agosto 01, 2021

PADRINHO, SEJA RESPONSÁVEL!




Em verdade a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que se perpetuarão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados.

Imagine o seu Candidato dirigindo sua Loja, que você dedicou parte de sua vida com tanto carinho e a mantém e não vai querer de forma nenhuma que ela seja mal dirigida, ou mal administrada.

Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição.

O maçom que propõe um candidato à iniciação transforma-se em “Padrinho” desse candidato, que logo após iniciado, assume a condição de seu mestre.

Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado.

A palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja; que tem alma cândida, caracterizado pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dá dignidade para juntar-se aos membros da instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual.

Normalmente observamos lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os irmãos componentes daquelas lojas não têm amigos.

Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem.

É bom saber que para a apresentação de um candidato, por meio de uma proposta, o proponente deve possuir o grau de Mestre Maçom.

A decisão de apresentar um candidato deve ser bem avaliada e estudada e ter do candidato pleno conhecimento de seu viver, pois a iniciação fará com que esse candidato passe a fazer parte de nossa família Maçônica.

A responsabilidade do proponente é moral, sua leviandade poderá pôr em risco todo o grupo, não só a Loja, mas também a própria Ordem.

Para o bem geral de todos, você, proponente deve avaliar bem o seu Candidato, e imaginar olhando do Ocidente, o Candidato como seu Venerável Mestre, Venerável de sua Loja, dirigindo os trabalhos e tomando decisões, e imaginar se ele tem condições reais para isso.

Por outro lado, as sindicâncias feitas devem ser rigorosas e só ser submetidas à aprovação quando realmente o sindicado resultar plenamente apto para ingressar no grupo.

Não ficando o proponente aborrecido, chateado ou melindrado, caso seu Candidato não seja aprovado na Sindicância, às vezes é melhor a Loja explicar a um Irmão sobre as reais condições de um Candidato, do que este trazer problemas sérios com insatisfação para todo o grupo.

Todo discípulo tem seu mestre; o padrinho passa a ser mestre “particular” do neófito, e esse por sua vez, deverá seguir os seus ensinamentos, até que atinja o mestrado, e possa propor profanos e assim tomar o lugar de quem lhe foi mestre, numa cadeia sucessiva e ordeira, e assim o quadro da Loja amplia-se e constitui o núcleo da Ordem com solidez.

O afilhado maçom deve empenhar-se ao máximo para que seu mestre o oriente, deve ser ativo, e colocar sempre as suas dúvidas para que sejam esclarecidas e resolvidas.

É também condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da iniciação, não basta o candidato ser politicamente livre, não basta que tenha um comportamento moral comum, a Maçonaria proclama que a sua filosofia tem base na tradição, nos usos e costumes, portanto costumes não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas do bem que conduzem o ser humano a uma vida espiritual e moral bem definida, no qual o candidato deve comparecer à iniciação, com uma disposição, quase inata de amar o seu futuro irmão como a si próprio.

Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com seu espírito.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de muito maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato politicamente livre, pois não há escravidão no mundo, ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.

A liberdade exigida é ampla, sem compromissos que inibam o cumprimento das obrigações maçônicas, sem restrições mentais.

Todo maçom mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter livre e de bons costumes, aprendizes, companheiros, padrinhos, afilhados, mestres, mestres instalados, Grão-Mestre, enfim todo maçom tem essa responsabilidade e o padrinho deve passar ao afilhado toda segurança, perseverança e fé, para que o mesmo consiga desbastar a sua Pedra Bruta, para o aperfeiçoamento humano, e erguer em seu íntimo o seu templo para a morada do Grande Arquiteto do Universo.

Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom ou, porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.

A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria, excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz.

Os meios apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, é de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercitem e os coloque em prática no mundo profano.

Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:

1º - o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;

2º - que através do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto;

3º - que se exercitando a tolerância com paciência, se evita atritos entre as pessoas;

4º - que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive se respeitando à autoridade e à crença de cada um, não se estabelecendo para isso, fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.

Daí uma grande responsabilidade do padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas.

Por essa e outras razões é que dizemos que o padrinho ou proponente, deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.

Perante a Assembleia da loja, o Padrinho garantiu através de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro.

A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.

Ao padrinho Maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do mesmo. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância à participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de Jô, movimentos caritativos etc.

Logo, é necessário que o padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento junto aos colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente, seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.

Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade.

O padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro irmão, que preserve os costumes da Ordem.

Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o padrinho como exemplo, cujo padrinho também é responsável pela manutenção destes costumes.

O padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um “Pai”, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias junto a Ordem.

É bom lembrar que o padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando este se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando o padrinho apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, está em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato.

Em outras palavras, o padrinho quando apresenta a Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado. Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros.

Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: vou deixá-lo no meu lugar.

Outras vezes se observa o afilhado cobrando do padrinho as responsabilidades que este não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o padrinho deve ser o espelho do seu convidado.

Deve ser estabelecido como princípio maçônico, que o nome de um candidato não surge apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina”. Resumindo: é o G.´.A.´.D.´.U.´. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.´. Mistérios da sublime Ordem Real.

Quando um irmão recebe a incumbência determinada pelo G.´.A.´.D.´.U.´. de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão.

O Padrinho tem o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.

Depois de iniciado, ao padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.

Deve ainda o proponente, orientar o afilhado na parte ritualística.

As qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica.

Deve também o padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, seja ritualístico ou não. Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar.

Ainda compete ao padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom. Com isso, deve o padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.


(Desconheço o autor)

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