Material transcrito da Revista A VERDADE, de Agosto de 1982.
Allan Kardec baseou sua doutrina nos princípios maçônicos
A profunda influencia dos princípios maçônicos sobre a doutrina do Kardecismo é explicada pelo fato de o Irmão Allan Kardec ter sido iniciado em nossos segredos antes de se tornar o edificador do Espiritismo.
Nascido em Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804, o Irmão Leon Hyppolite Denizart Rivail, mundialmente conhecido como Allan Kardec, o edificador do Espiritismo, iniciou seus estudos em sua cidade natal e foi concluí-los em Pestalozzi, na Suíça, inicialmente em Ciências e Letras e depois em Medicina.
Em Paris, onde passou ao Oriente Eterno a 31 de março de 1869, foi professor de Física, Química, Fisiologia e Astronomia, no Liceu Polimático. Paralelamente, foi Iniciado na Maçonaria junto à Grande Loja Escocesa de Paris e começou a estudar os fenômenos espíritas, que, na passagem das décadas de 1840 e 1850, era um dos assuntos mais discutidos da América do Norte e da Europa, em razão da descoberta, nos Estados Unidos, da possibilidade de comunicação entre seres daqueles e de outras encarnações.
Dos seus estudos surgiu a sistematização teórica do Espírito, o Kardecismo.
Esta descoberta provocou, naturalmente, ceticismo em uns, a desaprovação de outros e a adesão de um número cada vez maior de pessoas. Com isso, a crença na comunicação com os espíritos se expandia largamente, mas sem nenhuma base teórica. Foi aí que surgiu a valiosa contribuição do Irmão Leon Rivail, que, em 1854, aos 50 anos de idade, passou a frequentar as sessões espíritas, com o objetivo de apurar a legitimidade daqueles fenômenos, com todo o rigor e a objetividade dos métodos científicos, positivistas (já que era adepto do positivismo) e maçônicos.
Impressionado, principalmente, com os casos de escrita mediúnica, o Irmão Rivail reuniu e examinou grande número de mensagens psicografadas, isto é, tidas como escritas pelos próprios espíritos, através dos médiuns espíritas.
Verificando a concordância de inúmeras mensagens, por intermédio de rigorosa análise comparativa, ele concluiu pela verdade da explicação espírita e pela inexistência de fraude. Em seguida, dedicou-se ao estudo e à decodificação das mensagens do além, que continham as bases filosóficas, científicas e religiosas da nova doutrina que ele batizara com o nome de Espiritismo, para diferenciá-la do espiritualismo.
Publicou, então, em 1857, como primeiro resultado de seus estudos, o Livro dos Espíritos, definindo o Espiritismo como a doutrina que tem como princípio a possibilidade e conveniência de comunicações entre o mundo material e o mundo das entidades espirituais desencarnadas.
Com a nova descoberta veio a mudança de nome e uma intensa atividade apostólica. Com base neste princípio, o Irmão Leon Hyppolite Denizart Rivail descobriu que na encarnação anterior teria sido um druida e, por isso, passou a adotar o nome de Allan Kardec e a desenvolver intensa atividade apostólica, divulgando o Espiritismo.
Dizia, em sua peregrinação, que era apenas o sistematizador e não o inventor do Espiritismo. E, para se justificar, repetia: “Vi, observei, coordenei e procuro fazer compreensível aos outros o que eu mesmo entendi”.
Em 1858 ele fundou a Revista Espírita, com o objetivo de divulgar os fatos e a doutrina espírita, publicando “manifestações materiais ou intelectuais obtidas em sessões a que os colaboradores tiveram ocasião de assistir, pessoalmente; ocorrências de lucidez sonambúlica e de êxtase, bem como de previsões e pressentimentos; fatos relativos a poderes ocultos atribuídos, certa ou erradamente, a determinados indivíduos; lendas e crendices populares; ocorrências de visões e aparições; fenômenos psicológicos especiais que acontecem no momento da morte; problemas morais e psicológicos que pedem solução; fatos morais, atos notáveis de devotamento e de abnegação, cuja divulgação possa ser útil como exemplo”.
Ainda em 1858, o Irmão Allan Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, para reunião e formação de adeptos, experimentação e estudo das mensagens do além, pesquisa bibliográfica e histórica dos fatos espíritas.
Por volta de 1864, cinco anos antes da passagem do Irmão Kardec ao Oriente Eterno, já floresciam sociedades espíritas em toda a França, Itália e Bélgica.
Esta difusão do Espiritismo ganhou o mundo e chegou também ao Brasil, onde aprofunda influência dos princípios maçônicos sobre a doutrina do Kardecismo aproximou bastante a Maçonaria e o Espiritismo. Grande número de adeptos da nossa Ordem são ao mesmo tempo espíritas. Tanto que há quem afirme que a Maçonaria é um dos maiores centros de divulgação do Kardecismo.
Nota da Redação: Esta publicação sobre o Irmão Allan Kardec foi provocada por iniciativa do Irmão Dorival Pinto, obreiro da Loja Cavaleiro do Templo de Salomão n. 237– São Paulo – Capital e responsável pela Pedra Bruta, o restaurante do Palácio Maçônico da GLESP.COPIADO DO JORNAL GAZETA DO MAÇOM FEVEREIRO DE 2010.
Mas Kardec chegou a qual graduação na maçonaria?
ResponderExcluirEduardo Carvalho Monteiro, pesquisou por anos este tema, inclusive na França e nunca encontrou nenhuma evidência que Kardec foi maçom, ele queria encontrar mas não encontrou. Eduardo foi da USE -União das Sociedades Espíritas do Estado de SP, (que representa a FEB no estado de SP) e da GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de SP.
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