Deus, ao nos criar, nos concedeu a oportunidade de contribuir com nossa consciência, inteligência, trabalho para participarmos da Sua obra, concorrendo com a nossa parte no conjunto cósmico que rege todo o universo. A vida é o bem mais precioso que Deus nos concedeu. Essa dádiva não se esgota no tempo e no espaço. Pelo contrário, é ad aeternum, para toda a eternidade, e é também, a mais clara demonstração do amor que Ele tem por todas as suas criaturas, pois somos todos irmãos. Ninguém é melhor do que o outro. Todos temos a mesma oportunidade.
A dádiva da vida não se manifesta por acaso. Ao nos dar a vida, Ele também nos conferiu a individualidade que caracteriza o nosso ser por toda a eternidade. Para isso, é indispensável alcançar a dimensão da eternidade.
Ao entender essa condição única, cada um de nós dentro da sua idiossincrasia deve manifestar a mais profunda gratidão por esse fato. Somos únicos. A nossa existência se realiza por fases, em que nascemos e renascemos infinitamente por meio de sucessivas encarnações. As dificuldades, os obstáculos, os problemas e as intempéries servem para forjar o nosso caráter.
Todos somos destinados a morrer. Uns mais cedo, outros mais tarde. Alguns de uma maneira, outros de outra. A morte não significa o fim, é apenas um meio e como ela atinge a todos e a tudo, é a demonstração mais evidente da igualdade. É a forma de mudarmos de status, de encarnados para não encarnados. Mas sempre vivos. Porque a vida não se restringe ao tempo em que vivemos neste belo planeta azul. Quando se compreende isso, ocorre uma sensação de leveza, paz, alegria, entendimento e libertação.
Em geral, a humanidade não se dá conta disso. E esse desconhecimento acaba gerando muitas disputas nas quais o ser humano se vê envolvido desde o princípio. Na realidade, somos parte do mesmo corpo cósmico universal. Tudo o que acontece em qualquer lugar influencia o restante.
Inicialmente nós não havíamos recebido, um manual com as informações de uso para orientarmos nossa vida, até que Jesus, nosso Mestre Maior, com muita propriedade deixou um legado maravilhoso, orientador, para irmos aprendendo, praticando o amor e evoluindo na senda do progresso. Na realidade, Ele mostrou que todos temos em nossos corações toda a orientação necessária para isso. Temos que saber buscar. Entendo que três características são indispensáveis: a fé, a esperança e o amor.
Deus nos dotou, a todos, de um atributo intrínseco, infinito e eterno: a fé. A fé não pode ser confundida com crença. Fé é fidelidade, que é uma característica do comportamento humano. A fé liberta, a crença fixa, prende, escraviza. Outro atributo da fé é que ela é pessoal, individual. A fé revitaliza o ser humano.
A esperança é a forma motriz da fé.
O amor se distingue pela integridade neste mundo em que as atitudes são permeadas pelo interesse, em que tudo o que se faz é em função do imediatismo. A integridade é um produto escasso, e requer consciência plena do compromisso assumido com Deus.
A fé, a esperança e o amor acabam ensejando outros princípios que, naturalmente, se inserem na vida das pessoas, como a gratidão, a alegria de viver e a determinação na busca da realização dos objetivos, criando uma atitude positiva, escolhendo pensamentos e sentimentos que serão úteis à transformação de cada um.
Assim, esse conjunto de atributos, quando atuam sob a égide da consciência, constituem os elos que nos conduzirão à evolução contínua, tudo sintetizado na dádiva da vida.
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