Essa data foi criada em homenagem a poeta Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves, Bahia, em 14 de março de 1847, filho de Antônio José Alves, médico e também professor, e de Clélia Brasília da Silva Castro, foi representante da Terceira Geração dos Poetas Românticos no Brasil. Ele expressou em suas poesias a indignação aos graves problemas sociais de seu tempo.
Em 1858 ingressou no Ginásio Baiano, onde foi colega de Rui Barbosa, para quem demonstrou vocação apaixonada e precoce pela poesia. Aos 13 anos, recitou sua primeira poesia em público em uma festa que aconteceu no dia 9 de setembro de 1860, na escola que ele estudava.
No dia 25, janeiro de 1862, com seu pai, sua madrasta e seu irmão José Antônio, Castro Alves parte no vapor Oiapoque para a cidade do Recife, onde ele se preparou para ingressar na Faculdade de Direito, onde efervescia as ideais abolicionistas e republicanas. Cinco meses após chegar, publicou no Jornal do Recife o poema “A Destruição de Jerusalém”, os editores e diretores do jornal deram-lhe muitos elogios.
No Teatro Santa Isabel, que se tornou quase um prolongamento da faculdade, realizavam-se verdadeiros torneios entre os estudantes. Nesse ambiente, em março de 1863, durante uma apresentação da peça Dalila, de Octave Feuillet, Castro Alves se encanta com a atriz Eugênia Câmara. Em sua homenagem, ele publicou em 17 de maio pública no jornal “A Primavera”, sua primeira poesia sobre a escravidão: “Lá na última senzala, /Sentado na estreita sala, /Junto ao braseiro, no chão, /Entoa o escravo seu canto /E ao cantar correm-lhe em pranto /Saudades do seu torrão”.
Um mês depois, enquanto escrevia uma sátira à academia sobre os estudos jurídicos e uma poesia romântica para Eugênia, publicadas no jornal “O Futuro”, ele sentiu os sintomas da tuberculose, dor no peito e uma tosse incontrolável o faz lembrar, da mãe e dos poetas que morreram com a doença e escreveu “Mocidade e Morte”.
Ao visitar o amigo Maciel Pinheiro, condenado à prisão escolar, no térreo do Colégio das Artes, por haver criticado a academia em um artigo no Diário de Pernambuco, escreve o poema “Pedro Ivo”, exaltando o revolucionário da Praieira e o ideal republicano: “Voo ousado/ Do homem feito condor! /Novamente a palavra o condor aparece em sua poesia, /simbolizando a liberdade. Mais tarde, foi chamado de “Poeta Condoreiro”.
No dia 11 de agosto de 1865, na abertura solene das aulas, a sociedade pernambucana se reunia no salão nobre da faculdade para ouvir os discursos e saudações das autoridades, professores e alunos.
Castro Alves é um deles: “Quebre-se o cetro do Papa, / Faça-se dele uma cruz! /A púrpura sirva ao povo/ Para cobrir os ombros nus. (...)”. Os mais velhos olhavam admirados e os mais jovens deliravam.
Em 1866, Castro Alves inicia um intenso caso de amor com Eugênia Câmara, dez anos mais velha que ele. Em 1867 partem para a Bahia, onde ela iria representar um drama em prosa, escrito por ele, “O Gonzaga ou a Revolução de Minas”. Em seguida, Castro Alves parte para o Rio de Janeiro, onde conhece Machado de Assis, que o ajuda a ingressar nos meios literários e foi para São Paulo, onde conclui o Curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.
Em 1868 rompe com Eugênia, andando a pé numa caçada nos bosques da Lapa, fere o pé esquerdo com um tiro de espingarda, resultando na amputação do pé.
Em 1870 volta para Salvador onde publica “Espumas Flutuantes”, único livro editado em vida, onde apresenta uma poesia lírica, exaltando o amor sensual e a natureza, como no poema “Boa Noite”: “Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.../ Boa noite, Maria! É tarde... é tarde.../ Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes - Boa noite. / Mas não digas assim por entre beijos.../ Mas não me diga descobrindo o peito, / - Mar de amor onde vagam meus desejos.
Julieta do céu! Ouve... a calhandra/ já rumoreja o canto da matina. / Tu dizes que eu menti?..., pois foi mentira.../ ... Quem cantou foi teu hálito, divina!
Se a estrela-d'alva os derradeiros raios/ Derrama nos jardins do Capuleto, /
Eu direi, me esquecendo d'alvorada:/ "É noite ainda em teu cabelo preto..."
É noite ainda! Brilha na cambraia/ - Desmanchado o roupão, a espádua nua - / o globo de teu peito entre os arminhos/ Como entre as névoas se balouça a lua...
É noite, pois! Durmamos, Julieta! / Recende a alcova ao trescalar das flores, / Fechemos sobre nós estas cortinas.../ - São as asas do arcanjo dos amores.
A frouxa luz da alabastrina lâmpada/ Lambe voluptuosa os teus contornos.../ Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos/ Ao doudo afago de meus lábios mornos.
Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos/ Treme tua alma, como a lira ao vento, / Das teclas de teu seio que harmonias, / Que escalas de suspiros, bebo atento!
Ai! Canta a cavatina do delírio, / Ri, suspira, soluça, anseia e chora.../ Marion! Marion!... É noite ainda. / Que importa os raios de uma nova aurora?!...
Como um negro e sombrio firmamento, / Sobre mim desenrola teu cabelo.../
E deixa-me dormir balbuciando:/ - Boa noite! -, formosa, Consuelo...
Castro Alves faleceu em Salvador, no dia 6 de julho de 1871, vitimado pela tuberculose, com apenas 24 anos.
Evangelista Mota Nascimento, é professor e escritor, membro das Academias: Açailandense de Letras; Tauaense de Letras e Maçônica Virtual Brasileira de Letras, do Supremo Conselho do Grau 33º da Maçonaria Universal, das Beneméritas Lojas Maçônicas: Visconde de Vieira da Silva nº 14 - Oriente de Barra do Corda e Heitor Correa de Melo nº 19, Oriente de Açailândia e da 1ª Igreja Cristã Evangélica de Açailândia. Tem inúmeros Contos e Crônicas, publicados em Jornais e revistas de grande circulação e também, 43 livros de Histórias, Biografias e Literatura.
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