fevereiro 22, 2022

ESPELHO MEU, QUE TIPO DE VENERÁVEL SOU EU? - Ir. Virgílio Reis de Oliveira






Nós, veneráveis, precisamos estar cientes da forte influência que exercemos sobre um grupo de Irmãos, quando estamos à frente de uma Loja.

Se uma Loja anda desmotivada, com pouco interesse e envolvimento, possivelmente seu Venerável não vem transmitindo interesse e segurança suficiente aos Irmãos para liderá-los.

Empenho, motivação, competência, envolvimento, segurança, efetividade, todos estes sentimentos estão em voga na relação Venerável - Loja.

Gostaríamos de comentar a importância do venerável enquanto modelo para sua loja.

Certa vez ouvi um Irmão dizer que cada loja tem a "cara" de seu venerável. Por que isso?

Vamos retroceder no tempo e recordar nossa primeira relação de poder: o pai e o filho. É através dos ensinamentos e exemplos que são transmitidos pelos pais, que a caráter do filho vai se moldando. Então, o filho repete não só o que o pai diz.

Com relação a um grupo em Loja, as coisas não são muito diferentes. O grupo não só aceita as orientações do venerável como também repete e imita a sua postura, tanto em Loja, quanto na sociedade. Por isso, dizemos que uma Loja tem a “cara" de seu venerável. Esse processo acontece em dois níveis distintos: um intelectivo, outro afetivo.

No nível intelectivo, o Irmão colaborador acata ou não a orientação; discute um planejamento de tarefa, tudo isso acontecendo com o seu conhecimento e controle. Já no nível afetivo, as coisas acontecem com uma percepção menos clara. Um venerável que se mostra pouco seguro em relação às suas atribuições, transmitirá uma insegurança para o grupo de Irmãos que passará a agir de maneira dúbia. O sentimento do venerável flui para o grupo que o capta num nível inconsciente, passando a agir de acordo com ele.

Então, o venerável teria de ter um controle perfeito de todos os seus sentimentos e emoções para só transmitir coisas positivas para sua Loja? Não, não vamos chegar a tanto! Afinal, ninguém é perfeito! O que nós, veneráveis, precisamos, sim, é estarmos cientes da forte influência que exercemos sabre um grupo, quando estamos na liderança. O clima entre o grupo é um excelente espelho para se estudar a forma de gestão que esse grupo vem tendo.

Um grupo de Irmãos que forma uma Loja, que se sente respeitado, tratado com dignidade e confiança, produz com excelência. Ele responde de acordo com o que é esperado dele. Se dele é cobrado empenho e dedicação, mas o venerável não demonstra envolvimento e interesse nos resultados, cria-se um clima dissonante, um clima tenso. É como se houvesse duas forças contrárias no sentido intelectivo. Sabe-se que um empreendimento qualquer em uma Loja deve ser executado com empenho, mas em termos de afeto não se sente (ou não existe) comprometimento por parte do venerável, daquele que está à frente do grupo. Como duas forças contrárias se anulam, a Loja cai na inatividade e na desmotivação.

É necessário que a Loja como um todo perceba uma diretriz coerente par parte de sua liderança, isto é, de seu venerável: pensamento e atitude caminhando numa mesma direção, de modo a instaurar um sentimento de firmeza e equilíbrio internos na equipe.

Na apostila do "Seminário para administração de Lojas", realizada em julho de 2003 pelo GOERJ, os Irmãos encontrarão essas ideias de forma didática e explicativa. Vale a pena um reestudo. Afinal sempre estamos aprendendo quando se trata de liderança.

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