Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Contribui regularmente com este blog
A evolução do ser humano ao longo dos tempos foi lhe proporcionando meios e condições de buscar um entendimento a seu respeito e sobre o significado da vida no nível transcendental.
Já a ciência, que por princípio persegue uma comprovação cabal em tudo o que estuda, percebeu que a inteligência seria um fator de diferenciação entre os homens, então criou um critério de avaliação que serviria para definir e qualificar essa faculdade humana. Assim, elaborou-se o teste de Q.I., o quociente de inteligência, que seria a medida definitiva da inteligência humana.
Em meados dos anos 1990, surgiu o estudo e a propagação de um novo conceito, a “inteligência emocional”, que mostrou que não adiantava ser um gênio se não se soubesse lidar com as próprias emoções. Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, propôs o termo Q.E., o quociente emocional, que se refere à capacidade que as pessoas têm de perceber, controlar, avaliar e expressar emoções, e também de praticar um certo traquejo social, ou lidar com o outro, desenvolver empatia.
A inteligência emocional é aquela que permite que você gerencie bem suas emoções e as utilize a seu favor, melhorando seu desempenho e suas relações com as outras pessoas. A revista norte-americana Psychology Today define quociente emocional como “a capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções, assim como as emoções dos outros”.
A ciência começou este novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela ajuda a lidar com as questões essenciais, as do espírito e as da consciência intrínseca ao ser humano.
No livro Q.S. – Quociente Espiritual, a filósofa e física norte-americana Danah Zohar, juntamente com seu marido Ian Marshall, mostra que o Q.S. é responsável pelo significado da nossa existência e pelo desenvolvimento dos valores éticos e crenças que irão nortear nossas ações no dia a dia. Conhecer o potencial do nosso Q.S. e desenvolvê-lo nos permitirá alcançar nossas metas com mais eficiência. O Q.S. está ligado à necessidade humana de ter um propósito e um objetivo na vida.
Os cientistas descobriram que o lobo temporal, a região do cérebro localizada logo acima das orelhas, é uma área com múltiplas funções, e foi denominada como “o ponto de Deus”.
Um novo estudo liderado por cientistas do Hospital Universitário Brigham para Mulheres, da prestigiada Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, adotou uma nova abordagem para entender como a fé e a espiritualidade atuam no cérebro humano. Por meio de exames de imagens, pesquisadores conseguiram descobrir que existe um circuito cerebral específico diretamente ligado à fé.
Esse circuito cerebral está localizado em uma área chamada Substância Cinzenta Central (PAG, na sigla em inglês), uma região do cérebro que tem sido bastante estudada e implicada em várias funções, como o condicionamento do medo, a modulação da dor, comportamentos altruístas e até mesmo o amor incondicional.
Os resultados desse estudo, publicado na revista Biological Psychiatry, sugerem que a fé está enraizada na dinâmica neurobiológica fundamental. Além disso, a religiosidade estaria entrelaçada em nosso tecido neurológico. Esses resultados surpreenderam os pesquisadores, já que o circuito cerebral para a fé está centrado em uma parte bastante “primitiva” do nosso cérebro. Ou seja, ela existe desde sempre.
A inteligência espiritual é algo que, sem dúvida, todos nós possuímos. Ela é inata, mas precisa ser contatada. Usada. Estudada. Ela existe e está dentro de cada um de nós. Temos que reaprender a fazer essa conexão. Esse mesmo estudo descobriu que o gesto de unir as mãos, olhar para cima ou se ajoelhar ativa as duas áreas cerebrais que produzem um turbilhão de hormônios que ajudam a ajustar nosso equilíbrio emocional e espiritual.
Marc Nicholas Potenza, professor de psiquiatria, estudo infantil e neurobiologia da Escola de Medicina da Universidade de Yale, descobriu e anunciou: “Em todas as culturas e ao longo da história, os seres humanos relataram uma variedade de experiências espirituais e o senso de união percebido transcende o senso comum do eu”.
Pela primeira vez na história da ciência, oficializaram o termo científico “O Ponto de Deus no Cérebro”. Assim, podemos concluir que a inteligência espiritual não tem a ver com uma religião específica, mas sim com a espiritualidade de cada um.
É maravilhoso ver que questões espirituais estão sendo cada vez mais comprovadas pela ciência.
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