De etimologia latina e mais especificamente derivado do verbo "rancere" - que significa "cheirar mal", advém o substantivo abstrato "rancor, rancoris", que por sua vez chegou à língua portuguesa como "rancor".
E já chegou causando estrago, pois seu significado e essência estão profundamente ligados a outros termos igualmente negativos como: ódio, ira, cólera e ressentimento, dentre tantos.
E o mais desolador deste episódio é que o "rancor" é um sentimento que se nutre do passado.
Algo que qualquer um de nós possa ter sofrido, nos causado uma sensível dor e nos machucado profundamente e do qual muitas vezes relutamos de nos livrar.
O rancor tem uma propriedade sui generis, posto que ele se esconde, mantém-se anônimo, represado e indecifrável.
Porém, tal qual a boca de um vulcão - que por longo período se mantém inativo - quando se vê impulsionado pela sua erupção, solta todo seu fogo, labaredas e lavas, causando enorme dor e destruição diante de tudo que vê pela frente.
O "rancor" queima a própria alma e nos alimenta de um desassossego incômodo que por vezes nos consome emocionalmente, sem nos darmos conta do quanto nos aflige e do qual, muitas vezes, mal conseguimos nos livrar.
Por outro lado, há um outro dispositivo, que consiste num processo mental que visa a eliminação de qualquer ressentimento, raiva, rancor ou outro sentimento negativo sobre alguém ou sobre si mesmo, cujo nome é "perdão".
A referida palavra, aliás, provém do Latim "perdonare" que tem o significado de "para doar".
Ou seja, ao perdoar, tanto quem concede o perdão, quanto quem o recebe acabam desfrutando do sentimento de alívio e de uma inegável paz interior.
Esta prerrogativa, especialmente para aquele que traz o fardo do rancor dentro de si, consiste em tirar todo o peso extenuante que impacta tanto a matéria quanto o espirito.
O perdão é um analgésico que tem o poder de oxigenar o cérebro, limpar feridas e comungar o presente de maneira mais inteligente pra viver a vida.
Nosso templo interior necessita estar sempre em pé e à ordem, disposto a aquiescer com sabedoria, inteligência e generosidade toda e qualquer ação que vise o rigoroso e verdadeiro aprimoramento de nossa Consciência.
As estradas do rancor são árduas, cheia de buracos, obstáculos e durante e seu trajeto revelam riscos incalculáveis entre curvas perigosas, aclives e declives acentuados e obstáculos que mal nos deixam sentir o sabor da viagem.
Já as estradas do perdão são bem pavimentadas, oferecem segurança, bem sinalizadas e se revestem da certeza de se chegar ao destino com o corpo descansado, a mente aberta e com o coração mais leve.
Muito bom artigo desse Mestre Newton Agrella
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