A Maçonaria, sempre decidida, enérgica e poderosa, age sigilosamente e com precauções, evitando manifestações e ações violentas.
Daí, aqueles Maçons recém-iniciados, e mesmo os antigos menos conhecedores da Filosofia, dos feitos e da missão da Maçonaria, exaltarern-se e julgarem impropriamente estar a Maçonaria, através dos representantes maiores, alheia aos problemas e dificuldades do homem.
Este juízo quase sempre ocorreu, mas já não tem razão de ser, pela interiorização da Maçonaria e pela facilidade com que um Irmão, de qualquer grau, pode falar com as autoridades e esclarecer-se.
Numa de nossas visitas às Lojas, numa destas, de repente, numa das Colunas, em hora apropriada, um Irmão, bom Irmão, preocupado com a imagem da Maçonaria, lançou-nos a indagação: Eminente Irmão, por que oito entre dez maçons estão insatisfeitos (decepcionados) com a Maçonaria?
Para muitos foi uma pergunta irreverente.
Sem dúvida o foi, mas bem intencionada, refletindo suas reais dúvidas, que são de inúmeros outros que se calam, desejando, no íntimo, respostas que esclareçam, alertem e despertem.
A nossa resposta foi dada calmamente, através de outra pergunta: Meu caro, será que a Maçonaria está satisfeita com dois entre dez maçons?
Ela estará satisfeita com ele, com aquele outro, com você, comigo?
A Maçonaria, em todos os tempos, tem se dedicado a iluminar a humanidade, disseminando, por toda a parte, os postulados da Luz e da Verdade.
Mas os homens de hoje têm seus ouvidos e olhos fechados ao espiritual. Os maçons, em grande número, não têm saído do estado de Aprendiz. Neles ainda prevalece a matéria sobre o espírito.
Nós vivemos no presente, caminhando e construindo para o futuro, mas nada irá empanar as verdades eternas que nos vieram do passado.
Aqueles que se contentam com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta urna Maçonaria contemplativa, "de rótulo" ou "de fachada", sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levariam, se fossem sós, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, "festinhas e exibição de adereços (anéis, chaveiros, distintivos,
etc) e crachás.
Ficaria o futuro desligado do passado por intenso hiato. Os vindouros iriam classificar-nos de displicentes e até mesmo de incompetentes.
A Maçonaria de hoje deve ser a mesma Maçonaria de ontem, usando habilmente as conquistas do progresso e da tecnologia, conservando imutáveis, como o são, os Landmarks, atingindo suas metas.
Infelizmente, ela vê sua missão dificultada pelo alto grau de "metalização" de seus componentes.
Os homens mudaram! Os maçons também. São homens diferentes. A sua escolha se faz num "universo" bem adulterado. São poucos os que trazem riso no rosto e preces nos lábios. O fio de barba já foi documento. Dez avais, hoje, ainda geram insegurança.
É preciso escolher bem o futuro Maçom.
A exigência da prática do sigilo, o cumprimento da Lei Iniciática do Silêncio, o ser estudioso, o cultivo do Esoterismo, o exercício da disciplina, o respeito à Lei e à Hierarquia, são as medidas capazes de fazer a Maçonaria contentar-se com oito entre 10 maçons.
Mesmo que, como querem alguns, a Maçonaria deixe de ter ação política, pelo menos terá que preparar os homens públicos para nela se conduzirem com acerto, no bem coletivo, reparando as arestas do Edifício Social, tornando-o Justo.
Avante Maçons! Construamos um mundo novo, real e de belezas. Construamos uma Sociedade Justa e Equitativa.
As boas ações dispensam propaganda. Comecemos pela nossa reforma. Preparemos homens para a Maçonaria e não Maçonaria para os homens.
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