A palavra macários vem do grego Makários, e significa felizes, afortunados, bem-aventurados, abençoados. Ou seja, um indivíduo macário é aquele espiritualmente feliz.
E tal felicidade, a bem da verdade, não é aquela atrelada às coisas da matéria, mas certamente às do espírito. Na esteira de tal raciocínio, um macário é um pacificador, um construtor de pontes, um congregador, aquele que pela simplicidade de sua alma sabe ser ensinado, sabe ouvir, e tem a tolerância como uma de suas virtudes principais.
Daí, poderíamos lançar a seguinte reflexão: o Maçom que segue à risca tudo o que lhe foi ensinado pela Sublime Ordem, vale dizer as leis, o simbolismo, a filosofia, o esoterismo e a ritualística, aplicando-os em sua conduta –especialmente a profana- pode ser considerado um macário?
A Maçonaria, por meio de seus obreiros incansáveis e resolutos, tem sido uma construtora de pontes, uma mediadora social, uma pacificadora de conflitos? Ou os maçons a tudo têm assistido, covardemente, escondendo-se por detrás de seus imaculados aventais?
Infelizmente, temos notado um arrefecimento das ações da Maçonaria no bojo da sociedade, mundo afora. Estarrecidos, o que mais temos visto é um número exorbitante de “autoridades maçônicas”, que se encontram carcomidas de soberba e de uma vaidade desmesurada!
A nós nos parece que tais pedreiros ignoram o que são as bem-aventuranças; para tais maçons errantes, a prosperidade não está condicionada ao soerguimento de edifícios sociais, morais, éticos ou espirituais, que possam alterar e modificar para melhor a vida de nosso próximo.
Pelo contrário, para esses iniciados que se afastaram da luz o que vale é construir templos para si próprios, em total descompasso com a Lei de Amor e Caridade. Nossos princípios e leis se lhes apresentam como uma legislação ultrapassada e, consequentemente, revogada unicamente por eles, que lhes fazem vista grossa, inadvertidamente.
O Maçom Justo - e cujo sonho maior é tangenciar a perfeição – entende o espírito de toda simbologia, ritualística e esoterismo maçônicos; ele sabe que, parabolicamente, pode se conectar com seu Criador, mas para que essa interação não seja interrompida pela ausência de sinal, ele deve ter um sofisticado roteador de bem-aventuranças, bem como uma conectividade ampla, à base de bom ânimo, humildade, espírito construtor, coração puro e sobejar de amor.
Meus amados Irmãos, não nos enganemos! Continuemos exultantes na esperança, balizando-nos na atitude de um verdadeiro macário, pois serão as bem-aventuranças e as coisas do espírito que nos proporcionarão os frutos necessários da árvore da vida, árvore cujas folhas hão de curar as mazelas que têm acometido a vida dos que preferem os desenganos
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