Por mais que tenhamos a consciência de que o perdão é mandamento sagrado, ainda continuamos escravos de nosso ego, na medida em que colocamos a ofensa alheia como algo extremamente reprovável, condenável, e cuja sentença é uma pena perpétua de não esquecimento.
Ainda que tenhamos a “consciência crística” de que perdoar é algo que nos limpa a alma, possibilitando que nosso coração não seja refém do ódio, do rancor e da mágoa, insistimos na atitude deliberadamente orgulhosa, colocando-nos em um pedestal de (pseudo) superioridade, donde dificilmente buscamos descer.
E o pior de tudo: arrogamos para nós o direito –inalienável- de sermos perdoados ante o Criador; lado outro, quando confrontados com o nosso próximo, que teve um pequeno deslize ou estava em um dia de pura infelicidade, mantemo-nos em nossa postura inarredável e inflexível de negar a ele um simples pedido de desculpas.
E quando o fazemos, a bem da verdade, agimos da “boca para fora”, uma vez que o coração continua petrificado pelas reminiscências do ato infeliz, ou seja, para tentar nos sentirmos pessoas melhores, enganamo-nos a nós mesmos, talvez para mostrar a terceiros que somos bondosos e indulgentes...Quanta falsidade!
O Maçom que se preza busca, diuturnamente, sua iluminação interior; ele sabe que para galgar a escada evolutiva de Jacó não necessita de adereços exteriores ou numéricos; ele tem a consciência de que ascender aos graus superiores (superficialmente) é como formar-se em uma faculdade, sem nada aprender, somente pelo status de obter um diploma.
Daí a premente necessidade de nos visitarmos interiormente, todos os dias; primeiramente, que busquemos nos perdoar, sabedores de que a tão sonhada Perfeição é um desiderato a ser alcançado por nós.
A partir de então, sob os auspícios do Arquiteto Maior, que saibamos exercitar o perdão, gradativamente, a fim de que nos libertemos dos grilhões vulgares que nos conduzem às zonas espirituais inferiores, por nós criadas, mentalmente.
Nesta luta incansável de buscarmos ser pessoas melhores, que nos atenhamos a todos os ensinamentos que nos são oferecidos pela Sublime Ordem, esta que de nós não exige a perfeição, mas que, ainda assim, envia-nos suas Luzes, em um ritual maravilhoso de doação, seguindo as diretrizes determinadas pelo Inefável Criador, que tem nos perdoado desde os primórdios, quando do Pecado Original...
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