Há exatos 202 anos, em 26 de abril de 1821, D. João VI e sua corte embarcaram do Rio de Janeiro de volta para Portugal. D. João não queria deixar o Brasil, aonde chegou em 1808 fugindo de Napoleão. Ele foi obrigado por conta da Revolução do Porto, em 1820, que acabou com o absolutismo e exigiu que o rei retornasse a Portugal.
Desde que D. João mudou a corte para o Brasil, os portugueses se sentiram abandonados, sendo administrados desde a colônia do outro lado do mar, especialmente quando, em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido. A Revolução do Porto foi uma reação a esse abandono e forçou D. João VI a jurar aceitar a constitução que iria ser feita, limitando seus poderes como rei. Depois, ele foi pressionado a retornar a Lisboa com a família, mas adiou a partida o quanto pôde. Primeiro pensou em mandar apenas o filho e herdeiro, D. Pedro, depois aceitou partir, mas não decidia quem levaria consigo. Por fim, embarcou com a mulher, D. Carlota Joaquina, as filhas, o filho mais novo e mais 4.000 pessoas. Levou até os ossos dos parentes que morreram no Brasil, como sua mãe, a rainha D. Maria I.
Ficaram no Brasil o príncipe D. Pedro, que foi nomeado príncipe regente, sua esposa, D. Leopoldina, e os filhos dos dois. Isso contrariava a ordem das cortes, que queria o retorno da família inteira e que o Brasil voltasse a ser governado diretamente de Lisboa. Isso acabou aumentando a tensão entre Portugal e Brasil e levou à independência brasileira menos de um ano e meio depois.
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