Conforme alguns dados vinculados à história e à tradicional literatura semítico-cristãs, o profeta João Batista, primo de Jesus Cristo e filho do sacerdote Zacarias, nasceu no século I a.C., provavelmente na desértica região da Judeia e na época do rei edomita Herodes I, o Grande.
Para o historiador romano Titus Flavius Josephus, João foi, sem dúvida alguma, uma emblemática personagem bíblica ligada aos valores éticos, morais e espirituais do judaísmo, do essenismo, bem como do cristianismo primitivo, uma vez que esse pregador batizou Jesus de Nazaré nas águas do sagrado rio Jordão. Nesse sentido, o apóstolo Mateus realmente ensina-nos que: “Então veio Jesus da Galileia a João, junto do Jordão, para ser batizado por ele” (Mt 3:13).
Não obstante algumas polêmicas teóricas, esse profeta semita, que preparou espiritualmente a vinda do Cristo, é, de fato, considerado um grande seguidor e divulgador da cultura espiritual essênia, a qual possivelmente surgiu durante o século II a.C., como consequência de algumas divergências teológicas proporcionadas pela diversidade de cultos e de crenças judaicas que havia naquela época.
Assim, os essênios podem ser definidos, em síntese, como uma seita espiritualista asceta, isto é, uma filosofia iniciática e esotérica caracterizada, sobretudo, pela renúncia aos prazeres da carne e ao mundo material. Além disso, essa linha religiosa também se caracterizava pela incessante busca da evolução espiritual e moral por meio da prática de alguns rituais considerados iniciáticos, como, por exemplo, a mutilação genital, o batismo, o jejum, o celibato, a comunhão, o vegetarianismo, bem como a mortificação do corpo físico como forma de demonstrar santidade e amor incondicional a Deus.
Segundo ainda o historiador Flavius Josephus, os essênios viviam realmente em áreas geográficas muito isoladas no antigo deserto da Palestina e seguiam, de forma rigorosa, várias regras religiosas pertinentes ao Antigo Testamento. Por conseguinte, os essênios e, sobretudo, João Batista, profetizavam a vinda do Messias, ou seja, do Filho de Deus, o que é, indubitavelmente, comprovado pelos Evangelhos canônicos, vejam: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17).
Recentemente, o povo essênio voltou a ser objeto de sérias pesquisas antropológicas porque foi descoberto, em Qumran, os Pergaminhos do Mar Morto. Em virtude dessa importantíssima descoberta científica e literária, as cavernas habitáveis de Qumran, em Israel, são consideradas, na pós-modernidade, prova inequívoca e irrefutável da existência desse povo esotérico, bem como de seus escritos sagrados.
Lamentavelmente, e por causa de algumas divergências sociorreligiosas e políticas, João Batista, o precursor, foi preso no antigo povoado de Pereia e, posteriormente, sentenciado à morte por decapitação a pedido de Salomé e por ordem do rei Herodes Antipas.
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