Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.
Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a *Verdade*, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é; como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.
Assim, se constrói a importante idéia da *Verdade*, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida, de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.
*Verdade* substantivo abstrato, tem sua etimologia no Latim.
A palavra advém de "VERUS" que significa "real, verdadeiro".
A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"
Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.
Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a *Verdade*, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica.
Contudo, a *Verdade* é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.
A *Verdade* é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de *"alétheia"* que quer dizer o não oculto.
A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se auto-conhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.
O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos, mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à *Verdade*, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.
A discussão sobre a *"Verdade"*, como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.
Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.
A *Verdade* não tem dono, tem caminhos.
Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição encontre justificativa em nossa própria imperfeição.
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