Saindo de uma livraria, por esses dias, fiz uma simples reflexão. Na hora de passar pelo caixa, a funcionária perguntou-me de que forma seria o pagamento, ao que informei a ela que seria via cartão. Ela então me questionou: “é por aproximação, senhor?”. Percebi que, dessa inovação trazida pela tecnologia, encontrava-me distante, digamos que um tanto quanto “não aproximado”.
Percebi também que as pessoas não estão mais tão aproximadas quanto antes, e que a velocidade com a qual os dias têm passado, e o acúmulo de afazeres tem as tornado isoladas socialmente, cada vez mais.
Uma agonia pungente tomou-me por completo. Pensei alto, pois me lembrei que é por aproximação que as pessoas se apaixonam, de maneira arrebatadora; é por aproximação que grandes casais se conhecem, amam-se, gerando a filhos e formando famílias maravilhosas!
E nesse mundo de hoje – o do distanciamento social – onde os aparelhos celulares têm sido, muitas das vezes, o único companheiro das pessoas, constatamos aflitos e preocupados que a aproximação tem se tornado um comportamento obsoleto e desnecessário entre miríades de miríades de pessoas.
Em virtude do afastamento das pessoas das atividades do seio social é que as clínicas psiquiátricas têm crescido exponencialmente, e a indústria farmacêutica vive o seu clímax. É por causa dessa desaproximação que as pessoas têm se tornado mais tóxicas, mais beligerantes, mais intolerantes, menos sociáveis, menos empáticas, e o ser humano crer não necessitar mais do outro.
Ter contato com as pessoas, retirar um bom tempo para conversar – sem as intromissões tecnológicas – fazer mais conexões à base de abraços e de contato físico, tudo isso é fundamental para o nosso desenvolvimento biopsicossocial. A partir do momento em que prezarmos por isso, os remédios darão lugar aos jantares, as consultas médicas darão lugares aos passeios, os telefones darão lugar às flores.
Foi por aproximação com os Irmãos que me foi concedida a dádiva de receber a Luz; é pela aproximação com estes que minha família ganhou novos membros; será pela aproximação entre as nações e os povos que o mundo poderá se tornar um lugar pleno de amor e paz.
É por aproximação do Obreiro com o Arquiteto que a obra tende a ser completa. Necessitamos dessa Conexão Maior, a fim de que possamos nos orientar e, num trabalho de construção contínua, auxiliarmos ao nosso próximo em sua orientação.
O isolamento não nos permite a evolução, em hipótese alguma.
Fomos criados para interagirmos, e não será vivendo ensimesmados ou presos nas gaiolas de nossas emoções que alcançaremos o esplendor da Glória Divina. Aproximemo-nos, com toda a confiança, do Trono da Graça do Supremo Arquiteto do Universo!
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