O Ir. Pedro Juk é o Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB - Poder Central
O respeitável Irmão Antonio Raia, Mestre Maçom, sem declinar a Loja, Rito e Oriente, apresenta a seguinte questão:
Desde já, gostaria de agradecer o sempre de Pé e a Ordem com que o Eminente Irmão nos responde. E, mais uma vez vou com outra consulta; “Irmãos que decorais a Coluna do Norte e Irmãos que abrilhantais a Coluna do Sul”. Qual o verdadeiro SIGNIFICADO de decorais, e abrilhantais? Pois dei recentemente a explicação que recebi outrora e fui indagado por um Mestre Instalado, Grau 33, (Inspetor Litúrgico) aonde eu li, pois não estava explicando como devia. Não discuti, pois estava em Loja com Aprendizes e Companheiros e respeitando a sua AUTORIDADE garanti que iria pesquisar e quando tivesse a certeza voltaria àquela Loja para responder a mesma coisa, ou responder e pedir desculpas se errei.
CONSIDERAÇÕES:
No caso do Primeiro Vigilante e a locução “(...) decorais a Coluna do Norte” existem dois aspectos para serem considerados: Primeiro, DECORAR, como verbo transitivo direto que menciona o ato de guarnecer com adorno, ornamentar, realçar, avivar, etc. Nesse sentido o significado está diretamente ligado à Meia-Noite que em linhas gerais representa de forma figurada a maturidade e a aproximação do fim da vida.
A Obra, nessa definição, é o elemento construído ao longo da vida que, se bem aplicada e bem produzida decora a passagem do Homem pela efêmera vida terrena. Em síntese é a moldura do quadro da vida.
No segundo aspecto e de caráter exteriorizado seria do verbo “decorar” com transitivo direto e indireto que exprime dentre outros o caráter de “honrar, enobrecer”. Assim o significado está diretamente ligado àqueles que se posicionam na Coluna do Norte, cujo intuito é também o de honrar e enobrecer aquele espaço de trabalho, ou seja: os que honram e enobrecem Setentrião.
No caso do Segundo Vigilante e a locução “(...) abrilhantais a Coluna do Sul”, ABRILHANTAR concerne ao Meio-Dia e a ação da Luz que abrilhanta a elevação da Obra. Nesse sentido o Meio-Dia, ou Sul está representado pelo quadrante por onde a Luz se desloca, ou a passagem do Sol (ponto de vista do Hemisfério Norte).
No próprio Painel da Loja, há que se notar a existência de três janelas – uma no Oriente, uma no Sul e a outra no Ocidente. Isso implica a marcha da Luz. Daí, nessa relação não existir janela na banda Norte.
Por assim ser o verbo “abrilhantar” tido como verbo transitivo direto menciona dar brilho, ou luz viva para alguma coisa. Também tornar brilhante, luzente e reluzente. Isso implica que o Obreiro dá Luz ao trabalho, tornando-o brilhante, reluzente.
Esse trabalho é a obra elevada, ou a Obra da Vida. ABRILHANTAR, ainda como verbo transitivo direto, implica em dar brilho, realçar, etc.
Também completa a explicação se tomado como verbo pronominal que exara a tornar-se brilhante, reluzente, adquirir maior brilho, maior realce; realçar-se.
Assim o verbo “abrilhantar” sugere uma ligação direta, em termos de Maçonaria, com os ocupantes da Coluna do Sul, donde o Segundo Vigilante observa a passagem no Sol no meridiano do Meio-Dia, tendo sobre si, no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito a Estrela Flamejante, apresentada como a Estrela Hominal (objeto de estudo do Companheiro) que recebe o brilho, posto que ela, a Estrela, representa o Homem e a sua Obra (letra G=geometria) na fase intermediária da vida – entre a infância e a maturidade.
Agora quanto ao Mestre Instalado, Grau 33 e Inspetor litúrgico eu gostaria de deixar aqui uma pequena observação. Qualquer questionamento, desde que seja feito nos moldes maçônicos, pode ser feito por um Obreiro, porém como Irmão do simbolismo.
A despeito de que Mestre Instalado não é grau, porém uma distinção, este se coaduna perfeitamente com os Graus Simbólicos, portanto lhe é de direito, todavia Inspetor Litúrgico do Rito são arte e ofício daqueles que pertencem aos chamados “altos graus” do escocesismo, assim nunca é demais lembrar que não existe e não pode haver qualquer interferência desses “altos graus” no simbolismo, sobretudo discutindo ritualística do universal franco básico maçônico (Aprendiz, Companheiro e Mestre).
É obvio que qualquer Obreiro pertencente aos “altos graus”, por extensão é um Mestre Maçom e como Mestre Maçom ele deverá se pronunciar os Graus Simbólicos.
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