dezembro 02, 2021

199 ANOS DO GOB



Em 17 de junho  de 1822,  a  Loja  Maçônica,  “Comércio  e  Artes”,  em  sessão memorável,  resolve  criar  mais  duas  Lojas  pelo  desdobramento  de  seu  quadro  de Obreiros,  através  de  sorteio,  surgindo  assim  as  Lojas  “Esperança  de  Niterói”  e “União  e  Tranquilidade”,   constituindo-se nas  três  Lojas  Metropolitanas  e possibilitando  a  criação  do  “Grande  Oriente  Brasílico  ou  Brasiliano”,  que  depois viria  a  ser  denominado  de  “Grande  Oriente  do  Brasil”.

José  Bonifácio  de  Andrada  e  Silva  (O  Patriarca  da Independência)  é  eleito  primeiro  Grão-Mestre,  tendo  Joaquim  Gonçalves  Ledo como  1º  Vigilante  e  o  Padre  Januário  da  Cunha  Barbosa  como  Grande  Orador.  

O  objetivo  principal  da  criação  do  GOB  foi  de  engajar  a Maçonaria  como  Instituição,  na  luta  pela  independência  política  do  Brasil, conforme  consta  de  forma  explícita  das  primeiras  atas  das  primeiras  reuniões, onde  só  se  admitia  para  iniciação  e  filiação  em  suas  Lojas,  pessoas  que  se comprometessem  com  o  ideal  da  independência  do  Brasil.

A 4 de outubro do mesmo ano, já após a declaração de independência de 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então príncipe regente e, logo depois, Imperador D. Pedro I (Irmão Guatimozim). 

Este, diante da instabilidade dos primeiros dias de nação independente e considerando a rivalidade política entre os grupos de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo – que se destacava, ao lado de José Clemente Pereira e o cônego Januário da Cunha Barbosa, como o principal líder dos maçons – mandou suspender os trabalhos do Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822.

Somente em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I – ocorrida a 7 de abril daquele ano – é que os trabalhos maçônicos retomaram força e vigor, com a reinstalação da Obediência, sob o título de Grande Oriente do Brasil, que nunca mais suspendeu as suas atividades.

Fundado com a finalidade de trabalhar pela Indepenência do Brasil da Coroa Portuguêsa, o Grande Oriente Brasílico (seu nome na época) adotou as cores Azul, Vermelho e Branco. 

No dia da sua fundação, reunidas as três Lojas em assembléia, para que se pudesse identificar a qual Loja pertencia cada um dos presentes durante as votações, foi adotada a forma de  identificação por fitas coloridas que iam amarradas no braço direito de cada participante. 

Assim, a Loja Comércio e Artes ficaria identificada pela cor vermelha, a Esperança de Niterói pela azul e a União e Tranquilidade pela branca. 

É devido a isso que as cores vermelho, azul e branco são  adotadas como matiz oficial da heráldica do Grande Oriente do Brasil.

Liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, o seu primeiro Grão-Mestre, já no mes de agosto seguinte o Grande Oriente receberia, em Iniciação na Ordem, sua Alteza, o Principe Regente D. Pedro I que adotaria o nome simbólico de Guatimozim em homenagem ao Rei Asteca que fora seviciado por Cortez durante as invasões espanholas. 

O desmembramento da Loja Comércio e Artes em mais duas outras - a União e Tranquilidade e a Esperança de Niterói se deu por regra de regularidade, já que para a fundação  de um Grande Oriente seria necessário o mínimo três Lojas (como hoje ainda é). 

Como os Irmãos brasileiros não queriam se submeter à nenhuma Obediência de nação estrangeira, pois a finalidade mór era a de conseguir a  Independência do Brasil, houve entrão a necessidade de desmembramento para que dele resultasse a fundação do Grande Oriente exclusivamente brasileiro e fosse possível prometer ao Príncipe Regente sua Assunção ao Grão Mestrado. 

Provavelmente a promessa de ser Grão Mestre de uma Ordem universal foi o argumento que convenceu um jovem de 22 anos a enfrentar o próprio pai e declarar ser Imperador de uma terra da qual já era herdeiro. 

Parabéns aos Irmãos Gobianos pelos 199 anos de existência do nosso Grande Oriente do Brasil.

Bom dia meus irmãos.

(o texto é um resumo bibliográfico de outros trabalhos publicados na net)

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