novembro 04, 2025

PRINCÍPIO MAÇÔNICO DA IGUALDADE - Yassin Taha


Que bom momento para falar sobre igualdade

Que bom momento para falar sobre igualdade. E eu vou levar essa questão para ser um observador do meu ambiente e me referir um pouco sobre o nosso papel nesta era de desigualdade, injustiça, traição e opressão, durante essa Pandemia.

Os princípios dos bons maçons (não nos esqueçamos de que vivemos em um mundo de opostos) são seu pilar em sua escala de valores.

Nossa essência não tem nome, sobrenome, idade, status social, religião ou dogma ou doutrina pendente que perturbem a compreensão da verdade.

Lembre-se de que a nossa essência é livre e, desde o início, somos todos iguais.

Eu adoraria citar literatura e escritos de outros autores sobre a igualdade, mas quando o assunto me atribuído eu senti um pouco sobrecarregado recordando os casos de xenofobia, racismo e opressão de viver todo o nosso mundo.

Eu adoraria cantar ou contar histórias românticas sobre igualdade e transcrever as palavras dos outros, mas a realidade me bate com esse tema todos os dias.

Que responsabilidade todos nós temos como cidadãos do mundo para respeitar as diferenças e a diversidade que nós, como espécie humana Temos?

A questão me domina, mas não sei até onde a resposta pode ir.

É nossa responsabilidade evoluir como raça humana, mas no qual coletivamente falhamos.

POVOS TÊM OS OPRESSORES QUE MERECEM

Conheço o princípio da igualdade, mas tenho a responsabilidade de praticá-la todos os dias com meus irmãos em cada ato de compaixão e em cada doação sem receber nada em troca.

A igualdade não tem raça ou cor, nem estrato ou religião.

Não tem dogma ou doutrina, é simplesmente liberdade, respeito e compaixão para tratar o próximo como você gostaria que tratassem você.

SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO CRIADOR, com o mesmo princípio e com o mesmo fim, mas a questão não é apenas conhecê-lo.

A igualdade é igual e o equilíbrio curativo predomina em todas as situações fundamentais da vida.

A igualdade une, constrói e oferece bem coletivo.

Nós não só temos a responsabilidade como cidadãos do mundo, mas também como maçons livres para praticar o princípio que nos governa da nossa consciência em espírito e verdade para sermos honrados às nossas convicções cumprindo o caminho do polimento da nossa pedra.

Aquilo que é polido com malho e cinzel toda vez que a vida nos dá uma lição.

Essa igualdade é o princípio que governa a transformação coletiva de nossa raça.

Por que acabamos pagando por um planeta que nos dá tudo de graça?

Um planeta sem fronteiras, sem países divididos, sem governos e em absoluta liberdade.

A igualdade não é apenas um princípio maçônico, é a parte fundamental de sustentar uma sociedade equitativa e solidária.

SEM IGUALDADE HAVERÁ SEMPRE POBREZA

Minha responsabilidade como maçom dentro da prática da igualdade é aplicar todos os dias da minha rotina com pequenos atos de compaixão que favoreçam equitativamente os outros em todas as situações vividas conscientes durante o dia.

Uma grande transformação nunca será alcançada se não for alcançada primeiro a rotina diária que estabelece a mudança de hábitos.

…”Pequenas mudanças alcançam grandes transformações”…

Eu conscientemente pratico a igualdade da minha convicção maçônica.






AMÉM! - Alferio Di Giaimo Neto


 

Apesar de muitos pensarem (inclusive eu) que a origem da palavra “Amém” fosse latina, é um engano. Na verdade essa expressão é de origem hebraica e tem o significado de “realmente”; “verdadeiro”; “certamente”. Pelo seu uso, uma pessoa pode confirmar a palavra, ou afirmativa, de outra pessoa e expressar seu desejo para o sucesso daquela palavra ou afirmativa.

A expressão que substitui a palavra “Amém”, em inglês, é “So Mote It Be” e, em português, é “Assim Seja”. Em italiano é “Cosí Sia”

Essas 04 expressões, de modo geral, são empregadas para fechar uma prece, uma reza ou súplica, por aqueles que confirmam ou aprovam a tal prece ou súplica.

Quanto a expressão “So Mote It Be” ela é muito usada nas Lojas Inglesas e é, também, muito antiga na Maçonaria Inglesa, pois aparece no “Poema Regius” que é um dos mais antigos documentos maçônicos, na era Operativa.

A palavra “Mote” é anglo saxônica, derivada do verbo anômalo “Motan”.

Na Maçonaria brasileira, no R.E.A.A., está se tornando comum, apesar de não pertencer a esse Rito, um Maçom, a pedido do Mestre de Cerimônias, fazer uma pequena prece, no Atrio do Templo, e no final todos confirmam, dizendo “Assim Seja!”



novembro 03, 2025

MEU IRMÃO, ONDE É SUA ÍTACA - Sérgio Quirino





Primeiro, vamos recordar as aulas de Geografia, as quais a maioria de nós teve no século passado. Abro um parêntese para manifestar minha alegria ao dizer que foi no século XX. Afinal, como escrito por Luca Jordão: “Envelhecer é inevitável; ficar velho, uma opção”.

Retornando, então, à paradisíaca Ítaca, ela é tratada como uma ilha grega. Porém, caracteriza-se por um conjunto de 7 ilhas principais, 5 médias e outras 3 pequenas, que demonstram clamor natural, cultural e mítico da Grécia.

É justamente na mítica que nos interessa Ítaca, terra do herói Ulisses, cuja história tomamos conhecimento pela Odisseia, de Homero, e cujos detalhes, para além do belíssimo texto, são muito interessantes. A aventura é composta por 24 cantos, divididos em 3 partes que se seguem gradualmente.

A primeira parte é voltada para Telêmaco, o jovem filho de Ulisses. Na ausência do pai, defendeu o reino das intrigas políticas e sua mãe, considerada viúva, pois havia mais de 10 anos que Ulisses estava nos campos de batalha sem dar notícias. Muitos eram os que pretendiam desposar Penélope e tornar-se o reinante.

A segunda parte narra as aventuras e viagens de Ulisses, em que enfrentou Poseidon, Polifemo, Hades, sereias, Circe e, por fim, passou 7 anos aprisionado pela ninfa Calipso, quem lhe implorava amor e lhe daria a imortalidade em troca.

Após 20 anos, como relatado na terceira parte da Odisseia, Ulisses retorna ao lar, a princípio disfarçado de mendigo para tomar ciência do que acontecera em seu reino durante sua ausência. Sua fiel esposa, sob muita pressão, prepara uma disputa entre os pretendentes e traidores do reino.

Aquele que fosse capaz de armar o arco que Ulisses havia deixado e passar uma flecha pelo buraco de 12 machados, ela o desposaria. Tudo preparado, somente Ulisses foi bem-sucedido e, além disso, matou todos os seus inimigos.

Entretanto, onde essa história se encaixa em nossos estudos maçônicos.

Nas viagens e nos percalços de Ulisses, visualizamos grandes instruções. É uma jornada de autoconhecimento, na qual, em vários momentos, ele substitui a força bruta pela razão; ele procura se entender e busca motivos para o que possa estar acontecendo. Ele tem a clara noção do passar do tempo, mas persevera e é resiliente.

Em diversos episódios, ele foge do padrão clássico de herói que tudo vence pelo braço. Apresenta uma mente clara e reflexiva e o mais importante: mesmo ante tantas oportunidades de desistir, de temer o presente, da angústia do que pode encontrar no futuro, ele não desanima de sua jornada.

Ele se lembra do filho a quem tem muito o que ensinar; da esposa, com quem tem muito a compartilhar; e de seus pares, a quem deve contribuir para a felicidade. Ítaca é seu paraíso, é seu lugar no mundo, e foram necessários enormes desafios para ele lá chegar.

Contudo, ele não conseguiu sozinho. Teve ajuda da deusa Atena, divindade grega da sabedoria, da inteligência e da justiça. Recordando, ainda, as aulas de Geografia, curiosamente a Ilha Ítaca está no Mar Jônico.

Retorno, pois, à pergunta do título. 

MEU IRMÃO, ONDE É SUA ÍTACA?

ONDE ESTÃO OS JOVENS QUE VOCÊ TEM O COMPROMISSO DE ENSINAR?

NÃO DEIXE SEUS COMPANHEIROS DE JORNADA A ESPERÁ-LO.

SUAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS PODEM SER A BASE DA MAESTRIA DO PRÓXIMO!

APESAR DE TANTOS DESAFIOS MAÇÔNICOS, ÍTACA É A NOSSA LOJA MAÇÔNICA.



FALANDO E CONVENCENDO - Michael Winetzki






Coloco neste post um capítulo de meu livro FALANDO E CONVENCENDO, UM MANUAL DE ORATÓRIA E PERSUASÃO, considerado, sem falta modéstia, um dos melhores livros sobre o tema já editados no país, e utilizado como material didático num curso de pós graduação numa Faculdade do DF. Os leitores que o desejarem adquirir entrem em contato comigo e envio autografado. O valor é R$ 80,00 mais postagem.

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CAPÍTULO 3

Primeiros passos: preparando o discurso

A linguagem deve exprimir com clareza o pensamento.

Isso é tudo. Confúcio

Antes da apresentação

·  Separe as fontes de todo o material que irá utilizar (livros, impressos, gráficos, estatísticas, slides); assegure-se que os dados você vai utilizar são exatos e verdadeiros;

· Se houver material audiovisual prepare-o de forma que seja legível, atraente e pertinente, reforçando e esclarecendo pontos importantes; se não tiver facilidade com os programas de apresentação é melhor pedir a um profissional;

· Anote os mais dados importantes em fichas ou cartões, para lhe servirem de guia durante a elaboração e de suporte ou memória na palestra (não tente decorar todo o discurso);            

· É importante conhecer o local e testar o equipamento com antecedência;

· Procure antecipar as perguntas que poderão ser feitas.

Planeje a sua palestra

· Planeje para ter palestra pronta pelo menos três dias antes da apresentação, vai lhe dar folga para ensaiar e se familiarizar;

· Saiba qual é o tempo que você tem para falar, já vimos que quanto menor é o tempo, mais difícil será a elaboração, (é possível apresentar qualquer assunto, com sucesso, em no máximo 50 minutos)

· Defina seu tema e seu objetivo, aquilo que você quer de sua audiência: informar, convencer, comemorar, persuadir;

· Comece anotando as ideias principais com frases curtas utilizando um vocabulário simples, porém correto, evitando palavras desnecessárias, jargão técnico, siglas e abreviações, advérbios vagos (muito, pouco) e adjetivos;

· Fuja de clichês ou de bordões humorísticos da TV (tô pagaando);

· Organize um roteiro ligando as ideias principais de maneira que as partes se integrem ao todo de maneira lógica e natural. Coloque a ideia principal e anote algumas ideias secundárias que podem enriquecer o contexto. Sempre caminhe no sentido do menos importante para o mais importante, que deve ser o ponto alto, o fecho da palestra (facilita quando se usa algum padrão como: cronológico, espacial, de causa e efeito, de problema - solução);

· Cuidado com a gramática. Erros gramaticais podem arruinar a sua apresentação e comprometer a sua imagem. Revise cuidadosamente a construção das frases, a concordância e a conjugação dos verbos.

· Tente apresentar uma nova visão sobre o assunto;

· Não aceite falar sobre algo de que não entende;

· Quando não souber algo sobre o assunto, diga “não sei”, nunca “chute”.

Conheça sua plateia

· Procure se informar sobre a natureza da sua audiência (sexo, idade, instrução), porque estão reunidos, o que esperam ouvir, o quanto conhecem sobre o assunto e qual a opinião deles quanto ao que será apresentado, para relacioná-los com o tema. Assim você fará o discurso certo para as pessoas certas.

· Explore o fato de que as pessoas internalizam mensagens de diferentes maneiras: algumas são auditivas (motivadas pelo som), outros visuais (motivadas por imagens) ou sinestésicas (atingidas no seu emocional pelos movimentos). Por isso utilize todos os recursos de voz, imagens e gesticulação.

Ensaie

· Pratique em voz alta, várias vezes; treinar nunca é demais;

· Se for ler algum texto, ensaie para se familiarizar e se possível grave e ouça a gravação para achar o tom e o ritmo certos;

· Faça a apresentação para outra pessoa ou algum amigo e peça-lhe uma avaliação sincera; como as vezes é difícil para um amigo fazer uma observação crítica, faça perguntas: - “você acha que ficou o tema claro?” ou “estou usando palavras difíceis demais?”

· Administre o tempo da palestra, dividindo-o conforme já vimos, determinando o começo, meio e fim (reserve alguns minutos para eventuais imprevistos ou perguntas). É sempre preferível falar de menos do que demais.

Procure estar bem equilibrado, emocional e fisicamente

· Apresente-se de maneira natural, relaxada, autoconfiante. Qualquer tipo de tensão emocional ou problema fisiológico pode perturbar a apresentação, portanto se estiver com dor de cabeça ou no nervo ciático ou excessivamente nervoso, procure antes se cuidar.

· Evite alimentos pesados, água gelada e especialmente bebidas alcoólicas, antes da apresentação (já vi palestrantes de renome darem vexame por causa de apenas um uísque);

· Entenda que a ansiedade de falar em público é natural (a maioria das pessoas se sente insegura no início);

     Há cerca de 40 anos entrevistei antes de um show o cantor que se tornaria um dos maiores ídolos desta geração e uma das perguntas que lhe fiz foi: - “o que você sente antes de entrar para cantar?” – A resposta surpreendente: “fico apavorado”. - “E o que você faz então?” - “Escolho uma pessoa na plateia e olhando-a fixamente canto para ela. Se ela me sorri começo a relaxar e aí dá tudo certo”. É uma simples e eficaz receita para qualquer orador.

· Se conhecer profundamente o assunto sobre o qual irá falar, será mais fácil controlar o nervosismo;

· Pratique exercícios de relaxamento e respiração antes da apresentação (veremos alguns desses exercícios na parte 2)

· Mantenha a garganta hidratada com água, em temperatura ambiente;

· Mande mensagens positivas a si mesmo (farei uma excelente apresentação, serei muito aplaudido, vou ficar muito feliz);

Iniciando a palestra

· Seja pontual. Comece no horário previsto mesmo que o auditório esteja “meio vazio” (aguardar a chegada dos retardatários é falta de consideração com aqueles que foram pontuais);

· Esteja vestido de maneira formal, discreta e elegante (exceto se você for falar em agências de publicidade ou no mundo do "show-business");

· Mantenha uma postura ereta, descontraída, natural, confortável; não fique imóvel, não gesticule exageradamente;

· Crie um clima agradável; sendo natural e sincero. Sorria;

· Procure ser modesto. Esta é uma qualidade que cativa a assistência. Apresente-se como “sou um jornalista", e não como "sou redator-chefe do mais importante jornal do estado"

· Crie um clima agradável; sendo natural e sincero. Sorria;

· Tome cuidado com cacoetes ou tiques como coçar a cabeça, tamborilar os dedos ou pigarrear

· Preste atenção às reações do público, são elas que lhe dirão o quanto sua apresentação está agradando, ou não;

Alice e eu assistimos a uma palestra no Senado na qual o apresentador se perdeu e o público manifestava ruidosamente seu desconforto. Na tentativa de reencontrar o eixo o palestrante abriu um espaço de cinco minutos para um café. Das mais de 60 pessoas presentes retornaram apenas seis.

· Olhe alternadamente para os papeis e para os ouvintes. Jamais volte as costas para a plateia. Se houver projeção decore ou tenha em mãos cópias dos slides, mas fale olhando para a plateia.

Durante a apresentação

· Fale com clareza, pronunciando bem todas as palavras, sem omitir letra alguma (diga janeiro e não janero, problema e não poblema, falar e não falá);

Quem fala: vamo percisá resorve um poblema é quase um caso perdido, mas é muito mais comum do que parece.

· A impostação (respiração diafragmática) acalma, obriga a concentração, aumenta a potência vocal e facilita a entonação (veremos como se faz adiante);

· Use diferentes inflexões vocais, modulando a voz, variando o ritmo, o tom da voz e velocidade da fala. A modulação é a melodia da voz.

Tom de voz ou altura: não grite nem sussurre, fale para a última fila da plateia.

Velocidade: falar rápido demais prejudica o entendimento, devagar demais entedia. Ritmo ou “cor”: alterne altura e velocidade e use as pausas para dar um ritmo gostoso.

· Coloque ênfase nas partes importantes. A ênfase altera a compreensão e reforça a mensagem.

 

Eu não peguei o seu bombom (quem pegou?)

Eu não peguei o seu bombom (fez o que então?)

Eu não peguei o seu bombom (pegou o bombom de quem?)

Eu não peguei o seu bombom (pegou o que?)

· Mantenha constante contato visual com os presentes, olhe para todos, alternadamente, como se estivesse conversando com cada assistente.

· Faça pausas para respiração durante o discurso; na construção das frases, marque no texto as pausas para respirar.

· Coloque emoção naquilo que diz. Conte histórias emocionantes e experiências humanas, próprias ou alheias, o público adora histórias e retribui com atenção.

· As inflexões vocais, que são a musicalidade da voz, juntamente com a expressão corporal é que vão proporcionar beleza, colorido e expressividade para a fala.

Exemplos de inflexões vocais:

Emergencial: Olhe o perigo! Pare! Cuidado!

Tom de voz forte, de comando, postura do corpo ereta, expressão facial séria, gestos firmes         

Sensitivo: Você é linda! Eu amo você.

Tom de voz espontâneo, postura e gestos totalmente descontraídos, expressão facial aberta.

Informativo: Por favor, que horas são?

Tom de voz normal, postura e gestos neutros, expressão facial descontraída, palavras de indagação.

Diretivo: Anote o seu endereço no formulário.

Tom de voz forte firme, postura e gestos mais suaves, expressão facial descontraída.

Nutritivo: Que delicia este almoço.

Tom de voz confortante, palavras de apoio, expressão facial amiga, gestos de aproximação.

novembro 02, 2025

A Maçonaria e seu Ideal de Tornar Feliz a Humanidade - Denizart Silveira de Oliveira Filho


A Maçonaria é uma Instituição que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e a crença de cada um. Ela não é regional, ela é universal e as suas Oficinas se espalham por todos os recantos da Terra, sem preocupação de fronteiras e de raças”.

Creio não haver Maçom no Brasil, ou fora dele, que não conheça essa definição da Maçonaria, posto constante de nossos Rituais, e lida em todas as suas Sessões.

Porém, para melhor compreensão do texto, segue sua versão, na forma de um ensaio, com linguagem reflexiva e fluidez argumentativa, mantendo o mesmo sentido. 

A Maçonaria se apresenta como uma das mais antigas e persistentes instituições dedicadas à elevação moral e espiritual do ser humano. Seu propósito maior é contribuir para a felicidade da humanidade por meio do amor, da tolerância e do aperfeiçoamento dos costumes. Não se trata de uma doutrina sectária ou restrita, mas de um caminho simbólico e filosófico que estimula o homem a conhecer a si mesmo e a construir uma sociedade mais justa e harmônica, o que está longe de acontecer.

A fraternidade maçônica nasce da convicção de que o verdadeiro progresso não está apenas na ciência ou na técnica, mas na formação de indivíduos conscientes de seus deveres, cívicos, éticos e sociais. O amor ao próximo e o respeito às diferenças são pilares fundamentais dessa visão. A Maçonaria ensina que, para que haja paz e entendimento entre os homens, é preciso cultivar a compreensão mútua e a busca constante da verdade, ou, verdades, que nos são constantemente negadas, omitidas e transformadas em narrativas apenas, pelas nossas autoridades, parlamentares e governança. 

Outro princípio essencial é o da igualdade, compreendida não como uniformidade, mas como reconhecimento da dignidade de cada ser humano, independentemente de origem, crença ou posição social. Nesse sentido, o respeito à autoridade e à fé individual tornam-se expressões de liberdade e maturidade moral. O Maçom é chamado a exercer sua cidadania de forma plena, comprometendo-se com o bem comum e com a construção de um mundo mais solidário, o que também não se têm realizado.

Universal em sua essência, a Maçonaria ultrapassa fronteiras geográficas, políticas e culturais. Suas Lojas estão espalhadas pelos mais diversos povos e nações, unidas por ideais comuns que transcendem raças e fronteiras. Essa universalidade expressa o espírito de união que a Instituição propaga: o de que toda a humanidade, apesar de suas diferenças, forma uma única e grande família. Assim, a Maçonaria continua a cumprir sua missão de aperfeiçoar o homem para aperfeiçoar o mundo. Infelizmente essa grande família não tem passado de utopia.

É muito linda essa definição da, também tão linda, Instituição, a Maçonaria. Mas como tornar, na prática, mais feliz a Humanidade, com base neste texto? No ensaio abaixo, procuramos responder a essa questão.

Tornar a humanidade mais feliz é uma aspiração antiga, mas que exige atitudes concretas e permanentes. A Maçonaria, como instituição filosófica e humanista, propõe caminhos que vão além das palavras e das intenções. Seu ensinamento fundamental é o de que o aperfeiçoamento do mundo começa no aperfeiçoamento de cada indivíduo. Assim, a prática diária do amor, da tolerância, da igualdade e do respeito mútuo deve ser o alicerce de uma convivência verdadeiramente fraterna. Falhamos muitas vezes nesses ideais. É comum, ao expressarmos nossos pensamentos e ideias, sermos imediatamente rechaçados, recriminados, quando não, humilhados, sob as mais ridículas narrativas. 

O amor, na perspectiva maçônica, não deve ser um sentimento passivo, mas uma força ativa que se manifeste em gestos de solidariedade, empatia e generosidade. Amar o próximo deve implicar em reconhecer nele o mesmo valor essencial que habita em nós. Deve ser compreender que a dor do outro também nos pertence e que o bem comum depende da soma das nossas pequenas ações de cuidado e compaixão. Infelizmente, não é isso que vemos, inclusive na esfera governamental. 

A tolerância é outro pilar indispensável. Num mundo marcado por diferenças de opinião, fé, cultura e origem, a convivência pacífica só é possível quando aprendemos a ouvir e respeitar o que é diverso. Ser tolerante não significa concordar com tudo, mas aceitar que cada ser humano tem o direito de pensar e crer de modo próprio. A verdadeira sabedoria está em conviver com a diferença sem transformar a discordância em ódio. Devemos, sim, como Maçons, defender nossos pontos de vista, compartilhá-los, e, até mesmo, com, o devido respeito, apontar e criticar construtivamente os dos outros, e mesmo assim, ser respeitados.

O aperfeiçoamento dos costumes representa o esforço pessoal e coletivo de elevar os padrões morais da sociedade. Isso deve se traduzir na honestidade nas relações, na responsabilidade cívica e no combate à indiferença. Um povo ético e consciente deve ser capaz de construir instituições mais justas e humanas. Da mesma forma, a igualdade deve ser praticada não apenas como ideal, mas como atitude: oferecer oportunidades, respeitar as limitações e valorizar as potencialidades de cada indivíduo.

Por fim, o respeito à autoridade e à crença alheia sustenta a harmonia social. Autoridade, aqui, deve ser entendida como o exercício responsável do poder, guiado pela justiça e pela razão, e não pela imposição, opressão, tirania e corrupção, especialmente, de valores. Quanto à fé, cada pessoa deve ter liberdade para expressar sua espiritualidade, pois o verdadeiro progresso humano se realiza quando razão e crença coexistem em equilíbrio, paz e harmonia.

Em síntese, tornar mais feliz a humanidade não deve ser tarefa de poucos nem meta distante. Deve ser o resultado do esforço diário de muitos que, guiados pelo amor e pela ética, devem construir pontes em vez de muros. Quando cada um de nós se comprometer com o bem, a fraternidade deixará de ser um ideal abstrato e se transformará em realidade viva. Essa é, em essência, a lição prática que a Maçonaria oferece ao mundo.

Que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, nos abençoe a todos!

FINADOS - Adilson Zotovici



Grande força da fé, da oração,

Materializando as imagens

Gravadas n’alguma estação

Entre as tantas vividas passagens 


Saudades...de obras, mensagens,

D’algum legado ou semeadura,

De quem já em outras paragens,

Lembradas com amor e ternura 


Mas, uma espécie de amargura 

Invade silente, matreira, 

Esquecendo haver vida futura 

 Elevação inefável, certeira ! 


E a saudade então, sorrateira,

Toma o lugar da alegria

Numa escuridão tal cegueira

Brotando até...rebeldia


Mas a infinita sabedoria

Do PAI, que o Grande Arquiteto,

Vai livrando, dia a dia,

Esse estado descrente, abjeto !


Pois a “obra”, de amor e afeto,

Paulatina, mostra o caminho,

De tantas sendas  repleto

Qual jamais se caminha sozinho !


Fica aqui o pão, fica o vinho,

E tudo mais que material 

Não sabendo qualquer adivinho

A hora do desenlace carnal 


A Crença e a fé no PAI Celestial

Levar-nos-á  certamente 

Diante do espírito imortal

De cada querido ente !


Que a seu tempo, evidente,

Nos aguarda no futuro,

De braços abertos, contente,   

Ao reencontro, que seguro !


Prece, resignação, sorriso puro !

Sem prantos, aos sempre lembrados

Que vivem além do “ alto muro” 

Irmãos e  amigos....finados !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif - 169














F   I   N   A   D   O   S


Grande força da fé, da oração,

Materializando as imagens

Gravadas n’alguma estação

Entre as tantas vividas passagens 


Saudades...de obras, mensagens,

D’algum legado ou semeadura,

De quem já em outras paragens,

Lembradas com amor e ternura 


Mas, uma espécie de amargura 

Invade silente, matreira, 

Esquecendo haver vida futura 

 Elevação inefável, certeira ! 


E a saudade então, sorrateira,

Toma o lugar da alegria

Numa escuridão tal cegueira

Brotando até...rebeldia


Mas a infinita sabedoria

Do PAI, que o Grande Arquiteto,

Vai livrando, dia a dia,

Esse estado descrente, abjeto !


Pois a “obra”, de amor e afeto,

Paulatina, mostra o caminho,

De tantas sendas  repleto

Qual jamais se caminha sozinho !


Fica aqui o pão, fica o vinho,

E tudo mais que material 

Não sabendo qualquer adivinho

A hora do desenlace carnal 


A Crença e a fé no PAI Celestial

Levar-nos-á  certamente 

Diante do espírito imortal

De cada querido ente !


Que a seu tempo, evidente,

Nos aguarda no futuro,

De braços abertos, contente,   

Ao reencontro, que seguro !


Prece, resignação, sorriso puro !

Sem prantos, aos sempre lembrados

Que vivem além do “ alto muro” 

Irmãos e  amigos....finados !



novembro 01, 2025

MOZART, NOSSO IRMÃO - Hanna Tales




Wolfgang Amadeus Mozart foi uma criança prodígio e realizou muitas façanhas notáveis em sua vida. Descrever todas as suas travessuras é impossível, então vamos destacar as mais interessantes:

O simples fato de ele ter composto um concerto para teclado aos 4 anos já mostrava a sorte que seus pais tiveram. Aliás, certa vez, um estudante perguntou a ele como escrever uma sinfonia, e Mozart respondeu que seria melhor começar com algo mais simples. O estudante retrucou: "Mas você escreveu uma sinfonia aos 9 anos!", ao que Mozart respondeu: "Eu não perguntei a ninguém como fazer isso."

É importante lembrar que, apesar de suas conquistas adultas (ele se tornou acadêmico aos 14 anos), ele ainda era uma criança. Em uma ocasião, durante um concerto, um gato subiu ao palco e Mozart, esquecendo-se do público, correu para pegá-lo nos braços. Quando seu pai, irritado, o repreendeu, o pequeno Mozart respondeu: "Ora, pai, o cravo não vai a lugar nenhum, mas o gato pode fugir."

Não era fácil ser um jovem prodígio! Passar a infância viajando pela Europa com concertos não é para qualquer um. Em um desses concertos, ele até tocou de olhos vendados.

Após terminar a academia, ele disse ao pai: "Pai, agora que sou acadêmico, posso pelo menos brincar um pouco?"

ALIÁS:

1. O nome completo de Mozart é Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Gottlieb Sigismundus Amadeus Mozart. Theophilus, Amadeus, Gottlieb e Sigismundus têm o mesmo significado em diferentes idiomas: "amado por Deus".

2. Wolfgang era o sétimo filho da família, mas quase todos os seus irmãos morreram na infância. Apenas uma irmã, Maria Anna, que era quatro anos e meio mais velha, sobreviveu.

3. A primeira turnê mundial de concertos de Mozart aconteceu quando ele tinha 7 anos e durou 3,5 anos. Mozart se apresentou em Paris, Londres, várias cidades da Suíça, Alemanha, Holanda, Flandres, entre outros.

4. Mozart tinha apenas 1,60 m de altura.

5. Mozart tinha uma paixão por bilhar. Ele gastava quase todo o dinheiro que ganhava no jogo.

6. Mozart é o autor da primeira cópia musical ilegal da história: após ouvir apenas uma vez o "Miserere" de Allegri na Capela Sistina, executado uma vez por ano, ele reproduziu quase perfeitamente essa propriedade musical do Vaticano (as partituras estavam disponíveis apenas para o Papa) de memória. Ao saber disso, o Papa ficou impressionado e premiou Mozart com a Ordem do Cavaleiro da Espora de Ouro.

7. As orelhas de Mozart eram diferentes: ele nasceu com um defeito na orelha esquerda.

8. Em quase todos os aeroportos, antes dos anúncios, tocam as primeiras notas da Missa Brevis em Ré Maior, composta por Mozart aos 18 anos.

NA VIDA TUDO PASSA SOMENTE FICA A FOTOGRAFIA - Bruno Bezerra de Macedo (1)



Na vida tudo passa, somente fica a fotografia, máxima dita a mim em ocasiões diversas por José Robson Gouveia Freire (1), evoca a efemeridade do tempo e o poder da memória. O pensamento de Dostoievski é um conceito filosófico e cultural amplamente explorado, que sugere a natureza duradoura e inalterável do que é genuíno, em contraste com a transitoriedade e a fraqueza da mentira e da falsidade, pois, somente a verdade permanece.

René Descartes, a seu tempo, buscava uma verdade indubitável através da razão, defendendo a adequação entre o pensamento e a realidade. Em contraste, pensadores como Karl Popper consideram que a verdade não é descoberta, mas inventada, sendo sempre provisória e passível de refutação. Nietzsche, por sua vez, via a verdade como uma interpretação, uma construção humana, e não uma realidade absoluta, já que, é sempre mediada por perspectivas individuais. 

A maneira como cada pessoa capta os estímulos do ambiente através dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) influencia sua experiência do mundo. Por exemplo, duas pessoas podem ver a mesma obra de arte e ter reações e impressões completamente diferentes, baseadas em seus gostos e vivências. O lugar e a época em que uma pessoa vive moldam suas crenças, valores e forma de interpretar o mundo. Por isso, o que é visto como verdade em uma cultura pode não ser em outra. 

O conhecimento e a verdade podem ser considerados subjetivos, no sentido de que sua validade depende das crenças, sentimentos e gostos de cada indivíduo tornados visíveis pela linguagem que descreve. A linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também, uma maneira de estruturar nosso pensamento e nossa visão de mundo. Os conceitos e significados que utilizamos para descrever a realidade são socialmente construídos e influenciam como a entendemos.

Embora a perspectiva individual medie nossa experiência da realidade, isso não significa que não existam fatos ou leis externas e independentes de nossa vontade. A realidade objetiva inclui fatos e conceitos que existem independentemente de quem os observa, como as leis da física e da matemática. Na busca pelo conhecimento objetivo, especialmente nas ciências, a subjetividade é vista como uma contaminação ou desvio que precisa ser superado.

Enquanto a realidade objetiva pode existir, nossa percepção e compreensão dela são sempre subjetivas, ou seja, mediadas por nossas perspectivas e experiências individuais. A dimensão subjetiva do ser humano inclui suas crenças, emoções, desejos e perspectivas pessoais. É a partir dela que o indivíduo atribui significado ao mundo. A realidade subjetiva é o mundo interno de cada ser humano, no qual a realidade ganha significado pessoal e se torna uma experiência única para cada um. 

A distinção entre objetividade e subjetividade é um ponto de partida para entender o conhecimento e a existência, e não uma tentativa de unificar os conceitos. A fenomenologia, por exemplo, não ignora a subjetividade, mas a investiga de forma rigorosa. Procura entender como as experiências subjetivas moldam a percepção da realidade, em vez de simplesmente descartá-las. Seu método central é a epoché pressupostos e crenças prévias para analisar a experiência pura e inteligível que se manifesta à consciência. 

O filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia, propôs o método da redução fenomenológica para analisar essa experiência pura e inteligível, não se limitando a descrever o fenômeno percebido, mas busca a intuição das essências (ou eidética). Ao buscar as essências, ela estabelece uma base universal e objetiva para o conhecimento. A fenomenologia busca ir além do dualismo entre sujeito e objeto, mostrando que a consciência e o objeto de sua experiência estão intrinsecamente ligados pela intencionalidade.

A intencionalidade é essa propriedade fundamental da consciência de estar sempre direcionada a algo. A consciência é sempre "consciência de algo". Não existe uma consciência vazia. Perceber é sempre perceber algo; desejar é sempre desejar algo; lembrar é sempre lembrar de algo. A intencionalidade é o que preenche essa consciência com conteúdo. Um pedaço de madeira, por exemplo, pode ser visto como lenha, matéria-prima ou obra de arte, dependendo da intenção daquele que o experiencia.

Não há prioridade entre sujeito e objeto. Essa relação é uma correlação mútua. Sem a consciência intencional, o objeto não se manifesta como tal. Sem o objeto que a visa, a consciência não tem conteúdo. É a intencionalidade que transforma o fluxo de estímulos sensíveis em objetos e significados compreensíveis. A intencionalidade estabelece uma conexão essencial e dinâmica entre o sujeito e o objeto. A consciência não reflete passivamente o mundo, mas interage ativamente com ele. 

Para o psicólogo Hermann Brentano, a intencionalidade é a característica distintiva dos fenômenos mentais, diferenciando-os dos fenômenos físicos. A palavra "intencionalidade" vem do verbo latino tendere, que significa "direcionar" ou "tender para". Você não apenas tem a experiência visual, mas a direciona para algo específico no mundo. É um processo subjetivo influenciado por fatores internos, é um conceito fundamental e amplamente aceito na psicologia e em outras ciências cognitivas.

Ao receber estímulos do ambiente por meio dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar), o cérebro não os registra como uma cópia exata do mundo. Em vez disso, ele os codifica e transforma para construir uma representação interna da realidade. Essa representação é única para cada indivíduo, pois, é moldada por uma variedade de fatores internos. O conhecimento e as memórias acumuladas influenciam as expectativas e a interpretação de novas informações sensoriais, pois, na vida tudo passa, somente fica a fotografia perpetuando verdades.

(1) José Robson Gouveia Freire, Fundador e Diretor Bibliotecário da Academia Internacional de Maçons Imortais, na qual é Acadêmico Titular da Cadeira nº 39 – Patrono Grão Mestre José de Melo e Silva.

outubro 31, 2025

O NASCIMENTO DA SABEDORIA GREGA - Joel Arosi


A sabedoria, para os gregos, não nasce com Sócrates, nem Platão nem Aristóteles. 

Nem com Tales, Heráclito ou Parmênides. A sabedoria, que os gregos chamavam 

filosofia, pois a buscavam bem cientes de que ainda não a tinham encontrado, 

nascera, de acordo com os seus mitos, da cabeça rachada de Zeus.

Os mitos gregos são assim mesmo, meio bizarros. Mas por trás da bizarrice podem 

ocultar-se significados que nos interessam sobremaneira. Vejamos se é o caso.

O mito diz que Atena, deusa da sabedoria e deusa tutelar da cidade de Atenas, era 

filha de Zeus e de uma divindade menos conhecida chamada Métis. Esta Métis era 

filha de Oceano e Tétis.

Bem, Métis podia ser uma divindade menor, mas ela tinha a presidência de algo, 

assim como os demais deuses do panteão greco-romano. Métis era deusa daquilo 

que a palavra sugere para nós ainda hoje: da mente humana e suas artimanhas.

Agora sabemos mais uma coisa: que a sabedoria é filha da mente, da capacidade 

de pensar, de antecipar, de planejar e até de enganar que os homens têm. Até aí, 

tudo bem, faz sentido, não é exatamente uma descoberta. O que é curioso é que a 

sabedoria veio à existência da cabeça de Zeus, e não do ventre de Métis.

Isso ocorreu porque o deus dos raios, alertado por uma profecia de que Métis 

geraria aquele que o suplantaria como chefe dos olímpicos, a devorou assim como 

Cronos havia devorado os irmãos de Zeus algum tempo antes.

Métis, por sua vez, antes de ser devorada havia se metamorfoseado várias vezes, 

na tentativa desesperada de fugir da volúpia estomacal do marido. Isso indica a 

capacidade da mente de assumir todas as formas possíveis, assim como as águas, 

que lhe deram origem.

Métis não pôde esconder-se indefinidamente. E, uma vez devorada, nunca mais foi 

vista; tornou-se um atributo de Zeus, que passou a ser chamado de “sábio 

conselheiro”, ou, em grego transliterado, metíeta.

Métis podia estar fora do jogo, mas Zeus começou a ter uma dor de cabeça violenta. 

Para aliviá-la, Hefesto, ferreiro dos deuses, foi convocado; este não achou outro 

remédio senão, com uma machadinha, rachar ao meio a cuca do pai de criação.

E eis que, perfeitamente armada para a guerra, nasce Atena, a virgem guerreira que 

presidiria à sabedoria!

E aí nós todos temos o óbvio maravilhosamente descrito pelo mito: a filosofia nasce 

do amor pela maior das dores de cabeça

A VIA APIA - Fabio Monteiro

 



Elas não apenas guiavam viajantes, elas unificavam o Império... 

A Via Ápia, conhecida como Regina Viarum, a Rainha das Estradas, era mais do que um simples caminho. Ela era uma artéria que pulsava vida, cultura e poder. Conectava Roma ao sul da península Itálica, permitindo que povos se encontrassem, ideias florescessem e a civilização se expandisse. 

E ao longo desse trajeto, surgiam os miliários, os “marcos quilométricos” da antiguidade. Essas colunas de pedra eram as placas de sinalização romanas. A cada milha romana (aprox. 1,48 km), lá estava um desses marcos indicando a distância, o nome do imperador que mandou construir ou restaurar a estrada e, muitas vezes, orgulhosas mensagens de grandeza. Era a propaganda oficial de Roma ao ar livre, lembrando a todos quem governava aquelas terras. 

Com mais de 120 mil marcos espalhados por estradas imperiais, Roma criou um sistema logístico.

Por eles, era possível saber onde estava, para onde seguir e quem era o responsável pela obra: o Imperador.

O marco da imagem, ligado à gloriosa Via Ápia, é um desses sobreviventes do tempo. Um testemunho silencioso que viu senadores em carruagens elegantes, escravos em correntes, comerciantes esperançosos e soldados que partiam para conquistar ou defender fronteiras. Cada nome inscrito na pedra é um fragmento de história que atravessou séculos.

A Via Ápia não era só uma estrada, era um símbolo da eficiência, organização e ambição de Roma. Ao olhar para esse marco hoje, vemos mais que pedra: vemos uma civilização que entendeu que o poder também se constrói com caminhos, conexões e direção.

SESSÃO CONJUNTA DE PALESTRA - São Paulo



Nesta quarta feira, dia 28, cinco Lojas da GLESP , lideradas pela ARLS União e Solidariedade n. 367, realizaram sessão conjunta para ouvir a palestra do irmão João Guilherme Milani Gobo, um dos mais brilhantes historiadores da maçonaria, com o título "A história do Rito Escocês Antigo e Aceito". 

Aproximando-se o centenário da GLESP, o Sereníssimo Grão Mestre, Jorge Anysio Haddad determinou que cada Loja uma medalha referente a história da Grande Loja. As medalhas foram entregues pelo Delegado Regional irmão Taricano para as seguintes Lojas: Da esquerda para a direita, segue a Loja e o nome do VM

1) ARLS Palavra Sagrada 829 - VM Carlos Manuel Alcobia Mendes

2) ARLS Paz e Harmonia 551 - VM Mauro Bruno Gasparoto

3) ARLS Templários 232 - MI José Carlos Drager, representando o VM João Ricardo Degaspari Vicente, que está em viagem 

4) ARLS Educação e Integração 232 - VM Marco Antônio Augusto Fernandes 

5) ARLS União e Solidariedade 387 - VM José Stella Neto e o Delegado Regional irmão Taricano.

PADRINHO - Adilson Zotovici






Adilson Zotovici, o mais importante poeta da maçonaria brasileira, tem um espaço cativo neste blog, todos os domingos, há vários anos. Mas no Dia Nacional da Poesia abro uma exceção na data para homenagear em seu nome, a todos os poetas que se dedicam a esta maravilhosa arte.


Não te enganes livre pedreiro 

Ao cavares pedra ao alinho  

Se achares amigo ou vizinho... 

Que és muito mais que garimpeiro 


Falso brilho, que desalinho,  

Trará a treva ao teu canteiro 

Que se eleva,  por derradeiro,

Em empecilho de mansinho 


Pensa na obra por inteiro 

Nos afazeres jamais sozinho,  

Dos deveres...terno olheiro  


Eterno guia no caminho 

Superno mestre desse obreiro  

Na maçonaria ...o Padrinho !




DIA NACIONAL DA POESIA - Cesar Augusto Garcia



O Dia Nacional da Poesia e comemorado no dia de hoje, 31 de outubro, em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. A celebração ocorre em todo o território brasileiro, marcando o aniversário do escritor e reconhecendo a importância da poesia para a cultura do país. 

Durante uma reunião realizada no gabinete do Sereníssimo Grão Mestre da GLESP, o irmão César Augusto Garcia, Eminente Grão Mestre Adjunto, e eu, descobrimos a nossa paixão comum por poesia e também pelo gênio Camões, de quem conheço poemas de cor. 

O jurista, professor universitário, maçom com vasta obra de serviços prestados a sociedade acabou por revelar uma face oculta, sua sensibilidade poética expressa em mais de mil poemas, dos quais tenho a honra de publicar este abaixo, baseado num soneto do vate lusitano, que é uma das mais lindas declarações de amor da literatura.

BRILHANDO 

Lembrando minhas velhas sensações

 Enquanto sentado em uma mesa

Bebia eu o luar de uma tristeza

Ouvindo os sons das constelações 


Alfa, aquela estrela brilhante 

Se agitava e a plenos pulmões 

Gritava sem cessar um só instante

Para entrar nos versos de Camões 


Tola estrela tomada de ciúme

Lutava pra se colocar a lume

E causar efêmeras emoções 


Mas a estrela que ninguém assume

Brilha escondida sob um tapume 

Fulgurante nos nossos corações 


Inspirado no poema de Luiz Vaz de Camões:

Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo, desta vida descontente

Repousa lá no céu eternamente,

E viva eu cá na terra, sempre triste