Meus irmãos,
Nos últimos dias, aproveitando o mote do Solstício, estivemos esclarecendo cientificamente do que se trata e depois fizemos a devida alusão às festas pagãs e aos respectivos São João(s).
Procuramos relacioná-los com a maçonaria e tentar esclarecer seus prováveis vínculos histórico, filosóficos e esotéricos.
Hoje vamos findar este assunto introduzindo o último São João que não tem vínculo com os solstícios, mas que também se enquadra nas especulações como sendo o provável patrono da Maçonaria e a quem o REAA se refere na abertura de seus trabalhos: *SÃO JOÃO ESMOLER* também chamado de *SÃO JOÃO DE JERUSALÉM*.
Ao iniciarmos os trabalhos em loja o V.’.M.’. Invoca a proteção do G.’.A.’.D.’.U.’.e abre-se a loja, dizendo -“em homenagem a São João, nosso patrono, declaro aberta esta loja de A.’.M.’. sobre o Titulo distintivo (e diz o nome da loja)” .(REAA)
Os trabalhos estão abertos, mas nos resta a pergunta: Quem é este São João, e porque titulo distintivo?
Para responder a esta pergunta nós precisamos ainda mais nos aprofundar um pouco em textos, lendas e histórias, para descobrirmos quem foi São João de Jerusalém e porque nossas lojas são dedicadas a ele.
Comecemos por fazer algumas distinções.
O primeiro São João de que ouvimos falar e o qual é sem duvida um dos mais famosos personagens da bíblia é sem dúvida, São João Batista, que batizou Jesus e teve sua cabeça decepada por ser fiel aos seus princípios.
Este Santo tem seu dia de comemoração também associado aos mistérios celestes, pois se comemora exatamente no dia do equinócio de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano.
A maçonaria, por sua vez, associou este dia como contemplação a esta transição do sol, e a reverencia em suas lojas com associações a sua doutrina.
Erroneamente alguns historiadores associaram este São João como patrono da maçonaria, talvez por ser o mais famoso e conhecido, mas isso é um erro comum entre os que apenas estudam a maçonaria por obrigação.
O outro São João de que se tem noticia, e também associado à maçonaria, é o São João Evangelista.
Sua data de comemoração é associada ao solstício de verão, que ocorre em dezembro.
Nesta data eram eleitas as gestões das lojas, e neste solstício a maçonaria também realizava comemorações pela passagem do sol. (hemisfério Norte)
Porém, também erroneamente, este São João foi associado como patrono da maçonaria; principalmente por aqueles que não se dão ao trabalho de ler, e gostam muito de citar grandes nomes do passado, não testando e investigando sua veracidade; meramente copiando e transcrevendo seus dizeres e se esquecendo que a verdade é a mola que nos impulsiona.
Então, surgem as perguntas: Se nenhum deles é o patrono da maçonaria, quem o é?
Se não são estes dois importantes santos, a quem abrimos nossas lojas e trabalhamos sobre sua proteção?
No ano de 550 da era cristã, após a vinda de Jesus, nasceu um menino na ilha de Chipre ao sul da Itália.
Motivado por sua formação cristã e caridosa, o mesmo se encaminha a Jerusalém, com a intenção de montar um hospital que atendesse aos peregrinos que viajavam à Terra Santa, visitar o Santo Sepulcro.
O garoto faleceu no ano de 619, na cidade de Amatonto, na ilha de Chipre.
Após a sua morte, o Papa em reconhecimento ao seu desprendimento e amor incondicional, o canonizou com o nome, São João Esmoleiro, que ficou mais conhecido como São João de Jerusalém.
A História certamente terminaria aqui mas, se fossemos meros profanos.
Mas para nós, maçons iniciados na Arte Real, livres pensadores e perseguidores da verdade, não!
Ainda nos restam as pergunta: Porque dedicar as lojas à ele?
O que ele fez em Jerusalém?
Porque voltou a sua pátria?
Ao sair de sua terra natal, o garoto levou o quinhão da fortuna de seu pai, que lhe era de direito.
Ao invés de viver uma vida sossegada, ele deslocou-se para Jerusalém, onde construiu com enorme dificuldade, um hospital para socorrer os enfermos.
Baseado nos princípios da Cavalaria, ele fundou a Ordem dos Cavaleiros Hospitalares, que tinha por principal função, defender os hospitais e prestar socorro à quem se achava enfermo.
Ele mesmo foi amigo, irmão e confidente de muitos enfermos, e deu a eles mais do que os seus recursos financeiros.
Doou a cada um deles, sua saúde e atenção.
Nunca fez distinções entre feridos de guerra e leprosos; todos que buscavam ajuda neste período de caos encontravam, sem dúvida, uma mão estendida nos Cavaleiros Hospitalares e em São João.
A Ordem dos Cavaleiros Hospitalares logo foi transformada na Ordem dos Cavaleiros de Jerusalém, que agora não só tomavam conta dos hospitais, mas corriam em socorro dos doentes e dos necessitados, onde quer que se encontrassem.
Esta Ordem sobreviveu durante anos, e ganhou mais tarde enorme respeito dos Templários.
O seu fundador foi eleito e sagrado Grão-Mestre dos Cavaleiros de Jerusalém.
São João retornaria a sua pátria, na Ilha de Chipre, por saber que a mesma estava à mercê de invasão dos Turcos e o seu povo necessitava de ajuda.
Para isso, ele contou com sua experiência em Jerusalém, e fundou a Ordem dos Cavaleiros de Malta, que tinha a dupla função: Proteger os hospitais, ajudar os enfermos e feridos, e lutar pela manutenção da paz e preservação da independência de sua pátria.
A Ordem prosperou na parte da Hospitalaria, mas a sua força armada não foi suficiente para deter a invasão Turca, que dominou e destruiu grande parte da Ilha.
Gostaríamos de dizer que tudo foi fácil e belo, mas esta não é a verdade.
Muito sangue foi derramado para que os Cavaleiros pudessem prosseguir em sua jornada, e mantivessem a chama acesa, no intuito de ajudar os feridos e vitimas de doenças.
Os Cavaleiros de Malta foram conhecidos por seus atos como, grandes defensores dos oprimidos e daqueles que precisavam de ajuda, assim como já eram os Cavaleiros de Jerusalém.
São João de Jerusalém foi escolhido Padroeiro da Maçonaria porque seus ideais eram idênticos aos ideais Maçônicos como a fraternidade, a liberdade e a igualdade.
“São João foi escolhido como patrono da Maçonaria exatamente porque seus ideais combinavam com a doutrina maçônica.
É por essa razão que todas as Lojas são abertas e dedicadas em sua homenagem.
Logo, posiciono-me no sentido de concordar com os Irmãos que se vinculam a teoria de que São João o Esmoler é o padroeiro da Maçonaria.
A partir deste momento, em que a maçonaria se colocava a campo para lutar pela liberdade da humanidade, clamava a esta grande figura, que a partir deste momento, seria conhecido por todos os maçons como: São João nosso Patrono.
Por isso todas as lojas são abertas e dedicadas a sua homenagem, e até hoje nós somos lojas de São João.
O amor dele nos contagia, e em sua homenagem é que trabalhamos para socorrer os necessitados, como ele o fez, e levar a luz do conhecimento e da verdade a toda a Humanidade.
Comemora-se no dia 23 de janeiro o dia de São João Esmoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria
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