Saudações, estimado Irmão!
Por que será que usamos a palavra “trevas” em vez de “escuridão”. Qual é a diferença entre esses conceitos?
Como em nossos labores compartilhamos as instruções por meio de símbolos e alegorias, devemos estar atentos às mensagens subliminares.
PARA ALÉM DO QUE ESTÁ ESCRITO ESTÁ O QUE DEVE SER COMPREENDIDO.
Estamos frequentemente em contato com alguma coisa que é em si e pronto! Mas há situações que geram inquietudes, por exemplo, o enigma da zebra: A zebra é um animal branco com listas pretas ou é um animal preto com listas brancas? Existe uma resposta técnico/cientifica para a indagação. Pouco importa para nós, porque a Maçonaria não trabalha com o rigor acadêmico, mas sim pelo método teórico especulativo.
Neste viés, a intenção é apresentar informações preliminares para cada um especular com o conhecimento maçônico sobre “Trevas ou Escuridão”.
Poderíamos encerrar o artigo neste ponto, simplesmente esclarecendo que escuridão é um lugar/estado/condição que recebeu ou recebe luz em determinadas circunstâncias, portanto, uma condição limitada. Trevas, por sua vez, é algo sem começo ou término e que encerra em si a total ausência de luz.
Se luz é vida/conhecimento/ordenação, simbolicamente concebemos trevas como não existência/ignorância/caos. Simples assim. Porém, cabe-nos especular porque o Maçom deve estar atento às trevas e não à escuridão.
Somos biologicamente acostumados à luz/escuridão, ao dia e à noite e espiritualmente às questões que envolvem virtudes, vícios e tudo o que diz da dualidade do ser/estar.
No livro “Ensaio sobre a Cegueira” do escritor português José Saramago, há uma frase impactante: “Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que, vendo, não veem”. A questão especulativa das trevas não é ela em si, mas o que ela gera.
Um pouco dos mitos antigos para enriquecer nossa reflexão: Na mitologia grega, Érebo é a personificação das trevas. Seu reino é sem vida e seu pai era nada menos que o Caos e tem uma irmã gêmea (Nix), que personifica a noite (escuridão). O relevante aqui é que eles são frutos das cisões do pai.
O CAOS GERA AS TREVAS E A ESCURIDÃO
Érebo desposou Nix gerando Éter (a Luz celestial) e Hemera (o dia).
A ORDEM SE SOBREPÔE AO CAOS
Estar nas trevas é se estagnar. Vencer a estagnação é a grande iniciação. A procura da Luz não é para clarear o ambiente, mas, para vê-lo melhor.
É preciso estar nas trevas para reconhecer a Luz. Sob o ponto de vista ético, infelizmente, a visão acaba se adaptando à pálida presença da luz nos lugares materiais, nos estados da alma e nas condições espirituais permeados pela escuridão moral.
Finalizo parafraseando novamente Saramago:
“SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA”.
Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Muito bom!!!
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