Quando realizamos os primeiros contatos com a Maçonaria, deparamo-nos com o termo "livre e de bons costumes".
Uma sentença genérica, cuja interpretação torna-se profunda e extensa, pois:
1) somos todos livres, já que não há mais sistemas escravocratas;
2) precisamos saber o que são costumes, quais os costumes de determinado grupo social e identificar quais seriam os costumes tidos como "bons" por aquele mesmo grupo.
Como a segunda tarefa requer um esforço a ser realizado pelos próprios maçons pertencentes aos diversos grupos, cada um com seus costumes particulares, cada um com o seu ideal de "bom costume", resta-nos "filosofar" acerca do sentido de "ser livre", sem qualquer pretensão de esgotá-lo.
Entendemos que ser um homem livre, é não se encontrar atado aos *grilhões da ignorância*.
Ora, um homem que não pensa por si só, que não investiga a verdade, que não busca o conhecimento, mantém-se enclausurado em sua ignorância, desenvolvendo, dentro de si, a intolerância e o preconceito.
Consequentemente não dispõe esse homem das ferramentas necessárias para combater os erros e, assim, jamais eliminará de si a ignorância.
Restará escravizado, agrilhoado.
Nesse aspecto o homem deixa de ser livre.
Por outro lado, em nossa primeira jornada maçônica, aprendemos que os homens são livres e iguais em direitos.
Aprendemos, ainda, que a Maçonaria defende a plena liberdade de expressão do pensamento.
Não obstante tais decretos de “liberdade”, aprendemos mais adiante sobre os deveres dos Maçons.
Na dicotomia “direitos/deveres”, apesar de serem conceitos contrários, complementam-se, assim como na dialética platônica, não havendo falar-se em antinomia.
Os nossos direitos são complementados pelos nossos deveres, como no velho ditado de que "nossos direitos terminam onde iniciam nossos deveres".
Assim o é com a liberdade, que tem seu término quando transgride uma norma, ou invade a liberdade de outrem.
Nesse aspecto visualizamos sim a antinomia de conceitos iguais.
Contudo, basta atentarmo-nos aos ensinamentos dos Mestres provectos para notarmos que a liberdade tratada é a de pensamento, pois tal liberdade é ilimitada.
O maior ensinamento que recebemos é a de que a liberdade maçônica reside no pensamento.
São pelas atividades cognitivas que os Maçons se tornam absolutamente livres.
Desse modo, estar agrilhoado pela ignorância é ter a atividade cognitiva escravizada.
Nesse aspecto, podemos visualizar a ignorância como grades que prendem o pensamento.
*O Maçom deve ter a liberdade de pensar e de se expressar*, mas sempre se baseando pelos seus direitos e deveres, pois é somente pelo pensamento e pela expressão de ideias que a Maçonaria libertará o homem para sua função de edificador social.
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