Pedro J. A. Albani é poeta, artista plástico e notável intelectual da maçonaria.
Rapidamente, em outra oportunidade, conversamos sobre o sentido cosmopolita da Maçonaria, ou seja, o significado simbólico de seu alcance maior que o universal.
O significado cosmopolita da Maçonaria se traduz na circunstância fática de que deve ela estar apta a formar cada um de seus obreiros a partir da situação concreta em que vivem, independente de qualquer condição, facultando-lhes uma visão universal da realidade histórica e natural daquilo que necessariamente interessa a cada um de nós.
Ninguém é Maçom de determinada Potência, Loja, cidade ou país e por isso somos universais, cosmopolitas.
Pressupõe, como visto, essa visão cosmopolita o caminho prático para a solução do conhecimento universal delineando um verdadeiro estilo de vida teórica renovada na ausência de limites para nossa individualidade, eis que não necessariamente crescemos, mas evoluímos e passamos a estar como parte do universal.
Para a Maçonaria cosmopolita os conhecimentos possíveis são deduzidos através da reflexão e da razão, mas, essa dedução não se aprende dos outros, mas, pela investigação pessoal, pela intuição porque aquilo que se aprende dos outros não nos proporciona, de fato, conhecer e, fundamentalmente, esse conhecer não pertence a ninguém, senão a uma universalidade de pessoas.
Somos uma universidade sem fronteiras, sem limites mentais, sem donos.
Não nos esqueçamos que a Maçonaria hoje é especulativa obrigando-nos a constante exercício do pensar sem fim, sem restrição que não diga respeito à nossa emancipação progressiva e ao amor fraternal.
Não se faz Maçonaria construindo conceitos ou muros, mas, revendo, refletindo os conceitos já existentes, individualizando o saber humano pela livre investigação da verdade que liberta ao orbe o que conhecemos.
A fonte da Maçonaria não é só a própria razão humana, mas, também, a dinâmica noção de realidade originada em todo cosmo por um Único Criador que faz com que sejamos instrumento parte dessa universalidade, sempre instados a rever continuamente o que se renova a cada instante.
Objetiva a Maçonaria, por isso, essa necessária visão cosmológica, nos três primeiros graus, já o dissemos reiteradamente, que aprendamos a refletir, intuir e perceber sobre o que estando a nossa frente não vemos por conta de seu imenso tamanho.
Em verdade, ninguém pode nos ensinar a refletir sobre o que o resultado da reflexão busca – isso também porque esse movimento já existe dentro de cada um de nós à espera que passemos a utilizá-lo voluntariamente e é a Maçonaria que nos impulsiona a querer revelar essas alegorias e símbolos.
Isso se deve, como colocado inicialmente, à natureza cosmopolita da Maçonaria que deve, como já dito, estar apta a formar, permitir através de seu ensinamento teórico ritualístico, que cada um de seus obreiros, atinjam o entendimento e compreensão, a partir da situação concreta em que vivem facultando-lhes uma visão universal da realidade histórica e natural daquilo que necessariamente interessa a cada um de nós e à Maçonaria : o saber ao conhecer, o ver ao olhar, o ouvir ao escutar, o perceber ao sentir sem fronteiras ou limites.
Enfim, busca a Maçonaria que estejamos prontos a conhecer a essência das coisas pelo caminho prático, pela individual investigação da verdade desde a primeira partícula da Criação.
Para a Maçonaria os conhecimentos possíveis são deduzidos através da reflexão e da razão, mas, essa dedução não se aprende dos outros, mas, pela investigação pessoal, pela intuição porque aquilo que se aprende dos outros não nos proporciona, de fato, conhecer além daqueles limites.
Reflitamos,
Albani
LSMUZI - então na Loja Romã 23 n°73 - GLMERJ - em1985.
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