Os povos da antiguidade celebravam seus banquetes místicos e religiosos; os egípcios e os gregos celebravam os banquetes sagrados; os romanos celebravam os “Lectisterniun” ou festim realizado defronte dos deuses que adoravam; os judeus reuniam-se em refeições religiosas prescritas por Moisés; os primeiros cristãos celebravam suas refeições de amor e caridade, com o nome de ágapes, durante os quais, por último, houve tantos excessos e desordens que foi necessário suprimi-los; no entanto, entre os maçons tem sido conservado em toda a sua pureza.
Os banquetes maçônicos são essencialmente místicos por suas formas, e filosóficos por seus princípios. A tradição não nos legaria uma cerimônia que tivesse um fim frívolo. Nossos ágapes completam a grande alegoria que se desenrola nos diferentes graus.
A forma de nossa mesa lembra o círculo do Zodíaco, cujos pontos equinociais são ocupados pelos Vigilantes e o solsticial pelo Venerável Mestre, no verão correspondente ao superior e no inverno ao inferior. As tangentes paralelas ao diâmetro solsticial são ocupados pelos demais Obreiros. O Orador e o Secretário a 50 graus, respectivamente, do Venerável Mestre.
Os materiais, que ocupam a mesa, lembram os três reinos da natureza e os utensílios têm nomes guerreiros, para lembrar as lutas que nossos antepassados tiveram que enfrentar para que a Liberdade, Igualdade e Fraternidade viessem a ser um fato.
Os equinócios e solstícios receberam o nome de portas do céu ou das estações do ano. Os dois solstícios de inverno e verão ou das duas portas (janua) ou festas solstíciais maçônicas, deram origem aos dois santos: João Batista e João Evangelista.
Solstício é a época em que o Sol passa pela sua maior declinação Boreal (Norte) ou Austral (Sul), ou seja, período durante o qual o Sol cessa de afastar-se do Equador.
Situa-se nos dia 22/23 de junho para a maior declinação Boreal e 22/23 de dezembro para a maior declinação Austral.
No Hemisfério Sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e a segunda solstício de verão, e como as estações são opostas nos dois Hemisfério essas denominações invertem-se no Hemisfério Norte.
Em nossos banquetes há sete brindes cujo número é igual ao dos sete planetas conhecidos na antiguidade e, como representam deuses, os antigos lhes ofereciam sete libações, hoje substituídos por sete brindes maçônicos a diferentes poderes. Hoje, os planetas conhecidos são nove, porém a Maçonaria conserva sua antiga tradição.
A primeira libação era ao Sol. Hoje é substituída pelo brinde ao Chefe da Nação e sua família.
A segunda libação era a Lua. Hoje substituída pelo brinde à Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul, a seu Grão Mestre e sua família.
A terceira Libação a Marte, divindade que entre os antigos presidia os conselhos e os combates. Hoje é substituída pelo brinde ao Venerável Mestre da Loja e sua família.
A quarta libação era a Mercúrio, o Deus que vigia. Hoje é substituída pelo brinde aos Vigilantes.
A quinta libação era à Júpiter, dito também o Deus da hospitalidade. Hoje substituída pelo brinde aos visitantes e Lojas irmãs/co-irmãs.
A sexta libação era à Vênus, o símbolo da Natureza. Hoje substituída pelo brinde aos Oficiais e todos os membros da Loja e, em especial aos novos iniciados, cuja principal ocupação é o estudo da Natureza.
A sétima libação era à saturno, cuja imensa órbita parece abarcar a totalidade do universo. Hoje é substituída pelo brinde a todos os Maçons espalhados pelo Universo.
O ágape fraternal é uma festa que pertence à categoria das mais antigas solenidades e a Maçonaria conserva até hoje, o que de mais belo há nelas.
Simbolicamente os Trabalhos são abertos ao meio dia e termina à meia noite, para indicar que o homem chega à maturidade antes de poder ser útil aos seus semelhantes, mas desde esse momento até seus últimos instantes, deve trabalhar, sem descanso, para a felicidade comum. Há, no entanto, outras razões, uma das quais é que Zoroastro, um dos fundadores dos mistérios da antiguidade, recebia os seus discípulos ao meio dia e se despedia deles à meia-noite, após o ágape fraternal com que terminavam os trabalhos.
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