Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante, um dos mais renomados intelectuais da maçonaria.
A expressão que ganhou consistência e identificação, conforme o processo de transição que a Maçonaria sofreu a partir do final do século XVII e notadamente no século XVIII - no chamado período Iluminista, foi a de "Maçom Aceito".
Esta expressão caracterizava o âmbito da Ordem que moldava sua natureza, ganhando um perfil sobretudo filosófico e especulativo e não mais puramente operativo, como de sua origem.
A Maçonaria Operativa começou a viver seu declínio quando já não havia tantas catedrais e templos a serem construídos, além do monopólio das Guildas ou Corporações de Ofício que dominavam essa atividade.
O comportamento dentro da Ordem Maçônica sofre mudanças, e aqueles que não eram construtores começam a ser "aceitos" na Maçonaria.
O termo "Aceito", passa a ser utilizado de maneira recorrente, vez que novos adeptos da Sublime Ordem, tais como: pensadores, filósofos, literatas, artistas, cientistas e intelectuais , passaram a dedicar à Maçonaria a prática da justica, da humanidade, da ética e da moral, e exaltavam antes de mais nada, o exercício da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
Os "Aceitos" , cuja essência se traduz nos nossos dias, buscavam o desenvolvimento espiritual e intelectual.
Foi com esse ideal, que os Aceitos, trouxeram para a Ordem o estudo aprofundado da Simbologia, como forma de transmissão do conhecimento, na busca pelo aprimoramento interior do homem.
Com o advento dos Aceitos, a Ordem Maçônica ganhou requintes mais elaborados na sua estrutura, e no seu conceptismo iniciático, conferindo-lhe assim finalidades filantrópicas, filosóficas, educacionais, progressistas e evolucionistas.
A relevância e a contribuição que os chamados Maçons Aceitos deram à Maçonaria, fez com que sua perenidade se mantivesse até os nossos dias, inobstante as incontáveis agruras, adversidades e perseguições, que a Ordem sofreu e ainda sofre ao longo de sua História.
Se durante muito tempo, até por volta do ano 1600, a Maçonaria se revestia de um aspecto sobejamente Católico, foi com os Aceitos e o caráter especulativo que se acentuava, através de seus novos membros, que a Ordem passou a valorizar o "Livre Pensador", abrindo assim o direito de praticar sua fé, a liberdade de seguir qualquer religião, sem impor dogmas, mas apenas e tão somente respeitar como um postulado filosófico a crença num Princípio Criador e Incriado do Universo - como referência para a existência de todas as coisas e inclusive de nós mesmos.
A adoção da expressão Grande Arquiteto do Universo, ou qualquer outra semelhante, utilizada pela Maçonaria, seja na língua que for, obedece basicamente a relação semântica do sentido que a palavra ou a mensagem enunciam.
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