junho 26, 2022

PACIÊNCIA, UM CULTO MAÇÔNICO - Ir. Nivaldo de Melo



A Maçonaria cultiva a paciência porque, sendo irmã gêmea da tolerância, é uma virtude que consiste na capacidade constante em suportar as adversidades, as dores, os infortúnios, com resignação subordinada à fortaleza da alma. 

Diz-se que o tempo, a paciência e a perseverança nos conferem a integridade e habilitam a realizar todas as coisas.

A paciência significa equilíbrio e o controle do dualismo, o freio para o instinto, o fruto da meditação, o caminho da sabedoria. 

A paciência conduz à perseverança, e esta à conquista do alvo planejado.

O maçom, para alcançar o conhecimento, buscar o progresso interior e exterior, deve plantar a sua conduta dentro da Loja com exemplar paciência. 

Os impacientes e os que, na Maçonaria, apenas procuram interesses espúrios ou tolas vaidades, não conseguem realizar esse objetivo.

As precipitações, o afoitamento, a pressa são meios conturbadores. 

A paciência é o caminho mais curto para alcançar-se a paz.

Perdoar àqueles que conosco caminham para colocarem nossa paciência à prova é a caridade mais meritória. 

La Fontaine ensina que “A paciência e o tempo dão mais resultado que a força e a raiva”.

Como sabem os Irmãos, o culto à paciência, na Maçonaria, ainda que alguns entendam diferentemente o seu significado, tem cunho espiritualizado.

Joseph Anderson, um dos organizadores da Maçonaria Especulativa, era pastor protestante e muito do que nos é ensinado veio para a Ordem com a finalidade de, mesmo não sendo um dogma, não deixa de ser um aprendizado espiritual. 

Margaret Thatcher uma vez disse: “Eu sou extremamente paciente contando que consiga o que queira no final”. Este é um péssimo exemplo.

Quando tudo está indo do jeito que queremos, é fácil demonstrar paciência. 

O verdadeiro teste de paciência aparece quando um de nossos Irmãos age de forma inadequada, ou mesmo quando na vida profana, nossos direitos são violados; quando alguém, por atos ou palavras, procura nos irritar; quando somos ridicularizados por nossas crenças.

A Bíblia, no entanto, fala de paciência como um fruto do Espírito (Gálatas 5:22). 

Apesar de a maioria das pessoas considerarem paciência como uma espera passiva ou tolerância gentil, a maioria das palavras gregas traduzidas como “paciência” no Novo Testamento são palavras ativas e saudáveis. Considere, por exemplo, Hebreus 12:1.

É claro que paciência não acontece da noite para o dia na nossa vida. 

Para o desenvolvimento da paciência é preciso que a mesma seja exercitada diariamente.

Nossa paciência se desenvolve e fortalece ainda mais quando procuramos a íntima ligação com o nosso mundo interior que é o GADU, nosso Deus.

O Rei Salomão ensina: “Descansa no SENHOR, e espera nele: não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos” (Salmo 37:7). 

Jó foi exemplo de paciência e perseverança (Tiago 5:11). 

Tenhamos em mente que este ensinamento religioso e também Maçônico é para nos lembrar que seu propósito é para o nosso crescimento moral.

Agora, da próxima vez que for posta à prova a sua paciência, por ter sido magoado por um Irmão desavisado ou mesmo no mundo profano, não haja com impaciência, a qual acaba levando a mais estresse, raiva e frustração. 

Saiba ser um verdadeiro Maçom, procurando compreender os prós e os contras de cada situação.


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