“JUSTO E PERFEITO” é uma expressão, encontrada no Livro de Gênesis, onde a história do Dilúvio é retratada, com Deus, arrependido de criar o homem, resolvendo destruí-lo numa proporção imensurável, pois o mesmo passou a trilhar os caminhos da iniquidade, corrompendo sua humanidade, conforme versam o Capitulo 6, versículo 9: “Noé era um homem Justo e Perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus” e, em Gênesis, capitulo 7, versículo 1-3, Deus disse a Noé: “Entre na arca...tu e toda tua casa... porque te reconheci justo diante dos meus olhos... entre os de tua geração”.
Essa expressão, para a maçonaria, segundo o Ir.∴ José Castellani, remonta às organizações medievais de canteiros (trabalhadores em cantaria - o enquadramento da pedra bruta) onde havia muita rivalidade dentre as corporações dos profissionais, que se resultava da sabotagem no trabalho, que consistia em penetrar no terreno do concorrente para fazer um leve desbastamento da pedra já cúbica que, difícil de ser verificada pelo olho humano, se mostrava quando usada na construção.
Assim, no fim do dia de trabalho, por ordem do Máster (o proprietário ou seu preposto), um Warden (zelador, ou vigilante) media a horizontalidade da obra com o nível, enquanto outro aferia sua perpendicularidade com o prumo, e, se tudo estivesse em ordem, comunicavam ao Master, “Tudo está Justo e Perfeito”.
Na manhã do dia seguinte a operação era repetida para prevenir eventuais sabotagens noturnas, pois a estabilidade das construções dependia da forma cúbica das pedras. Com tudo “JUSTO E PERFEITO” os trabalhos eram iniciados.
A expressão “Está Tudo Justo e Perfeito” é utilizada como cumprimento e reconhecimento entre os Maçons. Porém, de fato, tudo está Justo e Perfeito, tendo em vista as queixas de IIr∴ de que nada vai bem hoje na Maçonaria? Tudo está JUSTO e PERFEITO com a Maçonaria atual, que permanece como a de ontem, crendo que sua Filosofia é eterna, assim como seus ensinamentos? A Maçonaria está ciente de que nada mudou, pois as inconformidades estão nas atitudes de alguns IIr∴ que não assimilam seus ensinamentos, deixando de incorporá-los nos seus “Templos Interiores”, ou seja, não praticam as virtudes juradas, vilipendiando-as muitas vezes ao se mostrarem vaidosos, antiéticos e hipócritas, deixando de se renunciar ao TER para acreditar no SER.
Os Maçons que corrompem a cubicidade de suas próprias pedras não levam consigo para o mundo profano os preceitos e ensinamentos da Sublime ARTE REAL. Muito pelo contrário, trazem do mundo profano imperfeições que semeiam a desarmonia na Loja, fomentando a desagregação entre os IIr∴ e o desequilíbrio dos trabalhos que têm como principal objetivo a assunção do cumprimento de seus juramentos, prestados em suas iniciações, para o engrandecimento do próprio ser em si.
Enquanto a pedra d’outrora era física, a atual representa o próprio ser em si, que é moldado numa cubicidade cujos lados representam a Personalidade e o Eu. Três deles a Personalidade (Caráter, Determinação e Virtude) e os outros três o Eu (Crença, Fé e Espiritualidade).
A união das pedras cúbicas, representativas dos Maçons, se perfaz numa pedra cúbica que envolve e influencia toda a sociedade. Portanto cabe a cada Maçom o desafio do labor que impede a geração de imperfeições em sua própria pedra, sujeita às intempéries e divergências naturais da sociedade.
Portanto a ele cabe a responsabilidade de colocar em prática, no mundo profano, a doutrina e os ensinamentos Maçônicos, transformando-o, com muito trabalho e ação, num sistema harmônico baseado numa “Filosofia de Vida”.
O Grande Maçom Ir∴ Albert Pike nos deixa uma lição. Assim ele discorre: “É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem outra. A boca exprime o que o coração devia ter em abundância, que quase sempre é o inverso do que o homem pratica”.
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