No início das Instruções dadas ao Aprendiz Maçom são lhe colocadas algumas questões genéricas que para além de servirem para telhar um Maçom, servem fundamentalmente para lhe suscitar algumas reflexões.
Questiona-se:
“De onde vimos?”
“O que fazemos por lá?”
“O que vimos então aqui fazer?”
“O que trazemos nós, então?!”
A essas perguntas, eu ainda acrescento estas que me parecem ser ainda mais importantes:
“Quem somos?
Ou o que somos?
E por que!?”
Estas questões para alguém reconhecido como maçom, e que se considere como sendo um Aprendiz para o resto da sua vida, são a chamada "linha de partida" para o Caminho que pretenderá fazer.
São estas dúvidas que servirão de sustentáculo àquilo que procura. Pois serão essas dúvidas que o motivarão a atingir a meta daquilo a que se propõe a cumprir.
Ritualmente todas elas terão resposta; respostas essas que qualquer Aprendiz Maçom conhece desde a sua Iniciação. Mas, na realidade, estas questões que cito nada mais são do que as premissas para a nossa Caminhada na Vida e no mundo em que vivemos.
Apenas nos questionando e questionando o mundo à nossa volta é que poderemos ir mais longe!
Qual a nossa Origem?
Quais os nossos Deveres?
O que poderemos fazer para evoluir, melhorar?
O que poderemos fazer para sermos úteis aos outros?
Na prática, qual a nossa própria Identidade?
Talvez, as "primeiras" questões que abordei sejam apenas, vistas sob outro "prisma", as mesmas que agora efetuei.
E mesmo dessas "primeiras" questões e/ou até mesmo das "segundas", poderemos encontrar outras que por sua vez nos permitam fazer as reflexões que importam ser feitas.
A este questionamento que aqui faço, por meio destas, aparentemente, simples perguntas, não me atrevo eu a responder. Pois as suas respostas tal como o meio para obtê-las são parte integrante do Caminho.
Aliás o método maçônico é ele mesmo um processo de questionamentos vários, onde inclusive nos autoquestionamos e salientamos o nosso conhecimento ou a sua ausência, isto é, aquilo que desconhecemos.
- A dúvida foi sempre a base de partida para o Homem poder evoluir! -
Eu já encontrei as minhas respostas. Os outros que tentem obter as deles...
Sei quem sou e porque o sou!
Sei de onde vim e o que por lá faço!
Conheço os meus deveres e obrigações!
E ofereço aquilo que posso oferecer sem nada esperar em troca!
Para mim, estas, já não são dúvidas... Apenas certezas!
E, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, vocês que ainda há bem pouco tempo chegaram aqui, não podem ainda assumir saber tudo, pois também nunca o ninguém saberá…; mas estas perguntas que citei, estas dúvidas que alguém vos poderá colocar, testando-vos ou apenas formalizando e cumprindo determinadas ritualísticas, estas sim, Meus Queridos Irmãos, estas já tanto vocês as conhecem como desde há algum tempo para cá que as suas respostas as devem praticar, mas principalmente as deverão sentir…
Assim, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, espero que quando chegar o momento em que completem o vosso tempo na Coluna do Norte, onde realizam o vosso labor na Oficina de Aprendizes, com o auxílio do malho da vontade e do cinzel da vossa ação, burilando assim as asperezas da vossa pedra bruta, espero eu que as vinte e quatro horas disponíveis na régua do tempo, Vos tenham sido pródigas e auspiciosas, pois o que se esperará no futuro de Vós não será uma demanda fácil, mas também não será uma tarefa hercúlea, pois Vós sois capazes de demonstrar as vossas potencialidades e por isso mesmo conhecemos de antemão o que de Vós esperar.
Neste momento apenas quero felicitar-vos pela vossa jornada até aqui e incentivá-los e motivá-los há irem um pouco mais além.
Serão testados, terão de seguir outros e novos caminhos, ascendendo a patamares que não conhecem por ora, mas que Vos serão muito úteis no vosso futuro e nas vossas demandas…
Para já, não me alongarei mais sobre as vossas tarefas, sobre a vossa busca, sobre o vosso estudo… Deixo isso para mais tarde, para quando nos encontrarmos juntos outra vez, novamente na “linha de partida”, mas seguindo noutra direção, rumo ao Sul…
E para tal, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, apenas Vos solicito novamente o vosso empenho e o vosso silêncio, pois sem um e o outro nada poderão alcançar. Um dar-vos-á a coragem e embalo em prosseguir; o outro, a serenidade para que possam observar e escutar, mas principalmente sentir o que vos rodeia.
Por isso, Meus Queridos Irmãos, digo-Vos: “Até Já!”
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