Caríssimas Cunhadas, Prezados Sobrinhos e Sobrinhas, meus Estimados Irmãos, Amigos e Amigas:
A Maçonaria é uma Instituição que tem como objetivo tornar feliz a Humanidade, aperfeiçoando pelo amor, os costumes; pela tolerância, a razão, pelo dever, e o caráter. Glorifica o Trabalho, liberaliza a Fraternidade, proscreve a violência e respeita a lei. É uma associação de âmbito universal, que propugna pelo aperfeiçoamento moral, social e intelectual do homem, sem distinção de raça, crença ou nacionalidade. É o símbolo vivo da fraternidade humana. Fundamentada na Tolerância, não concebe que nenhum homem ou Corporação tenha direito de tornar obrigatória para outrem a sua interpretação pessoal da Verdade.
Naquele tempo, não havia uma cerimônia de Iniciação propriamente dita. Um operário, para ser admitido como aprendiz, era recebido em cerimônia simples, no próprio pátio da construção, não havendo registros de algum modo especial com que essa cerimônia de recepção se realizava. Sabe se, porém que prestavam juramentos de fidelidade sobre o "Livro da Corporação", onde fazia seu registro, manuscrito, estavam anotadas seus direitos e obrigações que todos deviam decorar, tendo por fim o seu perfeito cumprimento. Não se tratava apenas de aprender a Arte de Construir. Nossos antecessores estavam submetidos, também, ao aprendizado da Moral, exigindo-se que fossem Homens livres e de Bons Costumes. No mesmo ato da recepção (que equivale à cerimônia de Iniciação de nossos dias), recebiam utensílios necessários ao trabalho, entre eles um grande avental de couro e um par de luvas. As luvas e o avental constituíam-se em proteção indispensável, ao trabalho com pedras, realizado com as mãos livres, consistia fundamentalmente em desbastar a pedra bruta, talhando-a de modo a permitir que se transformasse em material adequado ao edifício que construíam.
Hoje os Maçons já não são mais operários, mas sim Obreiros especulativos ou filosóficos, no aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual. Nossa missão hoje é construir uma sociedade mais justa, perfeita e mais feliz. Os instrumentos de trabalho possuem para nós apenas significados simbólicos, úteis ao aperfeiçoamento moral de cada um. Assim do mesmo modo como na antiga recepção medieval o aprendiz recebia um avental e um par de luvas de couro, o Maçom de nosso século, ao ser Iniciado, recebe um avental e um par de luvas brancas. A esses utensílios aplicamos ensinamentos morais. Simbolizam a pureza. As luvas traduzem "mãos puras", purificadas na Iniciação e assim devem permanecer. Um Maçom, ao envergar seu par de luvas, implicitamente está afirmando possuir as mãos limpas, sendo um homem de moral ilibada.
A presença da mulher na maçonaria é de suma importância para nós, pois a sociedade é formada pela família, e a mulher uma das pilastras que sustenta a família e a maçonaria. E sem sua autorização nós não seriamos iniciados, caso seja solteiro é a mãe que dá o referendo, casado a esposa, então veja a grande responsabilidade da mulher na maçonaria. Até então não se inicia mulher na maçonaria, não que sejamos machistas, é porque a mulher já nasce perfeita, e o homem não, ai se dá o motivo para iniciar só homem.
Um segundo par de luvas a Loja oferece ao novo Irmão. Destinam-se a aquela de sua maior consideração, e que ocupe lugar de destaque no seu coração. Assim procedemos para demonstrar a sua família como é grande a Maçonaria Universal.
A entrega dessas luvas é um ato solene de profundo significado. Posto que não exigisse que fosse esta ou aquela mulher. Isto se constitui em escolha individual: Será aquela de maior consideração, é o momento também que damos boas vindas à família de nosso novo Irmão e amigo, um novo operário, integrado na tarefa moral de erguermos uma sociedade nova e - tal qual os antecessores que empreendiam suas tarefas para a maior Glória do G.'.A.'.D.'.U.'., que é Deus – e dedicamos todos os frutos que nesta Loja são produzidos. Tudo faz não para nossa vaidade, mas sim para maior Glória ao G.'.A.'.D.'.U.'..
A propósito, lembro-me de uma história de amor platônico entre um médico e sua enfermeira: o Dr. William Stewart Halstedt (1852-1922), grande cirurgião americano, inventor de dezenas de instrumentos cirúrgicos e apetrechos hospitalares, quando era chefe de um hospital em Baltimore (USA), ainda solteirão convicto, se apaixonou secretamente e platonicamente, pela enfermeira Caroline Hampton (Carol), que o auxiliava nas cirurgias. À época os trabalhos pré-operatórios exigiam dos profissionais a lavagem das mãos em fortes soluções anti-sépticas, já que não havia luvas. Carol, com isto, desenvolveu uma dermatite de contato com tais substâncias. Com as mãos feridas ela não podia auxiliar Halstedt. Desespero para o médico. Ele só aceitava operar se fosse com a ajuda dela, tamanha era a paixão da presença, a segurança e a confiança que Carol lhe transmitia. Apreensivo, em busca de uma solução para o conflito, Halstedt procurou um microempresário chamado Goodyear (mais tarde um dos maiores produtores de pneus do mundo) e pediu-lhe que fabricasse um par de luvas de borracha para a enfermeira. Assim foi feito. Para não constranger a amada, pois as luvas eram de borracha preta (tecnologia da época), Halstedt encomendou pares para os demais auxiliares. E a partir do uso contínuo das luvas, constatou-se que as infecções pós-operatórias, praticamente, desapareceram. Ele então determinou que em todas as cirurgias fossem usadas as luvas, procedimento logo difundido em todo o mundo até se chegar ao uso das finíssimas luvas atuais.
Halstedt e Carol trabalharam por muito tempo, cada vez mais unidos pelos fortes laços do amor, casaram-se e moraram na cobertura do Hospital até a morte dele em 1922. As luvas cirúrgicas continuaram, por muito tempo, sendo chamadas de "as luvas do amor", em respeito à história dos dois e pela pureza que imprimiam no contato com as feridas dos enfermos.
Amor, união e pureza são, portanto, os significados maiores daquele segundo par de luvas brancas dedicado às mulheres da família maçônica.
A Loja é a Família fortificada. Aqui neste templo estaremos sempre reunidos, recebendo e transmitindo muita harmonia paz fraternidade e muitas felicidades, para nós este templo tem três significados que são; UMA LAR, UM ALTAR E UMA TRIBUNA, UMA LAR porque aqui são todos irmãos e amigos filho da mesmo mãe (filhos da Viúva), UM ALTAR porque cultuamos o G.'.A.'.D.'.U.'. que é DEUS e finalmente uma tribuna que é onde nos debatemos, discutimos e nos entendemos, apesar de todas as adversidades.
E com certeza esta noite que hoje vivemos permanecerá em nossos corações para todo o sempre, enquanto pudermos manter esta Loja e nossas Famílias como exemplos dignos da Grande Instituição que ora representamos.
Reza a Tradição Maçônica que aquela que é portadora destas Luvas deverá sempre mantê-las consigo na bolsa, por exemplo, pois se estiver em dificuldade, basta retira-las e colocar sobre o pulso de um dos braços que havendo por perto um Maçom ele prontamente lhe prestará auxílio.
Convido ao nosso novo Irmão, para que entregue um par de luvas àquela mulher que mais estima tem o vosso coração. Entregando-lhe essas luvas, afirma ser um homem puro e de mãos limpas, hoje e para sempre.
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Esse texto é parte do acervo do nosso Ir. Jerônimo Borges, já no Or. Eterno, a quem rendemos um pequena homenagem ao revigorar esse "discurso" para os nossos queridos Irmãos. Com o nosso Fraterno Abraço a todas queridas Cunhadas e sobrinhos
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