dezembro 06, 2021

A ASTRONOMIA, UMA DAS 7 CIÊNCIAS LIBERAIS - Marcelo Gavlik Batista da Silva




Ir.'. Marcelo Gavlik Batista da Silva, MM, filiado à ARLS Vale do Jamari n° 38 – GLOMARON.

Introdução

A Astronomia foi um tema muito importante para os nossos antepassados. O seu estudo possibilitou a previsão de eventos que aumentaram consideravelmente as possibilidades de sobrevivência na terra. Com os avanços da tecnologia, nos últimos 300 anos muito se descobriu, mas isto é só a ponta do iceberg, provavelmente, a ponta da ponta.

Este trabalho visa sintetizar alguns conhecimentos modernos da Astronomia e fazer uma referência, como forma de homenagem, ao Astrofísico Stephen Hawking, falecido em 2018.

Astronomia

Os nossos antepassados não sabiam onde estavam, que dia era, quando o frio viria, ou quando as diversas espécies de animais iriam migrar de uma região a outra. De acordo com a Teoria da Evolução das Espécies, quando o hominídeo primitivo desceu das árvores e passou a andar sobre duas pernas, a observação do horizonte e do céu passaram a ser mais frequentes, fator decisivo na identificação de padrões nos astros que “giravam em torno” da Terra.

O sol que sempre “nascia” no Leste e “repousava” no Oeste, a lua, que também percorria os céus com trajetórias diferentes a cada dia, as estrelas que com o passar dos dias ia mudando de lugar, tudo isso passou a ser observado. Na busca por uma explicação, estes fenômenos acabaram dando origem às mais diversas teorias, a maioria delas envolvendo criaturas míticas e deuses.

Todas as civilizações que nos precederam fizeram referências aos astros, tendo o sol maioritariamente o papel principal no regimento da vida, sendo representado pelo Deus principal nas religiões politeístas. Com a evolução da ciência e das tecnologias usadas para o seu estudo, grande parte da mitologia foi explicada por cálculos matemáticos, modelos científicos e teorias muito bem fundamentadas.

Com o conhecimento que temos hoje, muitas teorias podem parecer cômicas, mas dada as condições do tempo na qual foram inventadas, elas são muito bem elaboradas, com ligações entre os astros e eventos que por consequência da ação dos mesmos afeta a nossa vida na Terra. Muitas destas teorias foram consideradas como verdades absolutas e inquestionáveis, inclusive com punições rigorosas contra aqueles que ousassem levantar hipóteses contrárias.

Provavelmente ainda iremos vivenciar descobertas que desconstroem convicções sólidas sobre diversos temas, por isso, reforço a máxima “vamos questionar tudo”, ou “questione a autoridade”. Um exemplo desta situação é a teoria de Aristóteles de que dois objetos A e B, sendo B com massa duas vezes maior que o objeto A, cairia numa velocidade duas vezes maior que este. Hoje sabemos que a ação da gravidade é a mesma nos dois, fazendo ambos caírem com velocidade igual; o que diferencia a velocidade é a resistência do ar. Esta teoria foi dada como verdade por mais de mil anos, sendo que duas pessoas sem graduação científica alguma poderiam simplesmente lançar dois objetos de massas nessa relação e contar o tempo de queda, quebrando a teoria de um dos mais famosos sábios da antiguidade.

Hoje sabemos que moramos na superfície de uma rocha gigante para nós, minúscula para o resto do universo, com a cor azul quando vista de longe (não tão longe assim), que gira em torno de uma bola de fogo gigante (mais uma vez para nós), suspensas no vácuo, presas por uma teia invisível chamada força gravitacional. A nossa rocha possui massa suficiente para que a própria gravidade resulte no movimento de rotação (torque gravitacional), o que dá origem ao dia e à noite, enquanto o movimento de translação dá origem às estações do ano.

A bola de fogo que nos aquece também não está parada, está presa pela força gravitacional do centro da nossa galáxia, que chamamos de Via Láctea, que “amarra” centenas de bilhões de outras bolas de fogo, que olhando ao céu chamamos de estrelas. O nosso sol está a 26 mil anos luz do centro da nossa galáxia, que possui cerca de 100 mil anos luz de diâmetro.

Além da Via Láctea, existem outras centenas de bilhões espalhadas pelo cosmos, cada uma com centenas de bilhões de estrelas, sendo que cerca de 25% delas possuem planetas nas suas órbitas, muitos deles provavelmente contendo água na forma líquida, condição básica para a vida como conhecemos. A busca por vida nesses planetas está apenas engatinhando, mas já foram identificados centenas destes apenas na nossa galáxia, o que torna a existência de alguma forma de vida fora da Terra, ainda que primitiva, altamente possível. Sabemos que já foram identificados microrganismos capazes de resistir à radiação e ao vácuo existente fora da nossa atmosfera, retomando os seus processos biológicos com a adição de água.

Um dos grandes nomes da Astrofísica é Carl Sagan, que dedicou a sua vida ao estudo e à melhoria da didática com que esse conhecimento era repassado à população em geral. Entre as suas contribuições para a humanidade está a série televisiva Cosmos, sendo a sua versão revisada e atualizada apresentada pelo também astrofísico Neil DeGrasse Tyson, e que serviu de base para a elaboração deste trabalho.

Um dos grandes projetos de Carl Sagan foi a sonda Voyager 1, lançada no universo para fora da órbita do Sol contendo um disco rígido com informações sobre a Terra, incluindo sons como o barulho de uma cachoeira, o choro de um bebé, um trecho de uma música de Blues e um mapa cósmico da nossa posição no universo, sendo perfeitamente possível que uma inteligência extraterrestre possa ler esse mapa e nos encontrar. Este mapa inclusive foi visto como perigoso por cientistas renomados como Stephen Hawking, para quem haveria o risco de a Terra ser colonizada por seres hostis aos humanos.

Um dos maiores gênios da era contemporânea foi Stephen Hawking, um cientista britânico amplamente conhecido fora do círculo dos cientistas, talvez por passar anos numa cadeira de roda, respirando por aparelhos e comunicando-se com auxílio de máquinas.

A mente brilhante de Stephen Hawking contribuiu muito para a ciência, apresentando leis mecânicas para os buracos negros, teoremas da singularidade, e aproximadamente duas semanas antes da sua morte, concluiu um trabalho a ser apresentado à comunidade científica que apresenta cálculos matemáticos embasando a sua teoria do multiverso. Uma das suas obras literárias, “Uma nova história do tempo” (2005) deveria ser leitura obrigatória para todos.

Conclusão

A Astronomia, ciência tão importante para a espécie humana desde a antiguidade, encontra nos tempos atuais significativos avanços. A cada dia novas descobertas demonstram que há muito mais para se descobrir além do que se sabe, e graças ao trabalho de astrofísicos modernos como Stephen Hawkings, Carl Sagan e Neil DeGrasse Tyson, um pouco deste conhecimento tornou-se acessível a todos.

A ciência foi e sempre será de extrema importância nas nossas vidas. Quanto mais estudamos, mais vemos quão pequenos e insignificantes somos diante da grandeza do universo. Diante desta grande verdade, que possamos assumir o controle dos nossos egos como seres humanos, e como maçons, possamos refletir sobre aquela premissa básica da nossa Ordem, segundo a qual devemos estar sempre abertos à constante investigação da verdade.

Referências

COSMOS, UMA ODISSEIA NO ESPAÇO-TEMPO. Ann Druyan e Steven Soter, Cosmos Studios e Fuzzy Door Productions, 2014.

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