Kennyo Ismail, do DF, professor universitário, escritor, historiador, palestrante é um dos mais notáveis estudiosos da maçonaria no Brasil.
Ao contrário do que alguns podem pensar, esse é um costume muito antigo, de milênios, e não possui relação alguma com o azar.
As principais pinturas e esculturas de deuses e faraós egípcios mostram sempre o pé esquerdo à frente, enquanto as que ilustram pessoas comuns em situações do cotidiano mostram o pé direito. Trata-se de uma coincidência? Não. O passo com o pé esquerdo era considerado pelos egípcios como símbolo do “primeiro passo” para uma nova vida. Por isso, era com o pé esquerdo que o faraó dava seu primeiro passo após sua posse. Também por isso que as escadas eram feitas com degraus em número ímpar, de forma a ser possível iniciar e encerrar a subida com o pé esquerdo. Essa tradição foi herdada posteriormente pelos gregos, como também se pode ver estampada em sua arte.
Por que o esquerdo, e não o direito?
Os egípcios acreditavam que o lado esquerdo era o lado espiritual, enquanto que o lado direito era o lado material. O passo esquerdo relaciona-se com o lado onde está nosso coração, que para os egípcios era a sede da alma. Onde pomos nosso pé esquerdo, colocamos nosso coração. Por esse motivo, as coisas tidas como sagradas eram feitas com o pé e mão esquerda.
Esse simbolismo do primeiro passo, um passo espiritual para uma nova vida, continuou sendo observado nas instituições tradicionais, principalmente em suas cerimônias.
“Rompendo a Marcha”
O costume também foi incorporado pelos antigos exércitos, que davam o primeiro passo de suas marchas com o pé esquerdo como um sinal de sorte para a batalha. Com o tempo, o costume se tornou regra, mas perdeu sua simbologia.
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