Ao sermos iniciados, defrontamo-nos com inúmeros símbolos que fazem parte do universo maçônico. Somos confrontados com elementos físicos, palavras, sons e toques que irão, ao longo do nosso percurso, adquirir diversos significados em conformidade com a nossa interpretação subjetiva, à qual se associa gradualmente determinados conceitos advindos do estudo efetuado sobre os rituais e documentos que nos são facultados ou pesquisados e analisados, numa tentativa de uma melhor apreensão dos mesmos.
Há que realçar que, também, se trata de um elemento essencial ao nosso processo de comunicação no nosso dia a dia profano, pelo que somos diariamente estimulados por diversos sinais e símbolos que fazem parte do nosso quotidiano, cujos significados se encontram socialmente convencionados ou relacionados com os objetos ou ideias representadas, dentro um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.).
O que nos remete inicialmente e forçosamente, para uma tentativa de compreensão e definição deste conceito.
Se o sinal ou alguns símbolos se podem definir como sendo indicadores ou marcadores de algo muito específico, concreto, cujo significado é absoluto mas convencionado no determinado contexto, espaço e tempo, como por exemplo no que diz respeito à simbologia técnica das ciências, como as unidades físicas (m, kg, s, etc.), onde se observa um sentido primário, literal ou manifesto, o conceito do símbolo, que deriva do grego súmbolon, -ou, transmite algo aberto à interpretação, onde o visível se transforma no invisível subjetivo, numa realidade abstrata. Trata-se de um movimento de junção, de comparação, de ligação a algo. Ou seja, o símbolo desperta-nos para a necessidade de uma associação interna de ideias, para um retorno à nossa intuição, à nossa sensibilidade emocional primária.
É assim, através do simbolismo que a maçonaria nos convida a refletir sobre a essência primária do nosso ser, de modo a promover uma desconstrução à qual se seguirá uma reconstrução mais equilibrada, mais verdadeira e sensível. Trata-se de retorno à liberdade de consciência, de um retorno a consciencialização da nossa subjetividade.
Mas, não se trata de um abandono da apreensão do racional ou lógico, mas sim de uma união desta à nossa intuição, à nossa criatividade, à nossa essência.
Poder-se-á dizer, pois, que o simbolismo maçônico serve de instrumento para nos guiar na nossa busca constante de equilíbrio da nossa dualidade, sol e lua, sombra e luz, céu e terra, criatividade e racionalidade, de modo a atingirmos a justiça, a virtude e a tolerância e, por inerência, para nos tornar homens livres e de bons costumes.
Porém, se é certo que o simbolismo do Templo nos alerta para tudo isto, também é certo que nos desperta, através da cadeia de união e a corda com nós que circunda o Templo, por exemplo, para a necessidade do outro e para universalidade do ser humano, para o passado, presente e futuro. Ou seja, para a tomada de consciência da necessidade do outro na nossa construção e para a compreensão que fazemos parte de um todo que se constrói a partir da diversidade do universo e de todos os seres, independentemente das suas diferenças.
Daí, meus queridos irmãos a importância da ajuda e protecção fraternal e da união entre todos, em Loja e também no mundo profano.
Mário Vicente - V∴ M∴ - Oriente de Lisboa, a 22 de Junho de 6022 da VL 🌿🌿🌿
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