Nos últimos dias, o mundo parece ter se desligado das frivolidades do cotidiano, para se debruçar frente à TV, a fim de assistir ao conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas.
Momentaneamente, as pessoas não têm filosofado sobre seu clube de futebol, sobre a polarização política no país e nem (graças a Deus) sobre sua expectativa de quando será o enésimo Big Brother Brasil.
A par do triste cenário com o qual nos deparamos, vale fazer uma pequena reflexão: onde começam as guerras? Por que a humanidade tem emanado desenfreada belicosidade?
Sem querer tomar partido –esse não é o objetivo a ser alcançado- e tampouco se enveredar, com a propriedade devida, sobre a questão geopolítica, que fica ao encargo dos historiadores e cientistas políticos, o que se busca aqui é uma análise simplista, despida de toda a complexidade que o assunto demanda, sob outro viés: o viés da paixão.
Sim, da paixão mesmo! Nossas guerras, respeitados Irmãos, começam e afloram de nossas paixões, do desejo incontrolável e angustiante de dominarmos ou possuirmos algo. É essa profunda exacerbação sôfrega pelo poder, de querermos sobrepujar e subjugarmos o outro, conquanto nossa libido seja satisfeita.
Essa paixão insana pode ser por um pedaço de terra, uma cidade, um país, mas pode também ser aquela primeira – e arrebatadora – paixão da adolescência, que faz com que lutemos contra tudo e contra todos.
Esse fogo ardente e desvairado pode ser aquele que tem cegado uma multidão de pessoas, sejam aqueles asseclas de uma ideologia político-partidária, sejam ainda aqueloutros fanáticos por um sectarismo e/ou proselitismo religioso.
Meus Irmãos! Nossas guerras - qual um vulcão insaciável, no auge de sua erupção- partem de nosso íntimo, de nossas almas, e se deflagram em chamas inexoráveis, consumindo e devastando tudo o que se encontra ao nosso derredor, a começar por nós mesmos.
Enquanto o homem não contiver esse indominável animus possidendi (intenção de possuir), ainda sofreremos com as paixões inflamadas das guerras, dos extremismos, das intolerâncias, das intermináveis transgressões cometidas pelo ser humano (pasmem) que diz agir em nome de Deus!
Que busquemos, através dos ensinamentos da Maçonaria, conter toda paixão que nos arraste para nossos abismos infernais, que nos lance para o oceano das incertezas e que nos subverta ao nosso antigo “eu profano”. Que sejamos tomados de um ardor sagrado, cujas chamas possam nos unir em prol de única e verdadeira paixão: a paixão pelo Excelso Arquiteto Universal!
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