abril 22, 2021

BRASÍLIA, O SONHO, A ESPERANÇA, A FÉ.

 

 

        “Só o impossível é digno de ser sonhado” – Abgar Renault

        Muito antes da sua materialização, Brasília foi um sonho de um santo, que, a semelhança de Abraão,  havia vislumbrado um grande lago, aonde uma cidade maravilhosa viria a ser o berço de uma nova civilização, “..quando vierem escavar as minas ocultas no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”...

        JK, transportou ao sonho fé e esperança, e as eternizou nas palavras com que saudava o início da empreitada : “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se tornará o cérebro das decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã de meu país e antevejo esta alvorada com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.

        Mais ainda, Juscelino, o sonhador do impossível, cercou-se de um séqüito de artistas-sonhadores que não temiam o absurdo desafio de transformar uma utopia em cidade: Oscar Niemeyer que materializou flores do cerrado em concreto armado, criando formas inéditas na arquitetura; Lúcio Costa, o brasileiro cidadão do mundo que deu asas ao sonho; o calculista poeta, Joaquim Cardozo, que planejou os moldes de ferro, areia e cimento com a mesma delicadeza que esculpia os seus versos, fazendo brotar poesia em forma de edifícios; Athos Bulcão que bordou renda em pedras, e outros tantos que perpetuaram aqui a sua glória em forma de obras

        Muitos outros aderiram ao sonho, e sonhando, com a agudeza de sua inteligência, com força de vontade, com o poder de seus músculos, com trabalho duríssimo, fizeram nascer o grande lago e dele brotar a mais espetacular capital do mundo, cujo símbolo mais marcante, a Catedral, oferenda ao Criador, lembra ou a forma das mãos justapostas em oração, abençoando o espírito visionário de D. Bosco, ou a coroa de espinhos, em memória a miraculosa epopéia, regada de suor e eivada de dor e sacrifícios, que foi a construção de Brasília.

        No dia da inauguração, o cruzeiro da primeira missa do Brasil, rezada por Frei Henrique de Coimbra, trazido de Ouro Preto, é solenemente instalado na empoeirada e gigantesca esplanada, para testemunhar a primeira missa de Brasília, e é saudada com os versos do artista poeta Guilherme de Almeida: Agora, aqui é a encruzilhada tempo-espaço. Caminho que vem do passado e vai ao futuro. Caminho do Norte, do Sul, do Leste e do Oeste. Caminho ao longo dos séculos, caminho ao longo do mundo: aqui e agora todos se cruzam pelo sinal da Santa Cruz”

        O sonho, a fé e a esperança de JK, simbolizados nesta cidade, berço de uma nova civilização, sonhada por um santo e materializada por anjos disfarçados de homens, estão se perdendo porque ela foi tomada de assalto pela pior espécie de ladrões, mentirosos, vigaristas, corruptos e corruptores, vagabundos, preguiçosos, desavergonhados, abusados, imorais e todo tipo de malandros, que zombam do povo brasileiro, enlameiam seu presente, desperdiçam seu futuro e traem os sonhos daqueles que sonharam esta Capital.

        Que o espírito de JK se faça presente  em cada brasileiro honrado e decente, e que os votos desses milhões de brasileiros devolvam Brasília a representantes do povo que, a semelhança de Juscelino e seu séqüito de sonhadores, possam materializar os sonhos do nosso povo, construindo uma grande nação e devolvendo-lhe a fé e a esperança em seu grande, e merecido, destino.

        Cabe a cada brasileiro sonhar o sonho de JK, e construir o país que todos desejamos.

 

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