O termo circum-ambulação deriva do verbo latino Circum-ambulare e significa andar à volta de alguma coisa. Nas cerimônias da antiguidade, era a procissão que se realizava em torno do altar ou de qualquer objeto sagrado.
A circulação pode ser dextrógira, no sentido dos ponteiros do relógio ou solar e sinistrógira, ou polar. Diz-se que é sinistrógira ou polar quando é realizada da direita para a esquerda. Um observador colocado próximo ao Pólo Norte, ao olhar para o firmamento, verá as estrelas se deslocando da direita para a esquerda, na seguinte seqüência: S – L – N – O. Esta é a circulação polar, ou sinistrógira.
O mesmo observador, colocado junto à linha do Equador, verá o Sol se deslocar da esquerda para a direita, na sequência S – O – N – L. Esta é a circulação solar ou dextrógira, que simboliza o curso aparente do Sol. Na realidade, o que se desloca é a Terra, em seu movimento de rotação.
Em seus primórdios, a Maçonaria Operativa adotava a circulação solar ou sinistrógira (no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio). Atualmente, a Maçonaria Especulativa adota em seus rituais a circulação solar ou dextrógira (sentido dos ponteiros do relógio).
Os rituais bramânicos e os celtas, na Escócia, prescreviam o mesmo tipo de circulação da Maçonaria Especulativa. Por outro lado, os hindus e os muçulmanos adotaram a circulação contrária aos ponteiros do relógio, como acontece anualmente em Meca, quando os peregrinos, ou hadjis, devem rodear a pedra sagrada – a Kaaba – por sete vezes.
É interessante notar que as circum-ambulações, para a direita ou para a esquerda, correspondem exatamente à direção da escrita nas línguas sagradas dos respectivos povos. A essa diferença de sentido se liga igualmente o fato de se avançar primeiro com o pé esquerdo ou com o direito, numa marcha ritual.
Considerando a posição dos pés em esquadria ao se entrar no Templo, facilmente se conclui que para se efetuar a circulação dextrógira, na qual o lado direito está sempre voltado para o centro, forçosamente é o pé esquerdo que deve avançar primeiro.
Deve-se notar que o giro real do sistema solar é sinistrógiro. Em consequência, como a Loja é a representação do Universo, parece lógico que a circulação Maçônica fosse efetuada neste sentido, contrário ao dos ponteiros do relógio.
No entanto, na Maçonaria atual, na qual tudo tem significado simbólico, e onde se proclama a prevalência da direita sobre a esquerda, a circulação é feita no sentido horário.
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