Em 17 de junho de 1822, a Loja Maçônica, “Comércio e Artes”, em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas “Esperança de Niterói” e “União e Tranquilidade”, constituindo-se nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do “Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano”, que depois viria a ser denominado de “Grande Oriente do Brasil”.
José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador.
O objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil.
A 4 de outubro do mesmo ano, já após a declaração de independência de 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então príncipe regente e, logo depois, Imperador D. Pedro I (Irmão Guatimozim).
Este, diante da instabilidade dos primeiros dias de nação independente e considerando a rivalidade política entre os grupos de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo – que se destacava, ao lado de José Clemente Pereira e o cônego Januário da Cunha Barbosa, como o principal líder dos maçons – mandou suspender os trabalhos do Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822.
Somente em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I – ocorrida a 7 de abril daquele ano – é que os trabalhos maçônicos retomaram força e vigor, com a reinstalação da Obediência, sob o título de Grande Oriente do Brasil, que nunca mais suspendeu as suas atividades.
Fundado com a finalidade de trabalhar pela Indepenência do Brasil da Coroa Portuguêsa, o Grande Oriente Brasílico (seu nome na época) adotou as cores Azul, Vermelho e Branco.
No dia da sua fundação, reunidas as três Lojas em assembléia, para que se pudesse identificar a qual Loja pertencia cada um dos presentes durante as votações, foi adotada a forma de identificação por fitas coloridas que iam amarradas no braço direito de cada participante.
Assim, a Loja Comércio e Artes ficaria identificada pela cor vermelha, a Esperança de Niterói pela azul e a União e Tranquilidade pela branca.
É devido a isso que as cores vermelho, azul e branco são adotadas como matiz oficial da heráldica do Grande Oriente do Brasil.
Liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, o seu primeiro Grão-Mestre, já no mes de agosto seguinte o Grande Oriente receberia, em Iniciação na Ordem, sua Alteza, o Principe Regente D. Pedro I que adotaria o nome simbólico de Guatimozim em homenagem ao Rei Asteca que fora seviciado por Cortez durante as invasões espanholas.
O desmembramento da Loja Comércio e Artes em mais duas outras - a União e Tranquilidade e a Esperança de Niterói se deu por regra de regularidade, já que para a fundação de um Grande Oriente seria necessário o mínimo três Lojas (como hoje ainda é).
Como os Irmãos brasileiros não queriam se submeter à nenhuma Obediência de nação estrangeira, pois a finalidade mór era a de conseguir a Independência do Brasil, houve entrão a necessidade de desmembramento para que dele resultasse a fundação do Grande Oriente exclusivamente brasileiro e fosse possível prometer ao Príncipe Regente sua Assunção ao Grão Mestrado.
Provavelmente a promessa de ser Grão Mestre de uma Ordem universal foi o argumento que convenceu um jovem de 22 anos a enfrentar o próprio pai e declarar ser Imperador de uma terra da qual já era herdeiro.
Parabéns aos Irmãos Gobianos pelos 199 anos de existência do nosso Grande Oriente do Brasil.
Bom dia meus irmãos.
(o texto é um resumo bibliográfico de outros trabalhos publicados na net)
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