Excertos do livro *Deus, Criador ou Criatura? Do Big Bang ao Pensamento Humano" de Ney Gonçalves de Oliveira e Almir Sant’Anna Cruz
Sob o ponto de vista científico, não há como negar que houve um “Princípio Criador”, um “Deus Criador”, um “Grande Cientista”, um “Grande Matemático” um “Grande Geômetra”, um ”Grande Arquiteto” do Universo, ou seja lá o nome que se queira dar, mas certamente não é nenhum Deus criado pelo homem à sua própria imagem e semelhança.
A extensa variedade de cultos e de religiões, comprova a preocupação universal com os mistérios da vida e da morte.
Como explicar, em termos psicológicos e sociais, essa necessidade básica de fé, atributo imprescindível para se acreditar nas verdades religiosas?
Em primeiro lugar, a Religião serve para unir socialmente seus seguidores em um grupo coeso, com um propósito comum, geralmente o culto e a celebração de ritos sagrados.
Além disso, exerce função política e econômica, fazendo com que a massa de seus seguidores seja conservada em relativa ignorância e subordinada a uma elite sacerdotal.
Mas, embora muitos considerem que a função principal das religiões seja de ordem psicológica, elas são, na realidade, sistemas cognitivos que, operando por meio de símbolos, elaboram explicações que alcançam até mesmo um certo nível de eficácia.
Portanto, as religiões não são criadas simplesmente para aplacar as angústias e ansiedades de seus seguidores, mas são utilizadas como instrumento de conhecimento e, dessa forma, provavelmente diminuem as angústias, visto que qualquer ordem conhecida é superior ao caos do desconhecido.
A simbologia religiosa oferece ao homem um esquema explicativo para as grandes crises da vida, principalmente a morte – ao mesmo tempo mistério e causa de sofrimento.
A religião também transmite e cristaliza os sentimentos do homem diante do desconhecido, do inexplicável, do sagrado, do sobrenatural, das forças que moldam o seu destino.
Ao adotar um determinado credo, o indivíduo estabelece sua identidade, deixando de ser uma “alma perdida” num universo vasto e indiferente, para ser alguém que maneja um sistema de explicação do mundo.
Associado a um grupo que professa a mesma crença e visa aos mesmos fins, ele se sente seguro e protegido diante da adversidade.
Todavia, nesse nosso mundo moderno, com os avanços da ciência e a preocupação com o bem-estar coletivo e individual, parece que a importância que as religiões já tiveram no passado, vem declinando a olhos vistos, sobretudo nos países de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Dos 16 países com maior IDH (pela ordem: Noruega, Suíça, Irlanda, Alemanha, Hong Kong, Austrália, Islândia, Suécia, Singapura, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos), somente a maioria da população da Irlanda e dos Estados Unidos ainda dá importância as religiões em seu cotidiano. O Brasil (79º) é o país mais religioso entre todos os pesquisados.
Com a apresentação das argumentações científicas de que existe um Deus Criador e de que este Deus não é o Deus criado pelas religiões, além dos dados estatísticos apresentados, pode parecer que os autores pretendem, neste livro, disseminar nos leitores a descrença nas religiões.
Absolutamente não é esse o nosso propósito, até porque respeitamos a maior das Liberdades incutidas no homem por Deus em sua obra prima da criação: a Liberdade de Pensamento.
Como Deístas que somos, respeitamos toda e qualquer crença e não pretendemos que todos concordem com os conceitos aqui emitidos. Como dissemos na Introdução deste livro, nossa intenção é a de demonstrar, sobretudo para os Ateus e Agnósticos, que existe, sim, um Deus.
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