janeiro 05, 2022

CAPTAÇÃO MAÇÔNICA - Sérgio Quirino



Sérgio Quirino é um intelectual maçônico e é o atual GM da GLMMG

Além de questões da ritualística e até mesmo questionamentos menores sobre normas e procedimentos, um tema, em especial, vem provocando a atenção, estudos e debates institucionais dentro da Maçonaria.

Há, na maioria dos países, um visível decréscimo do número de Maçons.

Esta é uma realidade incontestável. Alguns indicadores causam preocupação. 

Na década de 1960, por exemplo, estima-se que a Maçonaria nos Estados Unidos contava com cerca de quatro milhões de obreiros.

Hoje, as estatísticas nos informam que são apenas um milhão e meio.

Mas, esse “apenas” significa que são 1.500.000 homens Justos e de Bons Costumes. 

A diminuição do número de membros não é exclusividade da Maçonaria.

Passadas seis décadas, muitas organizações mundiais também sofreram processo de evasão, como instituições religiosas, clubes de serviço e entidades filantrópicas.

Algumas, quase extinguiram. 

Diante desta realidade, não nos cabe, como OBREIROS, a simples e passiva observação da situação. Lembremos que ela não ocorre nas Potências ou Obediência.

A evasão se concentra nas Lojas vinculadas a estas formas administrativas e representativas.

Se há culpados por esta realidade, somos nós mesmos, os Mestres Maçons!

Quantos de nós MESTRES apresentamos trabalhos?

Quantos de nós MESTRES ensinamos os Aprendizes e Companheiros pelo exemplo da presença constante e devidamente trajado?

Quantos de nós MESTRES submetemos nossa vontade e paixão, não fazendo das reuniões campos de batalha ou auditórios para intermináveis discursos de ego?

Enfim, somos, realmente, a Pedra Bruta que faz trincar a obra. 

E o fazemos em duas situações: Primeiro não sabendo conservar os elementos que temos e, segundo, errando na captação de novos elementos.

A principio, os Irmãos devem compreender a captação maçônica como obtenção e conquista de novos membros, mas não é só isto. 

Na ação de ampliar o número de membros das Oficinas, cometemos alguns equívocos: De inicio, convidamos o profano para ser iniciado em “nossa Loja”. 

Mas, as ARLS apenas promovem o cerimonial.

O candidato deve ser iniciado é na Maçonaria. Adotamos uma abordagem equivocada junto ao profano.

Ele adentra ao Templo não só inteiramente ignorante quanto à ritualística, como também, ele desconhece completamente o que seja a Maçonaria como um todo.

Passamos a ele a ideia de que somos um grupo de leais amigos. Será?

Que nos reunimos apenas uma vez por semana. Será? 

Que nosso conhecimento é supremo e único no mundo. Será?

E até mesmo, que as despesas financeiras não são apenas as taxas e per captas. 

Com tanta propaganda equivocada, para não dizer enganosa, o novo membro não se torna um Irmão, não participa e acaba saindo por desilusão.

Para fazer frente à evasão maçônica no presente, a solução correta é melhorar a qualidade das sessões maçônicas, uma obrigação dos Aprendizes, Companheiros e Mestres, indiferente de graus e cargos.

Maior dedicação durante a captação maçônica é a ação preventiva mais eficaz contra a evasão no futuro. 

O roteiro básico passa pela instrução do Padrinho.

Antes de fazer o convite ao candidato, ele deve, primeiramente, contar a ele a história da Maçonaria, os valores que nos são preciosos, nossas grandes obrigações morais e éticas e, principalmente, informá-lo que a Irmandade na Maçonaria não é dada, é conquistada.

Ele deverá ter consciência de que estará vinculado a uma Loja, mas, será membro de uma grande Instituição, que tem outras organizações em seu entorno, chamadas Paramaçônicas e que ele precisará conhecer.

A convivência semanal apenas com os mesmos Irmãos não é salutar. 

O neófito deve ser conscientizado de que, frequentemente, deverá comparecer a outras Oficinas para aprender e ensinar.

A mãozinha esquerda no Tronco de Solidariedade é mais um ato ritualístico do que o cumprimento real do dever de socorrer os menos afortunados, seja por metais, seja pelo afeto demonstrado nas ações filantrópicas da Loja.

Esta abordagem é essencial para o Candidato ter acesso ao entendimento e à compreensão do que seja nele assumir um compromisso com a Maçonaria.

Ao mesmo tempo, o Mestre Maçom proponente, pela observação atenta, deverá ter a oportunidade de captar se este candidato terá, realmente, algo a agregar a nossa Sublime Ordem e, principalmente, se há sintonia entre o que o profano aspira e o que a Loja pode lhe oferecer.

O FUTURO É UMA CONSTRUÇÃO DIÁRIA. 

É PRECISO SABER QUEM CAPTAR!

Bom dia meus irmãos.


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