maio 19, 2023

A ESCOLHA DO VENERÁVEL MESTRE - Aildo Virgínio Carolino


A escolha do Venerável Mestre para presidir e dirigir os destinos de uma Loja Maçónica deve recair, sempre que possível sobre um Irmão com experiência, adquirida e demonstrada através do exercício de, no mínimo, três cargos, preferencialmente: Mestre de Cerimónia, Secretário e Vigilante.

A Legislação Maçónica atual não faz esta exigência, mas a aceitação da recomendação acima é imprescindível para que a Loja alcance o sucesso desejado e os Irmãos, o progresso harmonioso na Maçonaria.

O Venerável Mestre de uma Loja Maçónica não precisa de ser perfeito, mas, não pode ser medíocre. Ele não precisa de ser Grau 33, basta ser Mestre Maçon. Não precisa ser diferente, mas é muito importante que ele seja um líder nato, sem jamais tentar impor a sua vontade.

Não precisa ter grande cultura profana, mas que seja tolerante e que tenha a clara noção do seu limite.

Precisa gostar de aprender e ter imensa vocação para ensinar, principalmente através dos seus bons exemplos.

Não precisa ser eloquente tribuno, mas deve falar calar e agir correctamente e nos momentos certos.

Precisa saber sorrir e não ter pudor de chorar pela infelicidade e a dor alheia. Deve conhecer e reconhecer as suas limitações e fazer de tudo para as superar.

Um Venerável Mestre não pode ser infiel, vazio e muito menos libertino, porém, deve prezar a liberdade com responsabilidade. Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações. Deve ter infinita crença no Grande Arquitecto do Universo, que é Deus, devoção à pátria e imenso amor à família, aos Irmãos e à humanidade.

O Venerável Mestre precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e as suas próprias ambições pessoais. Ele deve ser, sempre que necessário encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e de justiça. Deve respeitar o seu próximo independentemente de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Precisamos de um Venerável Mestre que saiba amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes. Precisa de gostar da filosofia maçónica, conhecer profundamente a sua liturgia e Ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçónicas.

Um Venerável Mestre deve respeitar a soberana decisão da Loja, bem como a dos Altos Corpos Maçónicos.

Precisamos de um Venerável Mestre que esteja despido de todas as vaidades. Que seja uma ponte de união entre as Lojas, um verdadeiro Maçon e nunca um espinho de discórdia. Pode já ter sido enganado, mas, não pode nunca ter enganado. Deve saber perdoar e saber pedir perdão.

Um Venerável Mestre não precisa ser financeiramente rico, mas, não pode ser espiritualmente pobre. Precisa ser puro de sentimentos e deve ter como grande ideal de vida os Princípios da Maçonaria. Deve prestar auxílio e socorro aos Irmãos da sua Loja que o procurar, bem como tratar com o mesmo zelo e atenção aos Irmãos visitantes que a si se dirigirem, a fim de que estes se sintam como se estivessem nas suas próprias Lojas.

Precisamos de um Venerável Mestre que incentive a presença e o trabalho beneficente/ filantrópico das Cunhadas e Sobrinhas, sempre que possível, através da Fraternidade Feminina. Que se preocupe com a educação Profana e Maçónica dos Sobrinhos de hoje que deverão ser os Maçons de amanhã.

Procuramos um Venerável Mestre que não dê valor a paramentos luxuosos. Que goste mais de encargos do que de cargos e pompas a ele impostos; que desempenhe com abnegação e fidelidade todos os encargos, pois todos são nobres. Que no término do seu mandato prefira ser um simples colaborador em vez de Venerável de Honra. Que eleito pela primeira vez, admita a sua reeleição, porém, que não tenha a sede de se perpetuar no poder.

Precisamos de um Venerável que, imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine aos seus Irmãos, serem pescadores de homens de bem no mundo Profano, isto é, homens livres e de bons costumes.

Precisamos de um Venerável que, goste de ser chamado de Irmão e que realmente sinta no seu coração toda a vibração e plenitude do que é ser um verdadeiro Maçom, líder e justo em toda a sua dimensão.

Precisamos de um Venerável que não viva preso somente ao passado, aos Landmarks e a História da Maçonaria, mas, que escreva as mais belas páginas da Maçonaria no presente, que é a porta aberta para o nosso futuro, posto que estejam numa Nova Era.

Finalmente, precisamos de um Venerável que seja verdadeiro exemplo de conduta na Loja e fora dela, que nos abrace fraternalmente por Três Vezes Três, sorrindo ou enxugando as nossas lágrimas para termos a inabalável certeza de que a Maçonaria é realmente fraterna e iluminada, que eleva o homem da Pedra Bruta à presença do Grande Arquitecto do Universo.

Não nos esqueçamos que há sempre tempo para mudar.

Fonte: Freemason.PT

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