julho 31, 2021

DEBATE MAÇONARIA PÓS PANDEMIA






As Lojas Virtuais *Luz e Conhecimento nº 103 – GLEPA* e *Lux in Tenebris nº 47 - GLOMARON*, por seus Veneráveis Mestres *Ednilson Ferreira da Silva* e *Izautonio Machado* convidam para uma reunião conjunta online, aberta a maçons de todos os graus.

*Debate: Maçonaria Pós-pandemia*.

Dia *31 de julho de 2021* (sábado)

Brasília: 19:30🇧🇷, Rondônia: 18:30🇧🇷, Londres: 22:30🇬🇧, Nova York: 18:30🇺🇸

*Debatedores*:

☆ Domingos Léo Monteiro, filiado ao GOP/SP.

☆ Flávio Mota de Araújo, filiado à GLOMARON.

☆ Fuad Haddad, filiado ao GOB/MG.

☆ Juliano Milan Toscano Barreto, filiado à GLMMG.

☆ Michael Winetzki, filiado à GLESP.

☆ Paulo Benevenute Tupan, GM da GLOMARON.

☆ Roberto Zardo, filiado à GLSC.

☆ Waldemar Antonio Grazioso Saroka (Tuka), filiado à GLESP.

*Acesso (Zoom)*: https://zoom.us/j/94068975114?pwd=dDFoWmFRNE9nNTBTZ0U0dHJLb0RnZz09

ID reunião: 940 6897 5114

Senha de acesso: 862187

*Orientações aos participantes*:

• A sala virtual será aberta 30min antes para admissão dos Irmãos, testes e ajustes;

• Escolha um local livre de ruídos e interferências, com um mínimo de privacidade;

• Vestimenta: Traje informal, com camisa ou camiseta de manga, compatível com uma reunião;

• Evite se alimentar ou fumar durante a reunião com o áudio/vídeo aberto;

• Sua participação implica em autorização tácita de divulgação de sua imagem e voz.

🔺 Reunião exclusiva a maçons. Este convite pode ser compartilhado com maçons de potências regulares e reconhecidas.

julho 30, 2021

O QUE A MAÇONARIA FAZ? - Gustavão Velásquez M.'.M.'.


 


No meu entender a  Maçonaria como uma escola que visa despertar  o nosso estudo ao autoconhecimento, a nossa reflexão sobre a nossa postura e o livre arbítrio de nosso pensar agir, realmente se bem entendida, até faz acontecer.

Mas o que ela faz acontecer?

Diria eu que,  antes de  nos  dar condições  de ajudar no crescimento da humanidade, no desenvolver da sociedade em que estamos inseridos,  ela  visa nos despertar na busca em nosso  autoconhecimento.... 

De nosso EU... 

QUEM SOMOS!!!

E é essa a grande luta que inicialmente travamos e devemos continuar a travar:

VENCER AS NOSSAS PAIXÕES!!!

Vencer nossas paixões, um grande desafio!!!

O interessante nesse desafio é que precisamos nos policiar em evitar aquilo que sabemos não ser permissível em determinadas circunstâncias.

Diria eu que a grande provação é saber resistir em algo que nos tenta, que as vezes é prazeroso mas nos faz mal, ou melhor, quando sentimos que faz mal a nós ou às pessoas a quem queremos o  bem 

O QUE NOS FAZ MAL?

Comer doces em excesso quando somos diabéticos ou temos propensão a ela?

Beber ou fumar quando temos propensão a doenças pré existentes em nosso DNA?

Comer em demasia quando sabemos ser prejudicial a nossa saúde?

Falarmos, escutarmos, lermos,  assuntos, que nos deixam desgostosos, revoltados e nada acrescentam em nosso pensar?

Criarmos inimizades gratuitas apenas por não concordar com nosso interlocutor?

E QUANDO NOSSAS PAIXÕES FAZEM MAL ÀS PESSOAS?

Ter pensamentos ou sentimentos negativos para com os outros, mesmo sabendo que apenas  nós mesmos estaremos sendo prejudicados?

Agredir com atos e palavras as pessoas, apenas pelo prazer de agredir.

Usar em diálogos antagônicos, tão normais entre livres pensadores, formas de expressões agressivas, sem urbanidade e candura?

Quebrar regras e normas previamente aceitas, pelo simples fato de querer chamar a atenção e  ser o centro da discórdia?

Nos expor sem preocupação com o próximo, em ambientes ou locais de risco,  mesmo sabendo que são perigosamente prazerosos?

Procurar celeumas em ambientes ou locais inapropriados?

QUERER MAL AO OUTRO É COMO TOMAR VENENO E QUERER QUE O OUTRO MORRA!!! 

VENCER NOSSAS PAIXÕES!!!

QUÃO DIFÍCIL É!!!

Bom dia meus irmãos. 


TACANHA BENEFICÊNCIA - Roberto Ribeiro Reis

 








Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,


O ágape que te sacia

Se contrapõe a sacola vazia

Que, amiúde, retrata o desdém;

Esse quê de displicência

Defenestra a beneficência, 

Uma esmola ou algo aquém. 


Essa avareza que viceja

É tamanha, mas a cerveja

Nunca falta no salão;

Uma mesquinharia que subverte, 

Tanto que o Venerável adverte 

A necessidade de melhor doação. 


Que façamos a reflexão 

Com bastante complacência, 

E que isso nos seja exigência, 

Realizada com coração.


A riqueza que nos é dada

Pelo GADU foi planejada,

Sob forma do necessário;

Quando um irmão te bate à porta,

Demostres que o que importa

É fazer o bem, dividindo o salário.



LIBERDADE DE PENSAR




O Trabalho Maçônico com base no Estudo para combater a ignorância, deveria ser de natureza Gnosiológica. 

A busca pelo Conhecimento deve sempre ser ilimitada, e preferencialmente executada através da conceituação da Teoria do Conhecimento: Gnosiologia. 

E no desempenho dessa tarefa, quando forem encontrados obstáculos, não devem ser considerados intransponíveis, pois se o Pensamento Maçônico assim não entendesse, estaria incorrendo em contradição.

A Maçonaria não tem afinidade com o limite da Liberdade de Pensamento, que é dogmática e é a teoria que reafirma a capacidade do Espírito humano de conhecer a Verdade e, certamente, em sua mais pura e absoluta realidade. 

Se em vez disso, houvesse tal limite, e a Maçonaria assim o entendesse, deveria constar de sua Lei Maior - a Constituição, que tem como objetivo primordial a busca incessante da Verdade. 

Uma das características do Pensamento Maçônico é o Relativismo, que se contrapõe ao Absolutismo, entendido o Relativismo como o caráter atribuído ao Conhecimento humano, por considerá-lo impotente para alcançar a Verdade incapaz de atingir o Absoluto. 

Assim, forçoso é que se reconheça que a Filosofia Maçônica nada tem a ver com o Transcendentalismo, entendido como determinada propriedade que esteja acima de uma Ordem de Realidade. 

Ao contrário do entendimento de alguns intelectuais maçônicos, a Linha de Pensamento da Instituição não é privativa deste ou daquele Rito, visto que se traduz no que está gravado na Constituição do Grande Oriente do Brasil (GOB) desde os primórdios, isto é, desde a promulgação da Primeira Constituição.

De outra parte, como a Maçonaria não é - e jamais será - uma Entidade religiosa, o fato de constar como postulado de sua Legislação Maior - a Constituição, o reconhecimento da existência de um Princípio Criador;

Tal circunstância não enfraquece ou afasta os objetivos iniciais contidos em seus Princípios Gerais, principalmente no capítulo em que afirma ser o Sectarismo Político, Religioso ou Radical, incompatível com a universalidade do Espírito Maçônico. 

Os Postulados universais da Instituição Maçônica, não contém nenhum Princípio Transcendental interpretado dentro do Simbolismo.

O fato de Conhecimentos de Caráter Ritualístico e Simbólico serem transmitidos somente aos Iniciados, não tem a característica de transformar a Instituição Maçônica em uma Entidade Mística, ou voltada para o Transcendentalismo Dogmático.

O termo Místico é entendido no sentido da prevalência da natureza emocional e estranha às Leis do Pensamento Lógico.

O Caráter Esotérico, sendo ele próprio relativo, caso a expressão Caráter Esotérico for entendida como sendo a transmissão de ensinamentos apenas e tão somente aos lniciandos. 

Se aos Maçons fosse vedado transmitir a Filosofia Maçônica ao Mundo Profano, não teria a Maçonaria razão de existir, pois o Artigo da Constituição do Grande Oriente do Brasil (GOB), em seu inciso IX, recomenda expressamente a divulgação de sua doutrina pelo exemplo da palavra. "

Desta maneira, o que se reveste deste Caráter Esotérico é, exclusivamente, a Ritualística e o Simbolismo. 

Resumindo, poder-se-ia dizer que os fatos: 

•De se Consagrar a Lei Maçônica à existência de um Princípio Criador; de possuir em sua sessões o Livro da Lei, e de revestir-se de característica iniciática, não significa que delimite o livre pensamento, estrangulando-o pelo dogmatismo. 

Assim, caberia finalizar afirmando que: a Liberdade de Pensamento deve sempre ser a base e o arcabouço de toda a Filosofia Maçônica!

(desconheço o autor)

julho 29, 2021

E DÁ-LHE MIMIMI - Newton Agrella

 


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Impressiona como tudo hoje em dia é mimimi.

A sensibilidade humana anda mais doída e aguda que a reles picada de uma agulha.

Nada pode ser dito, sem que um prévio patrulhamento se mostre alerta, esteja vigilante e atento, tal qual a porta giratória de uma agência bancária.

A troca de informações ou a simples ovservação por alguma atitude desavisada, a utilização de algum vocábulo que enseje interpretação dúbia, ou até mesmo uma leve brincadeira,  podem assumir consequências inesperadas, atingindo proporções que beiram o fim do mundo.

Escrever então, tem sido um ofício mais que desafiador.  

Seja em prosa ou versos, as palavras tem que percorrer um caminho cheio de cuidados, enfrentando  curvas, aclives e declives, de forma que jamais colidam com eventuais pensamentos ou conceitos que divirjam de quem compartilha da leitura.

Instaurou-se uma espécie de tribunal de juizos seletivos, de sorte que o texto tenha que se submeter a um crivo de censura preventiva, para saber se vai causar algum malefício ou não.

Interessante que esse arcabouço de precauções se manifesta em praticamente todas as esferas da sociedade. 

Seja na mídia, nos canais de comunicação, nos grupos de WhatsApp, e até mesmo numa roda entre amigos ou familiares. 

O fenômeno é recorrente. 

O mimimi, é o sinal do tempo, o refém e o algoz da comunicação. Tornou-se o delimitador das ideias  pois sabe-se lá qual será a reação do interlocutor.

De qualquer modo, é vida que segue, e com ou sem mimimi, a liberdade de expressão e de pensamento deve permanecer assegurada, como o exercício democrático da vida.


VOLTAR AO PASSADO - Pedro J. A. ALBANI


Pedro Jorge de Alcantara Albani - Acad. Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região - ARLS Montanheses Livres 


Toda pessoa tem um momento na vida que busca a sua origem, tentando se reencontrar. Lá estava no ônibus fazendo toda a trajetória de retornou, ficava para trás curvas e quilômetros de estradas. 

Enquanto viajava, pensava na tranquilidade do local, com seus rios borbulhantes, que desviavam das pedras em seu percurso, entre uma queda e outra formavam remansos que era a alegria das crianças, que brincavam em suas águas, ao redor do rio uma mata exuberante, que eram cortadas por pássaros de várias cores e cantos.

A cada curva lembranças brotavam em meus pensamentos, as pessoas que falavam sem maldade, com sua gíria local, algumas chamavam de uma linguagem cabocla, eu preferia imaginar ser a nossa gíria do mato.

Pensavam na receptividade das pessoas do local, marcas dos moradores do interior, que sempre recebiam os que chegavam com o sorriso e deixava um adeus para os que partiam. Quando os ônibus chegavam à cidade era tradição, as pessoas pararem para receber os visitantes;

Lá no alto do sopé da serra, avistei minha cidade perdida no recortar verde do campo. A cada metro novos pensamentos saíam do baú de minha memória, poderia reviver e contar as histórias de minha infância, com aqueles que faziam parte dela.

Pensava como seria a recepção, quem estaria lá para nos receber, quantos abraços receberia e quantas lágrimas de saudade tiraria dos olhos dos meus amigos.

Porém ao chegar, não tinha mais do que cinco pessoas na estação, todos queriam somente receber os seus. Pareciam frios seres humanos da cidade, sem o calor de quem ama os amigos.

Minha cidade havia perdido o encanto, as ruas eram de cor cinza, não havia mais o chão batido, que outrora corríamos atrás da bola. As casas eram cercadas de muros que isolavam uns dos outros, e distanciava o bate papo.

De onde estava procurei a mata que cercava nosso rio, já não podia chamar assim, parecia um valão a carregar toda a impureza da cidade. Da mata havia sobrado somente uma majestosa árvore, que deveria esta se sentindo tão solitário como eu. As pessoas que conhecia já não estavam mais lá, haviam sido empurradas pelo progresso. 

Do todo meu passado somente havia ficado uma árvore, que teimosamente ficou para trás, esperando os filhos da terra para assim compartilhar a dor da saudade.

julho 28, 2021

A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL FOI ELABORADA NA RUA 13 DE MAIO, EM BELÉM.

 


A criação do Estado de Israel não seria possível sem conversas entre um cafezinho e outro em um antigo escritório de advogados na Rua 13 de maio em Belém. Ali, um judeu sionista e seu amigo advogado traçaram os passos que levariam a ONU a criar o Estado na célebre votação de 1947. Um capítulo desconhecido da história mundial que passa pelo bairro da Campina.

Nascido em 29 de novembro de 1877, Eliezer Levy descendia de uma tradicional família de judeus sefaraditas ( expulsos da Espanha na Inquisição, estabelecidos em países árabes como o Marrocos).

O pai, Moisés Isaac Levy era comerciante em Gurupá, onde o pequeno Eliezer fez os primeiros estudos. Acabou comerciante e depois executivo de multinacionais ligadas a borracha e a navegação . Ingressou na Guarda Nacional, onde chegou a coronel,apesar de ter ficado para a história como o Major Levy.

Advogado, prefeito duas vezes de Macapá e uma de Afuá. Entre 1918 e 1926, Eliezer Levy atuou como advogado no escritório de Francisco Jucá Filho, Procurador Geral da República e Álvaro Adolfo de Silveira, deputado estadual e chefe do Partido Conservador. Ainda que ele mesmo pertencesse ao Partido Republicano Federal desde a sua fundação. Apesar das divergências políticas, sua amizade com os colegas de trabalho teria futuramente importância decisiva na posição brasileira durante a votação na ONU para a criação do Estado de Israel.

Levy fundou em 1918, o "Kol Israel" (A Voz de Israel), um dos primeiros jornais sionistas do Brasil e que pautava as conversas entre os advogados. Já no PSD de Magalhães Barata conseguiu eleger o amigo e advogado Álvaro Adolfo da Silveira, senador da República pelo partido. Álvaro Adolfo virou assessor político de Oswaldo Aranha à ONU, no momento em que foi votada a criação do Estado de Israel.

Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão, sabia muito sobre a realidade da palestina, porque o assessor era um especialista do assunto, herança das conversas com Eliezer  Levy no velho escritório da 13 de maio., onde chegaram a discutir temas sobre a criação de Israel.

Foi Álvaro Adolfo  como coordenador da votação na histórica  votação da ONU que convenceu Aranha a adiar a votação  enquanto convencia 3 votos contrários a criação. A história é confirmada em um aparte na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, em 15 de maio de 1973, feito por João Menezes, sobrinho e filho de criação de Álvaro Adolfo da Silveira.

Fontes: Judeus no Brasil – Estudos e Notas de Nachman Falbel via Amazônia Judaica 

Belém Antiga com colaboração de Andre Levy.

MAÇONARIA – LIVRE E DE BONS COSTUMES - LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE - Daniel Cavalcanti


Sempre ouvi dizer que a maçonaria apoia-se em três pilares que são fundamentais para o desenvolvimento do homem em si (lapidação da pedra bruta), porém hoje percebo que tudo na teoria é muito fácil, todavia, quando partimos para a prática notamos que qualquer instituição composta por homens (seres-humanos em geral) estão sujeitas às intempéries da vida no mundo profano.

Aprendi que para iniciar, o candidato deve ser “Livre e de Bons Costumes” e que uma vez iniciado o lema principal é “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém.

Será que todo Maçom é “LIVRE”?

Igualdade é a ausência de diferença.

A igualdade ocorre quando todas as partes estão nas mesmas condições, possuem o mesmo valor ou são interpretadas a partir do mesmo ponto de vista, seja na comparação entre coisas ou pessoas.

Depois de iniciado, o então Aprendiz Maçom, inicia os estudos e os primeiros passos almejando subir cada degrau na Escada de Jacó.

Compreendo que a hierarquia é de extrema importância para o desenvolvimento de um sistema doutrinário e organizacional (seja ele simbólico ou filosófico). Hierarquia significa organização fundada sobre uma ordem de prioridade entre os elementos de um conjunto ou sobre relações de subordinação entre os membros de um grupo, com graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades.

Será que todo Maçom pratica a “IGUALDADE”?

Fraternidade é um termo oriundo do latim frater, que significa "irmão". Por esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos.

A fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue.

Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.

Será que todo Maçom é “FRATERNO”?

Concluo tais palavras trazendo à memória de cada um dos irmãos a lembrança do que realmente viemos fazer aqui, segundo o trolhamento do grau de Aprendiz Maçom.

Deixemos TODAS as nossas diferenças de lado meus respeitáveis irmãos!

A Arte Real está muito acima de qualquer vaidade humana que seja.


julho 27, 2021

NETOS & AVÓS ... - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici -  intelectual e poeta maçônico da ARLS Chequer Nassif  169 - S.Caetano do Sul


Sob os nossos sagrados tetos 

Temos sido contemplados 

Com emoções, com afetos  

Por seres iluminados 


Partes dos nossos projetos 

Foram neles consignados 

Sem imaginar o quão diletos 

O tanto quanto destacados  


Em seus sorrisos discretos 

Alegria, amor...estampados 

De pulsos de vida repletos  


Hoje , avós emocionados !

Por presentes sagrados,  netos... 

Que são filhos açucarados !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

UM CONTO DE AMOR - Pedro J. A. ALBANI




Pedro Jorge de Alcantara Albani - Acad. Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região - ARLS Montanheses Livres

O melhor divã é uma mesa e uma cadeira, escondida em um canto de bar, e uma tulipa para desabafar. Estava certa tarde conversando num diálogo mudo com meu copo de chope, falávamos de amores, de histórias vividas por outras pessoas.

O tira-gosto era regado de uma risada silenciosa, pelas desilusões de amores que os outros haviam vividos, porém não podia falar dos meus amores, pois não tinha nenhuma história a contar.

Entre um gole e outro, desviando pelas mesas, vindo ao meu encontro, o mais belo rosto, enfeitado por cabelos esvoaçantes, que brincavam com o vento, seu sorriso decorado em carnudos lábios sedentos por beijos, seus olhos pareciam querem me despir, entre um passo e outro já estava completamente apaixonado.

O corpo parecia esculpido por Eros, e tentava me hipnotizar, com suas idas e vindas a carregar suas arrebitadas ancas, já podia até sentir seu cheiro, meu coração não parava de palpitar.

A cada desfilar de seus pés, mais aumentava meu amor, é como nada na vida é eterno, e nem todas as histórias trazem um final feliz, ao cruzar por mim, foi a outro beijar, chamar de amor e se aninhar em outro braço;

Tão rápido quanto entrou em minha vida, me fazendo apaixonar, partiu, sem dizer seu nome, sem tocar em meu corpo, sem dizer um adeus, partiu, levando um pedaço do meu amor. 

        Em tão pouco tempo, conheci, amei e perdi uma linda mulher. Em seu lugar ficou uma história de amor, que passei ao meu copo de chope contar.

julho 26, 2021

RITO DE YORK E EMULAÇÃO - Pedro Juk





Questão apresentada em 08/11/2013 pelo Respeitável Irmão Germano Vieira Filho, Loja Philantropia e Ordem, 1.664 REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro:

Gostaria que esclarecesse as diferenças, se é que elas existem sobre o Rito de York, é a mesma coisa que o Emulation? E o que é o Craft? 

Considerações: 

O Trabalho de Emulação é parte integrante do Craft Inglês, ou o sistema de Maçonaria inglesa comandada pela Grande Loja Unida da Inglaterra. 

Essa Grande Loja é oriunda da união no ano de 1.813 das duas Grandes Lojas rivais na Inglaterra – a primeira fundada em 1.717 em Londres também conhecida como os Modernos e a segunda fundada em 1.751 em oposição aos Modernos de 1.717 autodenominada de os Antigos que acusavam a primeira de alterar as tradições. 

Essas escaramuças durariam até o final do ano de 1.813 quando bem preparada houve a união das duas Grandes Lojas rivais consolidando o sistema da maçonaria inglesa. 

Em linhas gerais a Grande Loja Unida da Inglaterra (fruto dessa união) não adotaria o sistema de ritos, senão “trabalhos” no Craft inglês que não edita ritual e respeita os aspectos culturais e regionais da maçonaria no Reino Unido. 

A Grande Loja determina uma espinha dorsal para o Craft que é seguramente respeitado dando oportunidade às regiões inglesas praticarem o “working” conforme as suas tradições sem se afastar, contudo da essência e linha de conduta maçônica, seja ela ritualística, seja ela no seu objetivo social. 

Esse sistema é conhecido por Craft o que em linhas gerais corresponde ao Grêmio, ou Corporação Maçônica desprendido do rótulo de Rito, conforme os conhecemos. 

Outro particular do Craft, ou Trabalho, Corporação, Agremiação, na Inglaterra é o respeito pela universalidade maçônica reconhecida única e exclusivamente por três Graus simbólicos, ou o Franco-Maçônico básico. 

Graus de aperfeiçoamento conhecidos como side-degrees são de responsabilidade das Lojas (Graus Laterais) desconhecendo-se o título de “superiores” ou “filosóficos”. 

Assim o sistema inglês conhecido como Craft reconhece os “Trabalhos” rotulados como o de Emulação, Humber, Sussex, Taylor’s, Bristol, West End, dentre outros. 

Agora o sistema Norte Americano de Maçonaria, ou o Craft Norte Americano, comumente por nós conhecido como Rito de York, cuja origem está também na Inglaterra, porém especificamente relacionado à prática daquela Grande Loja de 1.751 anteriormente citada como Grande Loja dos Antigos. 

Em linhas gerais o sistema Norte Americano fora organizado por Thomas Smith Webb que manteve o costume dito “antigo” daquela Grande Loja evocando para si na oportunidade a lenda de uma reunião de maçons operativos em 926 na pequena cidade de York, a nordeste de Londres, constituindo-se uma espécie de Meca da Maçonaria tendo o Rei Athelstan e seu sobrinho Edwin como protagonistas principais do mítico lendário. 

Como dito isso não possui uma fonte de história tão fidedigna, todavia serviu como base lendária para estratificar o conceito dos autointitulados “antigos” pelo maçom irlandês Lawrence Dermott a partir dos meados do Século XVIII em solo inglês. 

Por razões políticas os Norte-americanos ainda como integrantes da colônia inglesa que pleiteavam a sua independência adotariam a Maçonaria oriunda dos “antigos” que na Inglaterra, como visto, se opunha aos “modernos”, estes fortemente ligados ao trono inglês. 

Por essas razões óbvias os pretendentes da independência territorial adotariam uma maçonaria contrária aos seus senhores colonizadores. 

Dada essa breve pincelada o Craft Norte-americano geralmente conhecido como York se diferencia do inglês com seus respectivos “Trabalhos”, ou o “Working”. 

O sistema Norte-americano adota Graus acima dos seus três Graus Simbólicos como modo de aperfeiçoamento - por exemplo: os Maçons do Real Arco. 

As Lojas simbólicas americanas, também conhecidas como “Lojas Azuis”, são organizadas em cada estado nas Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América do Norte. 

Em se estabelecendo um breve comparativo os Trabalhos de Emulação (inglês) não é a mesma coisa que Rito de York (americano). 

Entre estes, apesar da mesma raiz, existem significativas diferenças litúrgicas e ritualísticas, além das próprias concepções topográficas e lendárias das respectivas Salas das Lojas. 

Dado o espaço exíguo e complexidade do assunto essa pequena explicação talvez lhe possa despertar a atenção para um melhor conhecimento sobre o assunto. 

Infelizmente e para engrossar ainda mais o caldo, no Brasil ainda existe a confusão por equívoco histórico de tradução e reconhecimento quando do ingresso da maçonaria inglesa em território nacional brasileiro no início do Século XX. 

Naquela oportunidade o Grande Oriente do Brasil adotaria o Craft inglês com o Trabalho de Emulação, porém equivocadamente nominado como Rito de York. 

Isso bastou para o mistifório que permanece ainda hoje, e para piorar a situação, existe agora a salutar profusão atual do Rito de York, só que do Craft Norte-americano em solo brasileiro.

O TEMPLO E SUAS VERTENTES - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Templo é uma palavra advinda do Latim "Templum" que etimologicamente significa local consagrado ao exercício do trabalho espiritual e ao culto às divindades.

Relatos históricos indicam que o "Templum" era o edifício cuja localização era determinada pelos áugures  que haviam recebido  uma consagração através dos pontífices.

"Áugure" era um título concedido às pessoas que na antiga Roma interpretavam sinais para as autoridades do governo.  

Os romanos acreditavam que os deuses revelavam seus desejos através de certos sinais ou agouros, como o trovão e o relâmpago, o voo e o canto dos pássaros, e até mesmo por meio do movimento das serpentes.

Com o tempo, incorporou-se a ideia de que é exatamente no Templo onde a liturgia e a ritualística de uma celebração devessem seguir seus trâmites.

O próprio ambiente solene, bem como o perfil de sua arquitetura e aspectos simbólicos contribuem para que o ser humano possa de maneira mais profícua ocupar esse espaço e aprimorar seu desenvolvimento interior.

O Templo portanto, foi um legado histórico adotado pela Maçonaria, que o torna base de sua configuração.

E até mesmo por uma questão histórica e de respeito às tradições, a Maçonaria Especulativa manteve intacto esse princípio herdado da Maçonaria Operativa, cujas origens remontam às antigas Corporações de Ofício, construtores de templos, edifícios, igrejas, pontes e estradas, dentre outras segmentações de operários.

Se de um lado nos damos conta do Templo enquanto um edifício, uma construção, um prédio, ou seja; o Templo Material, por outro lado, sob a égide maçônica especulativa,  damo-nos conta do que os maçons chamam de "Templo Interior".

Este segundo, é aquele que diz respeito ao mais íntimo do ser humano, pois ele é a própria manifestação da vida que existe em cada um de nós.

Se no Templo Material, o vazio espaçoso, a escuridão e a meia-luz,  bem como o silêncio são elementos favoráveis e adequados para se instalar uma impressão densa e profunda, no Templo Interior é onde simbólicamente o trabalho de aprimoramento humano deve ser realizado.

Não é por acaso que a Loja (assembleia de maçons) também é chamada de Oficina. 

Sim, uma Oficina de Trabalho Interior, de aperfeiçoamento moral, ético, espiritual e intelectual na busca da Verdade por meio de instrumentos, ferramentas, sinais, toques, marchas e palavras, sempre associados aos elementos da "Construção".

O Maçom (Pedreiro) é na realidade um "Construtor Social", cujo propósito é o de trabalhar em prol de sua própria  evolução, bem como o de toda a humanidade. 

Do ponto de vista da Filosofia Maçônica,  o Templo pode ser interpretado como o local que permite ao homem experienciar e compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior e a partir dessa experiência traçar um caminho fértil e consistente na busca de sua própria Consciência.



julho 25, 2021

O CÉREBRO DE UMA PESSOA IDOSA




  O diretor do George Washington University College of Medicine argumenta que o cérebro de uma pessoa idosa é muito mais plástico do que normalmente se acredita.  Nessa idade, a interação dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro torna-se harmoniosa, o que expande nossas possibilidades criativas.  É por isso que entre as pessoas com mais de 60 anos você pode encontrar muitas personalidades que acabaram de iniciar suas atividades criativas.

   Claro, o cérebro não é mais tão rápido como na juventude.  No entanto, ele ganha em flexibilidade.  É por isso que, com a idade, temos mais probabilidade de tomar as decisões certas e estamos menos expostos a emoções negativas.  O pico da atividade intelectual humana ocorre por volta dos 70 anos, quando o cérebro começa a funcionar com força total.

   Com o tempo, a quantidade de mielina no cérebro aumenta, uma substância que facilita a passagem rápida de sinais entre os neurônios.  Devido a isso, as habilidades intelectuais são aumentadas em 300% em relação à média.

   E o pico da produção ativa dessa substância cai entre os 60-80 anos de idade.  Também interessante é o fato de que após 60 anos, uma pessoa pode usar 2 hemisférios ao mesmo tempo.  Isso permite que você resolva problemas muito mais complexos.

   O professor Monchi Uri, da Universidade de Montreal, acredita que o cérebro de uma pessoa idosa escolhe o caminho menos intensivo em energia, cortando o desnecessário e deixando apenas as opções certas para resolver o problema.  Foi realizado um estudo no qual participaram diferentes faixas etárias.  Os jovens ficavam muito confusos para passar nos testes, enquanto aqueles com mais de 60 anos tomavam as decisões certas.

   Agora, vamos dar uma olhada nas características do cérebro na idade de 60-80.  Eles são realmente rosados.

  CARACTERÍSTICAS DO CÉREBRO DE UMA PESSOA IDOSA.

   1. Os neurônios do cérebro não morrem, como dizem todos ao seu redor.  As conexões entre eles simplesmente desaparecem se a pessoa não se envolver em trabalho mental.

   2. A distração e o esquecimento aparecem devido a uma superabundância de informações.  Portanto, você não precisa concentrar toda a sua vida em ninharias desnecessárias.

   3. A partir dos 60 anos, uma pessoa, ao tomar decisões, não usa um hemisfério ao mesmo tempo, como os jovens, mas os dois.

  4. Conclusão: se uma pessoa leva um estilo de vida saudável, se move, tem uma atividade física viável e tem plena atividade mental, as habilidades intelectuais NÃO diminuem com a idade, mas apenas CRESCE, atingindo um pico por volta dos 80-90 anos.

   Portanto, não tenha medo da velhice.  Esforce-se para se desenvolver intelectualmente.  Aprenda novos trabalhos manuais, faça música, aprenda a tocar instrumentos musicais, pinte quadros!  Dança!  Interesse-se pela vida, encontre e comunique-se com amigos, faça planos para o futuro, viaje da melhor maneira que puder.  Não se esqueça de ir a lojas, cafés, shows.  Não se tranque sozinho - isso é destrutivo para qualquer pessoa.  Viva com o pensamento: todas as coisas boas ainda estão à minha frente!

  👀 Informações!

    Um grande estudo nos Estados Unidos descobriu que:

    ▪A idade mais produtiva de uma pessoa é de 60 a 70 anos;

    ▪ O 2º estágio humano mais produtivo é a idade de 70 a 80 anos;

    ▪ 3º estágio mais produtivo - 50 e 60 anos.

    ▪ Antes disso, a pessoa ainda não atingiu o pico.

    ▪A média de idade dos ganhadores do Prêmio Nobel é de 62 anos;

    ▪A idade média dos presidentes das 100 maiores empresas do mundo é de 63 anos;

    ▪A idade média dos pastores nas 100 maiores igrejas dos Estados Unidos é 71;

    ▪A idade média dos pais é de 76 anos.

    ▪ Isso confirma que os melhores e mais produtivos anos de uma pessoa são entre 60 e 80 anos.

    ▪Este estudo foi publicado por uma equipe de médicos e psicólogos no NEW INGLATERRA REVISTA DE MEDICINA.

    ▪Eles descobriram que aos 60 anos você atinge o pico de seu potencial emocional e mental, e isso continua até os 80 anos.

    ▪ Portanto, se você tem 60, 70 ou 80 anos, você está no melhor nível de sua vida.

    * FONTE: New England Journal of Medicine *.

Passe esta informação a sua família e amigos com 60, 70 e 80 anos de idade para que se orgulhem de sua idade.

CURIOSIDADES MAÇÔNICAS





- O Banco Maçônico do Estado de New York nos Estados Unidos, é um importante estabelecimento de crédito e socorros mútuos, destinado especialmente a proteger os Maçons industriais e comerciantes, para o desenvolvimento dos seus negócios. ( A Trolha)


- Existem no Museu Nacional de Nápoles, um pavimento de mosaico com Nível, Prumo e outros atributos Maçônicos, e que foi descoberto nas escavações de Pompeya, Itália. Pompeya desapareceu em consequência de uma erupção do Vesúvio no ano de 79 antes de Cristo. (A Trolha)


– A Bandeira Nacional da Venezuela, cujos Presidentes, desde a fundação da República, em 1830 até 1899, sempre eram Maçons, também deve a sua origem a um Maçon. (A trolha)


– A Loja de San Juan foi fundada em Boston, cidade dos Estados Unidos, em 30 de julho de 1733 e está funcionando até hoje. (A Trolha)


– Na cidade de Tibérias no Estado de Israel, existe a Loja “Genossar n° 09” e que fica 180 metros abaixo do nível do mar. ( A Trolha)


– Você sabia que a maioria dos astronautas eram Maçons? Pois bem, Walter Schira, um dos comandantes da Apolo 7, que pousou na Lua, era nosso Irmão. E foi como Irmão que ele “plantou” no solo da Lua a Bandeira (Estandarte) da Canaveral Lodge nº 339 da Caçoa Beach na Flórida. (A Trolha)


– Uma Loja de Berlim (Alemanha), teve, em seus primeiros 25 anos de existência, apenas nove Veneráveis e, num espaço de 106 anos somente três Veneráveis, sendo que um deles exerceu o cargo durante 60 anos consecutivos. (A Trolha)


– A Bandeira de Cuba, que, ao lado das cores nacionais, mostra uma estrela de cinco pontas dentro de um triângulo, foi idealizada e executada por Narciso Lopes, membro da Loja “Estrela Solitária”. (A Trolha)


– Na cidade de La Ororja, na República do Peru, existe a Loja “Andissa n°. 27 e fica numa altitude de 3.600 metros. (A Trolha)


– No ano de 1965, dos cem senadores do Congresso dos Estados Unidos da América do Norte, quarenta e oito eram Maçons. (A Trolha)


– Nos Estados Unidos da América do Norte, existem 62 Lojas que têm o nome de Hiram, seguidas por 61 Lojas que têm no nome de Washington. O nome São João é usado por 59 Lojas. 


Cerca de 50 Lojas usam o nome de Franklin e Salomão. Os nomes de Acácia, Eureka e Monte Lafayette é perpetuado por 39 Lojas. (A Trolha).

julho 24, 2021

O SEGREDO DE EINSTEIN PARA A FELICIDADE - Rabino Benjamin Blech



A história fascinante do bilhete curto que foi vendido por US $ 1,56 milhão.

Em 2017, um comprador anônimo comprou uma pequena nota escrita por Albert Einstein por US $ 1,56 milhão, um recorde para a venda de um documento em Israel. A história por trás desta nota sobre a perspectiva de Einstein sobre como alcançar a verdadeira felicidade é fascinante.

Era o ano de 1922, depois que Einstein concluiu seu primeiro trabalho sobre a teoria do campo unificado e acabara de saber que havia ganhado o Prêmio Nobel de Física de 1921. Em vez de ir a Estocolmo para a cerimônia de premiação usual, Einstein se sentiu compelido a cumprir a obrigação já havia assumido dar palestras no Japão, onde se hospedou no famoso Imperial Hotel em Tóquio. Durante a visita, um emissário foi ao seu quarto entregar um pacote e Einstein, envergonhado por não ter dinheiro japonês para dar a gorjeta, decidiu, em vez disso, escrever-lhe um bilhete em papel timbrado do hotel. Einstein pediu ao homem que o aceitasse no lugar do dinheiro e disse: "Fique com ele, talvez um dia valha alguma coisa." Einstein acrescentou que isso deve servir como um bom conselho para o resto de sua vida.

Einstein escolheu escrever uma linha sobre o segredo da felicidade:

"Uma vida calma e modesta traz mais felicidade do que a busca pelo sucesso que implica descontentamento permanente."

Aparentemente, quem vendeu o bilhete do Imperial Hotel na semana passada é neto do irmão do emissário, que mora na Alemanha. Um porta-voz da casa de leilões, Meni Jadad, disse ao The New York Times que eles pensaram que a nota seria vendida por entre US $ 5.000 e US $ 8.000. Quando a venda foi anunciada, a sala explodiu em aplausos.

Claro, o valor da nota se deve ao seu autor único. Mas seríamos culpados de cair em um grave desrespeito pela mente de um gigante intelectual se não dermos também um valor profundo ao sentimento, bem como à fonte desta mais importante instrução para a vida. Tampouco devemos ignorar o eco óbvio que o conselho de Einstein tem no pensamento judaico e nos ensinamentos talmúdicos; ideias que claramente podem ter ressoado com ele, consciente ou inconscientemente, por meio de sua própria herança.

Dizem que a felicidade é um assunto muito sério. Em Pirkei Avot encontramos o ensinamento de Rabban Gamliel: "Quem aumenta sua riqueza aumenta suas preocupações" (Avot 2: 7). Também Ben Zoma disse: “Quem é a pessoa feliz? Aquela que está satisfeita com a sua parte ”(Avot 4: 1). A busca incansável pelo sucesso alicerçada em um estilo de vida imodesto garante resultados contrários a esse objetivo. Einstein disse isso de uma maneira, os Sábios colocaram de outra maneira. Talvez o melhor resumo do pensamento judaico seja entender que sucesso é conseguir o que você quer, mas felicidade é querer o que você consegue.

Todos nós conhecemos muito bem o ciclo vicioso da vida. Acima de tudo, queremos ser felizes. Nossa cultura nos diz constantemente que a maneira de ser feliz é ter mais dinheiro. Então podemos comprar mais coisas, o que nos dará mais prazer. Quando não está, eles nos dizem que na verdade precisamos de mais dinheiro para comprar coisas maiores e melhores, e é por isso que temos que trabalhar mais e ter mais estresse, porque assim seremos realmente felizes. E à medida que vemos cada vez menos nossa família e acumulamos cada vez mais bens, acabamos descobrindo que não foi só Rabban Gamliel que a compreendeu, mas Benjamin Franklin também chegou à conclusão de que “quem multiplica sua riqueza multiplica suas lágrimas. "

Na tradição judaica, costuma-se dizer que na vida temos três grandes amigos que, quando morremos, nos abandonam exatamente na ordem inversa em que os tratamos. Assim que nossa alma deixa o corpo, toda a nossa riqueza também desaparece. Os parentes são um pouco mais leais. Eles nos acompanham até o cemitério, nosso último lugar de descanso. Eles também nos deixam para seguir em frente com suas vidas. Só o nosso nome, as boas ações que fizemos pelos outros e a influência que poderíamos ter sobre eles continua batendo e nos oferece uma fatia da imortalidade.

Portanto, é estranho que passemos a maior parte de nossas vidas correndo atrás de dinheiro, gastando muito menos tempo do que deveríamos com nossa família e dedicando tão pouco esforço para alcançar aquelas coisas pelas quais seremos lembrados ...

Talvez fazer fortuna não seja tão bom quanto você pensa. Talvez possamos nos identificar com as palavras profundas do autor contemporâneo Emile Henry Gauvreay: “Fiz parte daquela estranha raça de pessoas que foram adequadamente descritas como aquelas que passam a vida fazendo coisas que odeiam para ganhar dinheiro que não querem, para compre coisas de que não precisam, para impressionar pessoas de que não gostam ”.

Falando relativamente, o dinheiro e a propriedade não são realmente tão valiosos ou importantes quanto "uma vida tranquila e modesta"; uma vida julgada não pelas posses acumuladas, mas pelo legado respeitável conquistado. Essa compreensão, essa capacidade de perceber a felicidade na perspectiva adequada, é uma ilustração de uma teoria da relatividade compartilhada tanto pela Torá quanto por Albert Einstein. E vale muito mais do que muitos milhões de dólares. 


Tradução Átila Drelich - Fonte: Aish Latino

POR QUÊ ISSO ACONTECE COMIGO? - Sidnei Godinho



Há momentos em que a vida parece não ter significado e tudo se complica um pouco, principalmente quando se é surpreendido por fatos ou situações inesperadas e desagradáveis. 

E aí vem a tradicional pergunta: "Por quê isso acontece comigo? 

Logo eu que sou todo certinho? 

Sou ótimo filho, 

Bom irmão, 

Excelente pai, 

Ótimo marido, 

Bom amigo, 

Excelente profissional, etc... 

E por aí seguem as autojustificativas, em uma tentativa de sublimar o que acontece, como se fosse injusto, afinal somos quase perfeitos... 

No entanto, tais situações acontecem com todas as pessoas e o que diferencia é a repercussão que o sofrimento causa em cada uma. 

Alguns enfrentam a turbulência e mesmo sofrendo muito, não murmuram. 

Outros, por bem pouco, esbravejam aos "quatro cantos do mundo", como se fosse aliviar sua dor. 

Não é assim?

Quantos já não questionaram sua Divindade do por quê estarem passando por aquele momento??? 

E quantos já não responderam a si próprios: "Eu não merecia isto."??? 

Todos esquecemos que somos iguais perante Deus e à natureza humana e todos estamos sujeitos às mesmas mazelas da vida. 

O essencial é não carregar o peso de se julgar um sofredor. 

É mister compreender que o sofrimento, quando bem suportado, é uma nova experiência vivida e um aprendizado. 

Ainda que a dor do momento queira abalar seus princípios, aproveite e estude as possíveis razões que  trouxeram o sofrimento e guarde o aprendizado para que ele não mais se repita. 

A revolta não resolve os problemas e apenas ofusca a razão. 

E quando o inexplicável se apresentar, afaste a maledicência e se conforte na crença de que fez a sua parte e que, se ainda assim não é capaz de compreender o por quê, é porquê ainda não lhe é chegado sua hora. 

Afinal, não estamos aqui sozinhos, há uma Força maior a nos conduzir, um Grande Arquiteto, um Deus Soberano e cada um, na sua crença, deve encontrar o equilíbrio de sua própria FÉ. 

Bom Dia e boas reflexões sobre quem somos neste universo meus irmãos. 

🙏 🙏 🙏 


julho 23, 2021

O PRUMO DE AMÓS E A LOJA DOS COMPANHEIROS - João Anatalino



O SENHOR DEUS assim me fez ver, e eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebento da erva serôdia, e eis que era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.

E aconteceu que tendo eles comido completamente a erva da terra, eu disse: Senhor DEUS, perdoa, rogo-te; quem levantará a Jacó? Pois ele é pequeno. Então o Senhor se arrependeu disso.

Não acontecerá, disse o Senhor. Assim me mostrou o Senhor DEUS: Eis que o Senhor DEUS clamava, para contender com fogo; este consumiu o grande abismo, e também uma parte da terra.

Então eu disse: Senhor Deus, cessa, eu te peço; quem levantará a Jacó? Pois é pequeno. E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o Senhor DEUS. Mostrou-me também assim: e eis que o Senhor estava sobre um muro, levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão.

E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.

Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão. Então Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá sofrer todas as suas palavras.

Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora da sua terra em cativeiro. Depois Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, e foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; Mas em Betel daqui por diante não profetizes mais, porque é o santuário do rei e casa real. E respondeu Amós, dizendo a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros.

Mas o Senhor me tirou de seguir o rebanho, e o Senhor me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel. Agora, pois, ouve a palavra do Senhor: Tu dizes: Não profetizes contra Israel, nem fales contra a casa de Isaque. Portanto assim diz o Senhor: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra (...) Amós, 1 a 8.

Todo maçom que já tenha sido elevado a Companheiro conhece essa passagem bíblica, pois ela é lida na abertura da respectiva Loja. O que a maioria dos Irmãos não sabem é que essa visão do profeta Amós é uma profecia bastante figurativa de um acontecimento histórico que atingiu a nação de Israel, provocando a sua cisão em dois reinos inimigos, gerando um clima conflituoso que dura até os dias de hoje.

Na verdade, Amós, um pastor de rebanhos e cultivador de sicômoros, uma espécie de figueira muito comum no Oriente Médio, estava simplesmente repreendendo o rei rebelde Jeroboão, por conta da sua traição á casa de Davi, provocando a rebelião que dividiu o reino de Israel em dois reinos inimigos, provocando o seu enfraquecimento e a consequente conquista de ambos pelos seus belicosos vizinhos, os assírios primeiro em 721 a.C. conquistando o reino de Israel e depois os caldeus em 538 a.C. conquistando o reino de Judá.

A profecia de Amós refere-se, portanto, á rebelião comandada por Jereboão contra Roboão, filho de Salomão, que herdou o trono de Israel após a morte do famoso rei. Amós profetiza a destruição do reino de Israel, formado pelas dez tribos rebeldes, pelos assírios, fato que ocorreu em 721 A. C. como já exposto.

Como se sabe, as dez tribos do Norte não aceitaram Roboão como rei e elegeram Jereboão, um príncipe zelote da tribo da Efrain, para ser seu rei. Em consequência, o reino de Israel se dividiu em dois, ficando as tribos do sul, Judá e Benjamim com Roboão (formando o reino de Judá, com capital em Jerusalém) e as dez tribos do norte com Jereboão, formando o reino de Israel (com capital na Samaria).

Desde então judeus e samaritanos (ambos israelitas por sangue e tradição) se tornaram inimigos, e isso se repete até hoje, com o conflito entre judeus e palestinos. O fato de a Maçonaria usar a profecia de Amós na abertura da Loja de Companheiro tem sua justificativa na própria simbologia que se aplica ao grau.

Como se sabe, o grau de companheiro é o grau da traição. Foram três companheiros rebeldes, que queriam ser elevados á mestres sem cumprir os rigores do ritual, que assassinaram o mestre construtor do Templo de Salomão, Hiram Abbif.

Essa é a encenação teatral do grau de mestre que será aplicada ao companheiro que cumpre as etapas anteriores, de aprendiz e companheiro, para que ele seja devidamente elevado ao mestrado.

Quanto aos companheiros traidores, simbolicamente chamados de Jubelos, eles recebem o devido castigo, tendo suas gargantas cortadas, seu corações e entranhas arrancadas, operações essas que se tornaram sinais respectivos dos três graus simbólicos.

Assim, o simbolismo do grau de companheiro, ao adotar a visão do profeta Amós para abertura da Loja do Companheiro evoca, em primeiro lugar um acontecimento histórico, isso é, a traição de Jeroboão á dinastia de Salomão, provocando o cisma que destruiu a monarquia unificada de Israel.

Essa traição representou a morte do reino unificado de Israle, simbolizado no “construtor do Templo”, ou seja, o próprio Salomão, pois com esse cisma, a estabilidade do reino israelita, que estava alicerçada na unidade do povo, e simbolizada no Templo de Salomão, foi destruída.

Por isso Deus diz a Amós. Porei um prumo no meio do meu povo de Israel e jamais passarei por ele. Quer dizer: haverá, doravante, por causa dessa traição, um muro no meio do povo de Israel, pelo qual Ele não passará.

Um muro erguido a prumo, que separará, eternamente, os dois povos, como se viu até agora. Vale dizer que os elaboradores do ritual, que introduziram o Drama de Hiram nas iniciações maçônicas, tinham como núcleo simbólico da maçonaria que eles queriam praticar, justamente a Israel bíblica, tal como era nos dias de Salomão.

Por isso o simbolismo ligado ao Primeiro Templo e as fartas referências a motivos bíblicos que aparecem nos rituais dos graus superiores dos diversos ritos maçônicos que se criaram a partir de então.

E não se pode esquecer que a época em que esses elementos rituais foram desenvolvidos, o simbolismo da traição de Jereboão era um tema bastante propício aos acontecimentos que justamente naquele momento a Inglaterra, especialmente, estava vivendo, com as lutas religiosas e as guerras dinásticas que custaram à cabeça do rei Carlos I e o exílio do príncipe Charles, junto com os chamados jacobinos, que viriam a criar o chamado Rito Escocês.

Eram comuns as rebeliões e as traições, até mesmo dentro da própria maçonaria, que experimentou, nessa época, uma série de cisões internas. Assim, o simbolismo dos Jubelos retrata uma ideia arquetípica que serve para todos os tempos onde a ordem natural das coisas é mudada pela violência.

Os articuladores do ritual quiseram, com a visão de Amós, lembrar a todos os maçons que quando a ordem posta é destruída pela violência, um muro é erguido em consequência dessa cisão e Deus não mais passa por ele. A não ser que um novo sacrifício seja feito.

Esse sacrifício é aquele que é feito pela morte do herói, que no caso da Maçonaria é simbolizado pela morte do arquiteto do templo, drama que será representado no grau seguinte, o de mestre. Explica-se, dessa forma, o porquê da Loja de Companheiro ser aberta com o texto do profeta Amós e a razão de esse grau ser chamado de grau da traição.






O PROFETA AMÓS E A MAÇONARIA

 


O Profeta Amós era um trabalhador braçal, um boiadeiro e cultivador de sicômoros (árvores que geram um fruto parecido com o figo).

Ele é originário da cidade de Tekua, aldeia situada há dez quilômetros ao sul de Belém. É conhecido ainda como sendo um dos assim chamados “Profetas Menores”, não por ter pouca importância, mas sim pela extensão de sua obra, considerada pequena em vista de outros profetas da Bíblia, mas tão brilhante quanto as outras.

O seu ministério foi exercido no século VIII a.C. durante os reinados dos Reis Uzias (ao sul de Israel) e Jeroboão II (ao norte de Israel). Sua obra foi marcada por uma profunda crítica social e religiosa. Ele denunciou a desigualdade social de seu tempo, bem como o uso idólatra da religião, transformada em mero instrumento que serve à alienação e usada como fachada para a iniquidade.

O Profeta Amós é um revolucionário, um socialista de seu tempo que não se deixou levar pelas aparências de uma época marcada, sobretudo, pela prosperidade material. Contudo, mesmo com abundância, o povo de Israel passou por uma profunda inversão de valores, deixando-se levar pela soberba, ganância, luxúria e todo tipo de perdições.

Dessa forma, a obra de Amós é caracterizada pela crítica ao enriquecimento da sociedade à custa dos pobres; ao suborno e corrupção de juízes nos tribunais; à opressão, violência e à escravidão dos pobres; ao comportamento das mulheres ricas, que para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a oprimirem os fracos etc. (1)

No que toca à religião, Amós denuncia seu caráter meramente ritualístico e vazio. Assim ele diz em seu livro: “Eu odeio, eu desprezo as vossas festas e não gosto de vossas reuniões. Porque, se me ofereceis holocaustos...,não me agradam as vossas oferendas e não olho para o sacrifico de vossos animais cevados. Afasta de mim o ruído de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas! Que o direito corra como a água e a justiça como um rio caudaloso”. (Am 5: 21-24)

E dentro desse contexto de críticas, Amós, na terceira parte de seu livro, relata cinco visões, sendo que a terceira delas interessa de forma particular à maçonaria. Trata-se da visão do fio de prumo.

No capítulo 7, versículos de 7 a 8, Amós assim relata: “Assim me fez ver: Eis que o Senhor estava de pé sobre um muro e tinha sobre a sua mão um fio de prumo. E Iahweh me disse: Que vês, Amós? Eu disse: Um fio de prumo. O senhor disse: Eis que vou pôr um fio de prumo no meio do meu povo, Israel, não tornarei a perdoá-lo. (Am 7: 7-8 – tradução da Bíblia de Jerusalém).

Ora, é o Senhor mesmo Quem estava sobre o muro na visão de Amós. E o prumo que segurava em Suas mãos é altamente revelador. Ele revela nossa intrínseca tortuosidade, nosso desalinhamento e desequilíbrio moral.

Da mesma forma como o pedreiro se utiliza do prumo para procurar falhas na obra em que se debruça assim se dá quando Deus coloca seu prumo em nossas vidas, fazendo aparecerem todas as falhas, todas as misérias escondidas em nossos olhares dissimulados, em nossas palavras vazias e em nossas ações e omissões egoístas.

Mas o que é este prumo de Deus em nossas vidas? Será a Bíblia (ou qualquer outro livro sagrado a que seguimos)? Será nosso caminho pessoal? Os padrões sociais e políticos de nosso tempo? Nossa consciência?

A Ordem maçônica tenta nos mostrar qual será esse prumo na vida particular de cada maçom, transmitindo por meio de alegorias e símbolos antigos mistérios que podem ser traduzidos em retidão moral e bons costumes para aquele que de fato os persegue em seu íntimo construtor.

Mas há um fato curioso nesta passagem. Nem mesmo Deus julgou aleatoriamente o seu povo. Antes disso, Ele passou sobre nós o seu prumo sagrado, para que toda falha fosse posta às claras. Assim, não cabe ao Homem passar seu prumo particular na parede alheia, achando-se ridiculamente capaz de medir os erros de seu irmão com medida própria. 

Não cabe em nós tamanho amor para realizar essa tarefa de sublime construção da alma do nosso próximo. Isso é assunto entre o Pai e seu filho, porque no prumo do homem há juízos e preconceitos, medidas diferentes alicerçadas na miséria de nossa alma. Mas o prumo de Deus contém a dádiva do arrependimento e a certeza da retidão no amor maior de Sua caridade. (2)

O prumo de Deus revela nossos pecados à luz do dia, não deixando nada a coberto. 

E ao lançá-los à luz, Ele espera de nós tão somente humildade e trabalho para quebrarmos nossos tijolos mal assentados e recomeçar nossa obra fundada na promessa de que seguindo-O, encontraremos pela frente apenas consequências do amor.


Ir.’.Rafael Guerreiro - ARLS Três Colinas n. 69 – Franca (São Paulo, Brasil)

NOTAS:

1. Extraído de: http://judaismohumanista.ning.com/m/discussion?id=3531236%3ATopic%3A77;

2. Extraído de: http://www.lojamontemoria.com.br/artigo.asp?cod=262;

julho 22, 2021

O TEMPLO DE SALOMÃO - A ORIGEM DA LENDA - João Anatalino Rodrigues





As mais antigas referências ao Templo de Salomão, que aparecem em documentos maçónicos, são aquelas referidas no Manuscrito Cooke, datado de 1410. 

Esta Old Charge, embora datada do começo do século XV. é uma compilação de tradições orais mais antigas, cultivadas pelos maçons operativos ingleses, o que nos leva a crer que a tradição de utilizar a construção do templo hebraico como alegoria iniciática já era bem mais antiga. 

Segundo Lionel Vibert, esta tradição é oriunda da constituição que o rei saxão Athelstan, no século X, outorgara aos pedreiros livres da Inglaterra.

Diz o Manuscrito Cooke que a arte da Maçonaria foi aprendida pelos israelitas quando eles habitaram o Egito. Depois, quando se estabeleceram na Palestina ela foi desenvolvida de acordo com as tradições hebraicas, transformando-se numa arte iniciática, nos mesmos moldes adoptados pelos egípcios. 

Com o tempo ela adaptou-se à mística da religião de Israel, no sentido de que se procurava refletir na arte de construir o modelo arquetípico do universo, segundo entendiam os sacerdotes hebreus que Deus fazia em relação ao mundo.

Segundo aquela Old Charge, foi o rei Davi quem iniciou a construção do templo de Jerusalém.

 Salomão deu-lhe continuidade e o terminou. 

Diz ainda este documento que Hiram era filho do rei de Tiro. Home observa que o costume de identificar as origens da Maçonaria com os canteiros de obras da construção do Templo de Salomão não era privativo dos maçons ingleses. 

As guildas dos pedreiros franceses e alemães também fizeram largo uso dessa tradição. [1]

Evidentemente, as informações contidas no Manuscrito Cooke não foram inspiradas nos textos bíblicos. Não se encontram ali quaisquer informações nesse sentido. Nem nos trabalhos de Flávio Josefo se encontra qualquer alusão ao fato de ter sido o rei Davi e não Salomão o inaugurador das tradições maçônicas. 

É possível que este equívoco se tenha originado no facto da Bíblia atribuir a Davi a intenção de construir um templo para Jeová, embora jamais o tenha levado à cabo. 

Ao que parece, os maçons operativos não se importavam muito com a exatidão histórica, pois as primazias de Davi sobre as obras de construção do templo aparecem também em outras Velhas Regras, o que nos leva a crer que tal informação era tida como verídica por eles. [2] 

Praticamente, todas as tradições maçônicas referentes ao Templo de Salomão já constavam das Velhas Regras (Old Charges). 

Na sua maioria, estes antigos manuscritos procuram justificar a origem salomônica da Arte Real. 

Face a esta verdadeira paranoia dos maçons operativos em ligar a construção do Templo de Jerusalém às origens da Maçonaria, estes documentos só podem ser lidos com a devida reserva, pois veiculam muitas informações contraditórias, e na maioria dos casos, fantasiosas e de difícil comprovação. 

Alguns deles, como o Manuscrito Dunfries n° 3, de cerca de 1650, afirma que o Templo de Salomão foi construído a partir das instruções que Deus dera à Moisés para a construção do Tabernáculo e que este foi construído a partir de medidas modulares do cosmo. 

Assim, a tradição segundo o Tabernáculo seria uma reprodução do próprio cosmo, e por consequência, o templo de Jerusalém também é uma tradição que tem origem nessa informação. 

Dai também a já conhecida tradição maçônica de considerar os seus templos como reprodução do universo.

Já o Manuscrito Dunfries n° 4 dá inclusive o local exato da construção do famoso Templo de Jerusalém, que seria a rocha do Domo, no monte Moriá, onde hoje se ergue a Mesquita de Omar (a da cúpula dourada). 

Esta informação é geralmente aceita pela maioria dos historiadores, já que existem provas arqueológicas que a corroboram.

O SIGNIFICADO DA LENDA

O Templo de Salomão, entretanto, é uma alegoria que se presta ao desenvolvimento de várias ideias. 

Como simulacro do cosmo, construí-lo significa construir o próprio universo, missão que cabe ao Maçom, como pedreiro operativo e especulativo.

 Por outro lado, edificar uma obra dessa magnitude, com todo o significado que ela encerra, assemelha-se à construção do próprio individuo, pois, o homem, como bem ensinou Jesus, é o templo vivo de Deus. 

Assim, da mesma forma que os maçons operativos construíam igrejas em louvor a Deus, os maçons especulativos constroem os templos sagrados do carácter humano, também em homenagem ao Grande Arquiteto do Universo, sob cujos auspícios se reúnem em Lojas para “cavar masmorras ao vicio e erguer templos à virtude”.

O simbolismo desta parábola é bastante claro para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. 

Nos graus superiores do Rito Escocês, a alegoria do Templo do Rei Salomão será explorada com mais profundidade para demonstrar que a verdadeira sabedoria é a prática das virtudes que fazem do homem um operário de Deus na terra, construindo o mundo através das suas ações. [3] 

Esta sabedoria, segundo a tradição maçônica, foi ensinada anteriormente ao próprio Rei Salomão para que ele, através da arte da arquitetura e do comportamento digno de um rei, as transmitisse à humanidade de uma forma insofismável.

Veremos que Salomão falhou neste intento e, em decorrência, o Reino de Israel, organizado por Deus para ser o protótipo do estado perfeito sobre a terra, desmoronou.

Esta é uma lição que tem que estar presente na mente de todo o Maçom: não basta ter sabedoria para construir obras de grande engenho; é preciso que essa obra tenha um espírito, pois é nele que repousa a justificativa da construção e a grandeza do seu construtor.

A RAZÃO DA LENDA

Pelo relato bíblico percebe-se a razão da escolha do Templo de Salomão para servir de alegoria para o desenvolvimento do catecismo maçônico. 

Aquela obra é uma construção que une o sagrado ao profano, que reabilita o homem frente a Deus; ao mesmo tempo, ressalta o valor do trabalho, da organização e da hierarquia.

 E na organização dos trabalhadores, na estruturação das profissões, nas próprias tarefas dos obreiros envolvidos na construção, pedreiros, talhadores, fundidores, carpinteiros, espelha-se também o conteúdo iniciático da Arte Real.

Com efeito, nenhuma outra alegoria conviria melhor a uma sociedade iniciática, cujo objetivo era o desenvolvimento de uma filosofia moral e ética destinada à construção do Homem Universal, alicerce de uma sociedade livre, justa, perfeita e feliz, reflexo da realidade divina na terra. 

Era uma comunidade assim que se pretendia ter existido outrora. 

Para os maçons espiritualistas, era a reedição da civilização que os antigos egípcios teriam herdado dos atlantes e reverenciavam através do culto a Maat, a deusa que representava a harmonia universal.

Não seria este também, o sonho de Moisés ao organizar o povo de Israel?

 Na verdade, o que era o Pentateuco senão um extenso código de leis, filosofia e preceitos elaborados para a organização de uma comunidade de “eleitos”, ou seja, um povo escolhido por Deus para refletir, na terra, a imagem do reino dos céus?

 Destarte, ao elaborar o Decálogo e redigir os fundamentos do Deuteronômio (que os sacerdotes e escribas de Israel viriam a aperfeiçoar e complementar depois), Moisés estava fazendo Maçonaria especulativa, pois tudo isso se destinava a construir o carácter do homem perfeito, o qual deveria ser o homem israelita. 

Era, portanto, uma tentativa de voltar ao reino da perfeição e da ordem, que se acreditava existir antes da queda do homem, no Éden.

Afinal de contas, todas as esperanças de humanidade sempre convergiram para esse sonho: um regresso ao velho estado de ordem, justiça, perfeição e harmonia, que um dia existiu no universo, e que permanece na memória celular da humanidade como um arquétipo a ser recuperado.

 Este estado perdeu-se na história das civilizações em consequência do orgulho do homem, pois ele, ao adquirir o conhecimento do bem e do mal, pensou poder mais que os deuses. 

A memória desse estado, entretanto, refugiou-se no inconsciente humano, reprimida pelos apelos à racionalidade e às necessidades da vida profana. 

Para recuperá-lo, era preciso reconstruirá sociedade, como já se fizera várias vezes, e continuou a ser feito com a alegoria Templo de Salomão, o qual foi destruído e reconstruído várias vezes.

Para isso, entretanto, era preciso construir um homem novo, regenerado, purgado dos seus vícios, morto para a vida profana, na melhor tradição iniciática, mas regenerado para uma nova vida pessoal e social, baseada numa nova ética e numa nova moral, fundamentadas num humanismo espiritualista que atendesse tanto a razão prática, quanto à sensibilidade mística do homem religioso. 

Quando o antigo edifício é derrubado, sobre os seus alicerces se constrói o novo.

 Este é o fundamento da alegoria que se presta para o desenvolvimento da metáfora maçónica. 

A Maçonaria tem como projeto  a construção do novo homem. 

Este novo homem seria um Hiram, pedreiro moral, construtor do novo Templo de Salomão, arquétipo da sociedade ideal desejada pelo Sublime Arquiteto do Universo. 

Para isso, porém, como a própria tradição iniciática sustentava, e a doutrina cristã confirmava, era preciso que o mestre morresse, para que os seus seguidores nele renascessem como iniciados. 

Desta simbologia, que incorpora todas as antigas tradições, desde o mito de Osíris, até o sacrifício de Jesus Cristo, nasceu o Drama de Hiram, que é o Landmark mais significativo de toda a doutrina maçônica.


[1] Alex Horne, op citado pg. 68

[2] O Manuscrito Downland, datado, provavelmente de 1500, também se refere a Davi como iniciador do Templo e a Salomão como continuador e fundador da Maçonaria como instituição.

[3] O próprio Jesus se utilizou deste simbolismo para falar de si mesmo e da sua promessa de ressurreição, “destruí esse templo”, disse ele, “e eu o reconstruirei em três dias”. 

Jesus falava da destruição do seu corpo, pela morte que o esperava, e a sua ressurreição após os três dias que passaria no túmulo.

 Para os cristãos, no entanto, a prática das virtudes cristãs exige um processo de morte psíquica e reconstrução do carácter, que se assemelha ao processo escatológico vivido por Cristo. 

Daí a Maçonaria derivou o seu próprio processo de regeneração moral, adotando uma simbologia bastante semelhante nos seus rituais de iniciação.

 A correlação é evidente demais para que as influências possam ser negadas.

https://www.freemason.pt/o-templo-do-rei-salomao-a-origem-da-len