Schröder estreou na vida da ribalta muito jovem, desempenhando os papéis infantis, com elogiável desenvoltura, colhendo aplausos de quantos assistiam as suas manifestações. Com a Guerra dos Sete Anos perdeu-se de seus pais e foi recolhido por vizinhos, e logo se junta a um grupo teatral até que seu padrasto o chama para junto de si, passando a dedicar-se à carreira de mímico e coreográfico, depois, à Comédia e por fim, já artista consagrado, ingressa na difícil arte da Tragédia, em cuja especialidade do teatro viu-se coberto de glória. Foi tão famoso em sua profissão, que Hoffmann disse que ele foi "incontestavelmente o maior ator que a Alemanha já teve e igualmente eminente na Tragédia e na Comédia".
Deixou a cena em 1798, para se dedicar aos estudos da história da iconografia, mas, em 1811, viu-se obrigado a deixar a calma das bibliotecas, tornando à direção do seu Teatro, ameaçado de ruína, nele ficando até a proximidade de seus últimos dias de sua vida.
Poucos meses antes de completar trinta anos de idade, é iniciado na Loja “Emanuel Zur Maienblume” (Emanuel à Flor de Maio), de Hamburgo, proposto por seu amigo Johann Christoph Bode e aceito por unanimidade, em virtude das grandes qualidades que possuía.
Em 1775, ele recebeu o Grau de Mestre e foi eleito Venerável Mestre da Loja Emanuel em 28 de junho de 1787, apesar de ter residido na cidade de Viena de 1781 até 1785, época em que pouco se dedicou a Loja. Schröder esteve por vários anos por vários anos conduzindo o primeiro malhete de sua Loja, sendo inaugurada de uma nova era para a Maçonaria Saxônica.
Em 1782, no Congresso de Wilhelmsbad, a Estrita Observância foi levada ao Túmulo. No ano seguinte em Hamburgo foi escolhida uma Comissão de Irmãos e foi lhe dada a determinação para restabelecer novamente a legislação das Lojas e refazer a Maçonaria segundo o modelo Inglês. Cinco anos se passaram sem que nada de substancial fosse realizado.
Em 1788, Schröder foi eleito para esta Comissão e no final do ano, ele apresentou o seu trabalho totalmente concluído.
Em 1779, aconteceu a sua eleição para Grão-Mestre Provincial Adjunto, e em 1814, para Grão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo.
Em 29 de junho de 1801, submeteu o texto de seu ritual aos (Veneráveis) Mestres da G.L. de Hamburgo que o adotaram por unanimidade.
Schröder também agiu como verdadeiro Maçom relativamente à caridade. Ele constituiu uma Caixa de Pensão para os atores em Hamburgo, que até hoje leva o seu nome e, quando não havia hospital público em Hamburgo, ele estimulou em 1793, a fundação de um instituto para os empregados doentes, o qual no decorrer de algumas décadas se desenvolveu no Hospital maçônico (Elisabeth) que não é somente reservado a maçons, mas a todo doente e goza de muito boa reputação, sendo hoje uma casa e clínica de repouso para idosos e que continua sendo mantida pela Maçonaria de Hamburgo.
Passou para o Oriente Eterno no dia 3 de setembro de 1816, em Rellingen, próximo de Hamburgo, enquanto ocupava o Primeiro Grande Malhete. Foi trasladado para Cemitério Ohlsdorf, onde ele está sepultado, no setor reservado as grandes personalidades da cidade. Na sua lápide, antiga e exposta ao tempo, estão gravados os seguintes símbolos e expressões:
“(Desenho do timbre maçônico) O Reformador da Maçonaria Alemã. Cofundador do Hospital Maçônico. Friedrich Ulrich Ludwig Schröder e sua esposa Anna Christina Schröder, nascida Hart.
(Desenho das três rosas maçônicas) O reformador do teatro Alemão.”
Assim a arte dramática perdeu uma de suas mais brilhantes joias e a Humanidade um dos seus membros mais nobre e rico de sólidas virtudes, mas o seu pensamento se mantém atualizado, servindo como caminho seguro na busca incessante da verdade e no trabalho de conquista de dias melhores para a Humanidade. Schröder pertence ao rol dos maiores que estiveram na Maçonaria e enquanto nossa Fraternidade existir ele jamais será esquecido.
Extrato produzido pela tradução de trabalhos alemães pelo saudoso Ir. Gouveia; revisão do texto em Portug
uês do Ir. Rui Jung, ambos do Colegiado Diretor do Colégio de Estudos do Rito Schröder Ir. Gouveia.
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