No atual cargo em exercício, optei por escutar todos os irmãos, entender anseios, críticas, sugestões dentre todas as contribuições que cada obreiro, a sua forma, ofertou a nossa Loja.
Sendo assim, já focando no título deste trabalho, venho apresentar não as minhas conclusões, mas uma síntese de ideias e reflexões de nosso grupo.
Para iniciar o trabalho, e o ponto a seguir foi levantado por muitos irmãos, vamos refletir sobre este: "Evasão Maçônica" , a qual é um problema não só de uma Loja ou Potência, mas já foi inclusive objeto de estudo da CMI e tema de um livro “Evasão Maçônica, Causas e Consequências”, de autoria do Past-Grão Mestre da GLMDF, Irmão Cassiano Teixeira de Morais.
Apesar de não ser o foco do trabalho a Evasão Maçônica, dentre os vários motivos, um deles foi comprovado estatisticamente com pesquisas feitas em todas as Grande Lojas, que a Maior parte dos Irmãos busca o “NÓS” dentro da Maçonaria e existe uma grande frustração quando se inicia, se Eleva e se torna Mestre e o irmão as vezes só encontra o “EU”, entre os próprios Irmãos.
A vaidade maior de todos os vícios do ser humano está rompendo as portas dos Templos e o “EU” se tornando o grande vilão da Maçonaria.
Hoje o mundo é tomado pelo egocentrismo, o “EU” está em primeiro lugar em tudo.
E infelizmente o que mais escutamos de alguns irmãos é : - “Na Minha época a Maçonaria era melhor que hoje”, quando “EU” fui, “EU” fazia, “EU” propunha, “EU” decidia, "EU" era o Venerável Mestre, “EU” construía..., ai assim vai.
Será que tanto “EU” realmente foi tão importante?
Se o “EU” fizesse a diferença, hoje esse modelo não teria prevalecido e as Lojas estariam mais fortes?
Ou esse modelo fez com que se criasse um padrão que não se aplica mais e que está fadado ao fracasso e, ao contrário, devemos combater enquanto ainda há tempo?
Irmãos entendam que o trabalho é uma leitura de dados e análise feita pela Confederação Maçônica Interamericana, uma séria pesquisa que ouviu milhares de irmãos e fez a tabulação de dados.
No entanto, mais importante e interessante do que os estudos de dados, é que a seriedade da pesquisa traduz de forma concreta os pensamentos e anseios de nossa Potência e de nossa Loja.
Acreditamos que o homem Maçom deve se comportar como tal e tem o dever de preparar-- se como um espelho da sociedade.
Para se preparar para tais desafios, ele precisa conhecer para poder compartilhar conhecimentos Maçônicos, dimensionando sua doutrina, tanto no aspecto teórico como prático.
Na cerimônia de Iniciação, a mais importante da Maçonaria, muitas vezes o que acontece não é a Iniciação, mas, ao contrário, vem se tornando mera “pró-forma” e, via de regra, tendo como consequência, uma grande decepção do iniciando, isto é, enorme frustração em relação à Ordem Maçônica que nada tem a ver com os anseios que recebeu quando convidado.
Ao invés de focarmos no Irmão que entrará para Loja, alguns irmãos, por incrível que pareça, querem seu “EU” como centro das atenções, da própria iniciação e assim mais uma vez o “EU” enfraquecendo a Loja já no primeiro dia do Irmão iniciado.
Existe uma expressão que traz uma grande verdade: “A primeira impressão é a que fica”. Desta forma, carregamos essa grande responsabilidade para com cada irmão que se inicia.
Assim sendo, é a hora de todos “NÓS” juntos buscarmos mais União e Comprometimento para que possamos ser cada vez mais coletivamente reconhecidos como bom exemplo, como paradigmas dos irmãos que chegam e da sociedade.
O “NÓS” sempre foi, é e será mais importante e mais forte do que o “EU”.
O mérito do trabalho e contribuição de cada irmão para nossa Loja, sempre será reconhecido, mas não pode ser exaltado acima da própria Loja, pois o “EU” passará e o “NÓS” sempre estará presente e vivo nas figuras dos irmãos ativos e dos que virão.
O “NÓS” é o que faz e dá sentido a pertencer a uma Ordem Maçônica.
Nada agrega em encontrar irmãos para simplesmente ficar falando mal de outro irmão, seja por questões de vaidade ou sentimentos frustrados do seu “EU”.
A verdade é que não existe mais espaço para essa postura antimaçônica, pois as pessoas querem irmãos positivos, participativos, de alto astral, sejam nas reuniões ritualísticas, sejam nos encontros sociais familiares.
Se não for para agregar e fortalecer, a Maçonaria agradece e dispensa os negativos e pessimistas, pois desses o mundo profano já está cheio.
A luta é pelo resgaste da essência do que se busca na Maçonaria e assim aniquilar a vaidade e a quantidade de “EUs” e eliminar o espaço daqueles que querem denegrir a imagem da Instituição que tanto temos orgulho de pertencer.
O Poder do “NÓS” é tão forte que o orgulho de podermos desenvolver qualquer projeto juntos dá muito mais prazer e satisfação quando é realizado em grupo, seja dos atos mais simples, como organizar um evento social para a Família, a projetos mais arrojados como os apresentados pela Grande Loja.
Ser Venerável Mestre, nada mais é do que tocar o leme de um barco formado por um conjunto de vontades de todos “NÓS” que formam nossa oficina.
Sem o “NÓS” não somos e não seremos nada do que a Maçonaria necessita.
Tudo que a Maçonaria conquistou desde sua fundação em 1717, foi porque grupos de muitos “NÓS” que se uniram em um grande propósito.
Ao contrário de outras instituições, nações e grandes nomes da humanidade, não existe nenhum grande nome ligado à Ordem, por trabalho em prol da Ordem.
Não acharemos Grãos Mestres do passado, que deixaram seu nome marcado por grandes feitos em nome da Maçonaria, e sabem porquê?
O “EU” não faz parte da filosofia Maçônica, falamos muito da Primeira Grande Loja da Inglaterra, mas não do Primeiro Grão Mestre, pois o que importava na fundação sempre foi o “NÓS”, o grupo, a união de irmãos em prol de uma nova instituição que se erguia.
Concluindo, de forma bem serena, que todo relato acima é um anseio, um desejo e esperança de vários irmãos, claro que nem todos pensam iguais e nem deveria, mas como uma instituição democrática que somos, temos que direcionar os objetivos para o lado que a grande maioria escolheu, ou seja, o “NÓS” e o mais importante é saber que o “NÓS” é o caminho certo.
Desta forma, acredito que podemos alcançar o ideal de comprometimento maçônico e até mesmo buscar a correção de rumos.
“NÓS” devemos, por iniciativa própria, espontaneamente, entrar em consonância com as ideias apresentadas.
Além de pensarmos que não concordamos, pensemos também, por que não concordamos e assim, poderemos medir o nosso próprio ego.
Vencidas nossas paixões, que “NÓS” possamos promover a harmonia e crescimento desta maravilhosa instituição denominada Maçonaria.
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