outubro 07, 2022

ANIMAL POLÍTICO - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país


Ao filósofo grego Aristóteles que viveu entre 384 e 322 a.C. é atribuída a autoria da frase que diz:

 "O homem é um sujeito social que, por natureza, precisa pertencer a uma coletividade. 

Somos, animais comunitários, gregários, sociais e solidários.

Considerando que possuímos o dom da linguagem, somos também seres políticos, capazes de pensar,  de verbalizar e de realizar o bem comum."

Quem eventualmente teve a chance de ler sua obra intitulada “Política", nela Aristóteles afirma que:

 “A "polis" faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político. 

A política, ou melhor a ação política, que significa “atitude ou empreitada que visa o bem comum” é e pode ser praticada por todos os cidadãos, ou melhor os políticos (filhos da Polis).

Lembrando que POLIS significa cidade.

E por sua vez, a palavra "política" tem sua origem no grego “ta politika”, ou seja, é uma derivação da palavra “polis”. 

O vocábulo "politika" era utilizado para se referir aos assuntos relacionados a polis (Cidade-estado) e à vida em coletividade. 

Contudo, ao longo do tempo, as condições econômicas, as circunstâncias sociais e o comportamento humano, foram fatores decisivos que contribuíram para que o significado da palavra Política, sofresse um processo de identidade e de significado que se tornou compatível e intimamente associado aos interesses pessoais, individuais ou de determinados grupos ou coletividades.

O substantivo "político", assumiu em grande parte das comunidades de todo o planeta, um caráter pejorativo, que colide frontalmente com a ideia original desenvolvida por Aristóteles.

A utilização de imagens, considerações subjetivas, interpretações propositalmente equivocadas e sem critérios, levam políticos a lançarem mão de argumentos sem a menor ponderação ou conhecimento para tentarem manipular pessoas como "massa de manobra", para de algum modo acreditarem em dogmas ou doutrinas falaciosamente elaboradas.

Maçonaria, Igreja, Seitas, Instituições Filosóficas são todas jogadas como num balaio de gatos, para a partir daí, criarem falsos juízos de valores, que possam levar os incautos e ingênuos a acreditarem em assertivas sofismáticas, sob a infame e pseudo-retórica de Arautos da Moral e dos Bons Costumes. Seja pela direita, pela esquerda ou pelo centro.

É desse jeito que a banda tem tocado e promovido comportamentos frenéticos, instáveis e acima de tudo irracionais, tornando o ser humano refém de sua própria ignorância, que longe de um Animal Político, tal qual preconizava o genial filósofo grego, revela-se outrossim, um bárbaro guerreiro, que opta pelos punhos e armas, ao invés de se aprofundar na dialética do Pensamento, como o instrumento mais eficaz e poderoso para traçar seu destino mais seguro.

Princípios e Valores íntimos não se negociam, pois são propriedades inalienáveis da vida.


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