No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Experto é um Oficial de Loja que exerce uma função puramente ritual. Nas normais sessões de trabalho, essa função é relativamente secundária, limitando-se a seguir e auxiliar o Mestre de Cerimônias na execução dos rituais de abertura e enceramento dos trabalhos.
Este ofício assume, porém, particular importância e relevo quando a Loja realiza uma Cerimônia de Iniciação. Quase se poderia dizer que o ofício de Experto existe para essa cerimônia, sendo tudo o resto secundário, mero apêndice do papel que exerce nos trabalhos em que um homem livre e de bons costumes abandona a vida profana e renasce maçom.
É encargo do Experto, sempre que ocorre uma iniciação, ser o elo entre o profano que busca a luz e a Loja. É o Oficial que a Loja disponibiliza ao candidato para o acompanhar e auxiliar nas suas provas de iniciação.
É o Experto que prepara o profano antes de ele enfrentar essas suas provas. É o Experto que ordena ao profano o que ele deve fazer enquanto aguarda o início delas. É o Experto que conduz e acompanha o profano perante a Loja. É o Experto que acompanha e auxilia o profano na superação das provas.
É o Experto que dá e retira a luz. É o Experto que acompanha aquele que se submeteu às provas de iniciação enquanto ele se recompõe dos trabalhos realizados.
É o Experto que, recomposto quem se submeteu às provas, o conduz à sua plena integração na Loja. É o Experto quem executa e demonstra a primeira instrução do novo Aprendiz.
Em resumo, o Experto é a mão amiga que ampara o profano no seu trajeto para a luz, o guia que lhe indica o caminho.
A designação do ofício é uma adaptação fonética – não propriamente feliz – do termo Expert, que, quer em francês, quer em inglês, significa Especialista. O Experto é, assim, o Oficial Especialista no acompanhamento do Candidato à iniciação.
Em rituais antigos, este Oficial de Loja era designado por Irmão Terrível. Esta designação, obviamente irónica, era fruto da forma brusca como se preconizava que decorresse a primeira abordagem do Irmão Terrível ao candidato.
Dupla ironia, se atentarmos que o Experto só é terrível no suporte e apoio a esse mesmo candidato, que lhe cumpre auxiliar ao longo de toda a Cerimônia de Iniciação…
Em muitas lojas este ofício não está integrado na informal “linha de sucessão” para o ofício de Venerável Mestre e é usualmente confiado a um Mestre jovem.
É um ofício que, por ser de reduzida dificuldade de execução, na maior parte das sessões, permite uma calma e progressiva integração nas responsabilidades de Oficial de Loja aos Mestres mais jovens, enquanto aguardam oportunidade para assumirem mais exigentes responsabilidades.
Mas, sendo também um ofício fundamental num momento tão importante para qualquer maçom, como é a sua iniciação, confiá-lo a um jovem Mestre (note-se: jovem, em termos de antiguidade, não de idade; um septuagenário pode, neste sentido, ser um “jovem Mestre”…) é uma prova de confiança nas suas capacidades e na sua contribuição para a Loja.
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