato, dentre tantas outras coisas, encerra em sí a idéia de disciplina, obediência e até mesmo de comportamento diante dos mais variados ambientes e circunstâncias sócio-culturais.

Diga-se de passagem, que "Respeito" não se compra, não se vende e nem se negocia, sob condição alguma.

Neste breve exercício, cabe por fim destacar que o Respeito, sob um olhar dialético, consiste em reconhecer o objeto de discussão (seja um postulado, um princípio, uma regra ou um regulamento) não segundo as distorções da subjetividade, mas sim, no conteúdo e em sua própria essência e dignidade, valorizando sua natureza e suas legítimas particularidades. 

Respeito não é mais, nem menos, é simplesmente a proporção acurada de uma realidade.



O JARDIM - Adilson Zotovici


 

Um jardim abençoado

Que floresce dia a dia

Pelas próprias plantas cuidado

Comandado com maestria


Muito bem arquitetado

Pelo seu próprio Vigia

Pra levar ao povo amado

Mais felicidade e alegria


Às vezes até contestado

Pela austeridade à porfia

Por podar ramo eivado

De vaidade, de rebeldia


No entanto, já notado,

Que  poda com sabedoria

Traz um viço renovado

Com  multiplicada energia


De tempo em tempo semeado

Neófito, por seu leal guia,

Nesse jardim é brotado

Trazendo esperança, euforia


Renascido , desabrochado,

Sua força contagia

Bem nutrido, bem regado 

Sua beleza, breve, esfuzia...


Cumpre pois, sacro legado

Esse canteiro de valia

Destinado pelo Pai Amado

À Sublime confraria


E assim,  tal jardim encantado

Por magia em harmonia,

Pode ser assim chamado ...

Oficina de Maçonaria!



novembro 24, 2025

E QUANTO AOS PRONOMES? - Heitor Rodrigues Freire


Como sabemos, pronome é uma classe de palavras variável cuja finalidade é substituir ou determinar (acompanhar) um substantivo. Eles se classificam em razão dessas funções. Aquele que substitui o nome é chamado de pronome substantivo, e o que o determina (acompanha) é o pronome adjetivo. São também palavras que indicam pessoas do discurso, posse e posições. Eles acompanham ou substituem os substantivos.

Os pronomes indefinidos são palavras que se referem a substantivos de forma vaga ou imprecisa, ou expressam uma quantidade indeterminada (alguém, ninguém, nada, tudo, todos etc) . Todos os demais pronomes são “definidos”, apesar de não serem chamados assim.

Quanto à função que exercem, os pronomes “definidos” podem ser classificados como pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, interrogativos e de tratamento.

Mas o que nos interessa aqui é o enfoque filosófico – o foco da filosofia que transcende a questão gramatical. Desse ponto de vista, os pronomes vão além de sua função gramatical de apenas substituir ou acompanhar os nomes; eles são cruciais na construção da identidade, da subjetividade e da alteridade (a relação com o outro), e são centrais nos debates sobre a relação entre linguagem e pensamento. 

Tomemos como exemplo o caso do "eu" como sujeito falante. O pronome "eu" é um dos conceitos filosóficos mais ricos. Ele não se refere a um objeto fixo, mas sim à pessoa que está falando no momento do discurso. Filósofos, especialmente na fenomenologia e no existencialismo, veem o "eu" como a expressão da subjetividade, a consciência que se autoconstitui no ato da fala e da existência. A identidade pessoal, segundo o conceito postulado pelo filósofo britânico John Locke (1632-1704), depende da consciência, e o "eu" é a expressão linguística dessa consciência.

A existência do "eu" implica necessariamente a do "tu" (ou "você"), a segunda pessoa do discurso, que é o outro, o interlocutor. Filósofos como o francês Emmanuel Lévinas (1905-1995) focam na alteridade (a condição de ser outro) e na ética da responsabilidade perante o outro, que é linguisticamente invocado pelo "tu" ou "você". A relação entre "eu" e "tu" é a base da intersubjetividade e da ética nas relações humanas. Lévinas buscava uma nova forma de ética que superasse a violência e a instrumentalização do outro, inspirando-se tanto em fontes da tradição ocidental quanto na tradição bíblica.  

Lévinas argumenta que a responsabilidade para com outro é o que nos constitui como humanos. Se o "eu" é confrontado com o rosto do outro, o eu se torna responsável pelo outro, sendo chamado à responsabilidade, o que o diferencia de um ser puramente autônomo. 

 A terceira pessoa ("ele", "ela", "eles", "elas") refere-se a seres ou coisas sobre os quais se fala, mas que estão fora da interação direta "eu-tu". Filosoficamente, o uso da terceira pessoa pode ser associado a uma certa objetificação ou distanciamento, tratando o referente como um objeto de discurso e não como um sujeito interlocutor. 

Outra classificação dos pronomes, os possessivos, nos interessa pelas interpretações que ensejam também no campo filosófico. A relação entre pronomes possessivos e a filosofia não é um tópico gramatical direto, mas sim uma interseção entre a filosofia da linguagem e a filosofia moral/social (que abordam a natureza da posse e do eu). 

Os pronomes possessivos remetem diretamente ao conceito de propriedade, que é um tema central na filosofia política e ética. Filósofos como John Locke e Karl Marx (1818-1883) discutiram a origem e a justificação da propriedade privada. A linguagem da posse reflete e reforça a estrutura social e legal da propriedade.

Alguns sugerem que o uso constante de pronomes possessivos, especialmente em referência a pessoas ("minha esposa", "meu filho"), pode incentivar ou refletir uma mentalidade egoísta ou possessiva, tratando o outro como uma extensão de si mesmo ou como propriedade.

Analisando a questão da posse sob o ponto de vista da espiritualidade, esta nos ensina que, na realidade, nada nos pertence, uma vez que ao desencarnarmos deixaremos tudo o que esteve de alguma forma sob a nossa posse durante a vida terrena. Essa ideia nos leva ao entendimento e à libertação.

"Se amas algo, deixa-o livre. Se voltar, é porque é teu. Se não voltar, é porque nunca te pertenceu."


DIFERENÇA ENTRE SEITA, SOCIEDADE SECRETA E ORDEM INICIÁTICA -;Daniél Fidélis

 



Certamente já ouviu alguém pronunciar algum destes termos:

“isso é uma seita”, “o mundo é dominado pelas sociedades secretas”, “ele faz parte de uma ordem iniciática”.

Mas sabe definir, com exatidão, o que caracteriza uma seita, sociedade secreta ou ordem iniciática?

Este é o objectivo do presente artigo. 

Leia com atenção, pois ao final dele você saberá classificar qualquer grupo que se enquadre num ou mais critérios elencados ao longo do texto.

O que é uma Seita?

Para que possamos classificar um grupo como seita, ele precisa reunir algumas características

Basicamente, existem dois tipos de seita:

1º Tipo: Secare – Cortar. 

Um grupo, frequentemente de natureza religiosa ou espiritual, que se separa de um tronco principal.

Exemplo: igreja protestante. 

Todas as denominações protestantes têm origem na divisão ocorrida na Igreja Católica Apostólica Romana (o tronco principal).

Qualquer grupo que surge como um cisma de um grupo original é uma seita.

2º Tipo: Sequi – Seguir. 

Esse é o tipo mais complexo de seita. 

Pois, nem sempre conseguimos enxergar, com clareza, a sua realidade interna.

Este tipo de seita reúne as seguintes características:

_ Possui um líder carismático que se proclama o detentor de uma verdade absoluta. 

Deve ser seguido de modo que a sua autoridade jamais pode ser questionada.

_ Quebra radical dos laços sociais. 

Os seus adeptos devem seguir um código excessivamente austero de vida em relação aos costumes da sociedade e, frequentemente, tendo de romper as relações com a própria família.

_ O mundo exterior é visto como inimigo. 

Os membros são levados a acreditar que todos os valores da sociedade vão de encontro àqueles defendidos pelo grupo. 

Assim, deve-se buscar o completo rompimento com a ordem estabelecida.

_ Utilizam textos sagrados para justificar as suas acções. 

Normalmente, as seitas utilizam passagens de textos sagrados (ou mesmo livros sagrados) como forma de fundamentar a sua forma de actuação. 

Normalmente, com interpretações exóticas.

_ Reclusão física. 

Algumas seitas adquirem terrenos para que o líder e os seus seguidores possam viver de acordo com as suas próprias regras abusivas. 

São modelos autocráticos onde as decisões do guru devem ser soberanas.

_ O desligamento é visto como traição. 

Seitas radicais desestimulam a saída dos seus membros, que devem permanecer fiéis ao líder e ao propósito pelo resto da vida.

_ Cobrança abusiva. 

É frequente que os adeptos de seitas tenham de doar enormes quantias ou mesmo doar os seus bens materiais para a seita, como prova de fidelidade e crescer na hierarquia.

Estas são as principais características de uma seita.

Cabe esclarecer que nem toda seita é nefasta nos seus propósitos ou forma de actuação. 

As igrejas protestantes são um grande exemplo de seitas que podem conduzir a pessoa a uma vida virtuosa (especialmente quando não há abusos ou desvio do propósito).

Sociedade Secreta

De forma geral, uma sociedade secreta é um grupo organizado cuja actividade e propósitos são escondidos dos não-membros e da sociedade em geral.

Estas sociedades geralmente têm códigos de conduta, cerimónias e rituais, e podem ter objectivos políticos, económicos, sociais ou de natureza espiritual.

Quando se fala em “sociedade secreta” na internet, sempre surge um comentário do tipo: “ah, se está na internet, se sabemos o nome, não é secreta”.

Bem, apesar de fazer algum sentido, é uma “meia-verdade”. 

Pois, existem vários tipos de “sociedade secreta”. 

Na verdade, um espectro de discrição.

No nível mais profundo, existem as sociedades puramente secretas. 

Apenas aqueles que a integram têm conhecimento da sua existência, bem como dos seus membros, objetivos e modo de atuação.

Quando se tornam conhecidas, isso ocorre após a sua suposta extinção.

No nível intermediário, sabe-se apenas que tal grupo existe. 

Somente o seu nome exterior é conhecido do público. 

Nada mais é divulgado.

Em um nível mais externo (mas ainda secreto) sabe-se do seu nome público e alguns dos seus integrantes são conhecidos. 

Contudo, o real objetivo, bem como o seu “modus operandi”, são totalmente encobertos.

Frequentemente, nesse tipo de sociedade ocorre o recrutamento para as esferas puramente secretas, mas não é uma regra.

Ordem Iniciática

Uma ordem iniciática é um grupo que se dedica à busca espiritual ou ao desenvolvimento pessoal através de rituais, cerimónias e ensinamentos.

As ordens iniciáticas geralmente têm uma estrutura hierárquica e os seus membros passam por níveis progressivos de iniciação. 

Estes grupos podem ser baseados em crenças religiosas ou espirituais.

Utiliza-se o termo “ordem” devido a indispensável presença de uma “regra”.

Assim como todas as ordens religiosas são reguladas por uma regra, as iniciáticas também funcionam segundo normas muito bem definidas.

Para completar a definição, devemos tecer alguns apontamentos relativos ao termo “iniciática”. 

A primeira palavra que nos vem à mente é “iniciação”.

A palavra “iniciação” vem do latim “initiatio” e existe um duplo significado: pode ser um ritual de admissão numa Ordem ou um processo de elevação interior.

Conforme a definição acima, podemos inferir que um membro de determinada Ordem Iniciática pode ser submetido a um ritual de iniciação sem, no entanto, ser um iniciado.

O contrário também pode ocorrer: uma pessoa pode nunca adentrar numa Ordem Iniciática e ser um verdadeiro iniciado.

Isto ocorre porque os dois processos (ritual de iniciação e processo de elevação espiritual) são independentes.

As Organizações Iniciáticas como um todo são o caminho mais seguro para a busca do conhecimento esotérico e a iniciação interior.

Considerações importantes

Se você leu e refletiu satisfatoriamente sobre todas as informações que disponibilizamos neste pequeno texto, está apto a discernir sobre a natureza de qualquer grupo que venha a tomar conhecimento.

Você também deve ter concluído que um determinado grupo pode se enquadrar em dois (ou mesmo nos três) tipos acima descritos.

Evitamos dar exemplos específicos. 

Com isso, evitamos possíveis aborrecimentos devido a interpretações distorcidas.

Existem grupos dos três tipos que podem conduzir tanto à degradação moral e espiritual quanto promover um verdadeiro avanço daqueles que a integram.

Portanto, jamais classifique algo como sendo bom ou ruim apenas por pertencer a este ou aquele tipo.

E a Maçonaria? 

Como você a enquadraria? 





novembro 23, 2025

INICIAÇÃO (?!) - Adilson Zotovici


 

Oh quão singela a nossa lida

Baseada em antigo plano

Porfiada, quão bela, sentida

Vez que apoiada em cada arcano


Sempiterna e o quão decidida

Buscar pedra oculta ao desengano

Na caverna que medra escondida

Que resulta num brilho espartano


É o primo passo para a saída

Que em compasso conduz o humano

Ao encontro da Luz pretendida


A Iniciação "é a despedida"...

Do cidadão de bem que profano

À uma "nova visão, nova vida" !!




ANTI-MAÇONARIA - Almir Sant’Anna Cruz



SÉCULO XVII

Mesmo antes da constituição da primeira Potência Maçônica, a Grande Loja de Londres (1717), já surgiram os primeiros ataques antimaçônicos, o que comprova, inclusive, que a Maçonaria Especulativa já vinha tomando o lugar da Maçonaria Operativa. 

Em 1652 um pastor presbiteriano de Kelso, Escócia, Maçom Especulativo, já levantara suspeita e estranhara o fato de se ter palavras secretas. 

Em 1698, um panfleto anônimo, endereçado “a todas às pessoas piedosas de Londres”, a Maçonaria era qualificada de “seita diabólica”, e seus membros de “sequazes do anticristo”, sob o argumento - ainda usado até os nossos dias – de que “se esses homens não fazem o mal, por que se reúnem em segredo e têm sinais secretos?”

SÉCULO XVIII

Com o surgimento da Grande Loja de Londres, os ataques anti-maçônicos tornaram-se mais intensos e mal-intencionados, até porque o escândalo é rentável para uns e desperta grande curiosidade no público em geral. É muito fácil – até os nossos dias – entreter na imaginação do público, o que de pior se possa conceber sobre o “segredo” dos Maçons! 

Os Maçons eram acusados de serem beberrões que se reuniam misteriosamente para confraternizarem unicamente entre eles, sugerindo, inclusive, que seriam homossexuais, razão pela qual não admitiam mulheres na fraternidade. 

Nessa época surgiram os “Mock Masons” (Maçons de Brincadeira), anti-maçons que, em Londres, realizavam procissões burlescas com personagens fantasiados de Maçons. 

É dessa época, também, a publicação das “exposures” (exposições), em que se revelavam certas práticas maçônicas. Algumas dessas publicações, como a “Masonry Dissected” (Maçonaria Dissecada) de Samuel Pritchard em 1730, acabaram se tornando importantes fontes de pesquisas sobre como era a Maçonaria Especulativa nos seus primórdios. Por essa publicação, sabe-se que em 1730 o Grau de Companheiro já havia se dividido em dois para constituir o Grau de Mestre. 

Outra acusação curiosa era a de que os Maçons eram “papistas”, em virtude da Inglaterra ser um país de maioria protestante e um Grão-Mestre (1729-1730), o Duque de Norfolk, ser católico. 

Na França, não foi diferente e as “exposures” proliferavam. Citaremos como exemplo apenas algumas: 

Uma publicação em “La Gazette d’Amsterdam” nos mostra que desde 1738 já havia o cargo de Orador e que todos em Loja portavam espadas. 

Em 1742 o Abade Perau publicou “O Segredo dos Franco-Maçons”, descrevendo uma iniciação no Grau de Aprendiz. 

Em 1744 Léonard Gabanon publica o “Catecismo dos Franco-Maçons” que descreve uma iniciação no Grau de Mestre. 

Em 1745 surge “A Ordem dos Franco-Maçons Traídos”.

Em 1746, o Padre Abeé Larudam em “Les Francs-Maçons Écrasés” (Os Franco-Maçons Esmagados) nos revela como surgiu o termo “Goteira”.

SÉCULO XIX

Do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores a se distinguir os temas anti-maçônicos preferenciais: 

(1) a Teoria Conspiratória Anglófoba, em que a Maçonaria seria uma fachada do Serviço Secreto Inglês para obter o domínio mundial; 

(2) A Teoria Conspiratória Anti-Semita, em que as altas finanças judias, especialmente dos Rotchschild, estariam por trás dos Maçons. Surgiram caricaturas de marionetes vestidas de Maçons com cordéis sendo manobrados por judeus e que o simbolismo do Templo de Salomão utilizado pela Maçonaria significava, na verdade, a dominação mundial pelos judeus; 

(3) o Tema Satanista, em que os segredos maçônicos ocultavam o culto ao demônio e que as Lojas seriam “singogas de satanás”, tema que ainda perdura até os nossos dias. 

O mais célebre propagador dessa mentira foi um impostor que se utilizava de diversos pseudônimos, entre os quais o de Léo Taxil, tema já tratado em capítulo anterior.

SÉCULOS XX e XXI

Continuam recorrentes os ataques anti-maçônicos, sempre utilizando os temas do passado, sobretudo o tema Satanista e as Teorias Conspiratórias para obter a dominação mundial. 

A Internet tornou-se um importante veículo de propagação de ridículos ataques anti-maçônicos dos Detratores da Maçonaria, que não passam de uns idiotas, que acreditam piamente nas inverdades sobre a Maçonaria que ouvem e as disseminam. Por mais que se tente esclarecê-los, adotam a postura do avestruz e não aceitam qualquer tipo de argumentação. Alguns são pretensamente mais esclarecidos, mas nem por isso deixam de ser igualmente idiotas. São geralmente fanáticos arraigados a conceitos religiosos distorcidos ou meramente pessoas de má-fé, que produzem elucubrações mirabolantes e desenvolvem teorias pretensamente eruditas, que uma mente sugestionável acaba acreditando tratar-se de verdades absolutas. 

Muitas dessas idéias aberrantes, de certa forma, são alimentadas inconscientemente pelos próprios Maçons, com conceitos errôneos sobre quais são verdadeiramente os segredos maçônicos e achando que tudo é segredo na Maçonaria.

Do Livro  *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores " . Interessados contatar o ir :Almir pelo  WhatsApp (21) 99568-1350

novembro 22, 2025

O LEGADO MAÇÔNICO - Newton Agrella


 

Quando a religião, o sectarismo, as repetidas passagens bíblicas e o nome de Deus são tão recorrentemente citados nos grupos sociais, pretensamente maçônicos, é sinal de que alguma coisa anda errada.

Afinal de contas, a Maçonaria Especulativa nos oferece ferramentas para pensar, para elaborar idéias, estudar e investir em nossa  capacidade intelectual de modo que possamos aprimorar o nosso nível de consciência crítica, bem como de nossa própria evolução da condição humana, e possamos compreender e explorar toda a nossa capacidade cognitiva, sem que nos tornemos meros agentes passivos do Dogmatismo.

Não é tão difícil entender que a Maçonaria se pauta por um caráter eminentemente "filosófico" que impõe aos seus obreiros a se valerem de Símbolos e de Alegorias para compreender a relação do Homem com o Universo, especialmente através de seus atributos hominais e antropocêntricos, aliados à suas naturais disposições anímicas.

Ainda que o reconhecimento da existência de DEUS seja uma prerrogativa de inteligência como um paradigma de nossa origem, e como uma condição para que sejamos admitidos na Sublime Ordem, isto não significa que o Maçom precise afirmar, reafirmar e proclamar aos quatro ventos seu instrumento de fé a cada pouco.

Há um arsenal desmedido de temas e assuntos, a serem estudados na Maçonaria, que não parece lógico debruçar-se a cada pouco, sobre temas transcendentais, metafísicos e sobretudo divinais, cujo ambiente condizente são os incontáveis Templos Religiosos de todos os tipos, onde promessas de Revelação, Curas, Alívio da Alma e Amortecedores para diminuir os sofrimentos e vicissitudes estão de portas abertas em todos os lugares.

É inequívoco que o exercício permanente do raciocínio, do intelecto e da especulação tornam o ser humano mais aquiescente para a compreensão de sua existência na busca infinita da Verdade.

Neste caso, leia-se Verdade, como sinônimo de Conhecimento.



*A BUSCA DO DIVINO E A MAÇONARIA - Walter Teixeira





Somos concebidos, nascemos, amadurecemos, envelhecemos e morremos. 

Para onde vamos? 

Talvez esta seja a pergunta que tanto nos angustia e onde estejam incutidas todas as nossas dúvidas e medos.

Consequentemente, acabamos tendo uma imperiosa necessidade de acreditarmos que há uma razão especial para estarmos vivos e que em algum momento, teremos que prestar contas dos nossos actos. 

Haveria então, uma “necessidade” de Deus? 

Seria esta “necessidade” transmitida geneticamente ou apenas cultivada culturalmente?

A Filosofia permite que cada um de nós tenha o seu entendimento do mundo, do que pode ser a moral, a justiça, a regra do jogo para uma existência feliz entre os homens.

No entanto, a verdade é que vivemos sim, desde cedo, sob uma ameaça latente em determinadas concepções. 

Tudo o que fizermos, para o bem ou para o mal, dar-nos-á recompensas ou castigos. 

Estaríamos assim, à mercê de um ser superior, omnipresente, omnipotente e omnisciente, julgador, nem sempre muito paciente, nem muito compreensivo; por vezes, mesmo, mal-humorado para com as nossas falhas, enviando-nos pragas e castigos quando o seu julgamento não nos favoreça. 

Poderíamos ser destinados a vagar por toda a eternidade num local mais quente do que o suportável, sob os olhares prazerosos de criaturas nada agradáveis que, ademais, ainda nos castigariam com os seus tridentes pontiagudos.

Por que, frente a tão terríveis presságios, o ser humano que é dotado de diferenciais importantes na escala zoológica, ainda se comporta de forma a causar inveja a qualquer outro animal-fera existente na face da terra?

Será que os seres humanos descobriram como diz o personagem de Nietzsche em “Assim Falava Zaratustra”, que Deus, este Ser superior, morreu?

Acontecimentos não faltam para mostrar que, na ausência de comando efectivo em convencimento, as feras internas se soltam na certeza da impunidade.

Mas, teria Deus morrido? 

Para quem Ele morreu afinal? 

Pois, cada vez mais se faz em seu nome sequestros, guerras, atrocidades, negócios e muitas outras acções não muito ligadas à ética, ao amor, à solidariedade, às orações.

Onde estaria Deus no meio de tantas injustiças que nos atinge a todos, independente das nossas concepções, no dia a dia da nossa curta existência?

Podemos por outro lado, apenas acreditar que como ensina o Budismo, o sofrimento é omnipresente em toda a natureza e vida humana. 

Existir já significa que nos vamos encontrar com o sofrimento. 

O nascimento é doloroso, assim como a morte. 

As doenças e a velhice são dolorosas. 

Ao longo da vida, todas as coisas vivas encontram sofrimento.

Não teríamos, pois, o direito à alegria, à felicidade?

Alongando-me neste conceito budista, aqui não se encaixa um Deus personalista. 

Em geral, os budistas são panteístas na sua perspectiva de Deus.

Panteísmo diz respeito a uma doutrina filosófica caracterizada por uma extrema aproximação ou identificação total entre Deus e o universo, concebidos como realidades directamente conexas ou como uma única realidade integrada. 

É um antagonismo ao tradicional postulado teológico segundo o qual a divindade transcende absolutamente a realidade material e a condição humana.

Que poderíamos dizer e pensar acerca das inúmeras interpretações que se tem nas diferentes formas de sentir e crer em Deus? 

E os conceitos de Deus no Judaísmo, no Islamismo, no Hinduísmo? 

E as contraposições filosóficas entre deísmo e teísmo?

Conceito, dizem os dicionários, é uma faculdade intelectiva e cognoscitiva do ser humano; é mente, espírito, pensamento, compreensão que alguém tem de uma palavra, de uma acção; é noção, concepção, ideia, opinião, ponto de vista, convicção. 

É a noção abstrata contida nas palavras de uma língua para designar, de modo generalizado e, de certa forma, estável, as propriedades e características de uma classe de seres, objectos ou entidades abstratas.

Conceituar, pois, Deus na Maçonaria, seria no meu entender, cair em mais uma cilada.

Deus não é um conceito. 

Deus é busca, sentimento, caminho, propósito, escopo, finalidade, alvo. 

Nós, maçons

, apenas o denominamos de forma diferente, como o “Grande Arquitecto do Universo”.

Quando Philibert Delorme, falando de Deus no seu tratado de arquitectura, usou em 1567, possivelmente de forma pioneira, a expressão *“esse grande Arquitecto do Universo, Deus Todo-Poderoso”*, estava incutindo um conceito: o de Deus como um grande ordenador e planeador do Universo. 

Ou seja, nada fugiria dos seus desígnios, da sua vontade, da sua determinação.

Arrisco-me a dizer que este não é um conceito próprio do que quer nos ensinar a Maçonaria.

Deus é razão, e como tal ilumina os nossos caminhos concedendo-nos a faculdade de raciocinar, de apreender, de compreender, de ponderar, de julgar. 

Concede-nos a inteligência, ou seja, a faculdade intelectual e linguística que nos distingue, para modificarmos a natureza e fazermos as nossas escolhas.

Se Ele nos distingue com tamanhos privilégios, temos a obrigação, o compromisso, o dever de saber bem usá-los.

Usá-los na busca do aperfeiçoamento individual e colectivo; no sentimento de amor e compreensão que devemos ter para com todos os demais seres vivos; na visão de um caminho de sofrimentos, porém, também de alegrias. 

No propósito de honrarmos, respeitarmos e aceitarmos todos os conceitos humanos que Dele se possa ter, com a finalidade de obtermos não a sua graça, mas, o seu respeito, e mesmo, por que não, a sua admiração; enfim, como um alvo, tentando nos aproximarmos da sua grandeza.

Na verdade, Ele nunca se definiu. 

Nós é que temos esta necessidade incompreensível de tentar definí-Lo.

É mister que entendamos que para a Maçonaria, Deus não é castigo e apesar da denominação “Grande Arquitecto”, não planeia as coisas impedindo as nossas escolhas. 

Dá-nos sim, o livre arbítrio.

As nossas escolhas não serão julgadas, elogiadas ou castigadas com o céu ou o inferno. 

As nossas escolhas representarão dualidades contrastantes do piso mosaico  como enobrecimento ou embrutecimento das nossas almas. 

O bem ou o mal para os nossos semelhantes e demais criaturas vivas; o conhecimento ou a ignorância, a luz ou a escuridão, alegria ou infelicidade.

Todo o ensinamento maçónico está envolvido nestes conceitos: *mente e razão*.

*Mente* como conceito de processos cognitivos e actividades psicológicas, inteligentes e sensíveis do ser humano. 

*Razão*, como pensamento moral, na sua função orientadora da conduta humana, prevendo as consequências e avaliando, com absoluta autonomia, o significado das nossas acções, com base na nossa capacidade lógica de discernir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.

Na minha visão, conseguir visualizar, idealizar, conceber, estar convicto e partilhar destes conceitos, independentemente de crenças e práticas pessoais, representa orar a melhor das orações: a da bondade, da virtude, da honra, da dignidade, do compartilhamento, da solidariedade, do sentimento humanitário, da honestidade e do amor.

É, enfim, seguir em busca da mais sublime concepção de DEUS!




novembro 21, 2025

MAÇONS EM REFLEXÃO - MULHERES E MAÇONARIA



 O irmão Celso Ricardo de Almeida, fundador e presidente da Confraria Maçons em Reflexão, uma Academia informal de cultura maçônica, da qual tenho a honra de participar, entrega o sétimo livro editado pela Confraria. Intitulado Mulheres e Maçonaria, no qual 32 dos mais cultos irmãos do país contribuem com artigos sobre este tema.

No meu artigo eu relato a história da maçonaria feminina no Brasil e como atualmente, na Inglaterra, a Grande Loja Unida da Inglaterra trabalha em estreita colaboração com a maçonaria feminina.

Embora pessoalmente eu não acredite que as nossas tradicionais Lojas passem a receber mulheres, como está acontecendo neste momento em Portugal, é inevitável o crescimento das Lojas femininas e até mesmo mistas, desenvolvendo excelentes trabalhos tanto no campo de estudos como no social.

Para meu orgulho, minha esposa Alice redigiu o prefácio, dando uma amostra de sua cultura e inteligência.

Na próxima semana publicarei o meu texto, bem como outros excelentes trabalhos deste livro.