fevereiro 19, 2023

CARNAVAL



O Carnaval é uma festa de origem Grega, que começou em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através do carnaval realizava-se os rituais em agradecimentos aos deuses da fertilidade do solo, pela colheita e produção do ano. Outros estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera.

De fato, em certos rituais agrários da Antiguidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos, deixando-se envolver pela dança, pela festa e pela embriaguez. 

Ainda temos autores que alegam que o carnaval surgiu nas alegres festas do Egito. É bem verdade que os egípcios festejavam o culto a Ísis há 2000 anos a.C. Já, em Roma, realizavam-se danças em homenagem a Deus Pã (as chamadas Lupercais) e a Baco (ou Dionísio para os gregos), correspondendo aos rituais Dionisíacos ou Bacanais.

Com o advento do Cristianismo, a Igreja Católica começou a combater essas manifestações pagãs, sacralizando algumas, como o Natal e o Dia de Todos os Santos. Entre todas, o Carnaval foi uma das poucas a manter suas origens profanas, mas se restringiu aos dias que antecedem o início da Quaresma e ganhou colorido local.

Na Idade Média, o carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois as pessoas perdiam completamente sua identidade cristã e se apegavam aos costumes pagãos. Nessa festa tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservavam o seu anonimato.

Na França medieval, era celebrado com grandes bebedeiras coletivas. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo que se realizassem comemorações na Via Ápia, rua próxima ao seu palácio. 

Já no carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos. 

Entretanto, se o Catolicismo não adotou o carnaval, suportou-o com certa tolerância, já que a fixação deste período gira em torno de datas predeterminadas pela própria igreja. Tudo indica que foi nesse período que se deu a anexação ao calendário religioso, pois o carnaval antecede a Quaresma. É uma festa de características pagãs que termina em penitência, na dor de quarta-feira de Cinzas.

O baile de máscaras, introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por influência da Commedia dell’Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso. As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução. Na França, o carnaval resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor na época do Romantismo, entre 1830 e 1850.

Assim como a origem do carnaval, as raízes do termo também têm se constituído em objeto de discussão. Para uns, o vocábulo advém da expressão latina “carrum novalis” (carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Apesar de ser foneticamente aceitável, a expressão é refutada por diversos pesquisadores, sob a alegação de que esta não possui fundamento histórico. Para outros, a palavra seria derivada da expressão do latim “carnem levare”, modificada depois para “carne, vale !” (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação “Dias Gordos”, onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).  

O Carnaval continua sendo uma época de festa e alegria, celebramos o amor , e também aproveitamos o momento de quase início do ano astrológico para rever nossos conceitos. Um momento de pausa para reflexão e criação de nossos caminhos. Um período maravilhoso para agradecermos tudo que recebemos e dessa maneira começar uma nova energia equilibrado e de bem com a vida.

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