Longe de qualquer Simbologia, ou princípio filosófico, o apelido de Bode dado aos maçons está intimamente relacionado a uma mera questão de "crendice popular".
Buscando teorizar e oferecer ares de intelectualidade ou até de caráter esotérico a esta questão, alguns autores maçons tentaram instituir um âmbito lendário ao culto a esse animal, sem no entanto comprovarem qualquer indício que pudesse embasar e justificar referida crendice.
A Lenda dá conta sobre um costume dos judeus que habitavam a região da Palestina nos primeiros séculos da cristandade.
Os pastores nas encostas, como forma de aliviar o que traziam na consciência, valiam-se dos bodes, animais encontrados em profusão, para aos seus ouvidos confessarem seus pecados.
Obviamente, que o bode, não poderia retransmitir ou repassar os pecados, o que deixava os homens seguros de que os mesmos jamais seriam revelados.
Há uma literatura relativamente ampla sobre esse episódio.
Somado a isto, e sem qualquer atestado ou registro comprobatório na História, diz-se também que o apóstolo Paulo, em contato com esse antigo costume, teria deste modo, implementado o instituto da confissão na Igreja.
Transitando ainda mais pela História, já na Idade Média, e particularmente, durante o período da Inquisição, inúmeros maçons foram presos e torturados para que revelassem os segredos da Maçonaria, porém, os mesmos não o faziam, mantendo-se fiéis aos seus juramentos.
Em razão disto, a Igreja, utilizava-se de uma metáfora dizendo que "os maçons eram como os bodes, que nunca contam os segredos".
Apesar da beleza e das figuras de imagem e construção dessa história, que reafirma a lealdade maçônica aos juramentos prestados, a mesma não é dotada de qualquer embasamento.
Para dar um ar ainda mais místico sobre a reafirmação do apelido de Bode aos maçons, a Igreja Católica, que tanto perseguia a Maçonaria, fez ressurgir a figura do Baphomet dos arquivos do Vaticano, a qual serviria de ilustração da campanha difamatória contra a Maçonaria.
Com isso, a imagem de um homem com cara de bode está diretamente ligada à Maçonaria na mente dos ignorantes.
A despeito disto, a Maçonaria, acabou por absorver estas crendices de maneira mais leve e com o espírito humorístico, passando a adotar o bode quase como um mascote.
Diante deste pequeno fragmento, a expectativa é a de que figura do bode seja claramente desmistificada, até porque a Sublime Ordem, se apoia numa filosofia plena de conteúdo, consistência e significados, cujo propósito é o de estimular as virtudes, o bem, a cultura e o conhecimento e a felicidade para toda a humanidade.
O erudito Mestre Newton Agrella, desmistifica a figura que, a muitos, sem razões ou embasamentos, é grotesca e demoníaca... muito bom !..grato por compartilhar seu conhecimento e pela publicação do não menos erudito Mestre Winetzki.
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