O Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz é um renomado estudioso e autor de vasta obra maçônica.
Samuel Sandmel, Ph.D. Professor de Bíblia e Literatura Helenística no Hebrew Union College, Cincinnati, Ohio, nos “Comentários Ecumênicos” da Bíblia adotada pela Igreja Católica (Tradução de Figueiredo) teceu os seguintes comentários a respeito do Livro do Apocalipse, também conhecido como Livro das Revelações: “... a Revelação de João foi, originariamente, um livro judaico, escrito em hebraico ou em aramaico e depois adaptado e reescrito em grego (e grego pobre), em conformidade com o interesse cristão (...) É difícil de entender como Livros do gênero de Daniel e da Revelação eram escritos em tanta abundância (...) Os escritos apocalípticos judaicos têm características comuns. Refletem períodos de feroz perseguição, ordinariamente por um conquistador. O medo do poder ocupante fez com que o autor desenvolvesse a sua mensagem de tal maneira que os companheiros judeus pudessem entendê-la, mas que os conquistadores estrangeiros não o pudessem. Por ocultarem sua intenção dos conquistadores estrangeiros, os autores têm confundido, muitas vezes, os leitores modernos ...”
Ah, dirão alguns, mas esse Samuel é um judeu e eles não acreditam nos textos do Novo Testamento! É verdade, embora ele tenha citado também Daniel, que está contido na Sagrada Escritura Judaica e que os Cristãos chamam de Antigo Testamento.
Pois bem, então Martinho Lutero (1484-1546), o grande reformador alemão e precursor do Protestantismo, quando traduziu a Bíblia para o alemão, no prefácio de Apocalipse, escreveu: “Sobre esse livro Apocalipse de João, eu deixo todos livres para terem suas próprias opiniões. Eu não quero ninguém preso à minha opinião ou julgamento. Eu digo o que sinto. Eu acho que faltam algumas coisas nesse livro, o que me faz considerá-lo nem apostólico e nem profético... Muitos dos pais também rejeitaram esse livro muito tempo atrás... Para mim isso é razão suficiente para não tê-lo em alta consideração: Cristo nem é ensinado nem conhecido nele.”
A grande maioria dos Cristãos considera o livro bíblico Apocalipse como sendo um livro profético e que o que nele é narrado está por vir. Ledo engano!
O autor, um judeu convertido ao cristianismo (Jesus e os primeiros cristãos eram judeus) escreveu essa mensagem às Igrejas da Ásia Menor, para encorajá-las durante a cruel perseguição romana aos cristãos.
Usou uma linguagem cheia de metáforas, alegorias e numerologia, para que fosse ininteligível aos romanos, mas perfeitamente compreensível aos seus contemporâneos, judeus cristianizados. Vejamos alguns exemplos:
- 7 cornos e 7 olhos = perfeição (7), poder (cornos) e conhecimento (olhos);
- 10 dias = curto período;
- 144.000 = multidão;
- Grande prostituta = Roma;
- Prostituição = idolatria;
- Sinagoga de Satanás = Judeus de Smirna, que se opunham ao cristianismo;
- Armagedon = montanha de Megido, local de grandes e decisivas batalhas na Palestina.
- 666, o “famoso” nº da besta, nada mais é que uma referência ao Imperador Romano Cesar Nero que, em caracteres hebraicos, convertidos para os números correspondentes, resulta em 666;
Ler a Bíblia e não entendê-la, como ensina o adágio popular, é o mesmo que um “Burro olhando um palácio”.
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