dezembro 01, 2021

GNOSE - Excerto do livro Gnose, de Philip Gardiner



A verdadeira definição do termo "gnose" é a experiência mística do Divino diretamente em si mesmo. É a realização da nossa verdadeira natureza que não pode ser discernida por intermédio de dogmas ou doutrinas intelectuais, mas somente pela experiência.

As crenças e os segredos supremos dos cristãos gnósticos constituem um mistério para a maioria das pessoas. Eles praticam uma espiritualidade que é, sem dúvida, mais oriental do que a versão do cristianismo tradicional ocidental. Como diz Mateus, no livro de Tomé: "Porque aquele que não se conhece nada conhece, mas aquele que se conhece já adquiriu o conhecimento sobre as profundezas do Universo." Tais são as palavras de Cristo, segundo Tomé, e essas poucas palavras revelam a profundeza do sistema da crença gnóstica. Essa passagem parece dizer que o lugar mais importante para procurar a verdade, o Divino, e o conhecimento supremo do Universo é dentro de nós mesmos.

Os Upanishads (parte das escrituras Shruti hindus, que discutem principalmente meditação e filosofia, e que são consideradas pela maioria das escolas do hinduísmo como instruções religiosas) dizem que: "Não é pela argumentação que se conhece o 'eu'. Faça a distinção entre o 'eu' e o corpo e a mente. O 'eu', o atman (palavra em Sânscrito que significa alma ou sopro vital. Na filosofia esotérica é considerado uma ligação do ser humano com a hierarquia cósmica), o refúgio mais elevado de todos, impregna o Universo e habita o coração das pessoas.

 Aquelas que aprendem sobre o 'eu' e praticam constantemente a meditação atingem esse atman imutável e com brilho próprio. Façam o mesmo..." O atman é a verdadeira realidade interior, o espírito, ou o elemento do Filho de Deus dentro de cada um de nós. Os alquimistas dizem que o atman jamais morre. Seus dias não têm fim e ele é absolutamente perfeito.

 O objetivo da gnose é descobrir essa verdadeira realidade interior, que nos proporciona uma profunda percepção do próprio Universo.

Fonte: Excerto do livro Gnose, de Philip Gardiner.

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