O Palácio da Regaleira também conhecido como Quinta da Regaleira, ou em Portugal como Palácio do Monteiro dos Milhões, pelo apelido do proprietário, foi construído pelo riquíssimo luso-brasileiro António Augusto de Carvalho Monteiro, que recebeu do Rei Dom Carlos I em , 1904 o título de Barão de Almeida.
Ele encomendou a construção do palácio assim como está hoje em 1905 ao arquiteto italiano e as obras terminaram entre 1911 e 1912 Nem o proprietário e nem o arquiteto eram maçons, mas Monteiro, polímata cultíssimo, era apaixonado por historia e encomendou que as obras fossem feitas no estilo manuelino e com a temática templária.
Segundo a Nacional Geographic a Regaleira pode ser interpretada como uma mansão filosofal, um território cénico, de caráter mítico, em correspondência com uma viagem iniciática que expressa as linhas mestras do pensamento do seu criador: a recuperação romântica dos Descobrimentos portugueses e da mitologia, patente na decoração neo manuelina e nas várias referências aos clássicos, a Camões e aos “Lusíadas”; a evocação da cavalaria espiritual e da missão da Ordem de Cristo, afirmando a tradição mítica lusa e o culto mariano; e, acima de tudo, a concepção do espaço como realidade ontológica, referenciando as origens do homem, a sua natureza e o seu destino e concretizando, numa nova cosmologia, o ideal de uma nova idade de ouro para a humanidade pela convergência da sabedoria, da harmonia e da abundância.
Em todos os recantos da Quinta da Regaleira, este programa simbólico conjuga-se com o que hoje sabemos do criador, colecionador e naturalista. Encontramo-lo na estufa, onde Carvalho Monteiro cultivava orquídeas e onde se prestou homenagem ao botânico Félix Brotero. Revemo-lo no portal dos guardiões, onde duas criaturas imaginárias seguram um búzio exibido em posição vertical. A Quinta da Regaleira é uma tela de filosofia natural.
No topo do palácio, num terraço de acesso privado ao seu proprietário, figura um bestiário misterioso, composto por animais fantásticos, híbridos, representando a transmutabilidade da matéria e a transitoriedade de todas as coisas com conotações alquímicas. Carvalho Monteiro faleceu a 24 de Outubro de 1920, às 11h55, no seu quarto da adorada Quinta da Regaleira. Numa das setes medalhas de ouro que usava ao pescoço, está inscrito um dos lemas da sua vida: “Serpenteio, mas não me desvio.”
O Palácio recebe cerca de um milhão de visitantes por ano, porém ao contrário da lenda que envolve o local jamais houve qualquer iniciação maçônica ou de qualquer outro tipo no seu "poço iniciático", nome pelo qual ficou conhecido o poço que é apenas uma referencia arquitetônica ao nove níveis do inferno da obra de Dante, A Divina Comédia.,,
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