Do Latim "pater" (pai) na sua forma diminutiva "patrinum" originou-se em português a palavra "padrinho".
O significado do termo diz respeito ao homem que apresenta alguém para ser batizado, ou "iniciado" numa comunidade, com o compromisso implícito de auxiliá-lo, orientá-lo ou provê-lo daquilo que lhe seja necessário.
Especialmente no que se refere a uma instituição filosófica e sobretudo iniciática, como a Maçonaria, é condição precípua que o chamado "padrinho", previamente, proceda uma análise criteriosa, imparcial e minuciosa antes de indicar seu "pretenso afilhado" à Sublime Ordem.
A relação que se espera que exista entre o Padrinho e o Afilhado no âmbito maçônico é a de comprometimento.
Este comprometimento deve obedecer a prerrogativas de âmbito moral, ético, social, intelectual e espiritual, pois é responsabilidade do Padrinho, ter uma noção consistente daquele que ele pretende convidar para ingresso nas fileiras maçônicas, bem como, assumir esta atribuição de maneira consciente e inequívoca.
Outrossim, é igualmente responsabilidade do afilhado ou apresentado, assumir a condição de ciente do passo que pretende dar e cônscio da obediência que deverá prestar à Maçonaria no tocante a todos os seus princípios, regras e deveres, bem como aos seus marcos demarcatórios, conhecidos por Landmarks.
De nada vale, prestar um juramento ou um compromisso solene à Sublime Ordem, para depois de algum tempo, começar a questioná-la, desafiá-la, sobrepor interesses pessoais, profissionais, políticos ou religiosos, em nome de um suposto vanguardismo, ou pseudo-modernidades que tentem vir a romper as legitimas tradições maçônicas, bem como seus postulados dialéticos que compõem seu arcabouço histórico e filosófico.
Cabe ao Padrinho deixar claro a seu pretenso Afilhado, que a Maçonaria não é um clube de serviços, como Rotary, Lions, dentre tantos outros, tampouco uma Seita ou Religião.
A Maçonaria é na verdade uma instituição, única e diferenciada.
Ela tem sua essência, vive e respira por si só, e sua força e perenidade se devem à lealdade, respeito e obediência que aqueles que a praticam, devotam a ela, mediante um juramento inequívoco e inquebrantável.
Adaptar-se aos ciclos do tempo é um exercício de inteligência e bom senso.
E isto a Maçonaria tem feito com excelência e sensatez.
Porém, sempre com o cuidado de saber discernir entre o Exoterismo e o Esoterismo.
Sendo o segundo, algo que diz respeito intimamente aos princípios basilares da Ordem e que devem ser rigorosamente observados.
Padrinho e Afilhado, depois de algum tempo passam a se relacionar maçônica mente como Irmãos.
Esta relação ganha um requinte mais profundo de responsabilidades entre sí.
Ao Padrinho, um Mestre Maçom mais experiente, cumpre-lhe a missão de orientar, incentivar e estimular ao Estudo e sempre que possível dirimir dúvidas que seu Afilhado venha a ter durante sua jornada.
E ao Afilhado, por outro lado, o dever de perguntar, questionar, solicitar indicações de leitura e pesquisas ao seu Padrinho, de modo que este possa prosseguir em sua trajetória de maneira sólida e segura.
Registre-se, contudo, que apesar desta intensa relação que deve existir entre as duas partes, a Caminhada Maçônica, é por si só, um exercício solitário, cabendo a cada Maçom, enveredar por seu próprio caminho, enfrentar seus desafios e construir sua própria história, como legítimo arquiteto de seu Templo Interior.
Diante deste breve esboço, é sempre interessante pensar bem, avaliar com isenção de ânimos e pesar todos os prós e contras que possam justificar a indicação de um nome para que possamos contar com mais um Livre Pensador, que seja capaz de dar continuidade, sustentacão e perenidade à Grande Obra Social.
Primar pela qualidade é um caminho mais viável e consistente do que preocupar-se com a quantidade.
*NEWTON AGRELLA*
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