fevereiro 08, 2023

TABUADA MAÇONICA - Roberto Ribeiro Reis


Nos saudosos idos de nossa infância, éramos compelidos a "dar a tabuada" aos nossos professores. Passávamos a semana inteira ensaiando com nossos pais, e aquele rito de passagem era permeado de muita ansiedade, pois havia o desejo de recebermos a aprovação de nossos genitores.

Com o passar dos anos, passamos pelo crivo de outros testes, gradativamente mais difíceis e aflitivos; afinal, tudo isso sempre fez parte de nosso processo de amadurecimento.

Mas Lojas Maçônicas também deveríamos aplicar teste semelhante, o da tabuada maçônica, com vistas a aquilatar o nível de estudo e conhecimento por parte daqueles que se destacam por terem a fama de "obreiros úteis e dedicados".

Não é demasiado frisar a importância de se explorar o vasto arcabouço simbólico, alegórico e espiritual contido em nossos rituais e em toda a literatura maçônica existente.

Com efeito, infelizmente, temos percebido em nossos trabalhos uma mecânica sistêmica e reiterada - por vezes enfadonha - consistente em repetição de palavras e frases sem que, contudo, se dê a devida explicação de seu motivo e o porquê de estarem ali inseridas.

Não raro, somos surpreendidos com situações pitorescas, onde irmãos jurássicos - e até mesmo os de menor tempo de Maçonaria - não sabem, ou esqueceram, o significado de determinados símbolos, de como proceder com as marchas dos graus, e até mesmo qual é a postura devida para estarem à ordem, ou o simples fato de como permanecerem sentados. Imaginem então ter a ciência do que é mais profundo...

Se se considera que o objetivo de um Pedreiro Livre é o de estar em constante aprimoramento/lapidação moral e intelectual, é imprescindível que estudemos mais, e que coloquemos em prática todos os instrumentos e ensinamentos necessários para a consecução da verdadeira Arte Real, tão preconizada em nossos Augustos Trabalhos.

Afinal, ser Maçom não consiste tão somente em gravar um pequeno telhamento,  um modesto questionário, ou saber de cor todos os rituais.

É muito mais do que isso: é saber que nosso Templo representa o universo e o próprio edifício humano. E que, assim o sendo, existe toda uma mística especulativa, que remonta às nossas origens criacionais, o que demanda um estudo mais acurado e minucioso da vida, do homem e do próprio Sagrado, o que, com o devido respeito, exige um tempo um pouco maior do que o gasto para aprender a basilar tabuada maçônica.





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