O processo de criação de uma nova cultura, relacionada com as mudanças em geral e as novas formas de pensar, de agir, e sentir, entre os europeus do século XV, foi chamado de Renascimento. Foi a criação de uma cultura leiga que se preocupava com as coisas deste mundo, tendo o homem como centro, em contraposição à cultura sacra voltada basicamente para o domínio do “sagrado”. Nesse processo tivemos, entre outras coisas: a substituição do “Cavaleiro” pelo “Burguês”, individualista e naturalista, e a nudez (antes proibida) nos quadros pintados, principalmente, por Leonardo da Vinci e Michelangelo.
A partir do século XVI começou a apresentar sinais de decadência devido a três fatores, principais:
1) Crise Econômica, devido a diminuição dos negócios de importação de iguarias, devido as grandes navegações que supriam o mercado com menores preços e as guerras. O mecenato foi diretamente afetado.
2) A Reforma Religiosa e a Contra Reforma Religiosa, que veremos a seguir.
3) O caráter de “elite” demonstrado pelos participantes desse processo. O povo não participou desse movimento, considerado um erro crasso do movimento.
Reforma Religiosa
No final do século XV ocorreu a decadência dos feudos, aumentando as forças das cidades, da burguesia e da nova cultura implantada pelo Renascimento. Movimentos exigiam reformas na Igreja Católica. A divisão entre os cristãos fez surgir novas igrejas, genericamente, chamadas de “protestantes”, devido os seguintes motivos:
1) As novas ideias oriundas do Renascimento.
2) Abusos e corrupção do Alto Clero Católico em Roma.
Nesse clima, Martinho Lutero, monge agostiniano, formulou com clareza o que o povo sentia e precipitou a ruptura do mundo cristão.
As reformas ocorreram em diversos locais e tiveram vários protagonistas.
1) – Alemanha: (na Saxônia) Martinho Lutero dizia que a leitura refletida da Bíblia conduzia à salvação espiritual. Estopim das discussões foi a venda de “Indulgências” para a construção da Basílica de São Pedro. Lutero foi excomungado e queimou a bula papal. A doutrina espalhou-se rapidamente e gerou lutas sangrentas.
2) – Suíça: o francês João Calvino, em Genebra, baseado em Lutero porém mais radical nas exigências e foi influenciado pela mentalidade comercial (obtenção de lucros).
3) – Inglaterra: o Rei Henrique VIII queria se divorciar de Catarina Aragão para casar com Ana Bolena. Papa recusou o pedido por motivos políticos. O Rei rompeu com o Papa e fez com que o Parlamento fizesse dele o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Era uma mistura de catolicismo, calvinismo, estruturando o Anglicanismo.
Contra Reforma Religiosa ou Reforma Católica
Em meados do século XVI iniciaram-se as mudanças para combater o protestantismo em ascensão. Católicos reformistas apoiados pela nobreza europeia, forçaram a eleição de diversos Papas reformistas. Sem resultados adequados.
Os Jesuítas tornaram-se, portanto, após outras tentativas, a principal Ordem da Igreja Católica, atuando principalmente nos campos de ensino e pregação.
Missionários ficaram famosos, com São Francisco Xavier (India e Japão), Manuel da Nóbrega e José de Anchieta (Brasil).
Nos anos de 1545 a 1563, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento, que repeliu a doutrina protestante, aprovando integralmente a doutrina católica, tendo como principal virtude a caridade cristã.
Nessa época, intensificou o TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO, condenando pessoas como Galileu, Copérnico e outros. Foi elaborado o INDEX que era uma lista de livros proibidos, considerados heréticos e imorais pela Igreja Católica.
Houve também, a publicação de Manuais de Catecismo, do Breviário, do Missal e da Vulgata, que é a tradução, convenientemente adequada, da Bíblia pela Igreja Católica.
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