Há muito que não se viam.
Houve época em que seus encontros eram até relativamente mais frequentes e amistosos.
Porém, no campo da dialética, cada um sempre manteve-se fiel aos seus princípios.
Coincidentemente ambos encontraram-se, graças a um desses lances da vida, justamente na acrópole, entre as colunas do templo.
Sofisma e Falácia antes de trocarem algumas palavras entreolharam-se e discretamente esboçaram um breve sorriso de satisfação.
Sob uma abóbada estrelada que testemunhava o encontro, as primeiras considerações entre si, eram o prenúncio do espírito contestador que invariavelmente colidiam em distorções filosóficas.
Como não poderia deixar de ser, a Falácia trazia consigo o argumento que se tipifica através de uma espécie de mentira, que se sustenta sob uma lógica frágil e inconsistente de um conceito que se pretende provar como real e inequívoco.
Via de regra, por meio da persuasão, com o claro propósito de convencimento.
Por sua vez, o Sofisma valia-se de um expediente cuja essência é uma mentira, propositada disfarçada e maquiada por argumentos consistentes e verdadeiros, para que possa parecer legítima e real.
Nos estudos da Lógica, a Falácia se evidencia como um erro de raciocínio ou argumentação, mas que parece estar correto. ...
Por outro lado, o Sofisma é um engano, um argumento inválido, uma ideia equivocada ou ainda, uma crença falsa.
Desse fortuito encontro que se reveste de um princípio filosófico, que abriga os interesses humanos, estabelece-se um processo de argumentação como forma de convencer sobre a verdade, de maneira incontestável.
Fica perceptível que existem formas de convencimento, a partir de argumentações incorretas ou ilegítimas.
Tais formas nos convencem, mas não necessariamente da verdade, e recebem a alcunha de Falácias ou Sofismas, dependendo das circunstâncias em que protagonizam seus papéis.
Caso fôssemos transitar pelo universo jurídico da matéria, caberia deixar no ar a seguinte indagação:
"A Culpa ou o Dolo seriam respectivamente atinentes à Falácia ou ao Sofisma ?"
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